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Charles Gaines: Systems & Structures

  • 0:00 - 0:04
    ♪ (música instrumental lenta) ♪
  • 0:06 - 0:08
    (sons de passos)
  • 0:08 - 0:11
    ♪ (teclas de piano) ♪
  • 0:12 - 0:14
    ♪ (batidas do metrônomo) ♪
  • 0:18 - 0:21
    ♪ (música instrumental) ♪
  • 0:32 - 0:34
    - Eu não faço pinturas, eu
    não faço esculturas.
  • 0:34 - 0:41
    O que acontece é que as coisas que
    eu faço usam tinta, fotografia, desenhos
  • 0:41 - 0:44
    e também envolvem materiais:
  • 0:44 - 0:46
    madeira ou metal, e por aí vai.
  • 0:46 - 0:51
    Para propor e desenvolver conceitos
    e ideias por meio dos materiais.
  • 0:51 - 0:53
    ♪ (música instrumental lenta) ♪
  • 0:53 - 0:56
    Você pode fazer arte com todo tipo
    de material,
  • 0:56 - 0:58
    e você não precisa aprender a desenhar,
  • 0:58 - 1:00
    ou aprender a pintar para ser um artista.
  • 1:00 - 1:03
    Charles Gaines
    Sistemas & Estruturas
  • 1:03 - 1:04
    ♪ (música instrumental) ♪
  • 1:06 - 1:09
    Eu estava num curso de pintura e
    descobri que o processo
  • 1:09 - 1:11
    de pintar não tinha muito significado
    para mim.
  • 1:12 - 1:15
    Havia um senso esmagador que
    era tudo arbitrário.
  • 1:16 - 1:19
    Havia um entendimento que
    uma obra de arte era feita
  • 1:19 - 1:22
    a partir da sua imaginação,
    e da sua intuição.
  • 1:22 - 1:25
    Eu acredito sim que existe tal coisa
    como a intuição
  • 1:25 - 1:28
    e existe tal coisa como a imaginação.
  • 1:28 - 1:32
    Eu só acho que esses são conceitos
    feitos culturalmente.
  • 1:33 - 1:36
    O que entendemos por
    conhecimento e significado
  • 1:36 - 1:39
    não são puramente produtos
    de nosso gênio,
  • 1:39 - 1:42
    mas são construídos na estrutura
    cuja qual residimos.
  • 1:44 - 1:47
    Então eu queria fazer um tipo de obra
    cuja produção
  • 1:47 - 1:51
    é uma consequência de um sistema,
    em vez da minha imaginação.
  • 1:51 - 1:53
    A primeira obra que fiz assim é chamada:
  • 1:53 - 1:54
    Walnut Tree Orchard
    (Pomar de Nogueiras)
  • 1:54 - 1:59
    Eu fotografei várias nogueiras e converti
    a forma em números numa grade.
  • 1:59 - 2:04
    A silhueta então foi usada para
    dispor em camadas o formato
  • 2:04 - 2:05
    das árvores uma encima da outra.
  • 2:06 - 2:08
    ♪ (música instrumental) ♪
  • 2:08 - 2:12
    Isso também produz evidências
    das diferenças daquelas árvores
  • 2:12 - 2:16
    onde as formas não se alinham,
    e o sistema que eu uso
  • 2:16 - 2:20
    me permite sinalizar essas mudanças.
  • 2:27 - 2:29
    De certa forma, estou tentando sugerir
  • 2:29 - 2:32
    que o tipo de diferença visual
    que acontece no sistema
  • 2:32 - 2:34
    opera da mesma forma
    que outros conceitos
  • 2:34 - 2:36
    de diferença em outras áreas:
  • 2:36 - 2:40
    política, diferenças de gênero,
    raça, classe.
  • 2:40 - 2:44
    Nos desenhos, nós podemos
    ver que essas diferenças
  • 2:44 - 2:47
    são construídas pelo sistema.
  • 2:47 - 2:52
    E no domínio social e político, as
    diferenças que vemos também
  • 2:52 - 2:54
    são construídas por um sistema.
  • 2:55 - 3:01
    (conversa inaudível)
    ♪ (ensaios com vários instrumentos) ♪
  • 3:05 - 3:07
    ♪ (música clássica) ♪
  • 3:07 - 3:10
    -Manifestos é um projeto o qual venho
    trabalhando há vários anos.
  • 3:11 - 3:14
    Eu escolho um manifesto político
  • 3:15 - 3:20
    e eu converto as letras do texto
    em notas musicais.
  • 3:22 - 3:28
    E essa conversão é um simples
    sistema onde as letras de A a G
  • 3:28 - 3:30
    são convertidas para as notas
    de A a G
  • 3:33 - 3:35
    Todas as outras letras no texto são
  • 3:35 - 3:38
    convertidas em um intervalo de
    silêncio ou uma pausa.
  • 3:38 - 3:41
    ♪ (flauta transversal tocando) ♪
  • 3:42 - 3:46
    Quando você sequencia uma série
    de palavras usando o sistema
  • 3:46 - 3:50
    então as letras traduzidas em notas
    formam uma melodia.
  • 3:52 - 3:55
    Uma das coisas que descobri quando
    conversava sobre essas obras
  • 3:55 - 3:58
    é que as pessoas não acreditavam
    que a música era criada por um
  • 3:58 - 3:59
    sistema aleatório.
  • 3:59 - 4:03
    Porque eu usei a escala diatônica
    para fazer a tradução
  • 4:03 - 4:08
    e a escala é feita para ser melódica.
  • 4:10 - 4:11
    (plateia aplauda)
  • 4:14 - 4:18
    Esse projeto, fazem 10 anos desde seu
    começo e foi uma montanha-russa.
  • 4:19 - 4:22
    Muitas vezes, pensamos que não ia
    dar certo,
  • 4:22 - 4:24
    mas de algum jeito, finalmente,
    estamos aqui.
  • 4:25 - 4:27
    Quando comecei o projeto,
    o Movimento Black Lives,
  • 4:28 - 4:31
    Ferguson (série de protestos em 2014),
    começou a aparecer nas notícias
  • 4:31 - 4:33
    e eu queria explorar o âmago
  • 4:33 - 4:38
    do problema que faz esses
    acontecimentos persistirem.
  • 4:38 - 4:40
    ♪ (sinfonia clássica tocando) ♪
  • 5:06 - 5:10
    Essa obra em particular, Manifestos Four,
  • 5:10 - 5:12
    escolhemos o caso Dred Scott,
  • 5:13 - 5:17
    da famosa decisão da Suprema Corte
    como texto.
  • 5:19 - 5:21
    Dred e Harriet Scott nasceram escravos
  • 5:22 - 5:24
    e processaram por sua liberdade
  • 5:24 - 5:27
    a maioridade de opnião foi que, para
    dar início a um processo,
  • 5:28 - 5:29
    você deve ser um cidadão.
  • 5:29 - 5:32
    E ele disse, é impossível que Dred
    e Harriet sejam cidadãos
  • 5:32 - 5:34
    por que não são brancos.
  • 5:35 - 5:40
    Então tem o texto que vem da resposta
    de Frederick Douglas ao caso.
  • 5:40 - 5:42
    Então usei uma parte da resposta
  • 5:42 - 5:43
    e fiz o arranjo para a voz.
  • 5:43 - 5:49
    ♪ Alto e exultantemente fomos ditos ♪
  • 5:49 - 5:55
    ♪ Que a questão escravocrata
    foi resolvida permanentemente ♪
  • 5:56 - 5:58
    - Eu acredito que a obra completa
  • 5:58 - 6:01
    correlaciona muito bem com o que
    acontece nos dias atuais.
  • 6:01 - 6:03
    Os mesmos problemas continuam a existir.
  • 6:03 - 6:06
    O sistema legal se baseia em uma
    certa lógica, um certo
  • 6:06 - 6:08
    enquadramento linguístico.
  • 6:09 - 6:10
    ♪ (sinfonia e canto) ♪
  • 6:10 - 6:13
    Podemos ver como a lei é arbitrária
  • 6:13 - 6:18
    em relação às experiências vividas de
    pessoas que tem que viver por ela.
  • 6:18 - 6:23
    ♪ Nós não podemos mudar a
    natureza essencial ♪
  • 6:23 - 6:25
    ♪ (sinfonia clássica continua) ♪
  • 6:26 - 6:29
    ♪ A natureza essencial ♪
  • 6:30 - 6:39
    ♪ Ele não pode tornar o mal em bem
    ou o bem em mal ♪
  • 6:46 - 6:47
    ♪ (música estimulante) ♪
  • 6:54 - 6:56
    Eu queria saber como era a vegetação
  • 6:56 - 6:59
    na Times Square antes da cidade ser
    construída.
  • 6:59 - 7:01
    Nós descobrimos que uma das plantas
    comuns
  • 7:01 - 7:03
    era a liquidâmbar.
  • 7:03 - 7:05
    ♪ (música estimulante continua) ♪
  • 7:09 - 7:11
    Uma das características do capitalismo
  • 7:11 - 7:14
    é que ele escava, move e
    retira coisas.
  • 7:15 - 7:17
    A apropriação da terra Nativo Americana
  • 7:17 - 7:19
    é uma forma de escavação.
  • 7:20 - 7:23
    Mas a Times Square é, de certa forma,
    uma expressão maior do capitalismo.
  • 7:24 - 7:28
    Então, minha ideia foi: a árvore de
    cabeça para baixo seria um gesto
  • 7:28 - 7:32
    para nos lembrar que esse espaço foi
    construído como consequência
  • 7:32 - 7:34
    de remover o que estava ali.
  • 7:38 - 7:40
    ♪ (música sinfônica misteriosa) ♪
  • 7:43 - 7:44
    Moving Chains
    (Correntes em Movimento)
  • 7:44 - 7:47
    é um dos vários projetos que faz parte
    dessa comissão.
  • 7:48 - 7:50
    O assunto dominante é a
    história da escravidão
  • 7:50 - 7:51
    e a ideia da mercadoria.
  • 7:52 - 7:56
    Antes do grande teste sonoro, eles vão
    deixar algumas correntes funcionando.
  • 7:56 - 7:58
    (conversa inaudível)
    ♪ (música estimulante) ♪
  • 8:01 - 8:02
    (barulho de correntes)
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    Moving Chains é uma estrutura,
    um tipo de barca
  • 8:12 - 8:15
    e era intenção deixá-la próximo a um rio,
  • 8:16 - 8:19
    a um corpo d'água, onde o comércio ocorre.
  • 8:21 - 8:22
    O lugar onde pensaria como um teto,
  • 8:22 - 8:25
    na verdade são 30,5 metros
    de correntes.
  • 8:26 - 8:29
    Correntes foram feitas para se mover
    entre as duas camadas.
  • 8:31 - 8:33
    Seu movimento deve fazer um paralelo
  • 8:33 - 8:34
    com a correnteza do rio.
  • 8:39 - 8:43
    Quando entramos na barca,
    debaixo das correntes,
  • 8:43 - 8:45
    nós queremos que seja uma
    experiência intimidadora.
  • 8:46 - 8:48
    As correntes, só estão 1,20 metros
  • 8:48 - 8:50
    acima da cabeça de uma pessoa de
    1,80 metros.
  • 8:50 - 8:52
    Como essas correntes são enormes,
  • 8:52 - 8:55
    nós esperamos que façam
    bastante barulho.
  • 8:55 - 8:57
    (chocalho de correntes)
  • 9:21 - 9:24
    É uma estratégia intencionalmente teatral
  • 9:24 - 9:27
    para tornar o espaço emocional e intenso
  • 9:27 - 9:28
    para lhe dar empatia
  • 9:28 - 9:33
    por meio de uma metáfora sobre o terror
    de um navio negreiro.
  • 9:33 - 9:35
    (chocalho de correntes)
  • 9:37 - 9:41
    A intimidação é importante
    para clarificar
  • 9:41 - 9:43
    a crítica política da obra.
  • 9:44 - 9:50
    Que a estrutura foi fundacional à
    economia americana.
  • 9:50 - 9:52
    (música instigante)
  • 9:52 - 9:53
    Enquanto fico aqui,
  • 9:53 - 9:56
    não consigo escapar das consequências
    dessa história.
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    Como melhoramos o mundo?
  • 9:58 - 10:00
    Como melhoramos a vida para todos?
  • 10:00 - 10:02
    Não sei se é possível,
  • 10:02 - 10:04
    mas quando coisas ruins acontecem
  • 10:04 - 10:07
    devemos reclamar sobre elas para
    que possamos reduzi-las.
  • 10:08 - 10:10
    Não devemos esquecer como as
    coisas são construídas.
  • 10:11 - 10:13
    (música instigante continua)
Title:
Charles Gaines: Systems & Structures
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Extended Play" series
Duration:
10:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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