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Uma visão para restaurantes sustentáveis

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    Os restaurantes e a indústria da comida, em geral
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    são das indústrias que mais desperdiçam
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    no mundo.
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    Por cada caloria de comida que consumimos, hoje em dia, aqui na Grã- Bretanha
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    são precisas 10 calorias para a produzir.
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    Isso é muito.
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    Eu quero usar algo muito humilde
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    para discutir.
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    Encontrei isto hoje no mercado.
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    Se alguém quiser levar para casa e fazer puré mais tarde, é bem-vindo.
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    A humilde batata.
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    E passei muito tempo - 25 anos - a prepará-las.
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    Passa por cerca de
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    oito fases diferentes na sua vida.
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    Primeiro, é plantada, e isso requer energia.
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    Cresce e é nutrida.
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    E, depois, é colhida.
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    Depois distribuída,
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    e a distribuição é muito importante.
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    É então vendida e comprada,
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    e entregue a mim.
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    Eu limito-me a escolhê-la, prepará-la
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    e depois as pessoas consomem-na - esperemos que gostem.
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    Na última fase, é lixo.
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    E é aqui que quase todos se desfazem dela.
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    Há diferentes tipos de desperdício.
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    Há o desperdício de tempo, o desperdício de espaço e o desperdício de energia.
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    e também há o desperdício de desperdício.
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    E em todos os sítios onde trabalhei
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    nestes últimos 5 anos,
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    tento diminuir cada um desses elementos.
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    Ok. Perguntam-me como funciona um restaurante sustentável.
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    É basicamente um restaurante como qualquer outro.
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    Este é o restaurante, Acorn House (Casa da Bolota)
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    Frente e verso.
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    Deixem-me explicar-vos algumas ideias.
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    Chão: sustentável, reciclável.
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    Cadeiras: recicladas e recicláveis.
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    Mesas: Comissão Florestal.
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    Esta é madeira da Comissão Florestal norueguesa.
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    Este banco, apesar de não ser confortável para a minha mãe -
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    ela não gostou de se sentar nele,
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    então decidiu comprar uma almofadas de uma feira local -
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    reutilizando, um trabalho que saiu bem.
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    Detesto desperdício, especialmente paredes.
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    Se não está a funcionar, ponham uma prateleira, que foi o que eu fiz.
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    E assim mostro os meus produtos a todos os clientes.
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    O negócio todo é alimentado por energia sustentável.
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    Isto funciona a energia eólica. Todas as luzes são lâmpadas de baixo consumo.
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    A tinta tem um baixo nível de aditivos químicos,
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    o que é muito importante quando trabalhamos sempre no mesmo espaço.
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    Andei a fazer experiências com estes - não sei se conseguem ver -
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    mas há aqui uma área de trabalho.
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    E isto é um polímero de plástico.
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    E eu estava a pensar, bem estou a tentar pensar em natureza, natureza, natureza.
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    Mas pensei: não, não. Fazer experiências com resinas,
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    fazer experiências com polímeros.
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    Vão durar mais tempo que eu? Provavelmente, sim.
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    Certo, aqui têm uma máquina de café modificada.
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    Na verdade, tem melhor aspecto que uma novinha em folha - parece bem.
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    Nova utilização é vital.
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    E filtramos a nossa própria água.
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    Engarrafamo-la, refrigeramo-la,
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    e reutilizamos a mesma garrafa várias vezes.
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    Aqui está um grande pequeno exemplo.
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    Se conseguirem ver esta laranjeira, está a crescer num pneu de um carro.
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    que foi virado do avesso e cosido.
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    Tem o meu composto dentro, que está a alimentar uma laranjeira, o que é o máximo.
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    Esta é a cozinha, que fica na mesma divisão.
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    Basicamente, criei um menu que permita às pessoas
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    escolher a quantidade e o volume de comida
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    que queiram consumir.
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    em vez de ser eu a preparar um prato,
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    são as pessoas que podem servir-se de muito ou pouco, como quiserem.
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    Ok, é uma cozinha pequena. Tem cerca de 5 metros quadrados.
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    Serve 220 pessoas por dia.
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    Nós produzimos bastante lixo.
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    Esta é a sala do lixo.
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    Não nos podemos livrar do lixo.
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    Mas esta história não é sobre eliminá-lo, é sobre minimizá-lo.
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    Aqui, tenho restos de vegetais e caixas
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    que são inevitáveis.
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    Ponho os meus desperdícios de comida neste triturador que desidrata e disseca,
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    transforma a comida num material,
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    que posso armazenar e transformar em compostagem mais tarde.
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    Faço-o neste jardim.
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    Todo o solo que podem ver é na realidade a minha comida,
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    que é produzida pelo restaurante,
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    e cresce nestes tubos, que eu fiz usando árvores que caíram nas tempestades.
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    e barris de vinho e todo o tipo de coisas.
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    Três depósitos de composto -
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    processam cerca de 70 quilos de desperdícios de vegetais crus por semana -
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    muito bom, produz composto fantástico.
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    Também temos algumas minhocas.
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    De facto, uma das habitações das minhocas
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    era muito grande; tinha muitas minhocas a viver lá.
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    E tentei levar os restos de comida desidratados,
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    pondo nas minhocas e dizendo: "Aqui têm. Jantar!"
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    Era como carne-seca vegetal,
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    e matou-as a todas.
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    Não sei quantas minhocas há ali,
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    mas têm um karma pesado a vir, digo-vos.
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    (Risos)
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    O que vêem aqui é um sistema de filtragem de água.
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    Isto tira a água do restaurante,
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    fá-la correr por estes caminhos de pedra - como nova -
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    e rego mais ou menos o jardim com isso.
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    E, por último, ainda quero reciclar o que resta, ponho de volta nas casas-de-banho,
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    talvez até lavar as mãos, não sei.
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    Portanto, a água é um aspecto muito importante.
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    Comecei a meditar sobre o assunto
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    e criei um restaurante chamado Waterhouse (Casa da Águas).
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    Se conseguisse fazer com que a Waterhouse fosse um restaurante livre de carbono
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    que é não usar combustíveis para começar, seria óptimo.
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    Consegui fazê-lo.
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    Este restaurante parece-se muito com Acorn House -
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    as mesmas cadeiras, as mesmas mesas.
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    São todas inglesas e um pouco mais sustentáveis.
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    Mas este é um restaurante eléctrico.
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    É tudo eléctrico, o restaurante e a cozinha.
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    E funciona a hidroelectricidade.
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    Passei de ar para água.
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    Agora é importante compreender
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    que esta sala
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    é arrefecida por água, aquecida por água,
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    filtra a sua própria água,
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    e funciona a água.
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    É literalmente uma Casa das Águas.
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    O sistema de tratamento do ar está lá dentro,
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    livrei-me do ar condicionado,
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    porque achava que estava a consumir demasiado.
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    Isto é um sistema de tratamento de ar.
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    Estou a medir a temperatura do canal lá fora,
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    bombeio-o para o sistema de troca de calor,
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    vai passando por estas velas no telhado,
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    que vão caindo suavemente sobre as pessoas no restaurante,
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    refrescando-as ou aquecendo-as, consoante a necessidade.
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    E isto é um difusor de ar em forma de salgueiro inglês.
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    Espalha gentilmente
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    a corrente de ar pela sala.
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    Muito avançado, sem ar condicionado - eu adoro.
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    No canal, que fica fora do restaurante,
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    há centenas de metros de canos em espiral.
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    Isto recolhe a temperatura do canal
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    e transforma-o numa troca de calor de 4 graus.
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    Não faço ideia de como funciona, mas paguei muito dinheiro por ele.
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    (Risos)
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    E o que é maravilhoso é que um dos cozinheiros que trabalha naquele restaurante
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    vive neste barco - é autónomo, gera a sua própria energia -
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    cultiva a sua própria fruta, e isso é fantástico.
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    Não há acidentes quanto aos nomes destes restaurantes.
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    Acorn House é o elemento da madeira, Waterhouse é o elemento da água,
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    e estou a pensar, bem vou mesmo fazer,
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    cinco restaurantes baseados
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    nas cinco especialidades da acupunctura na medicina chinesa.
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    Tenho água e madeira. Estou quase a fazer fogo.
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    Tenho ainda metal e terra a caminho.
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    Para isso, é preciso ter cuidado com o espaço.
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    Ok. Então este é o meu novo projecto.
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    Tem cinco semanas,
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    é o meu bebé, e dói muito.
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    O People's Supermarket (Supermercado do Povo).
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    Basicamente, os restaurantes só influenciam
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    pessoas que antes já acreditavam, de qualquer forma, no que eu fazia.
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    O que eu precisava era de fazer a comida chegar
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    a um rol mais extenso de pessoas.
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    Pessoas - talvez mais da classe trabalhadora -
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    ou pessoas que acreditam mesmo em cooperativas.
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    Esta é uma empresa social,
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    um supermercado não destinado a lucros.
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    É mesmo pela preocupação com a desconexão que há
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    entre comida, comunidades
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    nos espaços urbanos
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    e a sua relação com os agricultores rurais -
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    ligando as comunidades em Londres com os cultivadores rurais.
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    Muito importante.
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    Eu estou a comprometer-me com batatas, estou a comprometer-me com leite,
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    estou a comprometer-me com alhos-porros e bróculos - tudo coisas muito importantes.
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    Mantive os azulejos, mantive os pavimentos,
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    mantive a linha de telefone, tenho alguns frigoríficos reciclados,
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    tenho algumas caixas registadoras recicladas, tenho alguns carrinhos de chá reciclados.
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    Quero dizer, todo o projecto é super-sustentável.
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    Vou tentar e vou realmente fazer isto
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    o supermercado mais sustentável do mundo.
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    Nenhum desperdício de comida.
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    E não há ninguém a fazer isto ainda.
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    Por acaso, Sainbury's, se estão a ver,
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    podem tentar.
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    Eu vou lá chegar antes de vocês.
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    A Natureza não cria desperdício
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    não cria desperdício como tal.
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    Tudo na Natureza é usado num ciclo fechado e contínuo
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    com o desperdício a ser o fim do princípio.
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    E isso é algo que me tem inspirado desde há algum tempo.
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    E é uma afirmação que é importante compreender.
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    Se não nos insurgirmos
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    e fizermos a diferença
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    e pensarmos sobre comida sustentável,
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    pensem na sua natureza sustentável,
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    então talvez falhemos.
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    Mas - eu queria mostrar-vos
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    que conseguimos fazê-lo se formos mais responsáveis.
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    Os negócios com consciência ambiental são possíveis.
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    Estão aqui. Podem ver que já consegui fazer três até agora;
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    Tenho ainda mais alguns na manga.
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    A ideia é nova.
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    Eu penso que é importante.
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    Penso que se reduzirmos, reutilizarmos e recusarmos
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    e reciclarmos - mesmo ali no fim.
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    Reciclagem é o último ponto de vista que quero apresentar.
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    São os quatro R's, em vez dos três R's.
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    Assim penso que já estaremos num bom caminho.
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    Estes três não são perfeitos - são apenas ideias.
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    Penso que há muitos problemas ainda para vir,
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    mas com ajuda, estou certo que vou encontrar soluções.
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    E espero que vocês participem.
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    Muito obrigado.
Title:
Uma visão para restaurantes sustentáveis
Speaker:
Arthur Potts Dawson
Description:

Se já esteve na cozinha de um restaurante, viu muita comida, água e energia serem desperdiçadas. O cozinheiro Arthur Potts-Dawson partilha a sua visão muito pessoal de como reduzir drasticamente o desperdício dos restaurantes e supermercados - através de reciclagem, compostagem, técnicas sustentáveis para preparar comida (e boa comida).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
08:28
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A vision for sustainable restaurants
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A vision for sustainable restaurants
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A vision for sustainable restaurants
Joana Rodrigues added a translation

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