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JOAN JONAS: Nas peças de espelhos a ideia
principal é a visão dos espelhos no espaço
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e como eles estão refletindo
e como parecem.
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Isso é um espaço porque não tem
ninguém aqui?
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MULHER #1: Sim... (inaudível)
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JOAN JONAS: Ah, ok...
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O movimento é muito simples, não precisa
ser um artista especializado, mas tem
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que estar à vontade.
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Nós devíamos estabelecer um espaço
em que você deveria se mover.
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Eu tiro de muitas fontes.
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Literatura.
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Filmes.
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Mitos.
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Quando eu decidi mudar para a atuação era
nos anos '60 e eu nunca tinha feito
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nenhum trabalho de teatro.
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Então eu fiz workshops com Trisha Brown,
Yvonne Rainer, Steve Paxton.
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Uma ou duas aulas com alguns deles, para
aprender a se mover e estar em público.
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Ao mesmo tempo eu estava fazendo as
minhas próprias performances.
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Vocês dançam aí atrás na fileira de trás?
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Sim, atrás da última fileira.
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Tudo bem.
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Então só ande por aí.
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Ok.
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Isto é um ensaio de uma peça chamada Peça
do Espelho 1 que fiz originalmente em 1969
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Vocês estão nessas fileiras.
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No chão.
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Vocês levantam lentamente e vão para
a primeira posição para a improvisação.
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Esse é o segredo.
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Sempre mantenham os espelhos voltados
para o público, lembrem-se disso.
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Eu me inspirei em Borges para a primeira
peça, lendo Labirintos.
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O impulso original foi pegar as citações
sobre espelhos e memorizar e executar elas
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O espelho foi o veículo perfeito
para começar.
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Eu gosto do jeito que o público fica
inquieto se vendo no espelho.
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Eles não estão refletindo só o público,
estão refletindo o espaço
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e os outros artistas.
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Então eu gosto da dimensionalidade disso.
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Todo o meu trabalho, desde o começo,
envolveu lidar com um espaço.
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A peça toda é planejada tanto quanto
os movimentos.
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Como termina?
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Está planejado antes da hora.
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Evolui.
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Muito do meu trabalho é intuitivo.
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Muito tempo atrás, anos '60, quando eu
passava pela transição de escultura
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para teatro, eu fui para o sudeste pois
estava pesquisando sobre outras culturas
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e rituais.
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Eu vi Hopi Snake Dance.
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Eles usam máscaras.
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Isso não só transforma o corpo, mas
eles se tornam outra coisa.
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Máscaras me fazem sentir mais à vontade e
me permitiram criar um alter ego.
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Eu fui para o Japão.
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Eu fui muito ao teatro Noh e fui muito
influenciada por isso.
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Mel Orgânico, quando comecei esse projeto,
no começo dos anos '70,
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Eu comecei a desenhar para a câmera.
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Teatro me dá ideias para desenhos.
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Esse é o começo da minha coleção de
máscaras de tela.
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Eu gosto da visão dupla de ver
o rosto através da máscara.
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Quando eu estava construindo o personagem
de Mel Orgânico, eu fui à uma loja erótica
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e comprei uma máscara assim.
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Ela transforma o movimento do seu corpo.
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Significa que eu posso me movimentar de um
jeito diferente e me sentir diferente
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sobre meu corpo e sobre mim mesma.
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Eu fiz essa máscara em um verão e essa
máscara em outro verão.
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Essas eu uso em Reanimação.
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Eu estava trabalhando com paisagem e a
ideia do que acontece com os animais
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na paisagem e também o espírito
da paisagem.
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Então eu coloco a máscara e me torno
aquele espírito de certa forma.
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E então a música do Jason me inspira a me
movimentar de certa maneira.
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E isso é parte do nosso trabalho juntos.
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JASON MORAN: Eu não estava preparado para
o quão rigoroso é o processo.
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E Joan realmente trabalha no material
através do texto, imagens e seus
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movimentos, através das roupas, através
dos sons que ela irá fazer.
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Tem muita coisa acontecendo na mente dela
para fazer essas peças.
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E sabe, eu só apareço para tocar piano.
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Durante o verão que passamos, eu não
sei quantos...
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JOAN JONAS: Seis semanas.
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JASON MORAN: Seis semanas.
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JOAN JONAS: Todos os dias.
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JASON MORAN: Todos os dias, das nove às
cinco, sentado ao...
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Eu sentava ao piano...
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JOAN JONAS: Ele sentava ao piano, nós
tocávamos sete horas por dia.
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Eu amei, para mim, ter música ao vivo é
muito inspirador, me dá energia.
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E o Jason era mais novo, então.
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Então ele conseguia, mas ele me falou que
nunca tocou tanto piano na vida.
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Certo?
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JASON: Sim.
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De uma vez.
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JOAN JONAS: De uma vez.
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JASON MORAN: Porque tocar em uma garagem
de uma fábrica antiga em Dia Beacon.
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O som vai para todos os lugares.
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E eu não tinha tocado em lugares assim.
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Eu estava tentando fazer sons que pudessem
ressoar naquele lugar de forma que
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fizesse sentido.
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Então quando eu recaía em alguma coisa,
Joan dizia, bem, eu gosto disso.
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Para a última peça, Reanimação, eu tive
um fragmento de uma ideia,
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mas não iria fazer sentido até
nos encontrarmos.
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Eu apenas tirei um livro da
prateleira, sabe.
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Deveria ter sido Schubert ou algo
parecido e toquei de trás pra frente.
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E eu fiquei tipo, isso é muito perfeito.
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Então agora eu tenho um novo catálogo de
música que é todo, sabe, da Joan
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Música da Jonas.
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Músicas que escrevi para a Joan.
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JOAN JONAS: Eu trabalho alternando entre
performance e montagem e
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trabalho de vídeo autônomo.
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E cada um alimenta o outro.
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Eu recebo ideias da performance que eu
coloco no vídeo e ideias quando estou
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fazendo o vídeo que eu coloco
de volta nas performances.
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E tudo isso é parte da montagem.
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"É geralmente dito das pessoas com segunda
visão que suas almas saem do corpo
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Isso não acontece com a geleira.
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Mas a próxima vez que alguém olhar para
ela, o corpo saiu da geleira e não sobra
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nada, exceto a alma vestida no ar.
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Não seria a balsa na verdade a geleira?"
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Eu penso em diferentes maneiras em que
posso trazer imagens para a performance.
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Eu coloco um pouco de tinta na página e
coloco cubos de gelo na tinta para fazer
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essas configurações diferentes.
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Então cada vez sai diferente, eu nunca
sei exatamente como.
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Reanimação é baseada em um texto de
um autor islandês, Halldor Laxness.
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É sobre uma geleira.
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Então o assunto é neve e gelo
e natureza.
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Eu deveria ir na borda.
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Me permita, tem uma foto aqui.
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Eu fiz isso uma vez antes e eu
não quero decidir de novo.
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Apenas faça do mesmo jeito que eu fiz.
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Montagem significa um arranjo de
objetos e projeções.
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Eu desenhei cabeças de animais quando fui
à Noruega filmar a paisagem de Reanimação.
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Cabeças de animais na neve, baseadas em
meus desenhos de cachorro.
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Eu consigo fazer espontaneamente.
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Havia um aquário onde eu fui filmar
a paisagem norueguesa.
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E tinha peixes de águas locais.
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Eu queria lidar com o mundo aquoso porque
as geleiras estão derretendo.
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No ano anterior, eu tinha encontrado esse
livro sobre peixes japoneses.
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Eu tive essa ideia, eu tinha que fazer cem
desenhos de tinta.
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Ultimamente eu venho fazendo esses
desenhos usando o método Rorschach .
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Você coloca tinta em um lado da página e
dobra o papel.
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Eu deliberadamente faço uma configuração
que vai parecer um inseto.
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Estou ciente do que pode ser
interpretado das coisas.
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Eu não gosto de falar sobre simbolismo,
coloca muito significado.
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Eu gosto que seja o que é de uma
forma bem concreta.
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HOMEM #1: Todos nós conhecemos a história
da Helena de Troia.
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JOAN JONAS: Linhas na Areia é de um poema
sobre Helena indo para o Egito e não Troia
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Então ao invés de ir ao Egito, eu fui a
Las Vegas, como uma forma de representação
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da sensibilidade e
comercialismo americano.
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Encontramos essas recreações abandonadas
de estátuas egípcias.
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Eu tinha fotos da viagem da minha avó ao
Egito no começo do século 20
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e que representavam o Egito real.
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Dois Egitos, o real e Las Vegas, porque eu
queria me referir ao colonialismo
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em relação ao nosso envolvimento
com o Egito.
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Eu tinha uma fantasia e algumas coisas.
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E então aqui estamos em Luxor.
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JOAN JONAS: ...o motivo que nos trouxe
aqui.
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Seria a queda de Troia a razão?
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Pode-se acenar com mil navios contra um
beijo na noite?
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MULHER #1: Foi uma guerra comercial.
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JOAN JONAS: Outro vídeo era eu
desenhando no quadro negro.
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Novamente, desenhei com uma vara.
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Foi uma forma de estender meu corpo
na superfície do quadro negro.
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Eu sou muito interessada na ideia do
apagamento, desenhar e apagar.
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E eu desenhei e apaguei várias vezes o
Sphinx e a pirâmide, obcecada com
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uma imagem.
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Eu também desenhei isso na
performance.
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E o casal na cama baseado no
Épico do século VIII, O Táin.
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É um rei e uma rainha discutindo sobre
quem tem mais posses.
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MULHER #1: Continua sendo, meu marido, que
minha fortuna é maior que a sua.
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JOAN JONAS: Eu gosto de humor também.
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É meio engraçado, mas sério ao
mesmo tempo.
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Linhas na Areia tem a ver com como eles
faziam limites no Oriente Médio.
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Quando você desenha uma linha na areia,
você desafia alguém a andar em cima, mas
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também faz o limite entre países.
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A forma, o aroma.
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O sentimento das coisas.
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A realidade do presente.
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Muitas peças
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-Sua influência no passado.
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são baseadas em textos.
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-Sua influência no futuro.
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de séculos atrás.
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-Passado.
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Mas eu quero trazê-los ao presente.
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-Presente.
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Eles são poéticos.
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-Futuro.
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Mas políticos.