A globalização e o poder da destruição criativa | Tom Palmer | TEDxIbmec
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0:10 - 0:11Muito obrigado.
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0:11 - 0:16É difícil falar depois de alguém
como o Diogo Costa, -
0:16 - 0:18mas vou fazer o melhor possível.
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0:18 - 0:22Quero abordar a questão
da destruição criativa -
0:22 - 0:25num contexto um pouco diferente.
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0:25 - 0:28Foram apresentados muitos dados,
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0:28 - 0:30falarei rapidamente disso,
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0:30 - 0:33mas quero analisá-los
no contexto da globalização, -
0:33 - 0:36que é uma outra questão polêmica.
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0:36 - 0:39Muitos começam esta discussão supondo
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0:39 - 0:43que o termo “globalização”
tem uma conotação negativa. -
0:43 - 0:46Eu não acho que seja
ciência social de boa qualidade. -
0:46 - 0:50Deveríamos partir de uma conotação neutra,
e depois investigar, no mundo, -
0:50 - 0:55se algo tem impacto positivo ou negativo.
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0:55 - 0:59A abordagem habitual
para entender a globalização, -
0:59 - 1:02que não nos diz se ela é
uma coisa boa ou má, -
1:02 - 1:06é a de se referir à redução
ou à eliminação -
1:07 - 1:10das restrições impostas
pelo estado ao comércio -
1:10 - 1:12através das fronteiras políticas;
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1:12 - 1:14entre o Brasil e a Argentina, por exemplo,
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1:14 - 1:16ou entre os EUA e o Canadá,
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1:16 - 1:21ou o Japão e o Quênia;
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1:21 - 1:25e depois, ao sistema global,
cada vez mais complexo e integrado, -
1:25 - 1:30de trocas de comércio e produção,
que surgiu como consequência. -
1:30 - 1:33Isto não nos diz
se é uma coisa boa ou má, -
1:33 - 1:37mas é uma tendência
que podemos identificar no mundo. -
1:37 - 1:38Não é algo novo.
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1:38 - 1:42Fala-se em globalização há muito tempo.
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1:42 - 1:46O filósofo Demócrito de Abdera afirmou:
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1:46 - 1:49“Para um sábio, toda a Terra está aberta,
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1:49 - 1:54e a terra natal de uma boa alma
é a Terra inteira.” -
1:54 - 1:57Podemos indagar: “Isto está acelerando?”
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1:57 - 2:03Em vez de enchê-los com dados,
sugiro que vocês mesmos descubram. -
2:03 - 2:06Podem ir à internet.
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2:06 - 2:08Pela primeira vez
na história da humanidade, -
2:08 - 2:12dispomos de um sistema de informação
totalmente globalizado. -
2:12 - 2:15Eis algumas coisas que podem
ser verificadas pelo Google -
2:15 - 2:18ou outros mecanismos de busca.
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2:18 - 2:23O comércio internacional de bens,
em porcentagem do resultado econômico: -
2:23 - 2:25tem aumentado ou tem diminuído?
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2:25 - 2:28Dica: aumentado, muito acentuadamente.
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2:28 - 2:31Comércio internacional de serviços?
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2:31 - 2:35Isto é interessante porque,
em grande parte da história da humanidade, -
2:35 - 2:38os serviços não podiam ser
comercializados internacionalmente. -
2:38 - 2:42Não se podia cortar o cabelo
em um outro país, por exemplo, -
2:42 - 2:45ou ser massageado em outro continente,
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2:45 - 2:48mas hoje, cada vez mais,
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2:48 - 2:51os serviços podem ser
comercializados com o exterior. -
2:51 - 2:54Podemos ver o investimento estrangeiro,
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2:54 - 2:57isto é, investidores de um país
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2:57 - 3:02que possuem ativos
ou negócios em outros países. -
3:03 - 3:05A visita de turistas internacionais;
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3:05 - 3:08é algo raramente falado
no contexto econômico, -
3:08 - 3:12mas há uma curva incrivelmente ascendente
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3:12 - 3:16da quantidade de pessoas
que viajam pelo mundo. -
3:16 - 3:18Quando eu era jovem,
raramente via-se um turista chinês, -
3:18 - 3:21a menos que fosse de Taiwan ou Hong Kong.
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3:21 - 3:26Hoje, pessoas da China continental
fazem turismo no mundo todo, -
3:26 - 3:29e causam um enorme aumento
em viagens internacionais. -
3:29 - 3:33E, por fim, chamadas
telefônicas internacionais; -
3:33 - 3:39mais pessoas ligando para amigos,
vizinhos, familiares, em todo o planeta. -
3:39 - 3:44Estava em uma conferência como esta,
no Quênia, em Nairobi, -
3:44 - 3:47e um dos palestrantes perguntou algo.
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3:47 - 3:53Disse: “Quantos de vocês aqui têm
amigos em outros países?” -
3:54 - 3:57A maioria dos estudantes
do leste africano levantou as mãos. -
3:57 - 4:02Ele disse: “Vocês são a primeira geração
de quem se pode dizer isto. -
4:02 - 4:08Vocês têm amigos no Canadá, na Coreia,
na África do Sul e na Alemanha. -
4:08 - 4:11Isto nunca aconteceu.”
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4:11 - 4:14É uma enorme mudança no mundo,
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4:14 - 4:16e podemos medir isto.
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4:17 - 4:21Quero, entretanto, situar isto
num contexto cultural; -
4:21 - 4:26nem tanto pelo uso de dados econômicos
e como isto aumenta os padrões de vida, -
4:26 - 4:30mas geralmene ouvimos dizer
que isto é prejudicial à cultura. -
4:30 - 4:34Quero contar uma historinha
sobre as mulheres da Guatemala, -
4:34 - 4:38e as roupas que elas usam,
os tradicionais Huipil e Corté. -
4:38 - 4:44Huipil é uma espécie de camisa
para a parte superior do corpo, -
4:44 - 4:49e o Corté é uma saia que ela enrola
e dobra sobre si mesma. -
4:49 - 4:53Eu tive uma oportunidade
enorme na Guatemala. -
4:53 - 4:58Eu lecionava na Universidad
Francisco Marroquín, -
4:58 - 5:01e um dos professores lá é antropólogo.
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5:01 - 5:04Ele fez um grande convite:
"Sabe, a semana que vem, -
5:04 - 5:07vou visitar minha família
nas regiões montanhosas maias.” -
5:07 - 5:10Ele é de orígem indígena; é um maia.
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5:10 - 5:12Ele disse: “Gostaria de ir comigo?”
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5:12 - 5:14Ainda bem que eu disse que sim,
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5:14 - 5:18porque conheci uma parte do país
que de outra forma eu não visitaria. -
5:18 - 5:24Pude ver um modo diferente
de entender aquele país complexo. -
5:26 - 5:30Disse-me, enquanto viajávamos,
que recebia muitos estrangeiros -
5:30 - 5:32porque é um antropólogo,
-
5:32 - 5:37e tem visitantes de várias universidades
da França, Inglaterra, EUA, etc., -
5:37 - 5:39que querem “estudar” os indígenas,
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5:39 - 5:44e ele fala a língua maia,
o espanhol e o inglês. -
5:44 - 5:49Ele disse: “Eles reclamam
sempre de uma coisa,” -
5:49 - 5:53do fato das mulheres maias
não usarem Corté e Huipil -
5:53 - 5:55tão frequentemente quanto antes.
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5:56 - 5:59Dizem: “Dez anos atrás,
todas as mulheres os usavam. -
5:59 - 6:01Agora, não são muitas.”
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6:03 - 6:07Eles concluíram que as guatemaltecas
estavam sendo roubadas em sua cultura, -
6:07 - 6:10que elas eram vítimas da globalização.
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6:12 - 6:14Mas o interessante, segundo ele,
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6:14 - 6:21era nunca ter ouvido um estrangeiro
perguntar a uma guatemalteca -
6:21 - 6:26simplesmente: “Por que você
não se veste como sua avó?” -
6:27 - 6:30Isto pode parecer um pouco estranho
e talvez falta de educação, -
6:30 - 6:35mas cada vez mais mulheres indígenas
vestem roupas de uso diário -
6:35 - 6:39como as mulheres que se vê
nas cidades brasileiras, -
6:39 - 6:43e elas reservam seu Corté
para ocasiões especiais: -
6:43 - 6:49casamentos, para ir à igreja,
para eventos familiares especiais. -
6:51 - 6:56Entretanto, ele é um cientista
e fala a língua local. -
6:56 - 6:58Assim, ele perguntou a elas:
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6:58 - 7:01“Por que não usam o Corté?”
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7:01 - 7:05Disse: “Sempre recebo a mesma resposta,
de uma forma ou de outra. -
7:05 - 7:08Elas dizem que ficou muito dispendioso.
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7:09 - 7:11É muito caro.
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7:12 - 7:16É feito à mão, geralmente por mulheres,
-
7:16 - 7:19é tradicionalmente considerado
“um trabalho para mulheres”. -
7:19 - 7:22E leva muito tempo para ser feito.
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7:22 - 7:25É um trabalho de arte muito elaborado.
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7:27 - 7:32Para elas, o que significa dizer
que se tornou muito caro? -
7:32 - 7:34O que significa “caro”?
-
7:34 - 7:37Significa trabalhar mais para adquirir um.
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7:38 - 7:42Bem, é trabalhar ainda mais.
Para conseguir o quê? -
7:43 - 7:48Em termos econômicos,
significa que, pela primeira vez, -
7:48 - 7:53o valor do trabalho de uma mulher
indígena está aumentando. -
7:53 - 7:55É isto o que significa.
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7:55 - 7:58O valor do trabalho dela
está aumentando. -
7:58 - 8:04Ela poderia fazer um Corté
para si mesma e usá-lo no dia a dia, -
8:04 - 8:07trabalhando no campo,
realizando seu trabalho, -
8:07 - 8:11ou poderia confeccioná-lo e vendê-lo
para uma mulher na França. -
8:11 - 8:14É muito caro.
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8:14 - 8:18Com o dinheiro que ela ganhasse,
poderia comprar cinco ou seis trajes -
8:18 - 8:21como os que as brasileiras usam,
-
8:21 - 8:24e ter dinheiro suficiente
para comprar óculos, -
8:24 - 8:26para enxergar longe,
-
8:26 - 8:31comprar livros escolares
e sapatos para sua filha, -
8:31 - 8:35para ela ir à escola aprender
a ler e a escrever, -
8:35 - 8:38e poder comprar remédio
contra a febre da dengue, -
8:38 - 8:40que não têm na França e nos EUA,
-
8:40 - 8:43onde se queixam dessas coisas.
-
8:44 - 8:46Então, a questão é:
-
8:47 - 8:51sua vida ficou pior
-
8:51 - 8:57pela oportunidade de fazer negócios
com pessoas da França, dos EUA, -
8:57 - 9:00da Alemanha e de outros países?
-
9:01 - 9:04Agora ela pode comprar mais
com o seu trabalho, -
9:04 - 9:07e ela reserva seu Corté para ir à igreja,
-
9:07 - 9:09e não para o seu trabalho diário.
-
9:10 - 9:12E a outra questão é:
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9:12 - 9:17na visão de quem sua vida
tornou-se melhor ou pior? -
9:17 - 9:20Na visão do turista estrangeiro, piorou,
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9:20 - 9:24não se vê pessoas nativas
multicoloridas com frequência, -
9:24 - 9:27mas talvez, do ponto de vista dela,
seja uma melhoria. -
9:27 - 9:31Pessoalmente, ouvi
estrangeiros na Guatemala -
9:31 - 9:36reclamando ao verem indígenas sacarem
seus telefones celulares. -
9:36 - 9:40“Ah, estragou a experiência inteira!
Não era uma coisa autêntica!” -
9:40 - 9:43Esperavam que usassem
“sinais de fumaça” ou algo assim. -
9:43 - 9:44(Risos)
-
9:44 - 9:49Não gostaram, mas não raciocinaram
com a visão dos indígenas. -
9:49 - 9:52O que significa ter um telefone celular?
-
9:52 - 9:56Significa poder chamar
seu pais e falar com eles; -
9:56 - 10:00não ficar sabendo que sua mãe adoeceu
somente duas semanas depois -
10:00 - 10:03e que não teve tempo para visitá-la;
-
10:03 - 10:07receber um telefonema de seu pai:
“Sua mãe está doente, venha vê-la.” -
10:07 - 10:13Isto é algo positivo ou não,
do ponto de vista daquela pessoa? -
10:14 - 10:16Agora, se quiser analisar,
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10:16 - 10:21o que está acontecendo no mundo
é o processo de destruição criativa, -
10:21 - 10:24do ponto de vista econômico.
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10:24 - 10:28Joseph Schumpeter é um dos economistas
mais importantes do século passado. -
10:28 - 10:30Ele foi realmente um grande gênio,
-
10:30 - 10:36e estas são algumas das mais inteligentes
palavras já escritas na economia. -
10:36 - 10:40Tratam de uma perspectiva dinâmica,
não de uma visão estática: -
10:41 - 10:44“O problema que normalmente
está sendo visualizado -
10:44 - 10:48é como o capitalismo administra
as estruturas existentes, -
10:48 - 10:54ao passo que o problema relevante
é como ele as cria e as destrói.” -
10:54 - 10:58É um processo constante
de destruição criativa. -
10:58 - 11:00Acontece na economia,
-
11:00 - 11:05também acontece no contexto
da vida cultural, da vida artística. -
11:06 - 11:11Se desejar visualizá-la,
pensemos sobre a tecnologia. -
11:11 - 11:13Eis algo que está desaparecendo:
-
11:16 - 11:18cabines telefônicas.
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11:18 - 11:20Há algumas por aqui,
-
11:20 - 11:22mas estão desaparecendo
das cidades brasileiras. -
11:22 - 11:26Você não as encontra mais nos EUA,
-
11:26 - 11:29na Europa Ocidental nem no Japão.
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11:29 - 11:30A primeira vez em que notei,
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11:30 - 11:33estava em um hotel
a que sempre vou para dar palestra. -
11:33 - 11:35Alguém que trabalhava no hotel disse:
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11:35 - 11:37“Olhe para as paredes.
Parecem diferentes?” -
11:37 - 11:41Demorei um pouco para notar.
Estavam sem telefones. -
11:41 - 11:45Por quê? Agora todos têm um telefone.
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11:45 - 11:49Ele está no bolso; por que investiriam
em telefones comuns? -
11:49 - 11:52Eis o que substituiu os telefones.
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11:52 - 11:56Meu primeiro celular foi aquele do fim.
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11:56 - 11:59Parecia que eu falava
de um sapato gigante. -
11:59 - 12:00(Risos)
-
12:00 - 12:06Era um dispositivo enorme,
muito, muito caro, gigantesco. -
12:06 - 12:09Tinha que colocá-lo numa maleta especial.
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12:09 - 12:13Hoje, são tão pequenos
que se pode colocá-los no ouvido. -
12:14 - 12:16Isto transformou o mundo.
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12:17 - 12:21Bem, aqui está outro.
Alguns de vocês podem não ter usado isto. -
12:21 - 12:25Quando comecei a escrever,
eu o fazia com caneta e papel, -
12:25 - 12:29e depois eu datilografava
com uma máquina como esta. -
12:29 - 12:31Eu tinha uma Underwood 5.
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12:32 - 12:36Muitos não sabem como usá-la.
-
12:36 - 12:40Um amigo meu contou-me que seu filho,
quando tinha cinco anos, disse-lhe: -
12:40 - 12:43“Papai, tem algo estranho
que eu quero lhe mostrar.” -
12:43 - 12:44Ele disse: “O que é?”
-
12:44 - 12:47E o garoto: “É um computador,
mas ele não tem tela!” -
12:47 - 12:48(Risos)
-
12:48 - 12:50Ele não compreendeu, foi até lá e olhou:
-
12:50 - 12:53“Ah, sim. É uma máquina de escrever.
-
12:53 - 12:56Agora elas são mais vistas em museus.
-
12:56 - 13:00Vou lhes mostrar um grande avanço
na minha vida pessoal: -
13:00 - 13:04minha primeira ferramenta
IBM Correcting Selectric. -
13:04 - 13:06Ela era capaz de corrigir erros.
-
13:06 - 13:11Era preciso voltar digitando
e a letra era apagada. -
13:11 - 13:13Vocês não fazem ideia do avanço
que isto representou -
13:13 - 13:16para os que escreviam muito.
-
13:16 - 13:22Por falar em atrativos,
podia-se trocar a fonte de letras, -
13:23 - 13:24o tipo de letra usado.
-
13:24 - 13:26Compravam-se essas coisas caras.
-
13:26 - 13:29Era preciso retirá-la
e substituí-la por outra, -
13:29 - 13:32encaixá-la no lugar,
e depois escrever com ela. -
13:33 - 13:38Era assim que “tocávamos o barco”,
mas agora eu tenho um Macbook Pro, -
13:39 - 13:43e isto é melhor que a máquina de escrever.
-
13:43 - 13:46Mas lembrem-se: algo era destruído.
-
13:46 - 13:49Não existem mais fábricas
de máquinas de escrever. -
13:49 - 13:52Em toda cidade, havia onde
consertar máquinas de escrever. -
13:52 - 13:53Isto não existe mais.
-
13:53 - 13:57Há anos não vejo uma oficina de reparos
em máquina de escrever. -
13:57 - 13:59Quando jovem, cheguei a pensar
-
13:59 - 14:01em fazer manutenção
de máquina de escrever. -
14:01 - 14:04Imaginei: “Sempre haverá serviço.”
-
14:04 - 14:06Estou feliz por não ter
escolhido aquela carreira. -
14:06 - 14:08(Risos)
-
14:08 - 14:12Com o computador, posso fazer coisas
que não consigo na máquina de escrever, -
14:12 - 14:14como assistir a filmes.
-
14:14 - 14:17Se eu falasse com a máquina de escrever,
achariam que eu fiquei louco. -
14:17 - 14:20Falo o tempo todo
com o meu computador, -
14:20 - 14:24e ele me responde, através de alguém
que está em um outro país. -
14:25 - 14:27
Vejamos um outro exemplo. -
14:27 - 14:32Quando era um garoto, eu assistia
"Star Trek" com meu pai, na televisão, -
14:32 - 14:35o primeiro Star Trek,
-
14:35 - 14:40e eles tinham os maravilhosos dispositivos
que chamavam de “comunicadores”. -
14:40 - 14:45Você o abria e podia falar
com uma pessoa. É isso. -
14:45 - 14:49E era tudo o que se podia fazer:
falar com uma pessoa. -
14:49 - 14:52Eu pensei: “Puxa! É muito legal!”
-
14:52 - 14:56No futuro longínquo,
alguém terá um desse.” -
14:56 - 14:57(Risos)
-
14:57 - 14:59Bem, eu tenho um,
-
14:59 - 15:03e é bem melhor que aqueles
dos filmes de ficção científica, -
15:03 - 15:05voando entre as estrelas.
-
15:05 - 15:09Posso ver filmes, tocar música,
pagar contas, converter moedas, -
15:09 - 15:12eu posso ler jornais nele,
-
15:12 - 15:15posso fazer todas as coisas
que não podiam ser feitas -
15:15 - 15:18num comunicador da Star Trek.
-
15:19 - 15:22Não são apenas produtos
que estão sendo substituídos. -
15:22 - 15:25Também o estão modos de se fazer negócios.
-
15:25 - 15:29Imaginem, há 20 anos, discutir
sobre operações bancárias on-line. -
15:29 - 15:32“O que é isso?” As pessoas
não lhe entenderiam. -
15:32 - 15:35Transmissões de vídeos
ao vivo, via internet: -
15:36 - 15:38seus avós não entenderiam isso.
-
15:38 - 15:43Linhas aéreas com rede de conexões
que revolucionaram as viagens: -
15:43 - 15:47pessoas de baixa renda podem voar
devido a esta tremenda inovação. -
15:47 - 15:49E também as empresas:
-
15:49 - 15:54empresas também são constantemente
destruídas e criadas. -
15:54 - 15:57A Standard & Poors
mede as maiores empresas -
15:57 - 16:01pelo valor de “capitalização
de mercado” de suas ações. -
16:01 - 16:05Quantas empresas que estavam
entre as "Top 100 " em 1960 -
16:05 - 16:08estavam ainda nesta lista em 2012?
-
16:08 - 16:11Dez. Apenas dez.
-
16:11 - 16:18E 25% dessas Top 100
entraram na lista nos últimos anos. -
16:19 - 16:22Logo, as firmas surgem e desaparecem,
-
16:22 - 16:26deixando os negócios, sendo destruídas,
e sendo criadas para substituir outras. -
16:27 - 16:32Muitos focalizam a parte destrutiva
da destruição criativa. -
16:32 - 16:34Mas quão destrutiva ela é?
-
16:34 - 16:38Ela tem um saldo destrutivo?
Eu não acredito nisso. -
16:38 - 16:41Algum valor é destruído,
mas não é destruição pura, -
16:41 - 16:44porque ganha-se algo
que agrega mais valor. -
16:44 - 16:46É por isso que há substituição.
-
16:46 - 16:50Meu computador tem mais valor
do que uma grande máquina de escrever, -
16:50 - 16:52ele pode fazer mais coisas,
-
16:52 - 16:55e custa menos do que eu paguei
pela velha máquina de escrever. -
16:55 - 17:01Vou concluir: o que torna possível
a destruição criativa com valor agregado? -
17:01 - 17:04Temos uma boa ideia do que é isso.
-
17:04 - 17:06É a liberdade de empreendimento.
-
17:06 - 17:09O que significa a liberdade
de empreendimento? -
17:09 - 17:11É algo muito especial.
-
17:11 - 17:14É a liberdade de uma pessoa desconhecida;
-
17:14 - 17:20não a de uma determinada pessoa, em si,
mas a de pessoas estranhas, -
17:20 - 17:23que são chamadas de “geeks”.
-
17:23 - 17:27Os rapazes que criaram
a indústria de computadores -
17:27 - 17:31eram rapazes socialmente
estranhos e mal-ajustados. -
17:31 - 17:34Não conseguiam sair com garotas,
-
17:34 - 17:38porque tinham obsessão por rádios,
computadores e trabalhar na garagem. -
17:38 - 17:40Isto mudou.
-
17:41 - 17:44Eles descobriram que as garotas estavam
mais interessadas em sair com eles -
17:44 - 17:46depois que ficaram bilionários.
-
17:46 - 17:47(Risos)
-
17:47 - 17:50Friedrich Hayek afirmou claramente:
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17:50 - 17:54“O importante não é a liberdade
para o que eu gostaria de fazer, -
17:55 - 17:59mas sim a liberdade
de que alguém pode precisar -
17:59 - 18:01para fazer coisas benéficas à sociedade.
-
18:01 - 18:05E podemos garantir esta liberdade
à pessoa desconhecida -
18:05 - 18:07somente se ela for para todos."
-
18:08 - 18:10É um contexto econômico,
-
18:10 - 18:16mas tem raízes profundas
em nossa sociedade. -
18:16 - 18:20“A liberdade é revolucionária
porque é liberdade para todos”, -
18:20 - 18:24como disse claramente Joaquim Nabuco
no seu livro sobre abolicionismo. -
18:24 - 18:28“Você deve amar a liberdade dos outros.
-
18:28 - 18:33Quando você amar a liberdade dos outros,
você viverá em uma grande sociedade.” -
18:33 - 18:34Obrigado.
-
18:34 - 18:36(Aplausos)
- Title:
- A globalização e o poder da destruição criativa | Tom Palmer | TEDxIbmec
- Description:
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Tom Palmer fala sobre a globalização e a destruição criativa.
Tom Palmer é membro sênior do Cato Institute e diretor da Cato University. Palmer é o vice-presidente executivo dos programas internacionais da Atlas Network e é responsável por estabelecer programas operacionais em 14 línguas e por gerenciar programas para uma rede mundial de centros de reflexão. Antes de entrar no Cato foi bolsista da H. B. Earhart do Hertford College, Universidade de Oxford, e vice-presidente do Institute for Human Studies na George Mason University.Esta palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:50