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A globalização e o poder da destruição criativa | Tom Palmer | TEDxIbmec

  • 0:10 - 0:11
    Muito obrigado.
  • 0:11 - 0:16
    É difícil falar depois de alguém
    como o Diogo Costa,
  • 0:16 - 0:18
    mas vou fazer o melhor possível.
  • 0:18 - 0:22
    Quero abordar a questão
    da destruição criativa
  • 0:22 - 0:25
    num contexto um pouco diferente.
  • 0:25 - 0:28
    Foram apresentados muitos dados,
  • 0:28 - 0:30
    falarei rapidamente disso,
  • 0:30 - 0:33
    mas quero analisá-los
    no contexto da globalização,
  • 0:33 - 0:36
    que é uma outra questão polêmica.
  • 0:36 - 0:39
    Muitos começam esta discussão supondo
  • 0:39 - 0:43
    que o termo “globalização”
    tem uma conotação negativa.
  • 0:43 - 0:46
    Eu não acho que seja
    ciência social de boa qualidade.
  • 0:46 - 0:50
    Deveríamos partir de uma conotação neutra,
    e depois investigar, no mundo,
  • 0:50 - 0:55
    se algo tem impacto positivo ou negativo.
  • 0:55 - 0:59
    A abordagem habitual
    para entender a globalização,
  • 0:59 - 1:02
    que não nos diz se ela é
    uma coisa boa ou má,
  • 1:02 - 1:06
    é a de se referir à redução
    ou à eliminação
  • 1:07 - 1:10
    das restrições impostas
    pelo estado ao comércio
  • 1:10 - 1:12
    através das fronteiras políticas;
  • 1:12 - 1:14
    entre o Brasil e a Argentina, por exemplo,
  • 1:14 - 1:16
    ou entre os EUA e o Canadá,
  • 1:16 - 1:21
    ou o Japão e o Quênia;
  • 1:21 - 1:25
    e depois, ao sistema global,
    cada vez mais complexo e integrado,
  • 1:25 - 1:30
    de trocas de comércio e produção,
    que surgiu como consequência.
  • 1:30 - 1:33
    Isto não nos diz
    se é uma coisa boa ou má,
  • 1:33 - 1:37
    mas é uma tendência
    que podemos identificar no mundo.
  • 1:37 - 1:38
    Não é algo novo.
  • 1:38 - 1:42
    Fala-se em globalização há muito tempo.
  • 1:42 - 1:46
    O filósofo Demócrito de Abdera afirmou:
  • 1:46 - 1:49
    “Para um sábio, toda a Terra está aberta,
  • 1:49 - 1:54
    e a terra natal de uma boa alma
    é a Terra inteira.”
  • 1:54 - 1:57
    Podemos indagar: “Isto está acelerando?”
  • 1:57 - 2:03
    Em vez de enchê-los com dados,
    sugiro que vocês mesmos descubram.
  • 2:03 - 2:06
    Podem ir à internet.
  • 2:06 - 2:08
    Pela primeira vez
    na história da humanidade,
  • 2:08 - 2:12
    dispomos de um sistema de informação
    totalmente globalizado.
  • 2:12 - 2:15
    Eis algumas coisas que podem
    ser verificadas pelo Google
  • 2:15 - 2:18
    ou outros mecanismos de busca.
  • 2:18 - 2:23
    O comércio internacional de bens,
    em porcentagem do resultado econômico:
  • 2:23 - 2:25
    tem aumentado ou tem diminuído?
  • 2:25 - 2:28
    Dica: aumentado, muito acentuadamente.
  • 2:28 - 2:31
    Comércio internacional de serviços?
  • 2:31 - 2:35
    Isto é interessante porque,
    em grande parte da história da humanidade,
  • 2:35 - 2:38
    os serviços não podiam ser
    comercializados internacionalmente.
  • 2:38 - 2:42
    Não se podia cortar o cabelo
    em um outro país, por exemplo,
  • 2:42 - 2:45
    ou ser massageado em outro continente,
  • 2:45 - 2:48
    mas hoje, cada vez mais,
  • 2:48 - 2:51
    os serviços podem ser
    comercializados com o exterior.
  • 2:51 - 2:54
    Podemos ver o investimento estrangeiro,
  • 2:54 - 2:57
    isto é, investidores de um país
  • 2:57 - 3:02
    que possuem ativos
    ou negócios em outros países.
  • 3:03 - 3:05
    A visita de turistas internacionais;
  • 3:05 - 3:08
    é algo raramente falado
    no contexto econômico,
  • 3:08 - 3:12
    mas há uma curva incrivelmente ascendente
  • 3:12 - 3:16
    da quantidade de pessoas
    que viajam pelo mundo.
  • 3:16 - 3:18
    Quando eu era jovem,
    raramente via-se um turista chinês,
  • 3:18 - 3:21
    a menos que fosse de Taiwan ou Hong Kong.
  • 3:21 - 3:26
    Hoje, pessoas da China continental
    fazem turismo no mundo todo,
  • 3:26 - 3:29
    e causam um enorme aumento
    em viagens internacionais.
  • 3:29 - 3:33
    E, por fim, chamadas
    telefônicas internacionais;
  • 3:33 - 3:39
    mais pessoas ligando para amigos,
    vizinhos, familiares, em todo o planeta.
  • 3:39 - 3:44
    Estava em uma conferência como esta,
    no Quênia, em Nairobi,
  • 3:44 - 3:47
    e um dos palestrantes perguntou algo.
  • 3:47 - 3:53
    Disse: “Quantos de vocês aqui têm
    amigos em outros países?”
  • 3:54 - 3:57
    A maioria dos estudantes
    do leste africano levantou as mãos.
  • 3:57 - 4:02
    Ele disse: “Vocês são a primeira geração
    de quem se pode dizer isto.
  • 4:02 - 4:08
    Vocês têm amigos no Canadá, na Coreia,
    na África do Sul e na Alemanha.
  • 4:08 - 4:11
    Isto nunca aconteceu.”
  • 4:11 - 4:14
    É uma enorme mudança no mundo,
  • 4:14 - 4:16
    e podemos medir isto.
  • 4:17 - 4:21
    Quero, entretanto, situar isto
    num contexto cultural;
  • 4:21 - 4:26
    nem tanto pelo uso de dados econômicos
    e como isto aumenta os padrões de vida,
  • 4:26 - 4:30
    mas geralmene ouvimos dizer
    que isto é prejudicial à cultura.
  • 4:30 - 4:34
    Quero contar uma historinha
    sobre as mulheres da Guatemala,
  • 4:34 - 4:38
    e as roupas que elas usam,
    os tradicionais Huipil e Corté.
  • 4:38 - 4:44
    Huipil é uma espécie de camisa
    para a parte superior do corpo,
  • 4:44 - 4:49
    e o Corté é uma saia que ela enrola
    e dobra sobre si mesma.
  • 4:49 - 4:53
    Eu tive uma oportunidade
    enorme na Guatemala.
  • 4:53 - 4:58
    Eu lecionava na Universidad
    Francisco Marroquín,
  • 4:58 - 5:01
    e um dos professores lá é antropólogo.
  • 5:01 - 5:04
    Ele fez um grande convite:
    "Sabe, a semana que vem,
  • 5:04 - 5:07
    vou visitar minha família
    nas regiões montanhosas maias.”
  • 5:07 - 5:10
    Ele é de orígem indígena; é um maia.
  • 5:10 - 5:12
    Ele disse: “Gostaria de ir comigo?”
  • 5:12 - 5:14
    Ainda bem que eu disse que sim,
  • 5:14 - 5:18
    porque conheci uma parte do país
    que de outra forma eu não visitaria.
  • 5:18 - 5:24
    Pude ver um modo diferente
    de entender aquele país complexo.
  • 5:26 - 5:30
    Disse-me, enquanto viajávamos,
    que recebia muitos estrangeiros
  • 5:30 - 5:32
    porque é um antropólogo,
  • 5:32 - 5:37
    e tem visitantes de várias universidades
    da França, Inglaterra, EUA, etc.,
  • 5:37 - 5:39
    que querem “estudar” os indígenas,
  • 5:39 - 5:44
    e ele fala a língua maia,
    o espanhol e o inglês.
  • 5:44 - 5:49
    Ele disse: “Eles reclamam
    sempre de uma coisa,”
  • 5:49 - 5:53
    do fato das mulheres maias
    não usarem Corté e Huipil
  • 5:53 - 5:55
    tão frequentemente quanto antes.
  • 5:56 - 5:59
    Dizem: “Dez anos atrás,
    todas as mulheres os usavam.
  • 5:59 - 6:01
    Agora, não são muitas.”
  • 6:03 - 6:07
    Eles concluíram que as guatemaltecas
    estavam sendo roubadas em sua cultura,
  • 6:07 - 6:10
    que elas eram vítimas da globalização.
  • 6:12 - 6:14
    Mas o interessante, segundo ele,
  • 6:14 - 6:21
    era nunca ter ouvido um estrangeiro
    perguntar a uma guatemalteca
  • 6:21 - 6:26
    simplesmente: “Por que você
    não se veste como sua avó?”
  • 6:27 - 6:30
    Isto pode parecer um pouco estranho
    e talvez falta de educação,
  • 6:30 - 6:35
    mas cada vez mais mulheres indígenas
    vestem roupas de uso diário
  • 6:35 - 6:39
    como as mulheres que se vê
    nas cidades brasileiras,
  • 6:39 - 6:43
    e elas reservam seu Corté
    para ocasiões especiais:
  • 6:43 - 6:49
    casamentos, para ir à igreja,
    para eventos familiares especiais.
  • 6:51 - 6:56
    Entretanto, ele é um cientista
    e fala a língua local.
  • 6:56 - 6:58
    Assim, ele perguntou a elas:
  • 6:58 - 7:01
    “Por que não usam o Corté?”
  • 7:01 - 7:05
    Disse: “Sempre recebo a mesma resposta,
    de uma forma ou de outra.
  • 7:05 - 7:08
    Elas dizem que ficou muito dispendioso.
  • 7:09 - 7:11
    É muito caro.
  • 7:12 - 7:16
    É feito à mão, geralmente por mulheres,
  • 7:16 - 7:19
    é tradicionalmente considerado
    “um trabalho para mulheres”.
  • 7:19 - 7:22
    E leva muito tempo para ser feito.
  • 7:22 - 7:25
    É um trabalho de arte muito elaborado.
  • 7:27 - 7:32
    Para elas, o que significa dizer
    que se tornou muito caro?
  • 7:32 - 7:34
    O que significa “caro”?
  • 7:34 - 7:37
    Significa trabalhar mais para adquirir um.
  • 7:38 - 7:42
    Bem, é trabalhar ainda mais.
    Para conseguir o quê?
  • 7:43 - 7:48
    Em termos econômicos,
    significa que, pela primeira vez,
  • 7:48 - 7:53
    o valor do trabalho de uma mulher
    indígena está aumentando.
  • 7:53 - 7:55
    É isto o que significa.
  • 7:55 - 7:58
    O valor do trabalho dela
    está aumentando.
  • 7:58 - 8:04
    Ela poderia fazer um Corté
    para si mesma e usá-lo no dia a dia,
  • 8:04 - 8:07
    trabalhando no campo,
    realizando seu trabalho,
  • 8:07 - 8:11
    ou poderia confeccioná-lo e vendê-lo
    para uma mulher na França.
  • 8:11 - 8:14
    É muito caro.
  • 8:14 - 8:18
    Com o dinheiro que ela ganhasse,
    poderia comprar cinco ou seis trajes
  • 8:18 - 8:21
    como os que as brasileiras usam,
  • 8:21 - 8:24
    e ter dinheiro suficiente
    para comprar óculos,
  • 8:24 - 8:26
    para enxergar longe,
  • 8:26 - 8:31
    comprar livros escolares
    e sapatos para sua filha,
  • 8:31 - 8:35
    para ela ir à escola aprender
    a ler e a escrever,
  • 8:35 - 8:38
    e poder comprar remédio
    contra a febre da dengue,
  • 8:38 - 8:40
    que não têm na França e nos EUA,
  • 8:40 - 8:43
    onde se queixam dessas coisas.
  • 8:44 - 8:46
    Então, a questão é:
  • 8:47 - 8:51
    sua vida ficou pior
  • 8:51 - 8:57
    pela oportunidade de fazer negócios
    com pessoas da França, dos EUA,
  • 8:57 - 9:00
    da Alemanha e de outros países?
  • 9:01 - 9:04
    Agora ela pode comprar mais
    com o seu trabalho,
  • 9:04 - 9:07
    e ela reserva seu Corté para ir à igreja,
  • 9:07 - 9:09
    e não para o seu trabalho diário.
  • 9:10 - 9:12
    E a outra questão é:
  • 9:12 - 9:17
    na visão de quem sua vida
    tornou-se melhor ou pior?
  • 9:17 - 9:20
    Na visão do turista estrangeiro, piorou,
  • 9:20 - 9:24
    não se vê pessoas nativas
    multicoloridas com frequência,
  • 9:24 - 9:27
    mas talvez, do ponto de vista dela,
    seja uma melhoria.
  • 9:27 - 9:31
    Pessoalmente, ouvi
    estrangeiros na Guatemala
  • 9:31 - 9:36
    reclamando ao verem indígenas sacarem
    seus telefones celulares.
  • 9:36 - 9:40
    “Ah, estragou a experiência inteira!
    Não era uma coisa autêntica!”
  • 9:40 - 9:43
    Esperavam que usassem
    “sinais de fumaça” ou algo assim.
  • 9:43 - 9:44
    (Risos)
  • 9:44 - 9:49
    Não gostaram, mas não raciocinaram
    com a visão dos indígenas.
  • 9:49 - 9:52
    O que significa ter um telefone celular?
  • 9:52 - 9:56
    Significa poder chamar
    seu pais e falar com eles;
  • 9:56 - 10:00
    não ficar sabendo que sua mãe adoeceu
    somente duas semanas depois
  • 10:00 - 10:03
    e que não teve tempo para visitá-la;
  • 10:03 - 10:07
    receber um telefonema de seu pai:
    “Sua mãe está doente, venha vê-la.”
  • 10:07 - 10:13
    Isto é algo positivo ou não,
    do ponto de vista daquela pessoa?
  • 10:14 - 10:16
    Agora, se quiser analisar,
  • 10:16 - 10:21
    o que está acontecendo no mundo
    é o processo de destruição criativa,
  • 10:21 - 10:24
    do ponto de vista econômico.
  • 10:24 - 10:28
    Joseph Schumpeter é um dos economistas
    mais importantes do século passado.
  • 10:28 - 10:30
    Ele foi realmente um grande gênio,
  • 10:30 - 10:36
    e estas são algumas das mais inteligentes
    palavras já escritas na economia.
  • 10:36 - 10:40
    Tratam de uma perspectiva dinâmica,
    não de uma visão estática:
  • 10:41 - 10:44
    “O problema que normalmente
    está sendo visualizado
  • 10:44 - 10:48
    é como o capitalismo administra
    as estruturas existentes,
  • 10:48 - 10:54
    ao passo que o problema relevante
    é como ele as cria e as destrói.”
  • 10:54 - 10:58
    É um processo constante
    de destruição criativa.
  • 10:58 - 11:00
    Acontece na economia,
  • 11:00 - 11:05
    também acontece no contexto
    da vida cultural, da vida artística.
  • 11:06 - 11:11
    Se desejar visualizá-la,
    pensemos sobre a tecnologia.
  • 11:11 - 11:13
    Eis algo que está desaparecendo:
  • 11:16 - 11:18
    cabines telefônicas.
  • 11:18 - 11:20
    Há algumas por aqui,
  • 11:20 - 11:22
    mas estão desaparecendo
    das cidades brasileiras.
  • 11:22 - 11:26
    Você não as encontra mais nos EUA,
  • 11:26 - 11:29
    na Europa Ocidental nem no Japão.
  • 11:29 - 11:30
    A primeira vez em que notei,
  • 11:30 - 11:33
    estava em um hotel
    a que sempre vou para dar palestra.
  • 11:33 - 11:35
    Alguém que trabalhava no hotel disse:
  • 11:35 - 11:37
    “Olhe para as paredes.
    Parecem diferentes?”
  • 11:37 - 11:41
    Demorei um pouco para notar.
    Estavam sem telefones.
  • 11:41 - 11:45
    Por quê? Agora todos têm um telefone.
  • 11:45 - 11:49
    Ele está no bolso; por que investiriam
    em telefones comuns?
  • 11:49 - 11:52
    Eis o que substituiu os telefones.
  • 11:52 - 11:56
    Meu primeiro celular foi aquele do fim.
  • 11:56 - 11:59
    Parecia que eu falava
    de um sapato gigante.
  • 11:59 - 12:00
    (Risos)
  • 12:00 - 12:06
    Era um dispositivo enorme,
    muito, muito caro, gigantesco.
  • 12:06 - 12:09
    Tinha que colocá-lo numa maleta especial.
  • 12:09 - 12:13
    Hoje, são tão pequenos
    que se pode colocá-los no ouvido.
  • 12:14 - 12:16
    Isto transformou o mundo.
  • 12:17 - 12:21
    Bem, aqui está outro.
    Alguns de vocês podem não ter usado isto.
  • 12:21 - 12:25
    Quando comecei a escrever,
    eu o fazia com caneta e papel,
  • 12:25 - 12:29
    e depois eu datilografava
    com uma máquina como esta.
  • 12:29 - 12:31
    Eu tinha uma Underwood 5.
  • 12:32 - 12:36
    Muitos não sabem como usá-la.
  • 12:36 - 12:40
    Um amigo meu contou-me que seu filho,
    quando tinha cinco anos, disse-lhe:
  • 12:40 - 12:43
    “Papai, tem algo estranho
    que eu quero lhe mostrar.”
  • 12:43 - 12:44
    Ele disse: “O que é?”
  • 12:44 - 12:47
    E o garoto: “É um computador,
    mas ele não tem tela!”
  • 12:47 - 12:48
    (Risos)
  • 12:48 - 12:50
    Ele não compreendeu, foi até lá e olhou:
  • 12:50 - 12:53
    “Ah, sim. É uma máquina de escrever.
  • 12:53 - 12:56
    Agora elas são mais vistas em museus.
  • 12:56 - 13:00
    Vou lhes mostrar um grande avanço
    na minha vida pessoal:
  • 13:00 - 13:04
    minha primeira ferramenta
    IBM Correcting Selectric.
  • 13:04 - 13:06
    Ela era capaz de corrigir erros.
  • 13:06 - 13:11
    Era preciso voltar digitando
    e a letra era apagada.
  • 13:11 - 13:13
    Vocês não fazem ideia do avanço
    que isto representou
  • 13:13 - 13:16
    para os que escreviam muito.
  • 13:16 - 13:22
    Por falar em atrativos,
    podia-se trocar a fonte de letras,
  • 13:23 - 13:24
    o tipo de letra usado.
  • 13:24 - 13:26
    Compravam-se essas coisas caras.
  • 13:26 - 13:29
    Era preciso retirá-la
    e substituí-la por outra,
  • 13:29 - 13:32
    encaixá-la no lugar,
    e depois escrever com ela.
  • 13:33 - 13:38
    Era assim que “tocávamos o barco”,
    mas agora eu tenho um Macbook Pro,
  • 13:39 - 13:43
    e isto é melhor que a máquina de escrever.
  • 13:43 - 13:46
    Mas lembrem-se: algo era destruído.
  • 13:46 - 13:49
    Não existem mais fábricas
    de máquinas de escrever.
  • 13:49 - 13:52
    Em toda cidade, havia onde
    consertar máquinas de escrever.
  • 13:52 - 13:53
    Isto não existe mais.
  • 13:53 - 13:57
    Há anos não vejo uma oficina de reparos
    em máquina de escrever.
  • 13:57 - 13:59
    Quando jovem, cheguei a pensar
  • 13:59 - 14:01
    em fazer manutenção
    de máquina de escrever.
  • 14:01 - 14:04
    Imaginei: “Sempre haverá serviço.”
  • 14:04 - 14:06
    Estou feliz por não ter
    escolhido aquela carreira.
  • 14:06 - 14:08
    (Risos)
  • 14:08 - 14:12
    Com o computador, posso fazer coisas
    que não consigo na máquina de escrever,
  • 14:12 - 14:14
    como assistir a filmes.
  • 14:14 - 14:17
    Se eu falasse com a máquina de escrever,
    achariam que eu fiquei louco.
  • 14:17 - 14:20
    Falo o tempo todo
    com o meu computador,
  • 14:20 - 14:24
    e ele me responde, através de alguém
    que está em um outro país.
  • 14:25 - 14:27

    Vejamos um outro exemplo.
  • 14:27 - 14:32
    Quando era um garoto, eu assistia
    "Star Trek" com meu pai, na televisão,
  • 14:32 - 14:35
    o primeiro Star Trek,
  • 14:35 - 14:40
    e eles tinham os maravilhosos dispositivos
    que chamavam de “comunicadores”.
  • 14:40 - 14:45
    Você o abria e podia falar
    com uma pessoa. É isso.
  • 14:45 - 14:49
    E era tudo o que se podia fazer:
    falar com uma pessoa.
  • 14:49 - 14:52
    Eu pensei: “Puxa! É muito legal!”
  • 14:52 - 14:56
    No futuro longínquo,
    alguém terá um desse.”
  • 14:56 - 14:57
    (Risos)
  • 14:57 - 14:59
    Bem, eu tenho um,
  • 14:59 - 15:03
    e é bem melhor que aqueles
    dos filmes de ficção científica,
  • 15:03 - 15:05
    voando entre as estrelas.
  • 15:05 - 15:09
    Posso ver filmes, tocar música,
    pagar contas, converter moedas,
  • 15:09 - 15:12
    eu posso ler jornais nele,
  • 15:12 - 15:15
    posso fazer todas as coisas
    que não podiam ser feitas
  • 15:15 - 15:18
    num comunicador da Star Trek.
  • 15:19 - 15:22
    Não são apenas produtos
    que estão sendo substituídos.
  • 15:22 - 15:25
    Também o estão modos de se fazer negócios.
  • 15:25 - 15:29
    Imaginem, há 20 anos, discutir
    sobre operações bancárias on-line.
  • 15:29 - 15:32
    “O que é isso?” As pessoas
    não lhe entenderiam.
  • 15:32 - 15:35
    Transmissões de vídeos
    ao vivo, via internet:
  • 15:36 - 15:38
    seus avós não entenderiam isso.
  • 15:38 - 15:43
    Linhas aéreas com rede de conexões
    que revolucionaram as viagens:
  • 15:43 - 15:47
    pessoas de baixa renda podem voar
    devido a esta tremenda inovação.
  • 15:47 - 15:49
    E também as empresas:
  • 15:49 - 15:54
    empresas também são constantemente
    destruídas e criadas.
  • 15:54 - 15:57
    A Standard & Poors
    mede as maiores empresas
  • 15:57 - 16:01
    pelo valor de “capitalização
    de mercado” de suas ações.
  • 16:01 - 16:05
    Quantas empresas que estavam
    entre as "Top 100 " em 1960
  • 16:05 - 16:08
    estavam ainda nesta lista em 2012?
  • 16:08 - 16:11
    Dez. Apenas dez.
  • 16:11 - 16:18
    E 25% dessas Top 100
    entraram na lista nos últimos anos.
  • 16:19 - 16:22
    Logo, as firmas surgem e desaparecem,
  • 16:22 - 16:26
    deixando os negócios, sendo destruídas,
    e sendo criadas para substituir outras.
  • 16:27 - 16:32
    Muitos focalizam a parte destrutiva
    da destruição criativa.
  • 16:32 - 16:34
    Mas quão destrutiva ela é?
  • 16:34 - 16:38
    Ela tem um saldo destrutivo?
    Eu não acredito nisso.
  • 16:38 - 16:41
    Algum valor é destruído,
    mas não é destruição pura,
  • 16:41 - 16:44
    porque ganha-se algo
    que agrega mais valor.
  • 16:44 - 16:46
    É por isso que há substituição.
  • 16:46 - 16:50
    Meu computador tem mais valor
    do que uma grande máquina de escrever,
  • 16:50 - 16:52
    ele pode fazer mais coisas,
  • 16:52 - 16:55
    e custa menos do que eu paguei
    pela velha máquina de escrever.
  • 16:55 - 17:01
    Vou concluir: o que torna possível
    a destruição criativa com valor agregado?
  • 17:01 - 17:04
    Temos uma boa ideia do que é isso.
  • 17:04 - 17:06
    É a liberdade de empreendimento.
  • 17:06 - 17:09
    O que significa a liberdade
    de empreendimento?
  • 17:09 - 17:11
    É algo muito especial.
  • 17:11 - 17:14
    É a liberdade de uma pessoa desconhecida;
  • 17:14 - 17:20
    não a de uma determinada pessoa, em si,
    mas a de pessoas estranhas,
  • 17:20 - 17:23
    que são chamadas de “geeks”.
  • 17:23 - 17:27
    Os rapazes que criaram
    a indústria de computadores
  • 17:27 - 17:31
    eram rapazes socialmente
    estranhos e mal-ajustados.
  • 17:31 - 17:34
    Não conseguiam sair com garotas,
  • 17:34 - 17:38
    porque tinham obsessão por rádios,
    computadores e trabalhar na garagem.
  • 17:38 - 17:40
    Isto mudou.
  • 17:41 - 17:44
    Eles descobriram que as garotas estavam
    mais interessadas em sair com eles
  • 17:44 - 17:46
    depois que ficaram bilionários.
  • 17:46 - 17:47
    (Risos)
  • 17:47 - 17:50
    Friedrich Hayek afirmou claramente:
  • 17:50 - 17:54
    “O importante não é a liberdade
    para o que eu gostaria de fazer,
  • 17:55 - 17:59
    mas sim a liberdade
    de que alguém pode precisar
  • 17:59 - 18:01
    para fazer coisas benéficas à sociedade.
  • 18:01 - 18:05
    E podemos garantir esta liberdade
    à pessoa desconhecida
  • 18:05 - 18:07
    somente se ela for para todos."
  • 18:08 - 18:10
    É um contexto econômico,
  • 18:10 - 18:16
    mas tem raízes profundas
    em nossa sociedade.
  • 18:16 - 18:20
    “A liberdade é revolucionária
    porque é liberdade para todos”,
  • 18:20 - 18:24
    como disse claramente Joaquim Nabuco
    no seu livro sobre abolicionismo.
  • 18:24 - 18:28
    “Você deve amar a liberdade dos outros.
  • 18:28 - 18:33
    Quando você amar a liberdade dos outros,
    você viverá em uma grande sociedade.”
  • 18:33 - 18:34
    Obrigado.
  • 18:34 - 18:36
    (Aplausos)
Title:
A globalização e o poder da destruição criativa | Tom Palmer | TEDxIbmec
Description:

Tom Palmer fala sobre a globalização e a destruição criativa.
Tom Palmer é membro sênior do Cato Institute e diretor da Cato University. Palmer é o vice-presidente executivo dos programas internacionais da Atlas Network e é responsável por estabelecer programas operacionais em 14 línguas e por gerenciar programas para uma rede mundial de centros de reflexão. Antes de entrar no Cato foi bolsista da H. B. Earhart do Hertford College, Universidade de Oxford, e vice-presidente do Institute for Human Studies na George Mason University.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:50

Portuguese, Brazilian subtitles

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