< Return to Video

O Índice de Planeta Feliz

  • 0:02 - 0:06
    Martin Luther King não disse:
  • 0:06 - 0:08
    "Eu tive um pesadelo"
  • 0:08 - 0:11
    quando inspirou o movimento
    dos direitos civis.
  • 0:11 - 0:13
    Ele disse: "Eu tive um sonho."
  • 0:14 - 0:16
    E eu tive um sonho.
  • 0:16 - 0:19
    Sonhei que podíamos deixar de pensar
  • 0:19 - 0:21
    que o futuro vai ser um pesadelo,
  • 0:21 - 0:23
    e isso não vai ser fácil,
  • 0:23 - 0:26
    porque, se pensarmos
  • 0:26 - 0:30
    em qualquer filme
    de êxito de bilheteira recente,
  • 0:30 - 0:32
    quase todos têm visões para a humanidade
  • 0:32 - 0:34
    que são apocalípticas.
  • 0:34 - 0:36
    Eu penso que este filme, "A Estrada",
  • 0:36 - 0:39
    é uma das visões mais duras
    dos tempos modernos.
  • 0:39 - 0:41
    É um bela filme,
  • 0:41 - 0:43
    mas tudo é desolador,
  • 0:43 - 0:45
    está tudo morto.
  • 0:46 - 0:48
    Há apenas um pai e um filho
  • 0:48 - 0:51
    a tentar sobreviver
    andando ao longo da estrada.
  • 0:51 - 0:53
    Penso que o movimento ambientalista
  • 0:53 - 0:55
    de que eu faço parte
  • 0:55 - 0:59
    tem sido cúmplice na criação
    desta visão do futuro.
  • 0:59 - 1:01
    Durante demasiado tempo,
  • 1:01 - 1:03
    temos descrito uma visão negra
  • 1:03 - 1:05
    sobre o que vai acontecer.
  • 1:05 - 1:08
    Temo-nos concentrado
    no pior cenário possível.
  • 1:08 - 1:10
    Concentrámo-nos nos problemas
  • 1:10 - 1:13
    e não temos pensado
    suficientemente nas soluções.
  • 1:14 - 1:16
    Temos usado o medo, se quiserem,
  • 1:16 - 1:19
    para chamar a atenção das pessoas.
  • 1:19 - 1:22
    Qualquer psicólogo nos dirá
  • 1:22 - 1:26
    que o medo, no organismo,
    está ligado ao mecanismo da fuga.
  • 1:26 - 1:29
    Faz parte do mecanismo de luta e de fuga
  • 1:29 - 1:31
    de um animal, quando está assustado.
  • 1:32 - 1:34
    Pensem num veado.
  • 1:34 - 1:38
    Um veado paralisa totalmente,
    preparado para fugir.
  • 1:38 - 1:40
    Eu acho que é isso que estamos a fazer
  • 1:40 - 1:43
    quando pedimos às pessoas
    para se juntarem a nós
  • 1:43 - 1:46
    no que respeita à degradação ambiental
    e à alteração climática.
  • 1:46 - 1:49
    As pessoas estão a ficar
    bloqueadas e a fugir
  • 1:49 - 1:51
    porque estamos a usar o medo.
  • 1:51 - 1:54
    Penso que o movimento ambientalista
    tem que amadurecer
  • 1:54 - 1:58
    e começar a pensar
    no que significa o progresso.
  • 1:58 - 2:01
    Como é que seria se melhorássemos
    a condição humana?
  • 2:01 - 2:03
    Penso que um dos problemas que enfrentamos
  • 2:03 - 2:06
    é que as únicas pessoas
    que definiram os mercados,
  • 2:06 - 2:08
    em termos de progresso,
  • 2:08 - 2:11
    têm uma definição financeira
    do que é o progresso,
  • 2:11 - 2:14
    uma definição económica
    do que é o progresso,
  • 2:14 - 2:16
    que, de certa forma,
  • 2:16 - 2:18
    se conseguirmos fazer subir
    os números certos,
  • 2:18 - 2:21
    vamos ficar numa situação melhor,
  • 2:21 - 2:23
    quer sejam indicadores da bolsa,
  • 2:23 - 2:26
    quer seja o Produto Interno Bruto
    e o crescimento económico,
  • 2:27 - 2:29
    que, de certa forma,
    a vida vai ser melhor.
  • 2:30 - 2:32
    Isto é um certo apelo à ganância humana
  • 2:33 - 2:34
    em vez dum apelo ao medo
  • 2:34 - 2:36
    — que mais é melhor.
  • 2:36 - 2:39
    No mundo ocidental, temos que chegue.
  • 2:39 - 2:42
    Talvez em algumas partes do mundo não,
    mas nós temos que chegue.
  • 2:42 - 2:45
    Já sabemos há muito tempo
    que isto não é uma boa medida
  • 2:45 - 2:47
    de bem-estar das nações.
  • 2:47 - 2:50
    De facto, o arquiteto do nosso sistema
    nacional contabilístico,
  • 2:51 - 2:53
    Simon Kuznets, nos anos 30, disse:
  • 2:54 - 2:55
    "O bem-estar de uma nação
  • 2:55 - 2:58
    "não pode ser inferido
    pelo rendimento nacional."
  • 2:58 - 3:01
    Mas nós criámos
    um sistema nacional contabilístico
  • 3:01 - 3:03
    que está firmemente baseado na produção
  • 3:03 - 3:05
    e na produção das coisas.
  • 3:05 - 3:08
    Claro, isto provavelmente é histórico,
    e já teve a sua época.
  • 3:08 - 3:10
    Na II Guerra Mundial, precisámos
    de produzir muitas coisas.
  • 3:10 - 3:13
    De facto, fomos bem-sucedidos
    a produzir certas coisas
  • 3:13 - 3:17
    porque boa parte da Europa foi destruída
    e depois tivemos que a reconstruir.
  • 3:17 - 3:19
    Por isso, o nosso sistema
    nacional contabilístico
  • 3:19 - 3:21
    fixou-se naquilo que podemos produzir.
  • 3:22 - 3:25
    Mas já em 1968,
  • 3:25 - 3:28
    este homem visionário, Robert Kennedy,
  • 3:28 - 3:31
    no início da sua malfadada
    campanha presidencial,
  • 3:31 - 3:33
    fez o discurso mais eloquente
  • 3:33 - 3:36
    de desconstrução do produto interno bruto
  • 3:36 - 3:38
    que jamais foi feito.
  • 3:38 - 3:40
    Acabou o seu discurso com esta frase:
  • 3:40 - 3:42
    "O produto interno bruto
  • 3:42 - 3:46
    "mede tudo exceto aquilo
    que dá valor à vida."
  • 3:47 - 3:49
    Isto faz algum sentido?
  • 3:49 - 3:54
    A nossa principal medida de progresso
    na sociedade mede tudo,
  • 3:55 - 3:58
    exceto aquilo que dá valor à vida?
  • 3:58 - 4:01
    Acredito que, se Kennedy fosse vivo hoje,
  • 4:01 - 4:04
    ele estaria a pedir a estatísticos como eu
  • 4:04 - 4:08
    para procurar e descobrir
    o que dá valor à vida.
  • 4:08 - 4:10
    Estaria a pedir-nos para recriarmos
  • 4:10 - 4:12
    o nosso sistema nacional de contabilidade
  • 4:12 - 4:14
    para que ele se baseasse
  • 4:14 - 4:17
    em coisas tão importantes
    como a justiça social,
  • 4:17 - 4:20
    a sustentabilidade
    e o bem-estar das pessoas.
  • 4:21 - 4:23
    Na verdade, os cientistas sociais
    já foram à procura
  • 4:23 - 4:26
    e foram fazer estas perguntas
    pelo mundo inteiro.
  • 4:26 - 4:28
    Este é o resultado
    de um inquérito mundial.
  • 4:28 - 4:31
    Consiste em perguntar às pessoas
    o que é que elas querem.
  • 4:31 - 4:34
    Não é de surpreender que as pessoas,
    pelo mundo inteiro,
  • 4:34 - 4:37
    digam que o que querem
    é a felicidade, para si mesmos
  • 4:37 - 4:40
    para as suas famílias,
    para os seus filhos
  • 4:40 - 4:41
    para as suas comunidades.
  • 4:41 - 4:44
    Claro, pensam que o dinheiro
    tem alguma importância.
  • 4:44 - 4:47
    Aparece aqui, mas não é tão importante
    como a felicidade
  • 4:47 - 4:49
    nem tão importante como o amor.
  • 4:49 - 4:52
    Todos precisamos de amar
    e sermos amados.
  • 4:52 - 4:54
    Não é tão importante como a saúde.
  • 4:54 - 4:57
    Queremos ser saudáveis
    e viver uma vida plena.
  • 4:57 - 5:00
    Parecem ser aspirações humanas naturais.
  • 5:01 - 5:04
    Porque é que os estatísticos não as medem?
  • 5:04 - 5:07
    Porque é que não pensamos
    no progresso das nações nestes termos,
  • 5:07 - 5:09
    em vez de quantas coisas temos?
  • 5:10 - 5:12
    Isto é o que eu tenho feito
    na minha vida de adulto,
  • 5:12 - 5:14
    pensar como medir a felicidade,
  • 5:14 - 5:16
    como medir o bem-estar,
  • 5:16 - 5:18
    como fazer isso dentro dos limites
    imposto pelo ambiente.
  • 5:19 - 5:21
    Na organização onde trabalho,
  • 5:21 - 5:23
    a New Economics Foundation,
  • 5:23 - 5:25
    criámos uma coisa a que chamamos
    o Índice de Planeta Feliz,
  • 5:25 - 5:28
    porque pensamos
    que as pessoas devem ser felizes
  • 5:28 - 5:29
    e o planeta deve ser feliz.
  • 5:29 - 5:32
    Porque não criamos uma medida
    de progresso que mostre isso?
  • 5:32 - 5:35
    Nós dizemos que o resultado
    supremo duma nação
  • 5:35 - 5:38
    é o grau de êxito que ela tem
  • 5:38 - 5:41
    na criação de vidas felizes e saudáveis
    para os seus cidadãos.
  • 5:41 - 5:44
    Esse devia ser o objetivo
    de todas as nações do planeta.
  • 5:44 - 5:47
    Mas temos que nos lembrar
  • 5:47 - 5:49
    de que há uma contribuição
    fundamental para isso,
  • 5:49 - 5:52
    que é a quantidade dos recursos
    do planeta que usamos.
  • 5:53 - 5:56
    Todos temos um só planeta.
    Temos todos que o partilhar.
  • 5:56 - 5:59
    É o recurso mais escasso de todos,
  • 5:59 - 6:01
    este planeta único que partilhamos.
  • 6:01 - 6:04
    A economia interessa-se muito
    pela escassez.
  • 6:04 - 6:08
    Quando há um recurso escasso,
  • 6:08 - 6:10
    e quer transformá-lo
    num resultado desejável,
  • 6:10 - 6:12
    pensa em termos de eficácia.
  • 6:13 - 6:16
    Pensa em termos da quantidade
    que obtemos em troca de dinheiro.
  • 6:16 - 6:18
    Esta é uma medida do bem-estar
  • 6:18 - 6:21
    que obtemos pelo uso dos recursos
    do nosso planeta.
  • 6:21 - 6:23
    É uma medida de eficácia.
  • 6:23 - 6:26
    Provavelmente a maneira mais fácil
    de vos mostrar isso,
  • 6:26 - 6:28
    é mostrar-vos este gráfico.
  • 6:29 - 6:33
    No eixo horizontal deste gráfico,
    está a "pegada ecológica"
  • 6:33 - 6:36
    que é uma medida da quantidade
    de recursos que usamos
  • 6:36 - 6:38
    e da pressão que colocamos
    sobre o planeta.
  • 6:38 - 6:40
    Quanto maior, pior.
  • 6:40 - 6:44
    No eixo vertical, está uma medida
    chamada "anos de vida feliz".
  • 6:44 - 6:46
    Trata-se do bem-estar das nações.
  • 6:46 - 6:49
    É como uma esperança de vida
    ajustada à felicidade.
  • 6:50 - 6:52
    É como a qualidade e a quantidade
    de vida nas nações.
  • 6:52 - 6:55
    O ponto amarelo, que veem ali,
    é a média mundial.
  • 6:55 - 6:59
    Há uma série enorme de nações
    em volta desta média mundial.
  • 7:00 - 7:02
    Em cima, à direita do gráfico,
  • 7:02 - 7:05
    estão os países que se comportam
    corretamente e produzem bem-estar,
  • 7:05 - 7:08
    mas estão a usar muitos recursos
    do planeta para lá chegar.
  • 7:08 - 7:12
    São os EUA, outros países ocidentais
    naqueles triângulos
  • 7:13 - 7:15
    e alguns estados do Golfo também.
  • 7:15 - 7:18
    Em contrapartida,
    em baixo à esquerda do gráfico,
  • 7:18 - 7:21
    estão os países que não produzem
    grande bem-estar
  • 7:21 - 7:23
    — por exemplo, a África subsaariana.
  • 7:23 - 7:27
    Em termos hobbesianos,
    a vida ali é curta e brutal.
  • 7:27 - 7:31
    A esperança média de vida
    em muitos destes países
  • 7:31 - 7:32
    é de apenas 40 anos.
  • 7:33 - 7:37
    A malária, o VIH/SIDA
    estão a matar muita gente
  • 7:37 - 7:39
    nestas regiões do mundo.
  • 7:39 - 7:42
    Mas passemos às boas notícias.
  • 7:41 - 7:44
    Há países ali em cima
    — os triângulos amarelos —
  • 7:44 - 7:46
    que se portam melhor
    do que a média mundial,
  • 7:46 - 7:48
    que estão a dirigir-se para o canto
    superior esquerdo.
  • 7:48 - 7:50
    Este é um gráfico de aspirações.
  • 7:50 - 7:53
    É em cima, à esquerda,
    que uma vida boa não custa o planeta.
  • 7:53 - 7:55
    São os países latino-americanos.
  • 7:55 - 7:58
    O país que está no topo
    é um local onde nunca estive.
  • 7:58 - 8:00
    Talvez alguns aqui já lá tenham estado.
  • 8:01 - 8:02
    É a Costa Rica.
  • 8:04 - 8:09
    Na Costa Rica a esperança média de vida
    é de 78 anos e meio.
  • 8:09 - 8:12
    É mais alta que nos EUA.
  • 8:13 - 8:17
    De acordo com a última sondagem Gallup,
  • 8:17 - 8:19
    são a nação mais feliz do planeta,
  • 8:20 - 8:23
    mais do que a Suíça e a Dinamarca,
    mais do que todos.
  • 8:23 - 8:25
    São o local mais feliz.
  • 8:25 - 8:28
    Conseguem isso
    com um quarto dos recursos
  • 8:28 - 8:32
    que se usam habitualmente
    no mundo Ocidental
  • 8:32 - 8:34
    — um quarto dos recursos!
  • 8:35 - 8:37
    O que é que se passa ali?
  • 8:37 - 8:39
    O que é que acontece na Costa Rica?
  • 8:39 - 8:41
    Podemos olhar para alguns dos dados.
  • 8:41 - 8:44
    99% da eletricidade é proveniente
    de recursos renováveis.
  • 8:44 - 8:47
    O governo deles é um dos primeiros
    a comprometer-se
  • 8:47 - 8:50
    ser neutro em carbono até 2021.
  • 8:49 - 8:54
    Aboliram o exército em 1949
  • 8:54 - 8:56
    — em 1949!
  • 8:56 - 9:00
    Investiram em programas sociais
    — na saúde e no ensino.
  • 9:00 - 9:03
    Têm uma das taxas de literacia
    mais alta da América Latina
  • 9:03 - 9:04
    e do mundo.
  • 9:05 - 9:08
    E têm aquele calor latino, não é?
  • 9:08 - 9:10
    Têm relacionamento social.
  • 9:10 - 9:11
    (Risos)
  • 9:11 - 9:14
    O problema, possivelmente
    — uma coisa em que teremos que pensar —
  • 9:14 - 9:18
    é que o futuro pode não pertencer
    aos norte-americanos,
  • 9:18 - 9:21
    pode não pertencer
    aos europeus ocidentais,
  • 9:21 - 9:23
    poderá ser latino-americano.
  • 9:23 - 9:28
    E o problema é elevar
    a média mundial para aqui.
  • 9:29 - 9:31
    É isso que precisamos de fazer.
  • 9:31 - 9:32
    Se o quisermos fazer,
  • 9:32 - 9:35
    precisamos de puxar os países
    que estão em baixo,
  • 9:35 - 9:38
    precisamos de puxar os países
    que estão à direita do gráfico.
  • 9:38 - 9:41
    Só nessa altura, começaremos
    a criar um planeta feliz.
  • 9:42 - 9:43
    Esta é uma forma de ver as coisas,
  • 9:43 - 9:46
    Outra forma é olhar
    para a evolução no tempo.
  • 9:46 - 9:48
    Não temos dados completos
    para todos os países do mundo
  • 9:48 - 9:51
    mas temos para alguns dos países
    mais ricos do grupo da OCDE.
  • 9:51 - 9:54
    Esta é a evolução do bem-estar
    ao longo do tempo,
  • 9:54 - 9:56
    um pequeno aumento.
  • 9:56 - 9:59
    Mas esta é a evolução na pegada ecológica.
  • 9:59 - 10:01
    Numa estrita metodologia de planeta feliz,
  • 10:01 - 10:03
    tornámo-nos menos eficazes
  • 10:03 - 10:06
    em transformar
    o nosso recurso mais escasso
  • 10:06 - 10:08
    no resultado que queremos.
  • 10:08 - 10:11
    Penso que a verdadeira questão ,
  • 10:11 - 10:14
    provavelmente toda a gente nesta sala
  • 10:14 - 10:16
    gostaria que a sociedade chegasse a 2050
  • 10:16 - 10:20
    sem que acontecesse
    uma coisa apocalíptica,
  • 10:21 - 10:23
    Mas, na verdade, não está assim tão longe,
  • 10:23 - 10:25
    está à distância de meia vida humana.
  • 10:25 - 10:27
    Uma criança que entre hoje na escola
  • 10:27 - 10:29
    terá a minha idade em 2050.
  • 10:29 - 10:31
    Não é um futuro muito distante.
  • 10:31 - 10:35
    Esta é a meta do governo do Reino Unido
  • 10:35 - 10:38
    quanto às emissões de carbono
    e dos gases com efeito de estufa
  • 10:38 - 10:41
    Digo-vos, isto não é uma questão habitual,
  • 10:42 - 10:44
    Isto exige uma mudança de sistema.
  • 10:44 - 10:47
    Exige mudar a forma de criar
    as nossas organizações,
  • 10:47 - 10:51
    mudar a nossa política governamental,
    e a forma de viver a nossa vida.
  • 10:51 - 10:54
    A questão é que precisamos de continuar
    a aumentar o bem-estar.
  • 10:54 - 10:56
    Ninguém pode candidatar-se a eleições
  • 10:56 - 10:58
    e dizer que vai reduzir
    a qualidade de vida.
  • 10:58 - 11:02
    Nenhum de nós, acho eu,
    quer que o progresso humano pare.
  • 11:02 - 11:04
    Penso que queremos continuar,
  • 11:04 - 11:06
    queremos que a humanidade
    continue a melhorar.
  • 11:06 - 11:10
    É aqui que entram os que duvidam
    ou não acreditam na alteração climática.
  • 11:10 - 11:13
    Penso que eles querem que a qualidade
    de vida continue a aumentar.
  • 11:13 - 11:15
    Querem manter o que já temos.
  • 11:15 - 11:19
    Se quisermos convencê-los,
    penso que é o que temos que fazer.
  • 11:19 - 11:23
    Isso significa que temos que aumentar
    a eficácia ainda mais.
  • 11:23 - 11:26
    Ora bem, é muito fácil fazer gráficos
    e coisas destas,
  • 11:26 - 11:29
    mas a questão é que precisamos
    de inverter estas curvas.
  • 11:29 - 11:31
    É aqui que eu penso que podemos recorrer
  • 11:31 - 11:34
    à teoria de sistemas,
    aos engenheiros de sistemas
  • 11:34 - 11:35
    que criam circuitos de retorno,
  • 11:35 - 11:38
    injetam as informações certas
    na altura certa.
  • 11:38 - 11:41
    Os seres humanos
    são muito motivados pelo "agora".
  • 11:42 - 11:44
    Colocamos em casa um contador inteligente,
  • 11:44 - 11:46
    vemos quanta eletricidade
    estamos a usar agora,
  • 11:46 - 11:48
    quanto estamos a pagar,
  • 11:48 - 11:50
    os nossos filhos depressa começam
    a apagar as luzes.
  • 11:51 - 11:53
    O que seria isso para a sociedade?
  • 11:53 - 11:56
    Porque é que, nos noticiários,
    todas as noites,
  • 11:56 - 11:59
    eu oiço falar do FTSE 100, do Dow Jones,
    do câmbio do dólar/libra
  • 11:59 - 12:02
    — nem percebo porque é que o câmbio
    dólar/libra é uma boa notícia.
  • 12:02 - 12:04
    Porque é que oiço falar disto?
  • 12:04 - 12:07
    Porque é que não oiço quanto
    gastaram ontem em energia
  • 12:07 - 12:09
    os britânicos ou os americanos?
  • 12:09 - 12:11
    Teremos cumprido a nossa meta anual de 3%
  • 12:11 - 12:13
    na redução das emissões de carbono?
  • 12:13 - 12:15
    É assim que criamos um objetivo comum.
  • 12:15 - 12:18
    Ponhamos isso nos "media"
    e comecemos a pensar nisso.
  • 12:18 - 12:20
    Precisamos de circuitos
    de retorno positivos
  • 12:20 - 12:22
    para aumentar o bem-estar.
  • 12:22 - 12:26
    A nível do governo, podiam criar
    uma contabilidade nacional de bem-estar.
  • 12:26 - 12:29
    A nível das empresas, podíamos ver
    o bem-estar dos funcionários,
  • 12:29 - 12:31
    que está relacionado com a criatividade,
  • 12:31 - 12:33
    que está relacionada com a inovação.
  • 12:33 - 12:36
    Vamos precisar de muita inovação
    para tratar destas questões ambientais.
  • 12:36 - 12:39
    A nível pessoal, também
    precisamos desses estímulos.
  • 12:39 - 12:42
    Talvez não precisemos dos dados,
    mas precisamos de lembretes.
  • 12:42 - 12:45
    No Reino Unido, temos uma forte
    mensagem de saúde pública
  • 12:45 - 12:47
    de cinco frutos e vegetais por dia
  • 12:47 - 12:50
    e da quantidade de exercício
    que devemos fazer
  • 12:50 - 12:51
    — o que não é o meu forte.
  • 12:51 - 12:54
    Em que é que contribuem para a felicidade?
  • 12:54 - 12:57
    Quais são as cinco coisas
    que devemos fazer todos os dias
  • 12:57 - 12:58
    para sermos mais felizes?
  • 12:58 - 13:01
    Fizemos um projeto para o Gabinete
    de Ciências do governo, há uns anos,
  • 13:01 - 13:03
    um grande programa
    chamado Foresight
  • 13:03 - 13:06
    — montes de pessoas —
    imensos especialistas envolvidos
  • 13:06 - 13:08
    — tudo com base em provas —
    um dossiê enorme.
  • 13:08 - 13:12
    Mas fizemos uma coisa: quais são
    as cinco ações positivas que podemos fazer
  • 13:12 - 13:14
    para melhorar o bem-estar na nossa vida.
  • 13:14 - 13:17
    A questão aqui é que não são bem
    o segredo da felicidade,
  • 13:17 - 13:20
    mas são coisas que, segundo penso,
    contribuem para ela.
  • 13:20 - 13:24
    A primeira delas é o relacionamento,
  • 13:24 - 13:25
    é que as relações sociais
  • 13:25 - 13:28
    são as pedras basilares
    mais importantes da vida.
  • 13:29 - 13:31
    Investimos tempo e energia
    nos nossos entes queridos,
  • 13:31 - 13:33
    tanto quanto possível?
  • 13:33 - 13:34
    Continuem a fazê-lo.
  • 13:35 - 13:37
    A segunda é manter-se ativo.
  • 13:37 - 13:40
    A forma mais rápida para acabar
    com a má disposição:
  • 13:40 - 13:42
    sair, dar um passeio,
    ligar a rádio e dançar.
  • 13:43 - 13:45
    Estar ativo é ótimo para a boa disposição.
  • 13:46 - 13:49
    A terceira é informar-se.
  • 13:49 - 13:51
    Que conhecimentos têm das coisas
    que se passam no mundo,
  • 13:51 - 13:54
    da mudança de estações,
    das pessoas à vossa volta?
  • 13:54 - 13:58
    Reparam nas coisas que borbulham
    à vossa volta e aparecem à superfície?
  • 13:58 - 14:00
    Com base em muitos indícios
    para a consciência,
  • 14:00 - 14:04
    a terapia do comportamento cognitivo
    é muito eficaz para o nosso bem-estar.
  • 14:04 - 14:08
    A quarta é continuar a aprender
    — continuar é importante —
  • 14:08 - 14:11
    aprender durante toda a vida.
  • 14:11 - 14:14
    As pessoas idosas que continuam
    a aprender e são curiosas
  • 14:14 - 14:16
    têm muito melhor saúde
    do que as que se fecham.
  • 14:16 - 14:20
    Não tem que ser uma aprendizagem formal,
    não se trata de conhecimento.
  • 14:20 - 14:21
    É sobretudo a curiosidade.
  • 14:21 - 14:24
    Pode ser aprender a cozinhar
    um novo prato,
  • 14:24 - 14:26
    voltar a tocar um instrumento
    de quando éramos crianças.
  • 14:26 - 14:28
    Continuar a aprender.
  • 14:28 - 14:32
    E a última,
    é a ação mais antieconómica,
  • 14:32 - 14:33
    é dar.
  • 14:34 - 14:37
    A nossa generosidade, o nosso altruísmo,
    a nossa solidariedade,
  • 14:37 - 14:41
    estão todas relacionadas com o mecanismo
    de recompensa do cérebro.
  • 14:42 - 14:43
    Sentimo-nos bem quando damos.
  • 14:44 - 14:45
    Podem fazer uma experiência
  • 14:45 - 14:48
    em que, de manhã, dão cem dólares
    a dois grupos de pessoas.
  • 14:48 - 14:51
    Dizem a um grupo para os gastarem
    consigo mesmos
  • 14:51 - 14:54
    e ao outro, para os gastarem
    com outras pessoas.
  • 14:54 - 14:55
    Meçam a felicidade delas ao fim do dia.
  • 14:55 - 14:58
    Os que gastaram com outras pessoas
    estão muito mais felizes
  • 14:58 - 15:00
    do que os que gastaram consigo mesmas.
  • 15:00 - 15:05
    Estes cinco comportamentos
    — que colocámos nestes postais —
  • 15:06 - 15:08
    não têm que custar o planeta.
  • 15:08 - 15:10
    Não têm conteúdo em carbono.
  • 15:10 - 15:13
    Não precisam de bens materiais
    para serem eficazes.
  • 15:14 - 15:18
    Penso pois que é fácil fazer
    com que a felicidade não custe o planeta.
  • 15:19 - 15:22
    Martin Luther King,
    na véspera da sua morte,
  • 15:22 - 15:24
    fez um discurso incrível.
  • 15:25 - 15:27
    Disse: "Sei que enfrentamos problemas,
  • 15:27 - 15:29
    "podemos enfrentar perturbações.
  • 15:29 - 15:32
    "Mas eu não receio ninguém,
    não me preocupo.
  • 15:32 - 15:34
    "Subi ao topo da montanha,
  • 15:34 - 15:36
    "e vi a Terra Prometida".
  • 15:37 - 15:39
    Ele era pregador,
  • 15:39 - 15:41
    mas eu creio que o movimento ambientalista
  • 15:41 - 15:43
    e a comunidade empresarial, o governo,
  • 15:43 - 15:46
    precisam de subir ao topo da montanha
  • 15:46 - 15:48
    e precisam de olhar em volta,
  • 15:48 - 15:52
    precisam de ver a Terra Prometida
    ou a terra da promessa
  • 15:52 - 15:56
    e precisam de ter uma visão
    dum mundo que todos queremos.
  • 15:57 - 16:00
    Não apenas isso, precisamos de criar
    uma Grande Transição
  • 16:00 - 16:01
    para lá chegar.
  • 16:01 - 16:05
    Precisamos de pavimentar
    essa grande transição com coisas boas,
  • 16:05 - 16:08
    Os seres humanos querem ser felizes.
  • 16:08 - 16:10
    Pavimentemos o caminho
    com as cinco formas.
  • 16:10 - 16:11
    Precisamos de ter postais com sinais,
  • 16:11 - 16:13
    reunir as pessoas
    e indicar-lhes o caminho
  • 16:13 - 16:16
    — qualquer coisa como
    o Índice de Planeta Feliz.
  • 16:16 - 16:19
    Creio também que podemos criar
    um mundo que todos queremos,
  • 16:19 - 16:22
    onde a felicidade não custe o planeta.
  • 16:23 - 16:26
    (Aplausos)
Title:
O Índice de Planeta Feliz
Speaker:
Nic Marks
Description:

O estatístico Nic Marks pergunta porque é que medimos o êxito duma nação pela sua produtividade — em vez de pela sua felicidade e bem-estar do seu povo. Apresenta o Índice de Planeta Feliz, que confronta o bem-estar nacional com os recursos que utilizamos (porque uma vida feliz não tem que prejudicar o planeta). Quais são os países com os valores mais elevados segundo o Índice de Planeta Feliz? Poderão ficar surpreendidos.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:29
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Happy Planet Index
Show all

Portuguese subtitles

Revisions