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Katharina Grosse em "Ficção" - Temporada 7 - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21

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    Katharina Grosse: É muito fascinante para mim
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    redefinir a ideia do que uma pintura pode ser.
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    Sabe, não se trata de uma questão formal apenas sobre volume e cor,
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    mas é também sobre como a pintura poderia aparecer nesse espaço público?
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    A superfície é muito áspera e irregular,
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    e eu faço algo como uma aquarela por cima,
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    o que é bem bizarro.
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    Portanto, é na verdade um tipo de pintura muito íntima,
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    mas apenas em uma escala muito grande.
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    Então é como se você estivesse pensando em voz alta,
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    É mais ou menos assim que eu trabalho.
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    E o que surge no final é um volume flutuando
    nessa floresta.
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    Eu vi o espaço e imediatamente tive a sensação de que poderia ser muito, muito interessante trabalhar
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    com as árvores...
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    para tornar as árvores uma parte muito significativa da imagem geral que seria criada.
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    Sou muito fascinada pelo poder dessas
    imagens icônicas, como a árvore e o solo,
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    a paisagem.
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    As árvores são tão rígidas,
    como pequenos soldados naquela praça.
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    E eu pensei, se eu pudesse colocar algo entre essas árvores que se parece com uma madeira gigante à deriva,
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    que veio e chegou com algum tipo de poder
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    que não podemos explicar, mas agora está ali.
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    Deve parecer como se tivesse sido derrubado.
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    Como se alguma pessoa grande acabou de derrubar.
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    A simples presença dessas coisas de diferentes tamanhos
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    nos faz pensar em algo que deve ter acontecido,
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    mas não podemos dizer exatamente o que é.
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    As árvores são muito frágeis e pequenas,
    mas, ainda assim, são mais altas do que a obra.
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    As árvores também dão uma certa escala ao meu trabalho.
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    Os prédios ao redor delas são bem grandes
    e isso é um grande desafio para um trabalho ao ar livre.
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    É necessário um grande esforço de equipe para fazer essas grandes obras esculturais, especialmente para a MetroTech.
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    Essa foi a maior peça que já fiz.
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    Dezoito peças que precisávamos produzir em um período de tempo relativamente curto.
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    Eu fiz modelos e depois nós discutimos sobre via Skype.
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    Amaral teve que fazer esses trabalhos,
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    laminá-los,
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    torná-los duráveis e resistentes
    com fibra de vidro e resina.
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    Precisávamos de pessoas para cuidar disso, para prepará-lo,
  • 2:42 - 2:46
    para colocá-lo no lugar para entender
    como as peças funcionariam juntas.
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    Mas é muito mais fácil para mim e eficiente
    se eles fossem ajuntados
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    Pelo menos 3 ou 4 deles e então
    ir empilhando até a pilha inteira
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    e se você pudesse começar com uma pilha pequena.
  • 2:56 - 2:56
    Okay.
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    Você começa com o 18 cortando, primeiro
    e então cortamos o 16 e o 17, certo?
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    Eu estou realmente feliz com como as peças ficaram.
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    ficaram boas? Sim.
  • 3:06 - 3:07
    -É, corpulentas e (crruh), então...
    -Sim, sim
  • 3:08 - 3:08
    Sim
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    Elas são muito maiores que nós...
    quero dizer ontem estávamos fixando o contorno da peça
  • 3:13 - 3:14
    com laços rosas, ha
  • 3:14 - 3:15
    sim
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    e parecia tão... (assobios), sabe? Difícil
    mas vai ser--
  • 3:19 - 3:20
    -Vai ser substancial
  • 3:20 - 3:21
    É, vai ser substancial.
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    Talvez eu tenha que ir um pouco mais fundo
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    Vê como podemos ver através da peça?
  • 3:50 - 3:51
    Uhum, uhum
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    Bom, eles marcaram os cortes
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    Mas é só um cabelo, por cima
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    Então quando eles fizeram isso, eles acham que
    terminaram com um buraco
  • 3:57 - 3:58
    No meio
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    É, não é--não é um problema
  • 4:00 - 4:01
    Okay.
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    Comecei a trabalhar com o meu irmão há três anos.
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    Ele é um engenheiro.
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    É a primeira vez que tenho alguém em minha
    equipe que não vem de um contexto artístico.
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    Ele se juntou a nós quando eu estava fazendo um grande projeto para a Temporäre Kunsthalle em Berlim
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    onde construímos elipses que se debruçavam contra paredes.
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    E as elipses tinham cerca de 9 metros de altura.
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    Tivemos que trabalhar com um construtor de barcos e um engenheiro estrutural,
  • 4:31 - 4:34
    ajeitando-as e erguendo-as no lugar.
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    Aquele foi um grande momento.
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    Ele tem uma maneira muito boa de conectar o pensamento teórico que é necessário
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    para entender o processo de engenharia,
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    e ele conhece a linguagem e todas as palavras.
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    E então ele ainda pode voltar para mim no
    final do dia e dizer,
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    Olha, precisamos desse tipo de parafuso aqui.
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    Éramos muito, muito próximos quando éramos crianças.
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    Ele se tornou um membro indispensável da minha equipe.
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    Meus pais nos levaram a muitas coisas quando
    éramos pequenos.
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    Eu via pinturas, desenhos.
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    Também íamos muito ao teatro.
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    E ambos os meus pais são muito influentes nesse aspecto.
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    Minha mãe desenhava e pintava,
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    mas então também cozinhava e nos levava para aulas de música.
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    E ela não se rotulava como artista.
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    Eu comecei a dizer a mim mesma que eu realmente tinha uma mãe que era artista.
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    Foi ela quem descobriu que
    eu talvez tivesse talento visual.
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    Certa manhã, fiz uma pequena aquarela.
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    Eu havia copiado uma fotografia em preto e branco
    de um jornal.
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    Ela achou incrível.
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    Ela me incentivou a continuar.
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    Minha mãe também nos obrigava a pintar as paredes da garagem.
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    Ela reunia todas as crianças e dizia,
    vamos fazer pequenos desenhos e
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    ver como pode ficar o quadro inteiro.
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    Era uma coisa natural pintar coisas.
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    Meu trabalho não se baseia em ideias,
    ele é realmente baseado em pensamentos.
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    O pensamento é uma sensação mais fluida que recebe feedback
  • 6:51 - 6:54
    e está sendo mudado enquanto eu faço o que faço.
  • 6:55 - 6:59
    Existe um acordo geral que
    eu tenho comigo mesma quando começo algo.
  • 7:02 - 7:04
    Esse acordo é baseado em um julgamento.
  • 7:04 - 7:09
    Por exemplo, quero ter dois elementos que coincidam que excluam um ao outro.
  • 7:09 - 7:15
    Como isso poderia funcionar nessa pintura ou
    na situação que tenho em uma galeria
  • 7:15 - 7:17
    com uma determinada configuração arquitetônica?
  • 7:18 - 7:23
    Enquanto eu trabalho, enquanto eu uso minhas ferramentas de pintura e cores,
  • 7:23 - 7:29
    então eu estou recebendo um feedback instantâneo pela materialização desse primeiro acordo
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    que pode então mudar o relacionamento que tenho com o acordo.
  • 7:35 - 7:36
    Todas essas noções,
  • 7:36 - 7:40
    os próximos passos que estão mudando e mudando,
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    É esse processo de pensamento que considero infinitamente interessante,
  • 7:43 - 7:47
    que não pode ser fixado e anotado no início.
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    Eu queria fazer algo para o Nasher que
    não fosse uma escultura
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    e que não estivesse realmente usando o espaço como um espaço de exibição.
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    São dois painéis de vidro muito grandes
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    e o resto é apenas paredes.
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    E você podia passar por isso.
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    Então você, você tinha a vista do prédio,
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    para o jardim e no jardim haviam plantas e esculturas que eram um pouco parecidas.
  • 8:22 - 8:26
    Como você realmente se torna visível
    nessa situação?
  • 8:26 - 8:32
    Algo como o espaço negativo coincidindo
    com movimentos de tinta super largos.
  • 8:32 - 8:38
    É incrível que meu convite para um museu de esculturas coincide com
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    um momento em que eu queria fazer um espaço negativo de volume
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    com uma pintura em cima desse espaço negativo.
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    Esse é um confronto fantástico desses
    dois pensamentos.
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    Comecei a ver esse experimento como algo
    que apenas ficaria no espaço
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    como se tivesse sido tirado da caixa e descartado.
  • 9:08 - 9:12
    Portanto, eu não queria a peça em relação
    com outras coisas,
  • 9:12 - 9:14
    Eu só queria que ela ficasse encostada em uma parede
  • 9:14 - 9:19
    de modo que ficasse exatamente no ponto em que a parede e o piso se encontram
  • 9:19 - 9:24
    e essa conexão seria então
    coberta pelo que eu faço.
  • 9:24 - 9:28
    de uma forma que não seja mais possível distinguir o piso e a parede
  • 9:28 - 9:33
    porque, em termos de cor, eles são muito próximos no Nasher, com o calcário e o piso.
  • 9:36 - 9:39
    E eu fiz algo para eles que
    também se moveria para fora do espaço.
  • 9:39 - 9:44
    Então, eu queria algo que fosse dentro
    e que saísse por trás do painel de vidro.
  • 10:18 - 10:23
    Este é o Kunsthaus em Graz, na Áustria, e
    é um edifício incrível.
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    É uma bolha.
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    É uma forma muito orgânica.
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    E eu vou fazer uma exposição lá que tem a ver com
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    uma de minhas principais perguntas,
  • 10:31 - 10:36
    como a pintura pode aparecer no espaço e
    o que eu preciso para mostrar a pintura?
  • 10:37 - 10:39
    Eu não quero colocar paredes no espaço que então
  • 10:39 - 10:41
    permitam-me mostrar as telas.
  • 10:47 - 10:49
    A grade de metal é o teto.
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    Nós o fizemos dessa forma para que eu possa trabalhar no espaço de cima.
  • 10:52 - 10:57
    Esses blocos de isopor são paredes sólidas
    nas quais eu também poderia pintar.
  • 10:57 - 11:02
    Além dos blocos de isopor, não tenho
    nenhuma parede que defina o espaço.
  • 11:03 - 11:08
    Não há janelas, exceto essas aberturas
    no teto, onde tenho luzes.
  • 11:09 - 11:15
    Estou usando lona ou algum tecido bem grosso,
    talvez algum tipo de tecido de vela.
  • 11:15 - 11:16
    E eu quero amassá-lo.
  • 11:16 - 11:20
    E, às vezes, quero fazer uma pintura sobre
    essa superfície
  • 11:20 - 11:21
    e em outros momentos,
  • 11:21 - 11:25
    você pode simplesmente caminhar sobre a tela ou pode caminhar pela exposição.
  • 11:29 - 11:31
    O processo de pintura será todo feito
    no local.
  • 11:32 - 11:37
    Estamos tentando descobrir,
    como posso criar esses enrugamentos e essas dobras
  • 11:37 - 11:37
    em escala
  • 11:37 - 11:43
    Porque eu acho o espaço que está surgindo
    ao dobrar as coisas bastante interessante.
  • 11:44 - 11:51
    Gosto do fato de você estar caminhando em uma estrutura que é difícil de ver como um todo.
  • 11:54 - 11:58
    Eu sou realmente fascinada por essa condição
    de estarmos
  • 11:58 - 12:01
    em algum lugar e, ao mesmo tempo, olhando para ele.
  • 12:02 - 12:05
    Acho que essa é a condição que temos o tempo todo.
  • 12:05 - 12:06
    Isso tem muito a ver com a escala.
  • 12:06 - 12:10
    Acho que somos capazes de pensar tão grande e
    ao mesmo tempo,
  • 12:10 - 12:14
    na verdade somos muito pequenos em relação
    ao que está ao nosso redor.
  • 12:14 - 12:17
    Então, você está constantemente mudando de tamanho à medida que você caminha.
  • 12:18 - 12:22
    A mudança de escala nessa exposição é realmente
    algo em que estou muito interessada.
  • 12:22 - 12:26
    Isso também é o que eu achava de tão fascinante em Nasher.
  • 12:29 - 12:31
    A sala de sujeira no andar de baixo era o único espaço
  • 12:31 - 12:34
    que não tinha nenhuma relação com o jardim
    jardim externo.
  • 12:34 - 12:40
    E lá em cima eu tinha a parte mais analítica
    que foi efetivamente em confronto,
  • 12:40 - 12:41
    com o jardim, as plantas e assim por diante.
  • 12:44 - 12:46
    Sou muito aventureira.
  • 12:46 - 12:49
    Eu cresci fazendo trilhas e escaladas nas montanhas.
  • 12:51 - 12:55
    Mais tarde, comecei a ficar muito fascinada
    com o espaço que você encontra
  • 12:55 - 12:58
    na paisagem e nas pinturas de paisagens,
  • 12:58 - 13:04
    porque você está sentado em um lugar vasto
    e tem um ângulo de 360 graus ao seu redor.
  • 13:04 - 13:07
    E aí você começa a pensar: existe uma ordem?
  • 13:07 - 13:08
    O que estou observando?
  • 13:08 - 13:12
    E como faço para criar um pedido
    para o que está ao meu redor?
  • 13:16 - 13:18
    A paisagem é um espaço não burocrático.
  • 13:19 - 13:22
    A mudança hierárquica é muito rápida na paisagem.
  • 13:22 - 13:25
    Algo que era útil há um minuto acaba se tornando
  • 13:25 - 13:29
    não tão interessante dois passos adiante
    para a direita, por exemplo.
  • 13:29 - 13:36
    Portanto, há um senso muito instável,
    muito fluido para a hierarquia na paisagem.
  • 13:40 - 13:42
    MULHER Nº 1:
    Estou realmente curiosa para saber como a ideia
  • 13:42 - 13:43
    sobre a peça surgiu
  • 13:43 - 13:46
    e de onde você tirou a inspiração.
  • 13:47 - 13:50
    Katharina Grosse:
    Todo mundo conhece uma árvore, de uma forma ou de outra.
  • 13:50 - 13:52
    Você vai para o parque ou para a floresta.
  • 13:52 - 13:54
    Mas algo aconteceu com as árvores,
  • 13:54 - 13:55
    não sabemos o que é,
  • 13:55 - 13:56
    mas elas não estão onde normalmente estão.
  • 14:00 - 14:03
    Adoro o que acontece com esse material
    e com essa imagem quando ela é pintada.
  • 14:03 - 14:05
    Isso a transforma em outra coisa.
  • 14:07 - 14:10
    Algo que não é a árvore
    e ao mesmo tempo é uma árvore.
  • 14:10 - 14:11
    E eu adoro esse paradoxo.
  • 14:11 - 14:14
    MULHER Nº 1:
    Então é daí que o título se origina também?
  • 14:14 - 14:16
    Katharina Grosse:
    É, você realmente não sabe.
  • 14:16 - 14:21
    Você vê algo à distância e então pensa,
    ah, isso, isso parece um pássaro.
  • 14:21 - 14:23
    E então você se aproxima e vê que é uma sacola plástica.
  • 14:24 - 14:28
    E acho que esse tipo de ambiguidade está presente
    o tempo todo.
  • 14:31 - 14:32
    MULHER Nº 1:
    Foi essa a primeira vez que você esteve
  • 14:32 - 14:34
    trabalhando com esse tipo de material?
  • 14:34 - 14:35
    Katharina Grosse:
    Com uma árvore?
  • 14:35 - 14:35
    Sim.
  • 14:35 - 14:36
    MULHER Nº 1:
    Com a árvore?
  • 14:36 - 14:39
    Katharina Grosse:
    Eu estava começando a me interessar por toda essa
  • 14:39 - 14:42
    tradição da escultura pintada,
  • 14:42 - 14:46
    da coisa em 3D pintada, sabe?
  • 14:46 - 14:49
    E eu usei algumas dessas coisas que
    são tão fortes,
  • 14:49 - 14:51
    como a terra ou o solo,
  • 14:51 - 14:53
    que é tão importante para nossa vida.
  • 14:58 - 15:03
    As madeiras são realmente incríveis como uma estrutura
    porque, de repente, essa coisa linear se divide.
  • 15:10 - 15:13
    MULHER Nº 2: Então você tinha algumas peças,
    como você as juntou?
  • 15:13 - 15:15
    Katharina Grosse:
    Você pode ver, aqui está um corte.
  • 15:15 - 15:16
    Essa é a árvore.
  • 15:16 - 15:17
    Esta foi montada.
  • 15:17 - 15:18
    Então é tudo ficção.
  • 15:19 - 15:22
    Quando você começar a sentir, ah, é uma
    uma árvore de verdade,
  • 15:22 - 15:22
    você vê o corte.
  • 15:24 - 15:26
    É mais como uma árvore editada.
  • 15:27 - 15:27
    MULHER Nº 2:
    Claro.
  • 15:27 - 15:28
    Katharina Grosse:
    Sim.
  • 15:28 - 15:31
    MULHER #2:
    E como você escolheu as cores?
  • 15:32 - 15:34
    Katharina Grosse:
    Tem a ver com a luz que você tem
  • 15:34 - 15:35
    no espaço.
  • 15:35 - 15:37
    O espaço é bem escuro.
  • 15:38 - 15:40
    Então eu queria ter algo que refletisse
    também,
  • 15:40 - 15:42
    por isso o amarelo foi importante para mim.
  • 15:44 - 15:46
    O amarelo aqui na frente faz algo
    totalmente diferente
  • 15:46 - 15:47
    do que o amarelo atrás das raízes.
  • 15:47 - 15:48
    Não é?
  • 15:48 - 15:50
    Porque ali ele meio que brilha.
  • 15:50 - 15:51
    MULHER Nº 2:
    Sim.
  • 15:54 - 15:57
    Katharina Grosse:
    As cores que uso são muito cruas, elas não são misturadas.
  • 15:58 - 16:03
    Gosto dessa coisa crua e direta que elas têm
    com o seu corpo.
  • 16:04 - 16:06
    É como uma voz, como a voz de um cantor, eu acho,
  • 16:06 - 16:08
    é isso que a cor proporciona.
  • 16:09 - 16:11
    MULHER Nº 1:
    Sim, você tinha muito a dizer.
  • 16:11 - 16:12
    Katharina Grosse:
    Sim, sim.
  • 16:12 - 16:14
    Eu tinha muito a dizer, sim, sim.
  • 16:37 - 16:39
    HOMEM Nº 1:
    Todos os blocos formam uma grande tela.
  • 16:40 - 16:45
    Agora que Katharina já pintou,
    precisamos montar essa tela novamente.
  • 16:45 - 16:49
    Então é por isso que alinhar as marcas de suas
    pinceladas,
  • 16:49 - 16:50
    se me permite assim dizer,
  • 16:50 - 16:55
    é muito importante e, na verdade
    vital para a escultura em si.
  • 17:03 - 17:04
    Katharina Grosse:
    Eu sou uma pintora?
  • 17:04 - 17:05
    Eu sou um escultora?
  • 17:05 - 17:06
    Eu não sei.
  • 17:07 - 17:10
    Estou conversando com o mundo enquanto pinto nele.
  • 17:10 - 17:11
    Ou com ele.
  • 17:11 - 17:12
    Ou nele.
  • 17:12 - 17:17
    Portanto, há uma colisão de coisas com a
    a imagem pintada.
  • 17:17 - 17:22
    Algo surge dessa colisão
    que não pode mais ser desmontado.
  • 17:30 - 17:33
    Há o aspecto plástico ou escultural.
  • 17:33 - 17:36
    Se eu o tirar, a pintura não estará mais lá
  • 17:36 - 17:37
    e se eu tirar minha pintura,
  • 17:37 - 17:40
    então essa metamorfose não existe mais.
  • 17:40 - 17:45
    Portanto, essas coisas se unem,
    apesar de virem de dois
  • 17:45 - 17:46
    mundos distintos.
  • 17:50 - 17:53
    Não é necessário decidir se você é
    um pintor ou escultor.
  • 17:53 - 17:57
    Isso não torna seu trabalho mais radical ou
    mais claro.
  • 18:17 - 18:20
    Gosto muito de olhar para as coisas.
  • 18:20 - 18:21
    E quero algo legal para olhar.
  • 18:22 - 18:24
    Então, também faço isso muito para mim.
  • 18:26 - 18:32
    Eu gosto imensamente de enquanto no processo,
    o que sai durante a produção.
  • 18:33 - 18:36
    Eu me divirto, sabe, eu me entretenho.
  • 18:36 - 18:42
    Mas tem que ser complexo, divertido, ridículo e complicado.
  • 18:42 - 18:46
    Aí. Se trata de truques, que eu faço para
    mim mesma e para os outros.
  • 18:47 - 18:49
    Na verdade, eu sou o trapaceiro, o trapaceiro da pintura.
  • 18:49 - 18:52
    Não acredite em mim, eu acho.
Title:
Katharina Grosse em "Ficção" - Temporada 7 - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
19:36

Portuguese, Brazilian subtitles

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