A evolução do acasalamento humano | David Puts | TEDxPSU
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0:14 - 0:15Olá.
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0:16 - 0:18Posso estar errado,
mas penso que esta palestra -
0:18 - 0:21pode ter a distinção de ser
a única palestra desta série -
0:21 - 0:24que acaba com um orgasmo.
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0:24 - 0:26(Risos)
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0:26 - 0:28Mas não nos precipitemos.
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0:28 - 0:30(Risos)
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0:32 - 0:33Já alguma vez pensaram
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0:33 - 0:36que estamos aqui, vivos neste planeta
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0:36 - 0:38porque os nossos antepassados
se reproduziram? -
0:38 - 0:40Todos eles, numa cadeia ininterrupta,
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0:40 - 0:42que remonta ao primeiro
sinal de vida neste planeta, -
0:43 - 0:45há 3500 milhões de anos.
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0:45 - 0:46É muita reprodução.
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0:47 - 0:49Durante milhares de milhões no passado,
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0:49 - 0:51os nossos antepassados
reproduziram-se sexualmente. -
0:51 - 0:54Portanto, o sexo é muito importante.
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0:54 - 0:56Mas, provavelmente, já sabiam isso.
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0:57 - 0:59Falemos antes do acasalamento humano.
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0:59 - 1:01Porque é que ele assume
as formas que tem? -
1:01 - 1:04Porque é que somos atraídos
por uma determinada pessoa? -
1:04 - 1:07Porque é que, às vezes, formamos
relações românticas duradouras? -
1:07 - 1:09Porque é que, às vezes, traímos?
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1:09 - 1:12Não me refiro à razão por que fazemos
estas coisas conscientemente, -
1:12 - 1:15não me refiro ao que acontece
no cérebro para isso acontecer. -
1:15 - 1:19Mas porque é que evoluímos
esses sentimentos, esses comportamentos? -
1:19 - 1:21Ou seja, como é que
as estruturas cerebrais -
1:21 - 1:22e a química do cérebro contribuíram
-
1:23 - 1:25para o êxito reprodutivo
dos nossos antepassados -
1:25 - 1:27passando essas características
para a presente geração -
1:27 - 1:29e outras não passaram?
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1:29 - 1:33Responder a questões evolutivas como esta
é como ser investigador de um crime. -
1:33 - 1:35Procuramos provas
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1:35 - 1:37e tentamos descobrir o que aconteceu.
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1:38 - 1:41Então, recuemos
seis ou sete milhões de anos -
1:41 - 1:43até aos nossos antepassados primitivos,
-
1:43 - 1:46imediatamente depois
da divisão entre a nossa linhagem -
1:46 - 1:48e da linhagem do que viria
a dar origem aos chimpanzés. -
1:48 - 1:52Eram pequenos primatas com cérebro
que andavam sobre duas pernas. -
1:52 - 1:55Os machos deviam lutar
uns com os outros, para acasalarem. -
1:55 - 1:57Sabemos isso porque os machos
lutam pelo acasalamento -
1:57 - 2:01como os nossos parentes próximos,
os chimpanzés, orangotangos e gorilas. -
2:01 - 2:04E porque os machos
são maiores que as fêmeas. -
2:04 - 2:06O registo fóssil indica
-
2:06 - 2:09que os machos nossos antepassados
eram maiores do que as fêmeas. -
2:11 - 2:15Os machos habitualmente são maiores,
mais musculosos, mais fortes, -
2:15 - 2:17mais agressivos fisicamente,
quando lutam para acasalarem. -
2:17 - 2:20A nossa espécie tem
todas as características -
2:20 - 2:22duma espécie que sofreu
uma história evolutiva -
2:22 - 2:24da luta dos machos para acasalarem.
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2:24 - 2:29Por exemplo, em média, os homens
têm mais 60% de massa muscular -
2:29 - 2:31e mais 70% de massa muscular
na parte superior do tronco -
2:31 - 2:33e essas diferenças na musculatura
-
2:33 - 2:35traduzem-se em grandes
diferenças na força. -
2:36 - 2:38O homem médio é mais forte
do que 99,9% das mulheres. -
2:38 - 2:41Estes são dados sobre a força das mãos,
o que é um bom indicador -
2:41 - 2:45da força da parte superior do corpo
em mais de 600 homens e mulheres. -
2:45 - 2:47Como vemos, há uma grande diferença
entre os sexos. -
2:47 - 2:50Nenhuma de quase 400 mulheres
-
2:50 - 2:53tinha tanta força manual
como o homem médio. -
2:54 - 2:57É por isso que os homens
conseguem abrir boiões. -
2:57 - 2:58(Risos)
-
2:58 - 3:02E mudar móveis — pelo menos,
são duas coisas para que servem. -
3:02 - 3:03Quem é que lhe dá importância?
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3:03 - 3:07Na verdade, os homens dão-lhe importância.
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3:08 - 3:10Os homens, em especial os jovens,
preocupam-se muito -
3:10 - 3:13em saber quem é o mais duro
ou o mais forte, -
3:13 - 3:14ou o que tem o físico mais formidável
-
3:14 - 3:17e, por vezes, arranjam formas
elaboradas de determinar isso. -
3:18 - 3:19Desde muito cedo, os rapazes e os homens
-
3:19 - 3:23são mais agressivos fisicamente
do que as raparigas e as mulheres. -
3:23 - 3:25Essa agressividade por vezes
resulta em violência. -
3:25 - 3:29Os homens têm um monopólio virtual
nos homicídios do mesmo sexo. -
3:29 - 3:31Os homens são mais propensos
a matarem-se uns aos outros -
3:31 - 3:34do que as mulheres
a matarem-se umas às outras. -
3:34 - 3:37Estes são dados de todas as sociedades
de todos os períodos da História -
3:37 - 3:40em que há dados disponíveis,
quando foram compilados, -
3:40 - 3:44sobre a proporção de homicídios
de homens a matarem homens. -
3:44 - 3:47Como vemos, a proporção
está sempre perto dos 100%. -
3:47 - 3:51Em média, são 95%
dos homicídios do mesmo sexo -
3:51 - 3:54e, atenção, isto não inclui
as mortes em guerras. -
3:54 - 3:57o que elevaria ainda mais a percentagem.
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3:59 - 4:00Pelas provas de que dispomos,
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4:00 - 4:02o predomínio dos homens
-
4:02 - 4:06traduz-se em oportunidades
de acasalamento e reprodutivas -
4:06 - 4:09Somos uma espécie que sofreu
uma história evolutiva -
4:09 - 4:13em que os antepassados machos
conquistarem oportunidades de acasalar -
4:13 - 4:15através do uso ou da ameaça da força.
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4:15 - 4:17Nesse aspeto, a nossa maçã
-
4:17 - 4:20não caiu longe da árvore evolutiva.
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4:20 - 4:23Mas, noutros aspetos, o acasalamento
e a reprodução humana -
4:23 - 4:26são muito diferentes do que vemos
nos nossos parentes mais próximos -
4:26 - 4:30e mudaram muito
desde os nossos antepassados primitivos. -
4:31 - 4:36Por exemplo, os chimpanzés,
os orangotangos e os gorilas -
4:36 - 4:38gastam tempo e forças
competindo pelas parceiras, -
4:38 - 4:41mas não gastam muito tempo
com fêmeas individuais -
4:41 - 4:43e não lhes fornecem recursos,
-
4:43 - 4:46não fornecem recursos
à sua descendência. -
4:46 - 4:47Aqui há uma grande mudança.
-
4:47 - 4:51Embora a maioria das sociedades humanas
permitam o casamento polígamo, -
4:51 - 4:53ou seja, um homem casado
com mais de uma mulher, -
4:53 - 4:57mesmo nas sociedades polígamas,
a maioria dos casamentos é monógamo. -
4:57 - 5:01Na sociedade vulgar
dos caçadores-recoletores, -
5:01 - 5:03quase 80% das mulheres casadas
são monógamas, -
5:03 - 5:05por isso é diferente dos outros primatas.
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5:05 - 5:08Mais importante, os homens
proporcionam recursos -
5:08 - 5:10às parceiras e aos filhos.
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5:10 - 5:11Como é que chegámos aqui?
-
5:12 - 5:15Nas espécies em que os machos
lutam pelas parceiras -
5:15 - 5:20os machos dominantes indicados
por estes símbolos masculinos maiores -
5:20 - 5:23têm mais oportunidades de acasalamento
e, portanto, uma maior prole. -
5:23 - 5:26Os machos subordinados têm
menos oportunidades de acasalamento -
5:26 - 5:30e talvez nem se consigam reproduzir.
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5:30 - 5:34Isto constitui uma situação interessante
porque, para os machos subordinados, -
5:34 - 5:37seria vantajoso tentar a monogamia,
-
5:37 - 5:40em vez de conquistar
oportunidades de acasalar. -
5:40 - 5:42Uma parceira é melhor do que nenhuma.
-
5:42 - 5:43O problema é que, em geral,
-
5:43 - 5:47os machos subordinados não podem defender
as fêmeas dos machos dominantes -
5:47 - 5:50e as fêmeas preferem acasalar
com os machos dominantes -
5:50 - 5:54por razões genéticas, produzindo
crias mais fortes, mais saudáveis, -
5:54 - 5:59O que mudou tudo isso foram,
provavelmente, várias transições -
5:59 - 6:01que aconteceram todas
por volta da mesma altura. -
6:01 - 6:04Há dois milhões e meio de anos,
sensivelmente, -
6:04 - 6:07começámos a incorporar
mais carne na nossa dieta. -
6:07 - 6:09Sabemos isso por diversas
linhas de indícios, -
6:09 - 6:11incluindo entalhes feitos
por um utensílio de pedra -
6:11 - 6:13em ossos de animais
-
6:13 - 6:14há dois milhões e meio de anos.
-
6:16 - 6:18É fantástico, adoro isto!
-
6:19 - 6:23Depois, há uns dois milhões de anos,
o tamanho do cérebro começou a aumentar. -
6:23 - 6:26e com isso aumentou o período
da idade juvenil. -
6:26 - 6:28Assim, os miúdos agora
são cada vez mais dispendiosos, -
6:28 - 6:29durante muito mais tempo.
-
6:34 - 6:38Isso tornou possível e necessário
o aprovisionamento feito pelos machos. -
6:38 - 6:40Possível porque é muito mais fácil
-
6:40 - 6:45transportar calorias, proteínas, gordura,
sob a forma de carne, -
6:45 - 6:47do que transportar alimentos vegetais
-
6:47 - 6:50e necessário, porque os miúdos
tornaram-se tão custosos em energia -
6:50 - 6:53que as fêmeas individuais
tinham dificuldade -
6:53 - 6:55em arranjar alimento para si
e para os filhos. -
6:55 - 6:58Quando observamos as atuais
sociedades de caçadores-recoletores, -
6:58 - 6:59vemos isto.
-
6:59 - 7:03Estes são dados compilados
em sociedades de caçadores-recoletores -
7:03 - 7:05sobre as calorias diárias líquidas.
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7:05 - 7:08Será que se consomem mais calorias
do que as que se gastam, -
7:08 - 7:09quando a alimentação é vegetal?
-
7:09 - 7:12Ou gastam mais do que as que consomem?
-
7:12 - 7:18As barras verdes
são o excesso calórico diário. -
7:18 - 7:20Por outras palavras, consumir
mais do que as que gastam. -
7:20 - 7:22As barras vermelhas
são o oposto, um défice. -
7:22 - 7:24Ou seja, gastamos mais do que consumimos.
-
7:25 - 7:28Reparem que os homens,
a partir dos 20 anos, e até aos 60 anos, -
7:28 - 7:31funcionam com um excedente
de calorias diárias. -
7:31 - 7:33Consomem mais calorias,
normalmente através da caça, -
7:33 - 7:36do que as que gastam
e essas calorias estão distribuídas. -
7:37 - 7:39Quando a peça de caça é grande,
a distribuição é igual -
7:39 - 7:41por toda a gente,
seja a aldeia ou no campo. -
7:41 - 7:44Os bocados mais pequenos
são levados para a família. -
7:44 - 7:47Mas em contraste com o que se passa
-
7:47 - 7:50com as mulheres,
nos seus anos reprodutivos, -
7:50 - 7:53elas funcionam com um défice
de calorias diário. -
7:53 - 7:57A gestação, a amamentação,
o transporte das crianças -
7:57 - 8:00são coisas com elevado custo energético
-
8:00 - 8:03e limita a capacidade
de arranjar alimentos eficazmente. -
8:03 - 8:05Por isso, os machos alimentam-nas
através da caça, -
8:05 - 8:07possível e necessariamente.
-
8:07 - 8:10Esta alteração tem um impacto profundo
-
8:10 - 8:13no acasalamento e reprodução
dos seres humanos. -
8:13 - 8:15Em certo sentido, facilitou
as coisas para as fêmeas. -
8:15 - 8:18A parir daí, valia a pena acasalar
com um macho subordinado, -
8:18 - 8:21mesmo que ele não possuísse
os melhores genes, -
8:21 - 8:23se ele proporcionasse recursos.
-
8:24 - 8:28Isto é pornografia de babuínos.
-
8:28 - 8:29(Risos)
-
8:29 - 8:33Desculpem, devia ter-vos avisado
que ia haver pornografia de macacos. -
8:33 - 8:36Isto é da revista PlayBaboon.
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8:36 - 8:38OK, vou deixar de dizer piadas.
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8:38 - 8:41Isto é um babuíno fêmea em cio,
por isso os genitais estão inchados. -
8:41 - 8:43Isto acontece
em muitas espécies de primatas. -
8:43 - 8:46O aspeto das fêmeas
altera-se durante o ciclo -
8:46 - 8:48e torna-se mais atraente.
-
8:48 - 8:51Isso incita a competição
dos machos pelas fêmeas, -
8:51 - 8:52durante a parte fértil do ciclo
-
8:52 - 8:55em que os machos dominantes
tentam monopolizar as cópulas, -
8:55 - 8:57mais perto da ovulação.
-
8:57 - 9:00Nós não somos assim.
Todos sabemos isso. -
9:00 - 9:02Mas o que talvez não saibam
-
9:02 - 9:04é que a atração das mulheres
muda com o ciclo. -
9:05 - 9:08O meu laboratório demonstrou
que o rosto, a voz e o odor das mulheres -
9:08 - 9:12são mais atraentes para os homens
durante a parte fértil do ciclo. -
9:12 - 9:14Mas essas mudanças
são extremamente subtis. -
9:14 - 9:16Em comparação com outros primatas,
-
9:16 - 9:21há indícios que evoluímos
para suprimir as pistas para a ovulação. -
9:21 - 9:24Em certo sentido, a ovulação
está oculta nos seres humanos. -
9:24 - 9:27Mas pensem no impacto que isso teria.
-
9:27 - 9:30Significaria que os machos dominantes
-
9:30 - 9:34não conseguiriam monopolizar
as cópulas perto da ovulação -
9:34 - 9:39Protegeria o laço do casal
contra a invasão do macho dominante. -
9:39 - 9:43Assim, o macho de um casal
teria mais confiança -
9:43 - 9:45de ser o pai dos rebentos.
-
9:45 - 9:48O casal pratica sexo durante todo o ciclo.
-
9:48 - 9:50Isto é uma coisa única
no acasalamento humano, -
9:50 - 9:52não a vemos em muitos outros primatas.
-
9:52 - 9:54Praticamos sexo durante todo o ciclo.
-
9:54 - 9:58Isso aumentaria a confiança do macho
na paternidade, -
9:58 - 10:00porque um macho dominante
ou outro qualquer -
10:00 - 10:02não poderia escolher a fêmea
-
10:02 - 10:05nem copular com ela
na altura fértil do ciclo. -
10:05 - 10:09Isso ia ter implicações importantes
para um investimento parental, -
10:09 - 10:13sobretudo no fornecimento
de recursos às suas crias. -
10:13 - 10:15Porque, em todas as espécies,
-
10:15 - 10:17em que os machos fornecem
recursos a crias, -
10:17 - 10:21dirigem esses recursos
para as suas crias biológicas -
10:21 - 10:24e evitam investir nas crias
de outros machos. -
10:25 - 10:29Assim, a evolução dos cuidados
dos machos para com as crias, -
10:29 - 10:32o investimento em recursos
e nos laços dos casais -
10:32 - 10:34e a ovulação oculta
-
10:34 - 10:37andaram a par ao longo da evolução.
-
10:39 - 10:41Também evoluímos
uma psicologia avançada -
10:41 - 10:44para formar relações românticas
de longa duração -
10:44 - 10:46com a possibilidade
de investir nas crias, em conjunto. -
10:46 - 10:48Apaixonamo-nos.
-
10:48 - 10:51Por todo o mundo, as pessoas
preferem parceiros gentis e generosos, -
10:51 - 10:55capazes e dispostos a cuidar
das companheiras e dos filhos. -
10:55 - 10:57Num dos maiores estudos transculturais
-
10:57 - 10:59das preferências de acasalamento humano
-
10:59 - 11:02abrangendo os 33 países
mostrados aqui a vermelho, -
11:02 - 11:06o critério mais importante escolhido
tanto por homens como por mulheres, -
11:06 - 11:08foi o amor e a atração mútua.
-
11:09 - 11:10Mas, como todos sabemos,
-
11:10 - 11:13as pessoas nem sempre
são totalmente fiéis aos companheiros. -
11:13 - 11:16Em especial, as mulheres
enfrentam por vezes um dilema -
11:16 - 11:18entre bons genes e investimento.
-
11:18 - 11:21As mulheres, por vezes, encontram-se
numa relação com homens -
11:21 - 11:23que podem ser bons contribuidores
-
11:23 - 11:25mas não possuem as melhores
qualidades para a descendência, -
11:25 - 11:28que a tornem forte e saudável.
-
11:28 - 11:31Segundo parece, diversas características
da psicologia nas mulheres -
11:31 - 11:33evoluíram, em parte,
para resolver este dilema. -
11:33 - 11:36Ou seja, recrutar genes
-
11:36 - 11:39fora da relação a longo prazo.
-
11:39 - 11:43Por exemplo, as mulheres
têm mais fantasias sexuais -
11:43 - 11:45sobre homens diferentes
do seu parceiro de longa duração, -
11:45 - 11:47durante a parte fértil do ciclo.
-
11:47 - 11:49Isso é especialmente verdade
-
11:49 - 11:51se o parceiro de longa duração
tem sinais físicos -
11:51 - 11:55de uma qualidade genética inferior,
ao ser menos atraente fisicamente. -
11:56 - 11:58Acho isto muito interessante.
-
11:58 - 11:59(Risos)
-
11:59 - 12:01É por isso que falo nisto,
espero que vocês também falem. -
12:01 - 12:04As preferências de acasalamento
das mulheres -
12:04 - 12:05mudam igualmente com o ciclo,
-
12:05 - 12:07por isso preferem machos dominantes,
-
12:07 - 12:10machos mais masculinos,
durante a parte fértil do ciclo. -
12:10 - 12:13Estes são os resultados
de um estudo que realizei -
12:13 - 12:16sobre as preferências das mulheres
quanto à voz dos homens. -
12:17 - 12:20Usei um "software" informático
para manipular os registos de voz, -
12:20 - 12:23de modo a torná-las
mais masculinas, mais dominantes -
12:23 - 12:25ou mais subordinadas, mais femininas,
-
12:25 - 12:27E pedi a mulheres para as classificarem
-
12:27 - 12:29quanto à atração que aquele homem teria
-
12:29 - 12:31numa relação puramente sexual,
a curto prazo, -
12:31 - 12:34e numa relação prolongada,
a longo prazo. -
12:34 - 12:37Também obtive informações sobre o ponto
em que estava o ciclo das mulheres. -
12:37 - 12:40Se estavam na parte fértil
ou não fértil do ciclo. -
12:40 - 12:43Eram todas mulheres que não usavam
contraceção hormonal. -
12:43 - 12:47Descobri que as mulheres que preferiam
uma voz mais masculina, mais dominante -
12:47 - 12:50estavam no ponto fértil do ciclo
-
12:50 - 12:54e apenas para uma relação sexual
em vez de uma relação a longo prazo. -
12:55 - 12:58Isto parece ficção científica,
-
12:58 - 13:00mas, na verdade, é ciência.
-
13:00 - 13:04Porque este resultado
apareceu imensas vezes, -
13:04 - 13:07numa série de áreas das preferências
das mulheres pelas vozes dos homens -
13:07 - 13:10em que este resultado se repetiu
noutro laboratório. -
13:10 - 13:13As preferências das mulheres
pela cara, pelo corpo dos homens, -
13:13 - 13:15pelo seu odor
e até pelo seu comportamento. -
13:17 - 13:22Eu disse que íamos chegar ao orgasmo.
-
13:22 - 13:23(Risos)
-
13:23 - 13:24Cá estamos.
-
13:24 - 13:27Só quero dizer que sou a favor disso.
-
13:27 - 13:28(Risos)
-
13:29 - 13:30Sou a favor do orgasmo.
-
13:30 - 13:33Penso que devia haver
mais gente com mais orgasmos. -
13:33 - 13:35Mas, numa perspetiva científica,
-
13:35 - 13:38o orgasmo das mulheres
é especialmente fascinante -
13:38 - 13:42porque há indícios que mostram
que aumenta a probabilidade -
13:42 - 13:44de uma conceção resultar
dum ato sexual. -
13:45 - 13:47Há indícios de que estimula o esperma
-
13:47 - 13:50a subir pelo trato reprodutivo feminino
e chegar ao ovo. -
13:50 - 13:53Pensem nas implicações que isso pode ter.
-
13:53 - 13:56Se as mulheres têm mais propensão
para terem orgasmos com certos homens, -
13:56 - 13:58isso pode ser um mecanismo
-
13:58 - 14:00que as leva a escolher, inconscientemente,
-
14:00 - 14:03serem fertilizadas por certos homens,
em vez de outros. -
14:03 - 14:06Será que isso implica
que as mulheres são mais propensas -
14:06 - 14:10a terem orgasmos com homens
de qualidade genética superior? -
14:10 - 14:14Um estudo do meu laboratório,
publicado há uns anos, -
14:14 - 14:17descobriu que as mulheres
relataram mais orgasmos, -
14:17 - 14:20orgasmos mais regulares,
ou seja, mais fáceis de atingir, -
14:20 - 14:23mais rápidos de atingir,
quando tinham relações sexuais, -
14:23 - 14:26quando o companheiro era
mais masculino, mais dominante. -
14:26 - 14:28O interessante é que isso só acontecia
-
14:28 - 14:31com os orgasmos de relações sexuais,
-
14:31 - 14:34mas não com outros comportamentos
dos parceiros sexuais. -
14:34 - 14:38Vou deixar à vossa imaginação
o que é que eles seriam. -
14:39 - 14:42Vimos que pensar nisto
como evolucionista -
14:42 - 14:44pode permitir-nos prever
coisas sobre nós mesmos -
14:44 - 14:46que ainda não sabíamos
-
14:46 - 14:49e nunca teríamos imaginado
durante muito tempo. -
14:49 - 14:51Não sabíamos que as preferências
de acasalamento das mulheres -
14:51 - 14:53mudavam ao longo do ciclo.
-
14:53 - 14:56Só quando o pensamento evolutivo
nos levou a esta descoberta. -
14:56 - 14:58Este é um ponto que quero referir.
-
14:58 - 15:00Mas também vimos como
o pensamento evolutivo -
15:00 - 15:03pode esclarecer e unir partes diversas
da experiência humana, -
15:03 - 15:06e ajudar-nos a compreender
o melhor e o pior de nós mesmos, -
15:06 - 15:10da violência, da agressão
e da infidelidade, -
15:10 - 15:13ao cuidado masculino pelos filhos
-
15:13 - 15:16à atração sexual, ao prazer sexual
-
15:16 - 15:19e até à força e fragilidade
do amor romântico -
15:20 - 15:21Obrigado.
-
15:21 - 15:23(Aplausos)
- Title:
- A evolução do acasalamento humano | David Puts | TEDxPSU
- Description:
-
David Puts analisa a evolução do acasalamento humano e da reprodução, ilustrando como a biologia evolutiva nos pode ajudar a compreendermo-nos a nós mesmos e uns aos outros. Os tópicos incluem como as pessoas competem para escolher os parceiros, os cuidados dos homens pelos seus filhos, a infidelidade e os orgasmos femininos.
(Esta palestra tem um conteúdo sexual explícito e imagens gráficas)Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:28
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The evolution of human mating: David Puts at TEDxPSU | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The evolution of human mating: David Puts at TEDxPSU | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for The evolution of human mating: David Puts at TEDxPSU | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for The evolution of human mating: David Puts at TEDxPSU | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The evolution of human mating: David Puts at TEDxPSU | ||
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