Fomos destinados a ser omnívoros sexuais?
-
0:01 - 0:04Vou sair do guião
e deixar Chris muito nervoso -
0:04 - 0:06por provocar a participação desta plateia.
-
0:06 - 0:09Vocês estão comigo? Sim? Ótimo.
-
0:10 - 0:13Quero que levante a mão
-
0:13 - 0:16quem já ouviu
um casal heterossexual a fazer sexo. -
0:16 - 0:19Podem ser os vizinhos,
um quarto de hotel, -
0:19 - 0:21os vossos pais, desculpem.
-
0:21 - 0:22Ok, quase toda a gente.
-
0:22 - 0:25Agora levantem a mão,
se o homem estava a fazer -
0:25 - 0:26mais barulho do que a mulher.
-
0:28 - 0:30Só vejo ali um homem...
-
0:30 - 0:32Não vale, se foi você.
-
0:32 - 0:33(Risos)
-
0:33 - 0:37Ele baixou a mão.
E uma mulher. Ok. -
0:37 - 0:39Sentada ao lado do tipo barulhento.
-
0:39 - 0:40O que é que isso nos diz?
-
0:40 - 0:42Diz-nos que os seres humanos
-
0:42 - 0:44fazem barulho quando fazem sexo
-
0:44 - 0:46e, geralmente, é a mulher
quem faz mais barulho. -
0:46 - 0:49Isso é conhecido como
vocalização copulatória feminina, -
0:49 - 0:50para os que estão a tomar notas.
-
0:50 - 0:52Eu nem sequer ia referir isto,
-
0:52 - 0:54mas alguém me disse que Meg Ryan
podia estar aqui, -
0:54 - 0:55(Risos)
-
0:55 - 0:57e ela é a vocalizadora copulatória
-
0:57 - 0:59mais famosa do mundo.
-
0:59 - 1:02Então pensei:
"Tenho que falar sobre isso". -
1:02 - 1:04Voltaremos a falar nisso depois.
-
1:04 - 1:06Vou começar por dizer que os seres humanos
-
1:06 - 1:10não descendem dos macacos,
apesar do que vocês possam ter ouvido. -
1:10 - 1:11Nós somos macacos.
-
1:11 - 1:13Somos mais próximos
do chimpanzé e do bonobo -
1:13 - 1:17do que o elefante africano é
do elefante indiano, -
1:17 - 1:20como Jared Diamond assinalou,
num dos seus últimos livros. -
1:20 - 1:24Temos mais afinidades
com os chimpanzés e os bonobos -
1:24 - 1:27do que os chimpanzés e os bonobos
com qualquer outro primata, -
1:27 - 1:30gorilas, orangotangos,
quaisquer que sejam. -
1:30 - 1:33Estamos extremamente próximos deles
-
1:33 - 1:36e, como vão perceber,
em termos de comportamento -
1:36 - 1:38também temos alguma relação.
-
1:38 - 1:39O que pergunto hoje,
-
1:39 - 1:42a pergunta que hoje quero
explorar com vocês é: -
1:43 - 1:46Que tipo de macaco somos,
em termos de sexualidade? -
1:47 - 1:49Desde os tempos de Darwin
-
1:49 - 1:51que vigora o que Cacilda e eu chamamos
-
1:51 - 1:53a narrativa padrão
da evolução sexual humana. -
1:53 - 1:55Vocês sabem o que é isso,
-
1:55 - 1:58mesmo que nunca tenham
lido nada sobre o assunto. -
1:58 - 2:00A ideia é que, fazendo parte
da natureza humana, -
2:00 - 2:03desde o início da era de nossa espécie,
-
2:03 - 2:08os homens têm como que alugado
o potencial reprodutivo das mulheres, -
2:08 - 2:10prestando-lhes certos bens e serviços.
-
2:10 - 2:14Genericamente, estamos a falar
de carne, abrigo, posição social, -
2:14 - 2:16proteção, coisas desse tipo.
-
2:17 - 2:19Em troca, as mulheres oferecem fidelidade
-
2:19 - 2:22ou, pelo menos,
uma promessa de fidelidade. -
2:22 - 2:26Isto coloca homens e mulheres
numa relação de oposição. -
2:26 - 2:30De acordo com esta visão, a guerra
entre os sexos está no nosso ADN. -
2:32 - 2:36Cacilda e eu afirmamos que não é assim.
-
2:36 - 2:38Essa relação económica,
-
2:38 - 2:40essa relação de oposição,
-
2:40 - 2:42é, na verdade, um produto da agricultura
-
2:42 - 2:46que só surgiu há 10 mil anos, no máximo.
-
2:46 - 2:48Anatomicamente, os seres humanos atuais
-
2:48 - 2:51existem só há cerca de 200 mil anos,
-
2:51 - 2:55portanto, estamos a falar
de 5%, no máximo, -
2:55 - 2:58da nossa época, enquanto
espécie distinta moderna. -
3:00 - 3:02Antes da agricultura,
-
3:02 - 3:04antes da revolução agrícola,
-
3:04 - 3:06é importante perceber que os seres humanos
-
3:06 - 3:09viviam em grupos de caça e colheita
-
3:09 - 3:12que se caracterizam,
onde quer que se encontrem, -
3:13 - 3:17por um igualitarismo feroz,
como lhe chamam os antropólogos. -
3:18 - 3:19Não só partilham as coisas,
-
3:19 - 3:22como exigem que as coisas
sejam partilhadas: -
3:22 - 3:24carne, abrigo, proteção, tudo isso
-
3:24 - 3:27que, supostamente, eram mercadorias
que as mulheres trocavam -
3:27 - 3:29pela sua fidelidade sexual.
-
3:29 - 3:32Acontece que tudo isso era partilhado
amplamente nessas sociedades. -
3:32 - 3:35Não estou a dizer
que os nossos antepassados -
3:35 - 3:36fossem bons selvagens,
-
3:36 - 3:38nem que os caçadores-recoletores modernos
-
3:38 - 3:39também sejam bons selvagens.
-
3:39 - 3:42O que estou a dizer é que
essa é a forma mais simples -
3:42 - 3:44de reduzir o risco
-
3:44 - 3:46num contexto de forrageio.
-
3:46 - 3:49Não há grande discussão
sobre isto entre os antropólogos. -
3:49 - 3:53Cacilda e eu alargámos essa
atitude de partilha à sexualidade. -
3:53 - 3:56Afirmamos que a sexualidade humana
-
3:56 - 4:00evoluiu, essencialmente,
até à agricultura, -
4:00 - 4:04como forma de estabelecer e manter
-
4:04 - 4:07as complexas cadeias flexíveis
dos sistemas sociais -
4:07 - 4:10em que os nossos antepassados
eram muito bons. -
4:10 - 4:14É por isso que a nossa espécie
sobreviveu tão bem. -
4:15 - 4:17Isso deixa as pessoas pouco à vontade.
-
4:17 - 4:20Portanto, é preciso fazer uma pausa
nestas palestras para dizer: -
4:20 - 4:21Oiçam bem.
-
4:21 - 4:24Digo que os nossos
antepassados eram promíscuos, -
4:24 - 4:26mas não digo que eles
faziam sexo com estranhos. -
4:26 - 4:28Não existiam estranhos.
-
4:28 - 4:31Num grupo caçador-recoletor,
não há estranhos. -
4:31 - 4:32As pessoas conhecem-se desde sempre.
-
4:33 - 4:36Digo que havia algumas relações sexuais
que se sobrepunham, -
4:36 - 4:40que os nossos antepassados provavelmente
tinham várias relações sexuais diferentes -
4:40 - 4:43em qualquer momento
das suas vidas adultas. -
4:43 - 4:46Mas não digo que eles
faziam sexo com estranhos. -
4:46 - 4:49Não digo que eles não amavam
as pessoas com quem tinham sexo. -
4:49 - 4:52Não estou a dizer que
não havia afinidade entre o casal. -
4:52 - 4:55Estou apenas a dizer
que o sexo não era exclusivo. -
4:55 - 4:58Aqueles de entre nós
que escolheram ser monogâmicos... -
4:58 - 5:01Os meus pais, por exemplo, foram casados
-
5:01 - 5:03durante 52 anos, sendo monógamos
-
5:03 - 5:05— e, se não foram monógamos...
-
5:05 - 5:07Pai e Mãe, nem quero saber.
-
5:08 - 5:10Não estou a criticar,
-
5:10 - 5:12não estou a dizer que isso é errado.
-
5:12 - 5:13O que digo é que
-
5:13 - 5:18afirmar que os nossos antepassados
eram omnívoros sexuais -
5:19 - 5:22não é uma crítica à monogamia,
-
5:22 - 5:25tal como afirmar que eles
tinham uma dieta omnívora -
5:25 - 5:27não é uma crítica ao vegetarianismo.
-
5:28 - 5:30Podemos optar por ser vegetarianos,
-
5:30 - 5:32mas não pensemos que,
só porque tomámos essa decisão, -
5:32 - 5:35o "bacon", de repente,
deixa de cheirar bem. -
5:35 - 5:37É aí que eu quero chegar.
-
5:38 - 5:40(Risos)
-
5:40 - 5:43Esta ideia levou um minuto
a apanhar, não? -
5:44 - 5:47Para além de ser um grande génio,
um homem maravilhoso, -
5:47 - 5:50um marido maravilhoso,
um pai maravilhoso, -
5:50 - 5:54Charles Darwin também era
um tremendo puritano vitoriano. -
5:54 - 5:56Ele ficou perplexo
-
5:56 - 5:59com os inchaços sexuais
de certos primatas, -
5:59 - 6:00incluindo chimpanzés e bonobos,
-
6:00 - 6:03porque esses inchaços sexuais
tendem a provocar -
6:03 - 6:05muitos machos a copular com as fêmeas.
-
6:05 - 6:09Ele não percebia por que diabo
as fêmeas apresentavam essa coisa -
6:09 - 6:12se tudo o que elas tinham que fazer
era manter o vínculo. -
6:12 - 6:15Darwin não sabia,
-
6:15 - 6:17mas as fêmeas dos chimpanzés
e dos bonobos -
6:17 - 6:19copulam uma a quatro vezes por hora
-
6:19 - 6:22com até doze machos por dia
-
6:22 - 6:24quando têm esses inchaços sexuais.
-
6:24 - 6:27O interessante é que os chimpanzés fêmeas
têm inchaços sexuais -
6:27 - 6:31durante cerca de 40% do ciclo menstrual,
-
6:31 - 6:34os bonobos fêmeas, 90%,
-
6:34 - 6:37e os seres humanos estão
entre as poucas espécies do planeta -
6:37 - 6:39em que as fêmeas
estão disponíveis para sexo -
6:39 - 6:41durante todo o ciclo menstrual,
-
6:41 - 6:44quer esteja menstruada,
quer após a menopausa, -
6:44 - 6:45ou mesmo se já estiver grávida.
-
6:46 - 6:49Isto é raríssimo entre mamíferos.
-
6:49 - 6:52É um aspeto muito interessante
da sexualidade humana. -
6:53 - 6:58Darwin ignorou o reflexo
do inchaço sexual, na sua época... -
6:58 - 6:59(Risos)
-
7:01 - 7:04... como os cientistas tendem
a fazer por vezes. -
7:04 - 7:06Falamos de competição de esperma.
-
7:06 - 7:09O homem médio ejacula cerca
de 300 milhões de espermatozoides. -
7:09 - 7:11É um ambiente competitivo.
-
7:11 - 7:14Mas esse esperma está a competir
com o esperma de outros homens -
7:14 - 7:16ou com os seus iguais?
-
7:16 - 7:18Há muito que comentar neste gráfico.
-
7:18 - 7:20Para já, vou chamar a vossa atenção
-
7:20 - 7:25para a pequena nota musical por cima das
fêmeas do chimpanzé, do bonobo e do homem. -
7:25 - 7:28Ela indica a vocalização
copulatória feminina. -
7:28 - 7:30Reparem nos números.
-
7:30 - 7:31Um ser humano normal
-
7:31 - 7:34tem sexo cerca de mil vezes na vida.
-
7:35 - 7:37Se esse número parece alto para alguns,
-
7:37 - 7:40garanto que, para outros, parece baixo.
-
7:41 - 7:43Nós partilhamos esta proporção
com os chimpanzés e os bonobos. -
7:43 - 7:46Não a partilhamos com
os outros três macacos, -
7:46 - 7:48o gorila, o orangotango e o gibão
-
7:48 - 7:50que são o tipo de mamíferos mais comuns
-
7:50 - 7:52que têm sexo apenas
cerca de 12 vezes na vida. -
7:53 - 7:56Os seres humanos e os bonobos
são os únicos animais -
7:56 - 7:57que fazem sexo cara-a-cara
-
7:57 - 8:00enquanto ambos estão vivos.
-
8:00 - 8:02(Risos)
-
8:05 - 8:08Podemos ver que os seres humanos,
os chimpanzés e os bonobos -
8:08 - 8:10têm testículos externos
o que, no nosso livro, -
8:10 - 8:14comparamos a um frigorífico
especial na garagem, -
8:14 - 8:16apenas para a cerveja.
-
8:16 - 8:19Se vocês são o tipo de pessoas
que têm cerveja no frigorífico da garagem, -
8:19 - 8:22estão à espera de uma festa
em qualquer altura -
8:22 - 8:23e estão preparados.
-
8:23 - 8:26É isso que são os testículos externos.
-
8:26 - 8:27Mantêm frios os espermatozoides
-
8:27 - 8:30para poderem ter ejaculações frequentes.
-
8:30 - 8:33Desculpem, é a verdade.
-
8:34 - 8:37O ser humano — há quem
fique contente por saber — -
8:37 - 8:39tem o pénis maior e mais firme
de qualquer primata -
8:39 - 8:42Esta evidência vai muito
para além da anatomia. -
8:42 - 8:44Vai até à antropologia.
-
8:44 - 8:47Há registos históricos
cheios de relatos de pessoas, -
8:47 - 8:49em todo o mundo, que têm práticas sexuais
-
8:49 - 8:50que seriam impossíveis
-
8:50 - 8:54segundo o que assumimos
sobre a evolução sexual humana. -
8:54 - 8:57Estas mulheres são as mosuo
do sudoeste da China. -
8:57 - 9:00Na sociedade delas, todos,
homens e mulheres, -
9:00 - 9:02são totalmente autónomos sexualmente.
-
9:02 - 9:04Não há vergonha associada
ao comportamento sexual. -
9:04 - 9:06As mulheres têm centenas de parceiros.
-
9:06 - 9:10Não interessa. Ninguém liga.
Ninguém comenta. Não é um problema. -
9:10 - 9:12Quando a mulher engravida,
-
9:12 - 9:14a criança é criada por ela,
pelas suas irmãs e irmãos. -
9:14 - 9:18O pai biológico não é relevante.
-
9:18 - 9:20Do outro lado do planeta, na Amazónia,
-
9:20 - 9:23temos vários tribos que praticam
-
9:23 - 9:25o que os antropólogos chamam
"paternidade partilhada". -
9:25 - 9:28Essas pessoas acreditam
-
9:28 - 9:31— e não há contato entre eles,
nenhuma linguagem em comum, -
9:31 - 9:33portanto não é um ideia que se espalha,
-
9:33 - 9:35é uma ideia que surgiu pelo mundo —
-
9:35 - 9:37eles acreditam que um feto
é, literalmente, -
9:37 - 9:39feito de sémen acumulado.
-
9:39 - 9:41Assim, a mulher que quiser ter um filho
-
9:41 - 9:43inteligente, engraçado e forte,
-
9:43 - 9:46fará por ter muito sexo
com um tipo inteligente, -
9:46 - 9:47um tipo engraçado e um tipo forte,
-
9:47 - 9:50para ter a essência de cada um
desses homens no bebé. -
9:50 - 9:52Quando a criança nasce,
-
9:52 - 9:54esses homens hão de aparecer
-
9:54 - 9:57e reconhecer a paternidade da criança.
-
9:57 - 10:01Assim, a paternidade é uma espécie
de obrigação da equipa, na sociedade. -
10:02 - 10:04Há vários exemplos como este
-
10:04 - 10:06que descrevemos no livro.
-
10:06 - 10:08Porque é que isso é importante?
-
10:09 - 10:12Edward Wilson diz que
nós precisamos de entender -
10:12 - 10:14que a sexualidade humana é,
-
10:14 - 10:16primeiro que tudo,
um dispositivo de ligação -
10:16 - 10:18e só depois, de procriação.
-
10:18 - 10:19Penso que é verdade.
-
10:19 - 10:22Isso é importante porque
a nossa sexualidade evoluída -
10:22 - 10:23está em conflito direto
-
10:23 - 10:26com vários aspetos do mundo moderno.
-
10:26 - 10:28As contradições entre o que nos dizem
-
10:28 - 10:31que devemos sentir
e o que realmente sentimos -
10:31 - 10:35geram um grande sofrimento desnecessário.
-
10:36 - 10:39A minha esperança é que uma compreensão
-
10:39 - 10:41mais exata e atualizada
da sexualidade humana -
10:41 - 10:44nos levará a termos
mais tolerância para com nós mesmos -
10:44 - 10:46e para com os outros,
-
10:46 - 10:50e termos maior respeito por configurações
de relações não convencionais -
10:50 - 10:53como o casamento entre pessoas
do mesmo sexo ou as uniões poliamorosas, -
10:55 - 10:58e que, finalmente, acabemos com a ideia
-
10:58 - 11:01de que os homens têm
um direito inato e instintivo -
11:01 - 11:05de vigiar e controlar o
comportamento sexual das mulheres. -
11:05 - 11:07(Aplausos)
-
11:08 - 11:09Obrigado.
-
11:10 - 11:12Veremos que não são só os "gays"
-
11:12 - 11:14que têm que assumir
a sua homossexualidade. -
11:14 - 11:17Todos temos coisas para reconhecer.
-
11:17 - 11:19Quando assumirmos essas coisas,
-
11:19 - 11:23reconheceremos que a nossa luta
não é entre nós mesmos, -
11:23 - 11:27a nossa luta é contra a ultrapassada
perceção vitoriana da sexualidade humana -
11:27 - 11:31que mistura o desejo
com o direito de propriedade, -
11:31 - 11:34gera a vergonha e a confusão
-
11:34 - 11:36em vez do entendimento e da empatia.
-
11:37 - 11:39É altura de abandonarmos "Marte e Vénus"
-
11:39 - 11:41porque, na verdade,
-
11:41 - 11:44os homens são de África
e as mulheres são de África. -
11:44 - 11:46Obrigado.
-
11:46 - 11:49(Aplausos)
-
11:55 - 11:57Chris Anderson: Obrigado.
Christopher Ryan: Obrigado. -
11:57 - 11:59CA: Tenho uma pergunta,
-
11:59 - 12:03É tão atordoante tentar
usar esses argumentos -
12:03 - 12:06sobre a História da Evolução
-
12:06 - 12:09para transformar isso
no que devemos fazer hoje. -
12:09 - 12:11Alguém podia fazer uma palestra e dizer:
-
12:11 - 12:14"Olhem para nós,
temos estes dentes afiados -
12:14 - 12:18"e músculos e um cérebro muito bom
para arremessar armas". -
12:18 - 12:20Se olharmos para muitas sociedades
em todo o mundo, -
12:20 - 12:22veremos níveis muito altos de violência.
-
12:22 - 12:25A não-violência é uma escolha
como o vegetarianismo, -
12:25 - 12:28mas não é quem nós somos.
-
12:28 - 12:30Como é que isso pode ser diferente
-
12:30 - 12:32da palestra que você fez?
-
12:33 - 12:37CR: Primeiro que tudo, as evidências
-
12:37 - 12:39para os altos níveis
de violência na Pré-História -
12:39 - 12:41são muito discutíveis.
-
12:41 - 12:44Mas esse é apenas um exemplo.
-
12:44 - 12:47Claro, há muitas pessoas que me dizem:
-
12:47 - 12:50"Lá porque vivemos
de certa forma no passado, -
12:50 - 12:53não significa que devemos viver
assim hoje em dia" e eu concordo. -
12:53 - 12:56Todos temos que responder
ao mundo moderno. -
12:56 - 13:01Mas o corpo tem a sua herança...
-
13:01 - 13:03trajetórias evolutivas.
-
13:03 - 13:07Podemos viver de McDonald's
e batidos de leite -
13:07 - 13:09mas o nosso corpo
vai revoltar-se contra isso. -
13:09 - 13:10Nós temos apetites.
-
13:10 - 13:12Acho que foi Schopenhauer quem disse:
-
13:12 - 13:15"Uma pessoa pode fazer o que quiser
-
13:15 - 13:17"mas não pode querer o que quer".
-
13:17 - 13:18Aquilo que repudio
-
13:18 - 13:21é a vergonha associada aos desejos.
-
13:21 - 13:24É a ideia de que, se amarmos
o marido ou a esposa, -
13:24 - 13:27e nos sentirmos atraídos
por outras pessoas, -
13:27 - 13:28há qualquer coisa de errado connosco,
-
13:28 - 13:30com o casamento
-
13:30 - 13:31ou com o nosso parceiro.
-
13:31 - 13:33Penso que há muitas famílias desfeitas
-
13:33 - 13:35por expectativas irrealistas
-
13:35 - 13:38que são baseadas na falsa visão
da sexualidade humana. -
13:38 - 13:40É aí que quero chegar.
-
13:40 - 13:42CA: Obrigado, transmitiu-nos
isso muito bem. Obrigado. -
13:42 - 13:44CR: Obrigado, Chris.
-
13:44 - 13:45(Aplausos)
- Title:
- Fomos destinados a ser omnívoros sexuais?
- Speaker:
- Christopher Ryan
- Description:
-
Uma ideia que vigora na nossa visão moderna de relações: que homens e mulheres sempre acasalaram em relações de exclusividade sexual. Mas antes do aparecimento da agricultura, os seres humanos podem ter sido bastante promíscuos. O autor Christopher Ryan apresenta provas controversas de que os seres humanos são omnívoros sexuais por natureza, na esperança de que uma melhor compreensão possa eliminar a discriminação, a vergonha e o tipo de expectativas irrealistas que destroem as relações.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:02
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Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Are we designed to be sexual omnivores? |
Isabel Vaz Belchior
Esta tradução deveria ter sido feita em português europeu e deve ser revista em português europeu (de Portugal), sob pena da tarefa ser devolvida e retirada, para ser de novo disponibilizada para nova revisão, na equipa de tradutores TED de Português (de Portugal), tal como aconteceu agora.