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Coma para mudar de verdade | Dra. Joanna McMillan | TEDxMacquarieUniversity

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    Como você se sentiria se eu lhe dissesse
  • 0:20 - 0:23
    que a nutrição foi tão longe
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    que tenho em mãos
    comprimidos muito especiais.
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    Você nunca mais precisará comer de novo.
  • 0:30 - 0:32
    Você não comerá nada,
    tudo o que precisa fazer
  • 0:32 - 0:36
    é tomar um desses comprimidos no café,
    almoço e jantar pelo resto da sua vida,
  • 0:36 - 0:39
    e eles vão lhe dar o equilíbrio perfeito
  • 0:39 - 0:42
    de proteínas, carboidratos e gorduras.
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    Eles vão lhe dar todas as calorias
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    que você precisa para manter
    exatamente o peso ideal para o seu corpo.
  • 0:49 - 0:52
    Vão lhe dar todos os antioxidantes
    e o que nós chamamos de fitoquímicos,
  • 0:52 - 0:56
    que são nutrientes e substâncias químicas
    das plantas que nos fazem bem.
  • 0:56 - 0:58
    Tudo nestes maravilhosos comprimidos.
  • 0:58 - 1:00
    A ciência não é maravilhosa?
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    Como você se sentiria?
  • 1:03 - 1:04
    (Vaias)
  • 1:04 - 1:08
    "Buuuuu!" Era essa
    reação que eu esperava.
  • 1:09 - 1:12
    E espero que você esteja pensando:
    "Isso seria horrível!"
  • 1:12 - 1:13
    "Que frustrante!"
  • 1:13 - 1:17
    Espero que algumas memórias
    estejam vindo à sua cabeça.
  • 1:17 - 1:18
    Na minha certamente estão.
  • 1:18 - 1:21
    Eu me lembro da lasanha deliciosa
  • 1:21 - 1:24
    que minha mãe fazia quando parecia
    que éramos milhões de pessoas,
  • 1:24 - 1:27
    ela tinha 20 bocas para alimentar
    e rapidamente fazia essa lasanha.
  • 1:27 - 1:32
    Eu me lembro que minha avó fazia
    um bolo de gengibre maravilhoso,
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    que minha mãe não conseguia fazer igual,
    mesmo sendo melhor cozinheira.
  • 1:35 - 1:39
    Eu me lembro das panquecas
    que a avó de um amigo da família
  • 1:39 - 1:42
    fazia quando éramos pequenos
    e íamos à sua casa.
  • 1:42 - 1:44
    Eu me lembro na adolescência,
  • 1:44 - 1:47
    quando fui intercambista
    com uma colega, na França,
  • 1:47 - 1:50
    e tomávamos canecas
    de chocolate quente com pão branco,
  • 1:50 - 1:54
    isso, baguete com manteiga e geléia
    molhada no chocolate quente.
  • 1:54 - 1:58
    Eu me lembro das paellas enormes
    que comíamos em família
  • 1:58 - 2:01
    na Espanha, nas férias em família.
  • 2:02 - 2:07
    A comida é muito mais
    do que alguns nutrientes.
  • 2:08 - 2:11
    Vocês ficarão felizes em saber
    que a ciência ainda não está neste nível.
  • 2:12 - 2:13
    Graças a Deus,
  • 2:13 - 2:17
    porque comida é mais
    do que somente seus nutrientes.
  • 2:17 - 2:19
    A comida é parte do que somos.
  • 2:19 - 2:21
    A comida é parte da nossa cultura.
  • 2:21 - 2:23
    É parte da nossa formação.
  • 2:23 - 2:26
    É parte de como lidamos
    e interagimos uns com os outros.
  • 2:27 - 2:30
    Pensem, aqueles que estão aqui
    com um companheiro,
  • 2:31 - 2:33
    o que vocês fizeram
    nos primeiros encontros?
  • 2:34 - 2:37
    Eu aposto que vocês saíram
    para jantar, em algum momento.
  • 2:37 - 2:39
    O que fazemos quando comemoramos algo?
  • 2:39 - 2:42
    Além de estourar uma champanhe,
    provavelmente haverá um bolo
  • 2:42 - 2:44
    ou algum tipo de comida.
  • 2:44 - 2:47
    O que fazemos no Natal? E no Ano Novo?
    O que fazemos em funerais?
  • 2:47 - 2:49
    A comida sempre faz parte dos eventos.
  • 2:49 - 2:52
    Eu viajei para alguns lugares
    remotos no mundo,
  • 2:52 - 2:56
    e é sempre o mesmo, não importa
    se você está em um centro urbano
  • 2:56 - 2:59
    ou em uma aldeia
    perdida no meio da África;
  • 2:59 - 3:01
    as pessoas querem
    compartilhar comida com você.
  • 3:01 - 3:04
    Compartilhar comida
    é uma sensação de amizade,
  • 3:04 - 3:08
    uma sensação do que somos
    como seres humanos.
  • 3:08 - 3:11
    E o que me preocupa é que...
  • 3:11 - 3:15
    eu sou uma cientista nutricional,
    dediquei a minha vida ao espaço,
  • 3:15 - 3:19
    e minha preocupação é que a nutrição
    está destruindo algumas dessas coisas.
  • 3:20 - 3:22
    Mas aqui está o problema,
  • 3:22 - 3:25
    porque temos, literalmente,
    um grande problema.
  • 3:26 - 3:29
    Aqui na Austrália, e, infelizmente,
  • 3:29 - 3:31
    na maior parte do mundo,
  • 3:31 - 3:36
    no primeiro mundo, com certeza,
    e logo nos países em desenvolvimento,
  • 3:36 - 3:39
    é comum ser obeso.
  • 3:40 - 3:42
    E isso não é um problema estético.
  • 3:42 - 3:45
    Eu não estou aqui para falar
    sobre imagem, isso é outro assunto.
  • 3:45 - 3:50
    Mas esse problema nos leva
    a um número de doenças crônicas.
  • 3:51 - 3:53
    Sabemos que a diabetes está aumentando.
  • 3:53 - 3:57
    Diabetes tipo dois é a doença crônica
    que cresce mais rápido no país
  • 3:57 - 4:00
    e 280 casos são diagnosticados a cada dia.
  • 4:01 - 4:05
    A cada 12 minutos, um australiano
    morre de uma doença cardiovascular.
  • 4:05 - 4:08
    Senhoras, uma em cada três
    de nós terá câncer,
  • 4:08 - 4:13
    e senhores, me desculpem, 1 em cada 2
    de vocês terá câncer antes dos 85 anos.
  • 4:14 - 4:17
    Agora, enquanto muito disso
    não pode ser prevenido,
  • 4:17 - 4:20
    sabemos que a dieta, e o estilo de vida,
  • 4:20 - 4:26
    mas a dieta está intimamente ligada
    a todas essas doenças crônicas.
  • 4:27 - 4:29
    Se mudássemos a maneira que comemos,
  • 4:29 - 4:32
    poderíamos diminuir esses números
    de uma maneira dramática.
  • 4:32 - 4:36
    Poderíamos diminuir de maneira dramática
    as mortes precoces no país
  • 4:36 - 4:40
    e de maneira dramática melhorar
    a qualidade de vida de muitas pessoas.
  • 4:41 - 4:45
    Mas então por que é tão difícil fazê-lo?
  • 4:46 - 4:49
    Se você já tentou fazer uma dieta,
  • 4:49 - 4:51
    essa não é uma palavra horrível?
  • 4:51 - 4:55
    Eu odeio me denominar uma dietista
    pois a palavra é formada por "dieta".
  • 4:55 - 5:00
    Mas dieta significa, na verdade, apenas
    a maneira e o que estamos comendo.
  • 5:00 - 5:05
    É muito difícil mudarmos nossa forma
    de comer, e em parte isso se dá
  • 5:05 - 5:10
    pelo quanto nossos hábitos alimentares
    estão ligados a nossa maneira de viver.
  • 5:11 - 5:13
    Então, a forma como você aprendeu a comer
  • 5:13 - 5:17
    vai sempre ter uma influência dramática
    na forma como você está comendo hoje,
  • 5:17 - 5:20
    como alimenta seus filhos,
    e como será a próxima geração.
  • 5:21 - 5:25
    Mas também acho que parte do problema
    é a quantidade de confusão.
  • 5:25 - 5:29
    Estive envolvida em uma pesquisa recente
    sobre como as pessoas se sentiam
  • 5:29 - 5:32
    em relação à alimentação saudável,
    se elas se sentiam confusas.
  • 5:32 - 5:37
    E 87% das pessoas disse
    que sentia-se desorientada
  • 5:37 - 5:39
    sobre o que é alimentação saudável.
  • 5:39 - 5:44
    Isso vem do sensacionalismo
    da mídia que há nessa área.
  • 5:44 - 5:46
    Não me leve a mal, eu faço parte da mídia
  • 5:46 - 5:49
    e adoro o entusiasmo das pessoas
    em relação a essa área.
  • 5:49 - 5:54
    Mas infelizmente algumas informações
    são modificadas, distorcidas,
  • 5:54 - 5:57
    até tomarem proporções exageradas.
  • 5:57 - 6:00
    Vamos usar a manteiga como exemplo.
  • 6:00 - 6:03
    Vocês viram a revista Time,
    há pouco tempo,
  • 6:03 - 6:05
    com uma manteiga na capa, que dizia:
  • 6:05 - 6:07
    "Há esperança. Os cientistas
    cometeram um erro".
  • 6:08 - 6:10
    E de repente a minha página do Facebook,
  • 6:10 - 6:12
    e de outras pessoas,
    começou a ir à loucura:
  • 6:12 - 6:16
    "Oba! Hambúrgueres, bacon,
    está tudo liberado!"
  • 6:17 - 6:20
    E isso não tem nada a ver
    com os resultados da pesquisa.
  • 6:20 - 6:24
    A pesquisa mostrou
    que substituir gordura saturada
  • 6:24 - 6:28
    por um punhado de carboidratos refinados
  • 6:28 - 6:31
    é tão ruim ou até pior.
  • 6:31 - 6:32
    Esses foram os resultados.
  • 6:32 - 6:37
    Ou será que a pesquisa disse:
    "Ei, gordura saturada faz bem".
  • 6:37 - 6:39
    Não, não foi este o resultado da pesquisa.
  • 6:39 - 6:43
    Ela questiona a relação
    da gordura saturada com doenças cardíacas,
  • 6:43 - 6:46
    mas esse é só um dos aspectos
    da gordura saturada no seu corpo.
  • 6:46 - 6:51
    E com certeza não nos mostrou que:
    "Ei, gordura saturada diminui os riscos".
  • 6:51 - 6:53
    Não foi isso que ela disse.
  • 6:53 - 6:55
    Mas é isso que a mídia está divulgando.
  • 6:55 - 6:57
    E este é somente um exemplo de muitos
  • 6:57 - 7:01
    que nos mostram que, na verdade,
    estamos causando mais confusão.
  • 7:01 - 7:04
    Vamos voltar alguns anos da minha vida
  • 7:04 - 7:06
    porque, de fato, o que quero lhes mostrar
  • 7:06 - 7:10
    é que não ficamos obesos antes
    dos últimos 50 anos, mais ou menos.
  • 7:10 - 7:11
    Eu não sou tão velha.
  • 7:11 - 7:14
    Mas foi nas últimas décadas
  • 7:14 - 7:17
    que isto virou um problema em voga.
  • 7:17 - 7:20
    O que tenho visto é o seguinte:
    quando eu era adolescente,
  • 7:20 - 7:22
    eu e minha mãe
    nos interessamos em fazer dieta,
  • 7:22 - 7:25
    prestar atenção ao meu corpo
    e pensar: "Tenho que emagrecer".
  • 7:25 - 7:30
    Infelizmente, magreza é igual a beleza,
    neste país, e na Grã-Bretanha onde cresci.
  • 7:30 - 7:35
    E o que aconteceu foi que eu e minha mãe
    embarcamos em várias dietas.
  • 7:35 - 7:39
    Fizemos a dieta Cambridge, que consistia
    em shakes, comprimidos e por aí vai.
  • 7:39 - 7:41
    Lá pelo terceiro dia estávamos de cama
  • 7:41 - 7:43
    e decidimos que talvez
    não fosse a melhor opção.
  • 7:43 - 7:46
    Então tentamos outra,
    chamada dieta Scarsdale,
  • 7:46 - 7:50
    que consistia em comer, pela manhã,
    uma torrada integral e uma laranja.
  • 7:50 - 7:53
    Eu comi isso de café da manhã
    por não sei quantas semanas.
  • 7:53 - 7:55
    Hoje eu não conseguiria.
  • 7:55 - 7:57
    Ainda tenho dificuldade
    em comer sanduíche de atum,
  • 7:57 - 8:01
    pois no almoço sempre comíamos isso,
    um pedaço de fruta e um iogurte desnatado
  • 8:01 - 8:04
    Tentamos de tudo e, finalmente,
    nos adaptamos à dieta de baixa gordura.
  • 8:04 - 8:08
    E essa foi a era da alimentação
    com baixos níveis de gordura.
  • 8:09 - 8:14
    Eu me lembro de comer uma baguete inteira,
    porque não tinha gordura.
  • 8:14 - 8:18
    E adivinhem, aqui dentro
    havia uma licença para comer.
  • 8:18 - 8:20
    E isto é exatamente o que vemos.
  • 8:20 - 8:23
    Então a era de dieta
    de baixa gordura decolou.
  • 8:23 - 8:24
    E o que aconteceu?
  • 8:24 - 8:27
    As empresas alimentícias
    responderam ao nosso pedido
  • 8:27 - 8:30
    nos provendo com muitos tipos
    de comida com pouca gordura.
  • 8:32 - 8:35
    Infelizmente, elas estavam cheias
    de amido refinado, muito açúcar,
  • 8:35 - 8:37
    aditivos, conservantes e tudo mais.
  • 8:37 - 8:39
    Uma abundância de sabores
    para experimentar
  • 8:39 - 8:42
    e fazer a comida parecer
    pelo menos um pouco gostosa.
  • 8:42 - 8:46
    E, psicologicamente,
    tínhamos licença para comer.
  • 8:46 - 8:50
    "Não tem gordura, então não tem calorias,
    e posso comer o quanto eu quiser."
  • 8:50 - 8:54
    Assim interpretamos a informação
    e continuamos a engordar.
  • 8:55 - 8:57
    Então, de repente, a culpa falou:
  • 8:57 - 9:01
    "Espera. Entendemos tudo errado.
    Não é a gordura, são os carboidratos!
  • 9:01 - 9:03
    Temos que culpar os carboidratos.
  • 9:03 - 9:07
    Voltemos a comer um monte de gordura
    e vamos focar os carboidratos".
  • 9:07 - 9:09
    E essa é a ideia que temos no momento.
  • 9:09 - 9:14
    Fui fazer compras, e é normal que a cesta
    de supermercado esteja cheia de comida.
  • 9:14 - 9:17
    Aqui não há muita comida, mas é isso
    que as pessoas estão comendo.
  • 9:17 - 9:20
    Temos um monte de produtos aqui.
  • 9:20 - 9:22
    Este diz: "Proteína não processada".
  • 9:22 - 9:25
    Estamos obcecados
    que o problema são os carboidratos.
  • 9:26 - 9:28
    Isso é proteína não processada
    e possui, nos ingredientes,
  • 9:28 - 9:31
    xarope e proteína de arroz integral.
  • 9:31 - 9:33
    Como você acha que tiraram
    isso do arroz integral?
  • 9:33 - 9:35
    Mesmo assim, chamam de não processada.
  • 9:35 - 9:38
    Temos uma barra chamada
    "Pense magro", sabor biscoito e creme.
  • 9:38 - 9:42
    Temos barras com alto nível de proteína,
    baixo nível de carboidrato,
  • 9:42 - 9:43
    com sabor de chocolate.
  • 9:43 - 9:46
    Queremos tudo, saborear e não engordar.
  • 9:46 - 9:49
    E vai acabar pensando que ao comer isso
    vai estar queimando gorduras.
  • 9:50 - 9:53
    Todas estas barrinhas
    possuem mais de 240 kcal,
  • 9:53 - 9:55
    mas sabe do que temos medo?
  • 9:55 - 9:57
    (Risadas)
  • 9:58 - 10:00
    Deus te proteja se você comer uma banana.
  • 10:00 - 10:01
    Ela tem carboidratos!
  • 10:01 - 10:03
    Vai direto para a sua barriga!
  • 10:03 - 10:05
    Estamos nesse ponto.
  • 10:05 - 10:09
    Nós temos biscoito, mas o que realmente
    queremos ter é o chocolate, a doçura,
  • 10:09 - 10:12
    o bolo, o biscoito, então temos
    isso: "Naturalmente bom".
  • 10:12 - 10:14
    Não contém muitas coisas.
  • 10:14 - 10:17
    Mas você sabe o que tem aqui?
  • 10:17 - 10:21
    Basicamente arroz, manteiga e açúcar.
    Por acaso é farinha sem glúten.
  • 10:21 - 10:25
    Essa é a situação em que nos encontramos,
    as pessoas estão muito confusas
  • 10:25 - 10:27
    e a indústria alimentícia responde
    ao nosso chamado
  • 10:27 - 10:29
    nos dando mais do quê?
  • 10:30 - 10:35
    A não ser pela minha banana,
    aquela cesta é de comida industrializada.
  • 10:36 - 10:38
    Eu moro em Bondi e fui
    em um dos cafés locais
  • 10:38 - 10:40
    que vende comidas integrais,
  • 10:40 - 10:42
    chamado "Comidas Integrais",
    este é o lema deles.
  • 10:42 - 10:44
    Eles servem "smoothies" deliciosos.
  • 10:46 - 10:48
    Eu pedi o smoothie verde
    sem a proteína em pó.
  • 10:48 - 10:51
    Ela me olhou, me reconheceu
    e disse: "Por quê? Por quê?
  • 10:51 - 10:56
    Por que não vai querer a proteína em pó?
    Estaa não é boa? Devíamos ter uma melhor?"
  • 10:56 - 10:58
    E eu falei: "Porque não como
    comida industrializada,
  • 10:58 - 11:00
    ou tento não comer muita".
  • 11:01 - 11:04
    Ela ficou chocada: "Ahn?"
  • 11:04 - 11:06
    Eu conseguia ver
    que ela nunca havia considerado
  • 11:06 - 11:09
    que essa proteína de ervilhas em pó
  • 11:09 - 11:11
    era uma comida industrializada.
  • 11:11 - 11:16
    Por que reconhecemos que carboidratos
    industrializados não são bons para nós,
  • 11:16 - 11:19
    com certeza reconhecemos
    que gorduras industrializadas,
  • 11:19 - 11:22
    como as gorduras trans,
    não são boas para nós,
  • 11:22 - 11:23
    mas fazemos isso com a proteína?
  • 11:23 - 11:26
    Estamos industralizando
    e tirando a vida da proteína,
  • 11:26 - 11:28
    pensando que isso será a solução.
  • 11:30 - 11:32
    Quando olhamos para o mundo atual
  • 11:32 - 11:35
    vemos um número significativo
    de correntes nutricionais.
  • 11:35 - 11:40
    Há uma abordagem gordura zero,
  • 11:40 - 11:43
    praticamente vegana,
    do Doutor Dean Ornish dos EUA.
  • 11:43 - 11:47
    Ele tem ótimas pesquisas,
    mostrou ótimos estudos
  • 11:47 - 11:49
    e publicou resultados ótimos.
  • 11:49 - 11:53
    Há o doutor Loren Cordain,
    o pai da paleodieta,
  • 11:53 - 11:56
    tenho certeza que alguns aqui
    já tentaram ou ao menos ouviram falar,
  • 11:56 - 11:59
    é a dieta mais pesquisada
    do momento, a paleodieta.
  • 11:59 - 12:03
    A mesma Kathy que serve
    os smoothies verdes
  • 12:03 - 12:07
    agora serve pão de banana paleo,
    brownie paleo, proteína em pó paleo.
  • 12:08 - 12:11
    Os homens paleolíticos comiam isso?
  • 12:11 - 12:13
    Conseguimos perceber
    como isso é ridículo, não?
  • 12:14 - 12:17
    Há também as dietas com baixo carboidrato,
  • 12:17 - 12:19
    que começaram com o doutor Atkins
  • 12:19 - 12:22
    e atualmente são incorporadas
    por muitas outras pessoas.
  • 12:22 - 12:25
    Ainda muito popular
    na indústria da boa forma.
  • 12:25 - 12:29
    Há a dieta de South Beach
    e a dieta com baixo índice glicêmico.
  • 12:30 - 12:35
    Há também as tradicionais,
    como a dieta mediterrânea,
  • 12:35 - 12:37
    que na verdade tem
    altos níveis de gordura,
  • 12:37 - 12:40
    mas gordura de coisas boas,
    como azeite de oliva extra virgem,
  • 12:40 - 12:43
    abacate, nozes e sementes.
  • 12:43 - 12:45
    Há sólidas evidências
    por trás desse tipo de dieta.
  • 12:45 - 12:47
    Há uma dieta muito contrastante,
  • 12:47 - 12:51
    mas adotada no Japão pelas pessoas
    com mais longevidade do mundo:
  • 12:51 - 12:52
    a dieta japonesa.
  • 12:52 - 12:54
    Os okinawans têm mais pessoas
    que viveram até os 100 anos
  • 12:54 - 12:56
    do que qualquer outro povo do mundo.
  • 12:56 - 12:59
    E essa dieta tem sido muito estudada
  • 12:59 - 13:02
    para vermos se podemos
    aprender algo com ela.
  • 13:02 - 13:03
    E é uma dieta com baixa gordura.
  • 13:05 - 13:09
    Mas por que nossas dietas de baixa gordura
    não funcionam, e as deles sim?
  • 13:09 - 13:12
    Porque quando olhamos
    para esses diferentes métodos,
  • 13:12 - 13:15
    há algumas semelhanças.
  • 13:15 - 13:18
    São baseadas em comidas de verdade.
  • 13:18 - 13:20
    Em comidas integrais.
  • 13:21 - 13:23
    E o momento em que estamos
    na pesquisa nutricional,
  • 13:23 - 13:25
    e eu preciso lembrar vocês
    que pesquisa nutricional
  • 13:25 - 13:29
    ou a nutrição são ciências muito recentes.
  • 13:29 - 13:33
    Nós só descobrimos as vitaminas
    e os minerais no século passado.
  • 13:33 - 13:36
    Há muito mais a ser entendido e aprendido.
  • 13:36 - 13:40
    É uma ciência fascinante
    para estudar e ler.
  • 13:40 - 13:42
    Mas há tanto que precisamos saber,
  • 13:42 - 13:48
    e, apesar da confusão, há mensagens
    claras vindo dessa ciência.
  • 13:49 - 13:53
    Essas mensagens são bases
    que podem ser usadas por todos.
  • 13:53 - 13:55
    E a mais importante de todas
  • 13:55 - 13:58
    é sobre comer mais plantas.
  • 13:58 - 14:02
    Nós temos que comer mais plantas,
    este é o primeiro passo.
  • 14:03 - 14:07
    Mas outro aspecto interessante
    dessas dietas tradicionais,
  • 14:07 - 14:11
    que parecem ser tão saudáveis,
    é em relação à atitude quanto à comida
  • 14:11 - 14:13
    nesses lugares.
  • 14:13 - 14:16
    Vou falar três palavras e quero que pensem
  • 14:16 - 14:18
    qual delas não pertence ao grupo:
  • 14:19 - 14:22
    pão, massa e manteiga.
  • 14:23 - 14:25
    Qual delas não pertence?
  • 14:26 - 14:30
    Manteiga. Por quê? Porque pão
    e massa são carboidratos.
  • 14:31 - 14:34
    Essa pergunta foi tirada
    de um estudo de psicologia
  • 14:34 - 14:36
    que foi publicado há alguns anos.
  • 14:36 - 14:38
    Mais de uma década na verdade.
  • 14:38 - 14:40
    E compararam culturas diferentes:
  • 14:40 - 14:45
    americanos, belgas, franceses e japoneses.
  • 14:46 - 14:50
    Os franceses responderam
    que a massa não pertencia ao grupo,
  • 14:50 - 14:53
    porque comemos pão e manteiga juntos.
  • 14:53 - 14:56
    Os americanos disseram, assim
    como algumas pessoas da plateia,
  • 14:56 - 14:58
    que pão e massa estão no mesmo grupo
  • 14:58 - 15:00
    pois são carboidratos.
  • 15:01 - 15:03
    Quem tem o maior problema
    quando pensamos em comida?
  • 15:03 - 15:06
    Esse estudo mostrou
    que, por mais que os americanos
  • 15:06 - 15:08
    estejam mais preocupados
    com as comidas que compram,
  • 15:08 - 15:12
    é mais provável que comprem as comidas
    que estavam na minha cesta de compras.
  • 15:14 - 15:20
    Eles não estabeleceram
    prioridade ou prazer em comer.
  • 15:20 - 15:21
    Enquanto que os franceses o fizeram.
  • 15:21 - 15:25
    Quando eu era estudante, passei
    um verão como garçonete em Paris.
  • 15:25 - 15:27
    O restaurante era em uma área comercial,
  • 15:27 - 15:29
    e as pessoas que trabalhavam ali perto
  • 15:29 - 15:30
    vinham ao restaurante
  • 15:30 - 15:34
    e comiam sentados, com garfo e faca,
  • 15:34 - 15:37
    conversando,
  • 15:37 - 15:38
    e depois voltavam para o trabalho.
  • 15:38 - 15:39
    O que acontece em Sydney?
  • 15:39 - 15:42
    Você tem sorte se conseguir
    pegar um sanduíche no caminho.
  • 15:42 - 15:46
    As pessoas comem nas ruas, algo
    que minha mãe dizia ser falta de educação.
  • 15:46 - 15:49
    Tudo é feito na correria.
    Num corre-corre.
  • 15:49 - 15:54
    Não temos prioridades
    e não damos respeito à comida.
  • 15:55 - 15:58
    Quando eu estava na escola,
    e eu não sou muito religiosa,
  • 15:58 - 16:01
    mas nós tínhamos que agradecer
    antes de comermos.
  • 16:01 - 16:05
    Todos tinham que sentar-se
    à mesa, dar graças,
  • 16:05 - 16:08
    e então podíamos comer.
  • 16:09 - 16:11
    Uma coisa boa sobre essa
    demonstração de respeito
  • 16:11 - 16:14
    é que no fim do dia reconhecemos
  • 16:14 - 16:16
    que temos muita sorte.
  • 16:16 - 16:18
    Que temos uma escolha.
  • 16:18 - 16:20
    Podemos escolher entre seguir
    a dieta de baixo carboidrato,
  • 16:20 - 16:22
    baixa gordura ou paleodieta.
  • 16:22 - 16:24
    Nós podemos escolher.
  • 16:25 - 16:29
    O que eu quero deixar para vocês
    é que se quisermos mudar de verdade,
  • 16:29 - 16:32
    mudando as péssimas
    estatísticas na Austrália,
  • 16:32 - 16:34
    eu preciso da sua ajuda.
  • 16:34 - 16:36
    Precisamos perder a guerras das dietas.
  • 16:36 - 16:40
    Precisamos desistir do caminho fácil
    dos comprimidos, poções e shakes,
  • 16:40 - 16:44
    que farão tudo por nós,
    sem precisarmos nos esforçar.
  • 16:44 - 16:47
    E temos que voltar a comer
    comida de verdade.
  • 16:48 - 16:51
    E você pode escolher
    a sua dieta definitiva.
  • 16:51 - 16:55
    Desde que tenhamos alimentos integrais
    como base principal, com muitas plantas,
  • 16:55 - 16:59
    adicionando ou não carne
    ou outros produtos animais,
  • 16:59 - 17:01
    então você pode personalizá-la.
  • 17:02 - 17:07
    E, sobretudo, precisamos
    comer com alegria.
  • 17:07 - 17:09
    Temos que ter prazer
    no que estamos fazendo,
  • 17:09 - 17:12
    se não, desistiremos a longo prazo.
  • 17:12 - 17:15
    E é somente quando se muda a longo prazo,
  • 17:15 - 17:18
    quando se muda o processo cerebral,
  • 17:18 - 17:22
    é a única maneira
    de haver uma mudança real.
  • 17:22 - 17:24
    E espero que você concorde comigo
  • 17:24 - 17:26
    que essa é uma ideia
    que merece ser espalhada.
  • 17:26 - 17:28
    Obrigada.
  • 17:28 - 17:31
    (Aplausos)
Title:
Coma para mudar de verdade | Dra. Joanna McMillan | TEDxMacquarieUniversity
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx usando o formato de conferência TED mas organizada de maneira independente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

A maioria de nós sabe que deveria comer melhor, mas não o faz. Nós estamos cada vez mais confusos em relação à nutrição, com tantos pontos de vista conflitantes, e damos pouca consideração ao que comemos ou à relação que temos com a comida. Nós só podemos mudar de verdade se acabarmos com essa confusão e trouxermos de volta a felicidade em comer.

Adotada como cidadã honorária da Austrália, o crescimento de seguidores da doutora Joanna McMillan é o resultado da sua posição relevante na mídia, e nas indústrias de saúde e boa forma, e do seu papal como vice-presidente da Australian Lifestyle Medicine Association (ALMA), embaixadora da Diabetes Australia e embaixadora de Australian Pineapples, para citar alguns.

Quando adolescente, a doutora Joanna descobriu que sua alimentação e a quantidade de exercícios que fazia impactavam nos seus níveis de energia, humor, autoestima, aparência e perspectiva de vida de maneira expressiva. Inicialmente ela estudou psicologia, mas o amor pelos exercícios a fez seguir uma carreira de preparadora física por 15 anos.

Depois de terminar o bacharelado em nutrição e dietética com honras, a doutora Joanna se mudou para a Austrália e ganhou uma bolsa para completar o seu doutorado na universidade de Sydney em 1999.

Hoje, a doutora Joanna é a fundadora da Get Lean (Fique Enxuto), aparece com frequência na Nine Network e é a nutricionista oficial da rede TODAY. Ela também escreveu vários livros, tem uma coluna semanal no Sunday Life e é blogueira da Woolworths Baby & Toddler Club.

A doutora Joanna é uma mãe ocupada, uma tautologia que provê a ela um desejo de ensinar as pessoas como ter uma vida saudável e cheia de nutrientes, mas que não exija atenção obsessiva ou fora da realidade para ser alcançada.

A filosofia desta escocesa realista é simples. Ela acredita que ter um relacionamento saudável com a comida é tão importante quanto se alimentar de comidas nutritivas. Ela considera a comida mais do que somente nutrientes, e sim parte dos nossos vínculos sociais, nossa cultura e uma grande fonte de prazer na vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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