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O mito da média | Todd Rose | TEDxSonomaCounty

  • 0:13 - 0:17
    Apresentadora: Por favor, recebam ao palco
    do TEDxSonomaCounty... Todd Rose.
  • 0:17 - 0:20
    (Aplausos)
  • 0:24 - 0:28
    Todd Rose: É 1952,
    e a Força Aérea tem um problema.
  • 0:29 - 0:33
    Eles têm bons pilotos
    pilotando os melhores aviões,
  • 0:33 - 0:35
    mas estão tendo os piores resultados.
  • 0:35 - 0:37
    E não sabem por quê.
  • 0:37 - 0:40
    Por um tempo, eles culparam os pilotos,
  • 0:41 - 0:43
    culparam até a tecnologia.
  • 0:44 - 0:46
    por fim conseguiram culpar
    os instrutores de voo.
  • 0:47 - 0:51
    Mas acontece que o problema,
    na verdade, era a cabine.
  • 0:51 - 0:52
    Deixe-me explicar.
  • 0:54 - 0:56
    Imagine que você é um piloto de caça.
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    Você está operando uma máquina
  • 0:59 - 1:03
    que em alguns casos pode voar
    mais rápido do que a velocidade do som,
  • 1:04 - 1:08
    e onde questões entre sucesso e falha,
  • 1:08 - 1:10
    às vezes de vida ou morte,
  • 1:10 - 1:12
    podem ser medidas em frações de segundos.
  • 1:13 - 1:15
    Se você é um piloto de caça,
  • 1:16 - 1:18
    você sabe que seu desempenho
  • 1:18 - 1:24
    depende fundamentalmente
    do ajuste entre você e sua cabine.
  • 1:25 - 1:29
    Porque, afinal, para que serve
    a melhor tecnologia no mundo,
  • 1:29 - 1:31
    se você não alcança
    os instrumentos críticos
  • 1:31 - 1:32
    quando mais precisa deles?
  • 1:33 - 1:36
    Mas isso é um desafio para a Força Aérea.
  • 1:37 - 1:40
    Porque, obviamente, os pilotos
    não são do mesmo tamanho.
  • 1:42 - 1:44
    Então, o problema é:
  • 1:44 - 1:50
    como projetar uma cabine
    na qual caiba a maioria dos indivíduos?
  • 1:52 - 1:53
    Por um bom tempo,
  • 1:53 - 1:58
    supunha-se que isso podia ser feito
    projetando para um piloto mediano.
  • 2:00 - 2:02
    Isso parece intuitivamente correto.
  • 2:02 - 2:06
    Se você projeta algo que sirva
    a uma pessoa de estatura mediana,
  • 2:07 - 2:09
    não serviria à maioria das pessoas?
  • 2:10 - 2:13
    Parece certo, mas na verdade, está errado.
  • 2:14 - 2:15
    E 60 anos atrás,
  • 2:15 - 2:18
    um pesquisador da Força Aérea,
    Gilbert Daniels,
  • 2:18 - 2:21
    provou ao mundo quão errado
    isso realmente é,
  • 2:21 - 2:23
    e o que está nos custando.
  • 2:24 - 2:26
    Aqui está como ele fez.
  • 2:27 - 2:30
    Ele estudou cerca de 4 mil pilotos
  • 2:31 - 2:35
    e mediu-os em dez dimensões de tamanho
  • 2:35 - 2:38
    e fez uma pergunta bem simples:
  • 2:39 - 2:43
    quantos desses pilotos são medianos
    em todas as dez dimensões?
  • 2:44 - 2:45
    (Risos)
  • 2:45 - 2:49
    A suposição era que a maioria seria.
  • 2:50 - 2:52
    Sabe quantos realmente eram?
  • 2:53 - 2:54
    Nenhum.
  • 2:55 - 2:59
    Gilbert Daniels provou que não há
    esse tal de piloto mediano.
  • 3:02 - 3:04
    Em vez disso, o que ele descobriu
  • 3:05 - 3:11
    foi que cada piloto tinha o que chamamos
    de perfil de tamanho irregular.
  • 3:12 - 3:13
    Certo?
  • 3:13 - 3:18
    Significa que ninguém é o mesmo
    em todas as dimensões.
  • 3:18 - 3:20
    E isso faz sentido.
  • 3:20 - 3:22
    Só porque você é a pessoa mais alta
  • 3:22 - 3:24
    não significa que é a mais pesada,
  • 3:24 - 3:26
    ou que tenha os ombros mais largos
  • 3:26 - 3:28
    ou o torso mais longo.
  • 3:29 - 3:33
    Mas isso é difícil, porque, se cada piloto
    tem um perfil de tamanho irregular
  • 3:34 - 3:36
    e você projeta uma cabine para a média,
  • 3:37 - 3:40
    você literalmente a projetou para ninguém.
  • 3:41 - 3:44
    Então, a Força Aérea percebeu
    que tinha um problema.
  • 3:46 - 3:48
    E sua resposta foi audaciosa.
  • 3:49 - 3:51
    Eles baniram a média.
  • 3:52 - 3:53
    (Risos)
  • 3:53 - 3:55
    Significa que a partir dali,
  • 3:55 - 3:57
    eles se recusaram
    a comprar jatos de combate
  • 3:58 - 4:02
    em que a cabine tivesse sido projetada
    para um piloto de tamanho mediano.
  • 4:03 - 4:07
    Em vez disso, exigiram que as empresas
    que construíam esses aviões
  • 4:08 - 4:12
    projetassem as cabines adaptadas
    aos extremos das dimensões de tamanho.
  • 4:12 - 4:16
    Significando que em vez de projetar,
    por assim dizer, para a altura média,
  • 4:16 - 4:18
    queriam uma cabine que pudesse acomodar
  • 4:18 - 4:23
    o mais próximo que a tecnologia permitisse
    do piloto mais baixo e do mais alto.
  • 4:24 - 4:28
    Agora, as empresas que faziam
    esses aviões, como vocês podem imaginar,
  • 4:28 - 4:30
    não ficaram felizes, certo?
  • 4:30 - 4:33
    Elas discutiram, pressionaram e disseram:
  • 4:33 - 4:37
    vai ser impossível ou pelo menos
    impossivelmente caro
  • 4:38 - 4:39
    construir uma cabine flexível.
  • 4:40 - 4:44
    Porém, depois que perceberam
    que a Força Aérea não iria ceder,
  • 4:45 - 4:47
    repentinamente, era possível.
  • 4:47 - 4:50
    E aconteceu que não era tão caro assim.
  • 4:50 - 4:53
    E na verdade, deram grandes passos
  • 4:54 - 4:56
    tirando vantagem de soluções simples
  • 4:56 - 4:59
    que não valorizamos no nosso dia a dia,
  • 4:59 - 5:00
    como assentos ajustáveis.
  • 5:02 - 5:03
    E como resultado,
  • 5:03 - 5:05
    a Força Aérea não somente
  • 5:05 - 5:08
    melhorou a performance
    dos pilotos que já tinha,
  • 5:09 - 5:12
    mas expandiu dramaticamente
    seu grupo de talentos.
  • 5:13 - 5:17
    E hoje, temos o grupo mais diverso
    de pilotos de caça de todos os tempos.
  • 5:18 - 5:19
    Mas aí é que está,
  • 5:19 - 5:24
    muitos dos nossos pilotos nunca teriam
    cabido em uma cabine projetada na média.
  • 5:26 - 5:29
    Então, a maioria de nós nunca sentamos
  • 5:29 - 5:33
    na cabine de um jato de combate
    de US$ 150 milhões, correto?
  • 5:35 - 5:37
    Mas todos nós sentamos na sala de aula.
  • 5:38 - 5:40
    E eu diria que...
  • 5:40 - 5:42
    (Risos)
  • 5:42 - 5:45
    (Aplausos)
  • 5:46 - 5:51
    Eu diria que essas são
    as cabines da nossa economia,
  • 5:51 - 5:55
    e acho que todos sabemos
    que temos alguns problemas.
  • 5:56 - 5:59
    Estamos gastando mais
    dinheiro do que nunca,
  • 6:00 - 6:02
    mas estamos tendo resultados piores.
  • 6:03 - 6:06
    Quer falemos sobre o declínio
    das notas em matemática e ciências
  • 6:08 - 6:09
    ou a crise de desistências.
  • 6:11 - 6:12
    Você provavelmente sabe
  • 6:13 - 6:16
    que temos por volta
    de 1,2 milhões de desistências
  • 6:16 - 6:19
    a cada ano, no ensino médio, neste país.
  • 6:20 - 6:22
    O que você talvez não saiba
  • 6:23 - 6:28
    é que pelo menos 4% desses desistentes
    são intelectualmente dotados.
  • 6:29 - 6:35
    Significa que, todo ano, estamos perdendo
    50 mil das nossas mentes mais brilhantes.
  • 6:37 - 6:39
    Então, sabemos que temos um problema.
  • 6:40 - 6:42
    Mas sabemos por quê?
  • 6:44 - 6:46
    Até agora, estamos satisfeitos
    em culpar os alunos.
  • 6:48 - 6:49
    Culpamos os professores.
  • 6:50 - 6:52
    Culpamos até mesmo os pais.
  • 6:53 - 6:55
    Mas aí é que está o problema...
  • 6:55 - 6:57
    Penso de novo no exemplo da Força Aérea,
  • 6:58 - 7:00
    e não posso deixar de me perguntar:
  • 7:00 - 7:03
    quanto desse problema é
    apenas um mau projeto?
  • 7:06 - 7:07
    O que quero dizer é...
  • 7:07 - 7:13
    embora tenhamos um dos países
    mais diversos na história do mundo,
  • 7:14 - 7:16
    e embora seja o século 21,
  • 7:17 - 7:19
    ainda projetamos
    nosso espaço de aprendizagem,
  • 7:19 - 7:22
    como livros didáticos,
    para o aluno mediano.
  • 7:23 - 7:24
    Sem brincadeira.
  • 7:25 - 7:26
    Chamamos de apropriado à idade.
  • 7:26 - 7:28
    E achamos que é bom o suficiente.
  • 7:29 - 7:30
    Mas claro que não é.
  • 7:31 - 7:32
    Quero dizer, pense nisto.
  • 7:32 - 7:35
    O que significa mesmo projetar
    para um aluno mediano?
  • 7:37 - 7:39
    Porque o aluno não é unidimensional,
  • 7:40 - 7:41
    como esforçado a inteligente.
  • 7:42 - 7:45
    Os alunos variam em muitas
    dimensões da aprendizagem,
  • 7:45 - 7:48
    assim como variam em dimensões de tamanho.
  • 7:49 - 7:50
    Aqui estão algumas óbvias.
  • 7:52 - 7:53
    E assim como o tamanho,
  • 7:55 - 7:57
    cada aluno, cada um deles,
  • 7:58 - 8:00
    tem um perfil irregular.
  • 8:01 - 8:03
    Ou seja, eles têm pontos fortes,
  • 8:04 - 8:06
    eles são medianos em algumas coisas,
  • 8:06 - 8:07
    e eles têm pontos fracos.
  • 8:08 - 8:09
    Todos nós temos.
  • 8:09 - 8:11
    Até os gênios têm pontos fracos.
  • 8:12 - 8:14
    Mas...
  • 8:14 - 8:17
    se o exemplo do piloto de caça
    nos ensinou alguma coisa,
  • 8:18 - 8:19
    é isto.
  • 8:20 - 8:22
    Se você projeta os ambientes
    de aprendizagem para a média,
  • 8:23 - 8:26
    as chances são que você
    os tenha projetado para ninguém.
  • 8:29 - 8:31
    Não admira que tenhamos um problema.
  • 8:32 - 8:36
    Criamos ambientes de aprendizagem
    que, por serem projetados para a média,
  • 8:36 - 8:39
    possivelmente não podem fazer
    o que esperamos que eles façam,
  • 8:40 - 8:42
    que é nutrir o potencial do indivíduo.
  • 8:44 - 8:46
    Mas pense no que isso
    realmente poderia nos custar.
  • 8:48 - 8:51
    Como cada aluno tem
    um perfil irregular de aprendizado,
  • 8:52 - 8:55
    significa que a média prejudica a todos,
  • 8:55 - 8:57
    até mesmo as mentes mais brilhantes.
  • 8:59 - 9:00
    Mesmo para eles,
  • 9:01 - 9:06
    projetar para a média destrói talentos
    de pelo menos duas formas.
  • 9:07 - 9:11
    Primeiro, torna o seu talento
    em uma desvantagem.
  • 9:11 - 9:13
    Todos conhecemos crianças assim.
  • 9:14 - 9:17
    Tão inacreditavelmente dotadas em uma área
  • 9:19 - 9:22
    que o seu ambiente educacional
    não pode desafiá-las.
  • 9:23 - 9:25
    Também sabemos o que acontece.
  • 9:26 - 9:30
    Elas ficam entediadas e, lamentavelmente,
    um grande número desiste da escola.
  • 9:32 - 9:33
    A segunda forma
  • 9:34 - 9:36
    em que projetar para a média
    destrói talentos,
  • 9:37 - 9:41
    é que suas fraquezas
    tornarão difícil de ver
  • 9:42 - 9:44
    e ainda mais de nutrir seu talento.
  • 9:45 - 9:47
    Todos conhecemos crianças assim também.
  • 9:48 - 9:53
    Como a criança talentosa em ciências,
    mas que lê abaixo da média.
  • 9:54 - 9:56
    Como os livros de ciências
  • 9:56 - 9:59
    supõem que cada criança
    está lendo no nível da série,
  • 10:00 - 10:01
    essa criança está em apuros.
  • 10:02 - 10:04
    Porque, para ela,
  • 10:04 - 10:07
    a aula de ciências é
    principalmente um teste de leitura.
  • 10:09 - 10:13
    E duvido que algum dia veremos
    do que ela realmente é capaz.
  • 10:15 - 10:19
    Agora, uma coisa é quando nossa tecnologia
  • 10:19 - 10:23
    não nos permite fazer nada além da média.
  • 10:24 - 10:25
    Mas é totalmente diferente
  • 10:26 - 10:30
    quando a tecnologia muda
    e podemos fazer mais,
  • 10:30 - 10:32
    porém não percebemos.
  • 10:33 - 10:34
    É onde estamos hoje.
  • 10:36 - 10:40
    Nos últimos anos, a educação,
    assim como o resto da sociedade,
  • 10:40 - 10:41
    tornou-se digital.
  • 10:42 - 10:45
    Se você não acredita em mim,
    apenas considere isto:
  • 10:45 - 10:50
    as escolas públicas dos EUA são uma
    das maiores compradoras de iPads no mundo.
  • 10:50 - 10:54
    Certo? A pergunta não é:
    "Você quer a tecnologia?".
  • 10:55 - 10:58
    Ela já está aqui. Você já pagou por ela.
  • 10:58 - 11:01
    A pergunta é: "O que você
    quer que ela seja?"
  • 11:02 - 11:05
    E é agora que fica interessante.
  • 11:06 - 11:08
    Nós temos uma chance, agora,
  • 11:10 - 11:14
    de usar essa tecnologia para criar
    ambientes de aprendizagem tão flexíveis
  • 11:15 - 11:19
    que verdadeiramente podem nutrir
    o potencial de cada indivíduo.
  • 11:21 - 11:23
    Vocês podem pensar que isso é caro, certo?
  • 11:24 - 11:25
    Não precisa ser.
  • 11:26 - 11:27
    Podemos trilhar o caminho longo,
  • 11:28 - 11:33
    podemos dar grandes passos
    com soluções simples
  • 11:33 - 11:36
    que subestimamos
    no nosso dia a dia digital.
  • 11:36 - 11:40
    Aqui estou pensando
    no básico, como tradução,
  • 11:40 - 11:42
    apoio à leitura, vocabulário,
  • 11:42 - 11:46
    até a habilidade de uma máquina
    pronunciar uma palavra para você,
  • 11:46 - 11:48
    ou ler um trecho, se você quiser.
  • 11:48 - 11:49
    Coisas básicas.
  • 11:50 - 11:52
    Mas enquanto essas são soluções simples,
  • 11:53 - 11:54
    você vai se surpreender
  • 11:54 - 11:58
    em quão grande é o impacto
    que elas têm na vida dos indivíduos.
  • 11:59 - 12:02
    Eu me surpreendi na primeira vez
    em que vi isso acontecer.
  • 12:04 - 12:07
    Estava observando uma turma do quarta ano,
  • 12:07 - 12:08
    alguns anos atrás,
  • 12:09 - 12:11
    e eles estavam participando em um estudo
  • 12:11 - 12:15
    onde estávamos testando a eficácia
    de um novo currículo digital de ciências.
  • 12:15 - 12:17
    Agora, serei o primeiro a dizer:
  • 12:17 - 12:20
    essa nova versão digital
    não era sofisticada.
  • 12:20 - 12:22
    Na verdade, era bem básica.
  • 12:23 - 12:26
    No entanto,
  • 12:26 - 12:28
    ela não presumia
  • 12:28 - 12:32
    que cada aluno da turma
    estivesse lendo no nível da série.
  • 12:33 - 12:37
    Uma das minhas coisas favoritas
    sobre essa turma em particular
  • 12:37 - 12:38
    foi a professora.
  • 12:38 - 12:40
    Porque ela odiava tecnologia.
  • 12:40 - 12:42
    E eu sei disso
  • 12:42 - 12:45
    pois foi a primeira coisa
    que ela me disse quando a conheci.
  • 12:45 - 12:47
    E a minha resposta foi:
  • 12:47 - 12:52
    "Certo, por que você se candidatou
    para um estudo sobre tecnologia?"
  • 12:54 - 12:55
    Ela me disse
  • 12:56 - 12:58
    que estava disposta a passar por isso
  • 12:58 - 13:02
    na esperança de que pudesse
    ajudar uma criança em sua sala.
  • 13:03 - 13:04
    O nome dele era Billy.
  • 13:05 - 13:09
    E Billy, como ela disse,
    tinha talento para ciências.
  • 13:10 - 13:13
    Mas era um leitor abaixo da média.
  • 13:15 - 13:18
    E ela esperava que isso o atingisse agora
  • 13:18 - 13:20
    enquanto ele ainda está aprendendo a ler.
  • 13:21 - 13:23
    Tenho que dizer, aquilo
    de fato, me deixou tenso.
  • 13:24 - 13:27
    Pois, como eu disse,
    a tecnologia era bem básica.
  • 13:28 - 13:30
    E eu não queria desapontá-la.
  • 13:30 - 13:32
    Então, você pode imaginar
  • 13:32 - 13:36
    o quão agradavelmente surpreso
    fiquei quando, no meio do estudo,
  • 13:37 - 13:40
    a professora me fala: "Ei, adivinhe?
  • 13:40 - 13:43
    Não só Billy aceitou a tecnologia,
  • 13:44 - 13:47
    como estou começando a ver
    melhora em seu desempenho".
  • 13:48 - 13:49
    Aquilo foi legal.
  • 13:50 - 13:51
    Porém nada,
  • 13:52 - 13:55
    nada me preparou para o que eu vi
  • 13:55 - 13:58
    quando voltei àquela turma
    no final do estudo.
  • 14:00 - 14:03
    Billy se tornou, de fato, a criança
    mais inteligente na sala.
  • 14:04 - 14:05
    Sem brincadeira.
  • 14:05 - 14:07
    E todos sabiam.
  • 14:07 - 14:10
    Na verdade, a primeira coisa
    que vi quando passei pela porta
  • 14:11 - 14:15
    foram seis ou sete crianças
    em volta da mesa do Billy
  • 14:15 - 14:18
    fazendo perguntas sobre a tarefa.
  • 14:18 - 14:21
    Cara, e como ele tinha respostas,
    no final das contas.
  • 14:22 - 14:26
    A questão é, tudo que demos
    ao Billy e seus colegas de classe
  • 14:28 - 14:30
    foi uma aprendizagem
    equivalente a assentos ajustáveis.
  • 14:32 - 14:33
    E em troca,
  • 14:33 - 14:35
    vislumbramos o talento de Billy.
  • 14:36 - 14:40
    E claro, vocês podem dizer: "Veja bem,
    é apenas uma criança em uma sala de aula",
  • 14:41 - 14:44
    mas, novamente, é apenas
    uma criança em uma sala de aula.
  • 14:45 - 14:47
    E a ideia não é essa?
  • 14:48 - 14:50
    Nutrir o potencial do indivíduo.
  • 14:52 - 14:56
    Jonas Salk era um indivíduo
    e ele curou a poliomielite.
  • 14:58 - 15:00
    E se o Billy for o próximo Jonas Salk?
  • 15:02 - 15:05
    E se seu destino for a cura do câncer?
  • 15:06 - 15:07
    Quem sabe?
  • 15:08 - 15:11
    Mas eu sei que chegamos perigosamente
    perto de perder seu talento
  • 15:11 - 15:14
    antes mesmo de sair da escola primária.
  • 15:14 - 15:17
    Não porque ele não entendia ciências,
  • 15:17 - 15:19
    mas porque ainda estava aprendendo a ler.
  • 15:20 - 15:21
    É isso que quero dizer
  • 15:21 - 15:25
    quando digo que soluções simples podem
    ter um impacto profundo nos indivíduos.
  • 15:26 - 15:28
    Então, a verdadeira pergunta pra mim é
  • 15:28 - 15:32
    como colocaremos esses assentos
    ajustáveis para a aprendizagem
  • 15:32 - 15:35
    nas mãos de cada aluno
    o mais rápido possível
  • 15:36 - 15:37
    sem gastar mais dinheiro?
  • 15:39 - 15:43
    Aqui, eu realmente acho que a Força Aérea
    nos deu a fórmula para o sucesso.
  • 15:45 - 15:47
    E se banirmos a média na educação?
  • 15:48 - 15:50
    Sabemos que ela destrói talentos.
  • 15:52 - 15:55
    E se, em vez disso,
    exigirmos que as empresas
  • 15:55 - 15:58
    que vendem esses materiais
    para nossas salas de aula
  • 15:59 - 16:02
    não os criem segundo
    as dimensões médias de aprendizado,
  • 16:02 - 16:03
    mas adaptados a todas elas?
  • 16:04 - 16:06
    Seria uma jogada audaciosa.
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    Certamente mandaria uma forte
    mensagem ao mercado:
  • 16:10 - 16:11
    o jogo mudou.
  • 16:12 - 16:13
    Mas, confie em mim,
  • 16:14 - 16:15
    se fizermos isso,
  • 16:16 - 16:20
    não só aumentaremos a performance
    das crianças nas salas de aula hoje,
  • 16:20 - 16:23
    dramaticamente expandiremos
    nosso grupo de talentos.
  • 16:24 - 16:28
    Porque agora mesmo, há muitos alunos
    que simplesmente não alcançamos
  • 16:28 - 16:30
    porque projetamos para a média.
  • 16:32 - 16:34
    Projete para todos e os alcançaremos,
  • 16:35 - 16:36
    nós conseguiremos seus talentos.
  • 16:37 - 16:40
    E tenho de dizer que sei,
    porque eu fui um desses alunos.
  • 16:41 - 16:45
    Hoje, sou membro docente em Harvard.
  • 16:46 - 16:49
    Mas também sou desistente do ensino médio.
  • 16:50 - 16:51
    E fica ainda melhor.
  • 16:51 - 16:54
    Eu fui um desistente com média de 0,9.
  • 16:54 - 16:55
    (Risos)
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    Para aqueles que não sabem, é bem ruim.
  • 16:58 - 17:00
    (Risos)
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    Aí é que está.
  • 17:03 - 17:06
    Eu estive no fundo do poço
    do nosso sistema educacional
  • 17:08 - 17:10
    e estive no topo.
  • 17:10 - 17:15
    E quero falar que estamos desperdiçando
    muito talento em cada nível.
  • 17:17 - 17:20
    E o problema é que,
    para cada pessoa como eu,
  • 17:21 - 17:26
    há milhões que trabalharam duro,
    que tinham a habilidade,
  • 17:27 - 17:30
    mas foram incapazes de superar o enfado
  • 17:30 - 17:33
    de um ambiente de aprendizagem
    projetado para a média.
  • 17:33 - 17:35
    E o talento deles está perdido pra sempre.
  • 17:37 - 17:38
    O negócio é o seguinte:
  • 17:38 - 17:40
    não podemos nos dar o luxo de perdê-los.
  • 17:41 - 17:43
    A boa notícia
  • 17:43 - 17:44
    é que não precisamos mais perdê-los.
  • 17:46 - 17:50
    Estou dizendo que temos
    uma chance única, agora,
  • 17:51 - 17:54
    de fundamentalmente
    reinventar a própria base
  • 17:54 - 17:56
    das instituições de oportunidade,
  • 17:56 - 17:57
    como a educação,
  • 17:57 - 18:01
    de forma a nutrir o potencial
    de cada indivíduo;
  • 18:01 - 18:03
    e assim, expandir nosso grupo de talentos
  • 18:03 - 18:05
    nos torna bem mais competitivos no mundo.
  • 18:07 - 18:08
    Podemos fazer isso.
  • 18:09 - 18:10
    Sabemos a fórmula.
  • 18:10 - 18:12
    E é hora de exigirmos isso.
  • 18:12 - 18:13
    Obrigado.
  • 18:13 - 18:16
    (Aplausos)
Title:
O mito da média | Todd Rose | TEDxSonomaCounty
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Um desistente do ensino médio que se tornou docente em Harvard fala sobre como uma simples forma de pensar ajuda a criar um potencial individual.

L. Todd Rose é o cofundador e presidente do "Project Variability", uma organização dedicada a providenciar liderança à nova ciência emergente do indivíduo e suas implicações para educação, aos trabalhadores e a sociedade. Além disso, é membro docente na Pós-Graduação de Educação de Harvard, onde ensina Neurociência Educacional. É também autor do livro "Square Peg: My Story" e o que significa criar visionários, inovadores e pensadores fora da caixa.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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