O que as jovens pensam sobre o seu prazer sexual
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0:01 - 0:05Há vários anos que estamos
envolvidos num debate nacional -
0:05 - 0:07sobre agressões sexuais nas universidades.
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0:07 - 0:08Sem dúvida,
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0:08 - 0:13é fundamental que os jovens percebam
as regras básicas do consentimento, -
0:13 - 0:17mas é aí que acabam
as conversas sobre sexo. -
0:17 - 0:19Nesse vácuo de informação
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0:19 - 0:21os "media" e a Internet
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0:21 - 0:23— essa nova esquina da rua digital —
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0:24 - 0:25estão a educar as nossas crianças por nós.
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0:26 - 0:31Se realmente queremos que os jovens
se envolvam com segurança, com ética, -
0:31 - 0:34e sim, com prazer,
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0:34 - 0:37está na altura de termos
uma discussão aberta e franca -
0:38 - 0:41sobre o que acontece depois do "sim".
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0:41 - 0:44Isso inclui quebrarmos
o maior tabu de todos -
0:44 - 0:46e falarmos com os nossos jovens
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0:46 - 0:50sobre a capacidade e o direito
das mulheres ao prazer sexual. -
0:51 - 0:53Sim.
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0:53 - 0:54(Aplausos)
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0:54 - 0:55Vamos lá, minhas senhoras!
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0:55 - 0:57(Aplausos)
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0:57 - 1:01Eu passei três anos a falar com raparigas
entre os 15 e os 20 anos -
1:01 - 1:04sobre as suas atitudes
e experiências sexuais. -
1:04 - 1:05E descobri que,
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1:05 - 1:09enquanto as jovens se podem sentir
com o direito de se envolverem sexualmente -
1:09 - 1:13elas não se sentem necessariamente
com o direito a ter prazer. -
1:13 - 1:16Uma estudante de uma
universidade da Ivy League disse-me: -
1:16 - 1:20"Eu venho de uma longa linha
de mulheres fortes e inteligentes. -
1:20 - 1:22"A minha avó era uma guerreira,
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1:22 - 1:24"a minha mãe é uma profissional.
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1:24 - 1:29"A minha irmã e eu somos barulhentas,
e esta é a nossa forma de poder feminino." -
1:28 - 1:31Depois passou a descrever-me
a sua vida sexual: -
1:31 - 1:33uma série de encontros esporádicos
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1:33 - 1:35que começaram quando ela tinha 13 anos,
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1:35 - 1:36que não foram
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1:36 - 1:38especialmente responsáveis,
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1:39 - 1:41nem especialmente recíprocos
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1:41 - 1:43nem especialmente agradáveis.
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1:43 - 1:45Ela encolheu os ombros.
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1:45 - 1:48"Eu acho que nós raparigas somos
educadas para sermos criaturas dóceis -
1:48 - 1:51"que não expressam desejos
ou necessidades." -
1:52 - 1:53"Espera aí" — disse-lhe eu.
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1:53 - 1:57"Não acabaste de me dizer
que és uma mulher forte e inteligente?" -
1:57 - 1:59Calou-se e hesitou.
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1:59 - 2:01"Eu acho", disse-me finalmente,
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2:02 - 2:05"que ninguém me disse que essa imagem
forte e inteligente se aplica ao sexo." -
2:06 - 2:09Provavelmente, eu devia ter dito
logo de início que, apesar da publicidade, -
2:09 - 2:13os adolescentes não estão a ter
relações sexuais mais frequentemente -
2:14 - 2:16ou mais cedo do que há 25 anos.
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2:16 - 2:20No entanto, estão envolvidos
noutros comportamentos. -
2:20 - 2:21E quando ignoramos isto,
-
2:22 - 2:24quando rotulamos isso
como não sendo sexo, -
2:25 - 2:28isso abre a porta a comportamentos
de risco e desrespeito. -
2:29 - 2:32Isto é particularmente verdade
para o sexo oral, -
2:32 - 2:35que os adolescentes consideram ser
menos íntimo do que a relação sexual. -
2:36 - 2:38As raparigas diziam-me:
"Não é nada de especial," -
2:38 - 2:41como se todas tivessem lido o mesmo
manual de instruções -
2:42 - 2:45— pelo menos se os rapazes estavam
na posição passiva. -
2:46 - 2:48As jovens têm muitas razões
para participar. -
2:48 - 2:50Fazia-as sentirem-se desejadas;
-
2:50 - 2:53era uma maneira de aumentar
o estatuto social. -
2:53 - 2:57Às vezes, era uma forma de saírem
de uma situação desconfortável. -
2:57 - 3:00Como uma caloira de uma faculdade
da Costa Oeste me disse: -
3:00 - 3:02"Uma rapariga vai fazer um bico
a um rapaz no final da noite -
3:02 - 3:05"porque não quer ter
relações sexuais com ele, -
3:05 - 3:07"e ele quer ser satisfeito.
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3:07 - 3:09"Se eu quiser que ele se vá embora,
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3:09 - 3:11"e não quero que nada aconteça..."
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3:13 - 3:17Ouvi tantas histórias de raparigas
a fazerem sexo oral unilateral -
3:17 - 3:19que comecei a perguntar:
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3:19 - 3:21"Se todas as vezes
que estás sozinha com um rapaz, -
3:21 - 3:24"e ele te disser para lhe ires buscar
um copo de água à cozinha, -
3:24 - 3:28"mas ele nunca te foi buscar
um copo de água, -
3:28 - 3:29"ou se foi, foi como...
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3:32 - 3:33"queres que vá...?
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3:34 - 3:36"Sabes, de má vontade.
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3:36 - 3:38"Tu não irias aguentar isso".
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3:39 - 3:42Mas nem sempre eram os rapazes
que não queriam. -
3:42 - 3:44Eram as raparigas que não queriam
que eles o fizessem. -
3:44 - 3:47As raparigas exprimiam
uma certa vergonha dos seus genitais. -
3:48 - 3:52Uma sensação de que eram ao mesmo
tempo nojentos e sagrados. -
3:52 - 3:54Os sentimentos das mulheres
sobre os seus genitais -
3:54 - 3:58têm sido ligados diretamente
ao seu prazer com o sexo. -
3:58 - 4:02Contudo, Debby Herbenick, uma
investigadora na Universidade do Indiana -
4:02 - 4:06acredita que a autoimagem genital
das raparigas está sob cerco, -
4:06 - 4:08com mais pressão do que nunca
-
4:09 - 4:12para vê-los como inaceitáveis
no seu estado natural. -
4:13 - 4:14De acordo com investigação,
-
4:14 - 4:18cerca de 3/4 das universitária
rapam os pelos púbicos — totalmente — -
4:18 - 4:20pelo menos de vez em quando,
-
4:20 - 4:23e mais de metade fazem-no regularmente.
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4:23 - 4:27As raparigas disseram-me que isso
as fazia sentir mais limpas, -
4:27 - 4:30que era uma escolha pessoal.
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4:31 - 4:35Mas eu duvidava que, se estivessem
sozinhas numa ilha deserta, -
4:35 - 4:38elas escolheriam gastar assim
o seu tempo. -
4:38 - 4:40(Risos)
-
4:40 - 4:41Quando as pressionei,
-
4:41 - 4:43surgiu uma motivação mais obscura:
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4:44 - 4:45evitar a humilhação.
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4:46 - 4:49"Os rapazes agem como se ficassem
enojados com isso", -
4:49 - 4:51disse-me uma jovem.
-
4:51 - 4:53Ninguém quer que falem delas assim.
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4:54 - 4:58O aumento da depilação púbica
fez-me lembrar os anos 20, -
4:58 - 5:02quando as mulheres começaram a fazer
a depilação nas pernas e nas axilas. -
5:02 - 5:05Foi quando ficaram na moda
os vestidos curtos e sem mangas -
5:05 - 5:07e os membros das mulheres
passaram a ser visíveis, -
5:07 - 5:09abertos ao escrutínio público.
-
5:10 - 5:13De certa forma acho que isto
também é um sinal -
5:13 - 5:17de que a parte mais íntima das raparigas
está aberta ao escrutínio público, -
5:17 - 5:19aberta a crítica,
-
5:19 - 5:23a começar a ser mais sobre o que
parece às outras pessoas -
5:23 - 5:25do que como as faz sentir.
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5:26 - 5:30A tendência de depilar provocou
um aumento nas labioplastias. -
5:30 - 5:35A labioplastia, que é o corte dos lábios
internos e externos, -
5:35 - 5:40é a cirurgia estética que está a aumentar
mais rapidamente entre as adolescentes. -
5:41 - 5:46Aumentou 80% entre 2014 e 2015.
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5:46 - 5:50Enquanto as raparigas com menos de 18 anos
são 2% de todas as cirurgias plásticas, -
5:50 - 5:53nas labioplastias são 5%.
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5:54 - 5:56Aliás, o aspeto mais procurado,
-
5:56 - 6:00em que os lábios externos parecem
fundidos como uma amêijoa, -
6:00 - 6:01chama-se...
-
6:01 - 6:03esperem só...
-
6:03 - 6:05"A Barbie".
-
6:06 - 6:08Espero não ter de vos dizer
-
6:08 - 6:11que a Barbie
a) é feita de plástico -
6:11 - 6:14e b) não tem genitais.
-
6:14 - 6:16(Risos)
-
6:16 - 6:19A moda das labioplastias
tornou-se tão preocupante -
6:19 - 6:23que a Faculdade Americana
de Obstetras e Ginecologistas -
6:23 - 6:25emitiu uma declaração
sobre o procedimento, -
6:25 - 6:27que raramente é indicado pelos médicos,
-
6:28 - 6:30que não está provado ser seguro
-
6:30 - 6:36e que os efeitos secundários
incluem cicatrizes, dormência, dor -
6:36 - 6:38e uma diminuição da sensação sexual.
-
6:39 - 6:40Agora, reconhecidamente,
-
6:40 - 6:42e abençoadamente,
-
6:42 - 6:45o número de raparigas envolvidas
ainda é bem pequeno, -
6:45 - 6:48mas podem vê-las como canários
numa mina de carvão, -
6:48 - 6:52a dizerem-nos algo importante sobre
como as raparigas veem o seu corpo. -
6:54 - 6:55Sara McClelland,
-
6:55 - 6:58uma psicóloga na Universidade do Michigan,
-
6:58 - 7:02cunhou a minha frase favorita
para falar de tudo isto: -
7:03 - 7:05"Justiça íntima".
-
7:07 - 7:11É a ideia de que o sexo
tem implicações políticas e pessoais, -
7:11 - 7:13ao estilo, "quem lava a loiça
lá em casa", -
7:14 - 7:16ou "quem aspira os tapetes".
-
7:16 - 7:19E levanta problemas similares
sobre a desigualdade, -
7:20 - 7:21sobre disparidades económicas,
-
7:22 - 7:23sobre a violência,
-
7:23 - 7:25sobre a saúde física e mental.
-
7:25 - 7:29A justiça íntima pede-nos que consideremos
-
7:29 - 7:32quem tem o direito
de participar numa experiência. -
7:32 - 7:34Quem tem direito a desfrutá-la?
-
7:34 - 7:37Quem é o principal beneficiário?
-
7:37 - 7:41E como cada parceiro define
"suficientemente bom"? -
7:42 - 7:46Honestamente, acho que estas perguntas
são difíceis e às vezes traumáticas -
7:46 - 7:50quando as mulheres adultas
são confrontadas com elas, -
7:50 - 7:51mas quando estamos a falar de raparigas,
-
7:51 - 7:57eu continuava a voltar à ideia de que
as suas primeiras experiências sexuais -
7:57 - 8:01não deveriam ter que ser algo
que elas têm de superar. -
8:02 - 8:03No seu trabalho,
-
8:03 - 8:07McClellan descobriu que as jovens
são mais propensas do que os jovens -
8:07 - 8:11a usar o prazer dos seus parceiros
como uma medida da sua satisfação. -
8:11 - 8:12Assim, diziam coisas como:
-
8:13 - 8:14"Se ele está satisfeito sexualmente,
-
8:15 - 8:17"então eu estou satisfeita sexualmente".
-
8:17 - 8:22Os rapazes são mais propensos a medir
o seu prazer pelo seu próprio orgasmo. -
8:23 - 8:27As raparigas também definem
o sexo mau, de forma diferente. -
8:28 - 8:30No maior inquérito já realizado
-
8:30 - 8:33sobre o comportamento sexual americano,
-
8:33 - 8:37reportaram dor nos seus encontros sexuais
-
8:37 - 8:3930% das vezes.
-
8:40 - 8:43Também usaram palavras como "deprimente",
-
8:43 - 8:45"humilhante",
-
8:45 - 8:46"degradante".
-
8:46 - 8:50Os rapazes nunca usaram
este tipo de linguagem. -
8:50 - 8:54Quando as raparigas relatam
níveis de satisfação sexual -
8:54 - 8:58iguais ou melhores
do que a dos rapazes -
8:57 - 8:59— e isso acontece na investigação —
-
8:59 - 9:01isso pode ser enganador.
-
9:02 - 9:05Se uma rapariga vai a um encontro
esperando que não vai doer, -
9:05 - 9:07querendo sentir-se mais perto
do seu parceiro -
9:07 - 9:10e à espera que ele tenha um orgasmo,
-
9:10 - 9:13ela ficará satisfeita se estes critérios
forem cumpridos. -
9:13 - 9:16Não há nada de errado em querer
sentirem-se perto do parceiro, -
9:16 - 9:18ou quererem que ele fique feliz,
-
9:18 - 9:21e o orgasmo não é a única medida
de uma experiência, -
9:22 - 9:23mas a ausência de dor
-
9:24 - 9:28é um padrão muito baixo
para a nossa satisfação sexual. -
9:29 - 9:31Ao ouvir isto tudo e ao pensar nisto,
-
9:31 - 9:37comecei a perceber que fazemos
um tipo de clitoridectomia psicológica -
9:37 - 9:38nas raparigas americanas.
-
9:38 - 9:40A começar na infância,
-
9:40 - 9:44os pais de rapazes são mais propensos
a nomear todas as partes do corpo, -
9:44 - 9:46pelo menos, vão dizer,
"Isto é a tua pilinha". -
9:46 - 9:50Os pais das raparigas passam diretamente
do umbigo para os joelhos, -
9:50 - 9:53e deixam toda esta parte aqui sem nome.
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9:53 - 9:54(Risos)
-
9:54 - 9:58Não há melhor forma de impedir
que se fale numa coisa -
9:58 - 10:00do que não lhe dar um nome.
-
10:00 - 10:03Depois as crianças vão para as aulas
de educação sexual -
10:03 - 10:06e aprendem que os rapazes
têm ereções e ejaculações, -
10:07 - 10:08e as raparigas têm...
-
10:09 - 10:12períodos e uma gravidez indesejada.
-
10:12 - 10:16E veem aquele diagrama interno
de um sistema reprodutivo feminino -
10:17 - 10:19— sabem, aquele que parece
uma cabeça de boi — -
10:19 - 10:21(Risos)
-
10:23 - 10:25e ficam com uma zona cinzenta
entre as pernas. -
10:26 - 10:28Nós nunca dizemos vulva,
-
10:28 - 10:30e certamente que nunca dizemos clitóris.
-
10:30 - 10:32Não é surpresa nenhuma
-
10:32 - 10:35que menos de metade das adolescentes
entre os 14 e os 17 anos -
10:35 - 10:37nunca se masturbaram.
-
10:37 - 10:40Depois partem para as suas experiências
com parceiros -
10:40 - 10:44e esperamos que, de alguma forma,
elas pensem que o sexo é sobre elas, -
10:44 - 10:49que consigam articular as suas
necessidades, desejos e limites. -
10:49 - 10:51É irrealista.
-
10:52 - 10:54No entanto, aqui há qualquer coisa.
-
10:54 - 10:58O investimento das raparigas
no prazer do parceiro permanece, -
10:58 - 11:00independentemente do sexo do parceiro.
-
11:01 - 11:03Então, em encontros do mesmo sexo,
-
11:03 - 11:06a lacuna do orgasmo desaparece.
-
11:06 - 11:09As raparigas atingem o clímax
com a mesma frequência que os homens. -
11:10 - 11:12As raparigas lésbicas
e bissexuais disseram-me -
11:12 - 11:16que se sentiam libertas
para sair do roteiro -
11:16 - 11:19— libertas para criar um encontro
que funcionasse para elas. -
11:19 - 11:23As raparigas "gay" também desafiaram
a ideia da primeira relação sexual -
11:23 - 11:25como a definição de virgindade.
-
11:25 - 11:28Não porque a relação sexual
não seja importante, -
11:28 - 11:32mas vale a pena questionar
porque consideramos que este ato, -
11:32 - 11:35— que a maior parte das raparigas
associa a desconforto e dor — -
11:35 - 11:38seja a meta para a idade sexual adulta,
-
11:38 - 11:41seja muito mais significativo,
-
11:40 - 11:44muito mais transformadora
do que qualquer outra coisa. -
11:44 - 11:47Vale a pena considerar
como isto serve as raparigas; -
11:47 - 11:50se as está a manter a salvo de doenças,
-
11:50 - 11:53de coação, de traições, de agressões.
-
11:54 - 11:57se se trata de incentivar
a mutualidade e o carinho; -
11:57 - 12:01o que isto significa sobre o modo
como veem outros atos sexuais; -
12:01 - 12:03se lhes está a dar um maior controlo
-
12:03 - 12:06e prazer nas suas experiências,
-
12:06 - 12:09e o que isto significa
para adolescentes "gays", -
12:09 - 12:13que podem ter múltiplos parceiros
sexuais sem terem sexo heterossexual. -
12:14 - 12:17Então perguntei a uma rapariga "gay":
-
12:17 - 12:19"Como é que soubeste que já
não eras virgem?" -
12:19 - 12:22Ela disse-me que teve
de procurar no Google. -
12:22 - 12:23(Risos)
-
12:23 - 12:25E o Google não tinha a certeza.
-
12:25 - 12:27(Risos)
-
12:27 - 12:30Ela decidiu finalmente
que já não era virgem -
12:30 - 12:33quando teve o primeiro orgasmo
com uma parceira. -
12:34 - 12:35E eu pensei:
-
12:36 - 12:37Uau!
-
12:37 - 12:40Então, e se apenas por um segundo,
-
12:40 - 12:43imaginássemos que esta era a definição?
-
12:44 - 12:46Não porque a relação sexual
não seja importante, -
12:46 - 12:47claro que é,
-
12:47 - 12:50mas não é a única coisa importante.
-
12:50 - 12:54Em vez de pensarmos no sexo como
uma corrida para atingir um objetivo, -
12:54 - 12:59isto ajuda-nos a reconcetualizá-lo
como uma piscina de experiências -
12:59 - 13:04que incluem calor, afeto, excitação,
-
13:04 - 13:07desejo, toque, intimidade.
-
13:08 - 13:10E vale a pena perguntar aos jovens:
-
13:10 - 13:13Quem é que tem maior experiência sexual?
-
13:14 - 13:17Aquela que está aos beijos
com um parceiro durante três horas -
13:17 - 13:21e experiências com tensão sexual
e comunicação, -
13:21 - 13:25ou aquela que se embebeda numa festa
e vai para a cama com um qualquer -
13:25 - 13:30para perder a sua "virgindade"
antes de ir para a universidade? -
13:30 - 13:33A única forma de mudar o pensamento
-
13:33 - 13:37pode acontecer se falarmos mais
com os nossos jovens sobre sexo, -
13:37 - 13:39se normalizarmos essas discussões,
-
13:39 - 13:42integrando-as nas suas vidas diárias,
-
13:42 - 13:46falando sobre esses atos íntimos
de forma diferente, -
13:46 - 13:49da mesma forma que mudámos
-
13:49 - 13:51a forma como falamos das mulheres
no domínio público. -
13:52 - 13:56Considerem uma pesquisa com 300
raparigas escolhidas aleatoriamente -
13:56 - 13:59de uma universidade holandesa
e Americana, -
13:59 - 14:01duas universidades parecidas,
-
14:01 - 14:04para falarem sobre as suas primeiras
experiências sexuais. -
14:04 - 14:09As holandesas encarnaram tudo
o que queremos das nossas raparigas. -
14:09 - 14:11Tinham menos consequências negativas,
-
14:11 - 14:14como doenças, gravidezes, arrependimento,
-
14:15 - 14:17mais resultados positivos,
-
14:17 - 14:19como serem capazes
de comunicar com os parceiros, -
14:20 - 14:21que diziam conhecer bastante bem,
-
14:21 - 14:23prepararem a experiência
de forma responsável, -
14:23 - 14:25terem prazer.
-
14:26 - 14:28Qual era o segredo delas?
-
14:28 - 14:32As holandesas disseram que
os médicos, professores e pais -
14:32 - 14:34falavam com elas, abertamente,
-
14:34 - 14:35desde cedo,
-
14:36 - 14:41sobre sexo, prazer e a importância
da confiança mútua. -
14:41 - 14:43E mais,
-
14:43 - 14:47enquanto os pais americanos não
se sentem à vontade a falar de sexo, -
14:48 - 14:50a tendência é ter estas conversas
-
14:50 - 14:54inteiramente em termos
de risco e de perigo, -
14:55 - 15:00enquanto os pais holandeses falam
de equilibrar responsabilidade e prazer. -
15:00 - 15:02Tenho de vos dizer,
-
15:02 - 15:03a mim, como mãe,
-
15:03 - 15:05isto chocou-me,
-
15:05 - 15:08porque eu sei,
-
15:08 - 15:10se não tivesse feito esta pesquisa,
-
15:10 - 15:14teria falado com a minha filha
sobre contraceção, -
15:14 - 15:16sobre proteção contra doenças,
-
15:17 - 15:19sobre consentimento,
porque sou uma mãe moderna, -
15:19 - 15:20e teria pensado:
-
15:22 - 15:23Bom trabalho.
-
15:24 - 15:27Agora sei que isto não chega.
-
15:28 - 15:32Também sei o que espero
para as nossas raparigas. -
15:32 - 15:36Quero que vejam a sexualidade
como uma fonte de autoconhecimento, -
15:36 - 15:38de criatividade e de comunicação,
-
15:38 - 15:41apesar dos seus potenciais riscos.
-
15:41 - 15:45Quero que sejam capazes de se reverem
na sensualidade dos seus corpos -
15:45 - 15:47sem serem reduzidas a isso.
-
15:47 - 15:50Quero que sejam capazes de pedir
o que querem na cama, -
15:50 - 15:52e que o obtenham.
-
15:53 - 15:56Quero que estejam protegidas
duma gravidez indesejada, -
15:56 - 15:57de doenças,
-
15:57 - 15:58de crueldade,
-
15:59 - 16:00de desumanização,
-
16:00 - 16:01de violência.
-
16:02 - 16:04Se forem agredidas,
-
16:04 - 16:07quero que tenham recursos
nas suas escolas, -
16:07 - 16:09nos seus patrões,
-
16:09 - 16:10nos tribunais.
-
16:11 - 16:13É pedir muito,
-
16:13 - 16:15mas não é demasiado.
-
16:15 - 16:20Como pais, professores,
defensores e ativistas, -
16:20 - 16:24criámos uma geração de raparigas
para terem voz, -
16:24 - 16:28para esperarem um tratamento
igualitário em casa, -
16:28 - 16:30na sala de aula,
-
16:30 - 16:31no local de trabalho.
-
16:32 - 16:36Agora é altura de exigirmos
esta justiça íntima -
16:36 - 16:40também para as suas vidas pessoais.
-
16:40 - 16:41Obrigada.
-
16:41 - 16:44(Aplausos)
- Title:
- O que as jovens pensam sobre o seu prazer sexual
- Speaker:
- Peggy Orenstein
- Description:
-
Porque é que as raparigas se sentem autorizadas a envolverem-se em atividades sexuais, mas não em apreciá-las? Durante três anos, a autora Peggy Orenstein entrevistou raparigas dos 15 aos 20 anos sobre as suas atitudes e experiências com o sexo. Ela analisa o prazer que está em grande parte ausente dos encontros sexuais e pede-nos para acabar com a "lacuna do orgasmo", falando abertamente com as raparigas desde cedo sobre sexo, corpos, prazer e intimidade.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:00
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Brian Greene edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Brian Greene edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Catarina Mendes edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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Catarina Mendes edited Portuguese subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure |