A dança do escaravelho-do-excremento
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0:00 - 0:02Isto é cocó
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0:02 - 0:05e o que eu quero fazer hoje é
partilhar a minha paixão -
0:05 - 0:08por cocó com vocês
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0:08 - 0:11o que pode ser bastante difícil
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0:11 - 0:14mas penso que o que vocês
podem achar mais fascinante -
0:14 - 0:17é a forma como estes pequenos animais
lidam com cocó. -
0:17 - 0:20Então, este animal aqui tem um cérebro
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0:20 - 0:24do tamanho de um grão de arroz,
e mesmo assim consegue fazer coisas -
0:24 - 0:27que nem eu nem vocês
poderíamos sequer pensar em fazer. -
0:27 - 0:31E basicamente tudo evoluiu para
lidar com a sua fonte de alimento, -
0:31 - 0:34que é o excremento.
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0:34 - 0:36Portanto, a questão é:
por onde começamos esta história? -
0:36 - 0:39E parece apropriado começar pelo fim
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0:39 - 0:42porque este é um produto da digestão que sai
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0:42 - 0:45de outros animais,
mas que ainda contém nutrientes -
0:45 - 0:47e existem ali nutrientes suficientes
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0:47 - 0:50para os escaravelhos-do-excremento
conseguirem viver -
0:50 - 0:53e então os escaravelhos-do-excremento
comem excremento, e as suas larvas -
0:53 - 0:55também se alimentam de excremento.
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0:55 - 0:59Elas crescem completamente
numa bola de excremento. -
0:59 - 1:03Na África do Sul, existem cerca de
800 espécies de escaravelho-do-excremento, -
1:03 - 1:06em África existem cerca de 2 000 espécies
de escaravelhos-do-excremento -
1:06 - 1:10e em todo o planeta existem cerca de
6 000 espécies de escaravelhos-do-excremento. -
1:10 - 1:16Então, de acordo com os escaravelhos-do-excremento,
o excremento é bastante bom. -
1:16 - 1:18A não ser que vocês estejam preparados
para terem excremento nas vossas unhas -
1:18 - 1:21e para escavarem no próprio excremento,
vocês nunca irão ver -
1:21 - 1:2390% das espécies de escaravelhos
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1:23 - 1:26porque eles vão directamente
para dentro do excremento -
1:26 - 1:28em linha reta até abaixo dele, e então eles escavam
para a frente e para trás -
1:28 - 1:30entre o excremento e a superfície do solo
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1:30 - 1:33e um ninho que eles fazem debaixo de terra.
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1:33 - 1:39Portanto, a questão é, como é que eles
lidam com este material? -
1:39 - 1:42E a maioria dos escaravelhos-do-excremento
consegue embrulhá-lo numa espécie de embalagem. -
1:42 - 1:4610% das espécies fazem, na realidade, uma bola
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1:46 - 1:50e empurram esta bola para longe
da origem do excremento -
1:50 - 1:54normalmente, enterram-na num lugar remoto
longe da origem do excremento -
1:54 - 1:57e têm um comportamento muito particular
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1:57 - 2:02pelo qual conseguem empurrar as suas bolas.
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2:02 - 2:06Então este é um proprietário muito orgulhoso
de uma bela bola de excremento. -
2:06 - 2:07Vocês podem ver que é um macho
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2:07 - 2:09porque ele tem um pequeno cabelo na parte de trás
das suas pernas, -
2:09 - 2:14e está claramente satisfeito por estar onde está.
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2:14 - 2:16E depois ele está prestes a tornar-se uma vítima
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2:16 - 2:21de um maldoso esmaga-e-apanha. (Risos)
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2:21 - 2:24E esta é uma clara indicação
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2:24 - 2:27de que este é um recurso valioso.
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2:27 - 2:31E portanto, recursos valiosos têm de ser protegidos
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2:31 - 2:34e guardados de uma forma especial, e nós achamos
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2:34 - 2:37que a razão de eles rolarem as bolas
para longe é devido a isto... -
2:37 - 2:40...devido à competição que está envolvida
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2:40 - 2:42em tomar posse daquele excremento.
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2:42 - 2:45Portanto, este monte de excremento era,
na verdade... bem, isto era um monte de excremento -
2:45 - 2:4715 minutos antes de esta fotografia ser tirada
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2:47 - 2:50e nós achamos que é a intensa competição
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2:50 - 2:54que torna os escaravelhos tão bem adaptados
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2:54 - 2:57em rolar as bolas de excremento.
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2:57 - 2:59Então o que vocês têm que imaginar aqui
é este animal -
2:59 - 3:03a mover-se através da savana africana.
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3:03 - 3:06A sua cabeça está para baixo.
Ele está a andar para trás. -
3:06 - 3:11É a forma mais bizarra de transportar comida
em qualquer direcção -
3:11 - 3:14e, ao mesmo tempo, ele tem que
lidar com o calor. -
3:14 - 3:16Isto é África. Está calor.
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3:16 - 3:18Então o que eu quero partilhar convosco agora
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3:18 - 3:21são algumas das experiências que
eu e os meus colegas -
3:21 - 3:26temos utilizado para investigar
como os escaravelhos -
3:26 - 3:28lidam com estes problemas.
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3:28 - 3:30Observem este escaravelho,
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3:30 - 3:35e existem duas coisas que gostaria que notassem.
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3:35 - 3:37A primeira é como ele lida com este obstáculo
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3:37 - 3:40que nós colocámos no seu caminho.
Vejam, ele faz uma pequena dança -
3:40 - 3:43e depois ele continua exactamente
na mesma direcção -
3:43 - 3:47que tomou no início.
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3:47 - 3:50Uma pequena dança, e depois lá vai ele
numa direcção em particular. -
3:50 - 3:54Portanto, claramente este animal sabe
para onde se dirige -
3:54 - 3:55e sabe aonde quer ir
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3:55 - 3:57o que é uma coisa muito, muito importante
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3:57 - 3:59porque se pensarem nisso,
vocês estão na pilha de excremento -
3:59 - 4:04têm este enorme bolo que vocês querem levar
para longe de qualquer outro ser -
4:04 - 4:07e a forma mais rápida de fazer isso
é em linha recta. -
4:07 - 4:11Então nós demos-lhes mais algumas
tarefas para resolverem -
4:11 - 4:15e o que nós fizemos aqui, foi virar o mundo
-
4:15 - 4:19debaixo dos pés deles.
E vejam a resposta. -
4:25 - 4:28Então este animal fica na verdade
com o mundo todo -
4:28 - 4:30virado debaixo dos seus pés.
Foi virado 90 graus. -
4:30 - 4:33Mas ele não vacila. Ele sabe exactamente
para onde tem de ir -
4:33 - 4:36e dirige-se para uma direcção em particular.
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4:36 - 4:38Então a nossa próxima questão foi:
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4:38 - 4:40Como é que eles fazem isto?
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4:40 - 4:43O que é que eles estão a fazer?
E havia uma pista à nossa frente. -
4:43 - 4:47Era que, de vez em quando, eles subiam
ao topo da bola -
4:47 - 4:49e davam uma vista de olhos em redor.
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4:49 - 4:51E o que é que vocês acham que eles
poderiam estar a ver -
4:51 - 4:53quando subiam ao topo da bola?
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4:53 - 4:56Quais eram as pistas óbvias que
este animal poderia usar -
4:56 - 5:00para direccionar o seu movimento?
E a pista mais óbvia -
5:00 - 5:05era olhar para o céu, e então nós pensámos:
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5:05 - 5:07"O que é que eles estariam a olhar para o céu?"
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5:07 - 5:11E a coisa mais óbvia para se olhar é o sol.
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5:11 - 5:14Portanto, uma experiência clássica aqui
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5:14 - 5:17em que o que nós fizemos foi mover o sol.
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5:17 - 5:20O que faremos agora é escurecer o sol
com uma tábua -
5:20 - 5:22e depois mover o sol com um espelho
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5:22 - 5:24para uma posição completamente diferente.
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5:24 - 5:26E reparem no que o escaravelho faz.
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5:26 - 5:29Ele faz uma pequena dupla dança
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5:29 - 5:31e depois dirige-se de volta exactamente
na mesma direcção -
5:31 - 5:33da qual veio no início.
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5:33 - 5:37O que acontece agora? Então, claramente,
eles estão a olhar para o sol. -
5:37 - 5:40O sol é uma pista muito importante
no céu para eles. -
5:40 - 5:43O problema é que o sol nem sempre
está disponível -
5:43 - 5:47porque ao pôr-do-sol, ele desaparece no horizonte.
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5:47 - 5:50O que acontece no céu aqui
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5:50 - 5:54é que há um padrão muito grande de
luz polarizada no céu -
5:54 - 5:57que nós não conseguimos ver. É da forma
como os nossos olhos são feitos. -
5:57 - 6:01Mas o sol está no horizonte aqui
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6:01 - 6:04e nós sabemos que quando
o sol está no horizonte, -
6:04 - 6:06digamos que está neste lado,
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6:06 - 6:10existe um norte-sul, um caminho enorme
através do céu -
6:10 - 6:13de luz polarizada que não conseguimos ver
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6:13 - 6:16e que os escaravelhos conseguem.
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6:16 - 6:18Então como é que testamos isso?
Bem, isso é fácil. -
6:18 - 6:21O que nós fazemos é colocar um
filtro de polarização enorme -
6:21 - 6:26colocar o escaravelho debaixo dele, e o filtro
está nos ângulos certos -
6:26 - 6:28para os padrões de polarização do céu.
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6:28 - 6:33O escaravelho sai debaixo do filtro
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6:33 - 6:35e faz uma curva à direita
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6:35 - 6:37porque ele sai debaixo do céu
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6:37 - 6:40de que estava originalmente orientado
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6:40 - 6:42e depois reorienta-se de novo
-
6:42 - 6:46para a direcção que deveria originalmente ir.
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6:46 - 6:52Então obviamente os escaravelhos
conseguem ver luz polarizada. -
6:52 - 6:55Ok, então o que nós temos até agora é,
-
6:55 - 6:58o que é que os escaravelhos estão a fazer?
Eles estão a rolar bolas. -
6:58 - 7:01Como estão a fazê-lo?
Bem, estão a rolá-las em linha recta. -
7:01 - 7:04Como é que eles as mantêm numa
linha recta em particular? -
7:04 - 7:07Bem, eles estão a olhar para as
pistas celestiais no céu -
7:07 - 7:09algumas das quais vocês e eu
não conseguimos ver. -
7:09 - 7:11Mas como é que eles apanham
estas pistas celestiais? -
7:11 - 7:14Isto era o que nos interessava a seguir.
-
7:14 - 7:17E foi esse pequeno comportamento
particular, a dança -
7:17 - 7:20que nós pensámos que seria importante,
porque, olhem... -
7:20 - 7:22ele faz uma pausa de vez em quando
-
7:22 - 7:26e depois dirige-se na direcção em que quer ir.
-
7:26 - 7:30Então o que estão eles a fazer quando
fazem esta dança? -
7:30 - 7:35Quão longe podemos empurrá-los antes de
eles se voltarem a reorientar? -
7:35 - 7:38E nesta experiência aqui,
o que nós fizemos foi forçá-los -
7:38 - 7:41a irem para um canal, e podem ver que ele não foi
-
7:41 - 7:44particularmente forçado para dentro
deste canal em particular, -
7:44 - 7:49e deslocámos gradualmente o escaravelho
em 180 graus -
7:49 - 7:53até que este indivíduo acaba por ir na direcção
exactamente oposta -
7:53 - 7:55que queria seguir inicialmente.
-
7:55 - 7:58E vamos ver qual será a sua reacção
-
7:58 - 8:01conforme se dirige através dos 90 graus aqui,
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8:01 - 8:03e agora ele dirige-se para...
...quando ele termina aqui -
8:03 - 8:06ele vai estar 180 graus na direcção errada.
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8:06 - 8:08E vamos ver qual é a resposta dele.
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8:08 - 8:11Ele faz uma pequena dança, ele dá uma volta
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8:11 - 8:15e volta para trás. Ele sabe exactamente
para onde se dirige. -
8:15 - 8:17Ele sabe exactamente qual é o problema
-
8:17 - 8:19e ele sabe exactamente como lidar com ele
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8:19 - 8:22e a dança neste comportamento de transição
-
8:22 - 8:24é que lhes permite reorientarem-se.
-
8:24 - 8:29Então esta é a dança, mas depois de
gastarmos muitos anos -
8:29 - 8:33sentados nos arbustos de África a observar
os escaravelhos em dias bonitos e quentes, -
8:33 - 8:35nós reparámos que havia outro comportamento
-
8:35 - 8:38associado ao comportamento da dança.
-
8:38 - 8:42De vez em quando, quando eles sobem
ao topo da bola -
8:42 - 8:45eles limpam a cara.
-
8:45 - 8:48E vocês vêem-no a fazê-lo outra vez.
-
8:48 - 8:51Então pensámos, o que poderia estar
a acontecer aqui? -
8:51 - 8:54Claramente, o chão está muito quente,
e quando o chão está quente -
8:54 - 8:57eles dançam mais frequentemente,
e quando eles fazem esta dança particular -
8:57 - 8:59eles limpam a parte inferior da cara.
-
8:59 - 9:01E pensámos que isto poderia ser
um comportamento de termorregulação. -
9:01 - 9:03Nós pensámos que talvez o que
eles estão a fazer é tentar -
9:03 - 9:07sair do solo quente e também cuspir
para as suas caras -
9:07 - 9:09como forma de a arrefecer.
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9:09 - 9:14Então o que nós fizemos foi umas arenas
-
9:14 - 9:16uma era quente, a outra era fria.
-
9:16 - 9:18Colocamos uma sombra nesta.
Deixámos a outra quente. -
9:18 - 9:22E depois o que fizemos foi filmá-los com
uma câmara térmica. -
9:22 - 9:26Então o que vêem aqui é uma imagem do calor
-
9:26 - 9:30do sistema, e o que vocês podem ver
emergir aqui -
9:30 - 9:33a partir das fezes é uma bola de excremento frio.
-
9:33 - 9:37Então a verdade é, se olharem para
a temperatura aqui -
9:37 - 9:42o excremento está frio. (Risos)
-
9:42 - 9:45Então, tudo em que estamos interessados aqui
é comparar a temperatura -
9:45 - 9:48do escaravelho com a do pano de fundo.
-
9:48 - 9:52O pano de fundo aqui tem cerca de
50 graus centígrados. -
9:52 - 9:54O escaravelho e a bola têm, provavelmente, cerca de
-
9:54 - 9:5630 a 35 graus centígrados
-
9:56 - 9:59portanto, esta é uma grande bola de gelado
-
9:59 - 10:02que este escaravelho está neste momento
a transportar através da savana. -
10:02 - 10:05Ele não está a subir.
Ele não está a dançar, porque -
10:05 - 10:08a sua temperatura corporal é, na verdade,
relativamente baixa. -
10:08 - 10:11É mais ou menos como a vossa ou a minha.
-
10:11 - 10:16E o mais interessante aqui é que o
seu pequeno cérebro está bastante frio. -
10:16 - 10:20Mas se nós contrastarmos agora com o que
acontece num ambiente quente, -
10:20 - 10:22reparem na temperatura do solo.
-
10:22 - 10:25É cerca de 55 a 60 graus centígrados.
-
10:25 - 10:29Reparem quantas vezes o escaravelho dança.
-
10:29 - 10:33E olhem para as suas pernas da frente.
Elas estão a ferver. -
10:33 - 10:36Então a bola deixa uma pequena sombra térmica
-
10:36 - 10:38e o escaravelho sobe ao topo da bola
-
10:38 - 10:43e limpa a cara, e a toda a hora ele está
a tentar arrefecer-se -
10:43 - 10:49achamos nós, e a evitar a areia quente
que ele está a atravessar. -
10:49 - 10:53E o que fizemos foi colocar pequenas
botas nessas pernas -
10:53 - 10:56porque esta era uma forma de testar
se as pernas -
10:56 - 10:59estavam envolvidas em sentir a temperatura do solo.
-
10:59 - 11:03E se repararem aqui, com botas,
eles sobem ao topo da bola -
11:03 - 11:07muito menos vezes do que quando
não tinham as botas. -
11:07 - 11:10Portanto, nós descrevemo-las como
botas refrescantes. -
11:10 - 11:13Foi um composto dentário que utilizámos
para criar estas botas. -
11:13 - 11:16E nós também arrefecemos
a bola de excremento, conseguimos -
11:16 - 11:19colocar a bola num frigorífico,
dar-lhes uma bonita e fresca bola de excremento -
11:19 - 11:22e eles subiram para cima da bola
bastante menos vezes -
11:22 - 11:23do que quando tinham uma bola quente.
-
11:23 - 11:26Isto é chamado de pernear.
É um comportamento térmico -
11:26 - 11:28que vocês e eu fazemos se
atravessarmos a praia -
11:28 - 11:31nós saltamos para a toalha,
alguém tem uma toalha -
11:31 - 11:32— "Desculpe, eu saltei para a sua toalha." —
-
11:32 - 11:35e depois vocês procuram outra toalha qualquer
-
11:35 - 11:37e dessa forma vocês não queimam os pés.
-
11:37 - 11:40E é exactamente o que os escaravelhos fazem.
-
11:40 - 11:43Contudo, há mais uma história que eu gostaria
de partilhar convosco -
11:43 - 11:44e é desta espécie em particular.
-
11:44 - 11:47É do género chamado Pachysoma.
-
11:47 - 11:50Há cerca de 13 espécies neste género, e eles têm
-
11:50 - 11:56um comportamento em particular que acho
que vos vai interessar. -
11:56 - 12:01Este é um escaravelho-do-excremento.
Vejam o que ele está a fazer. -
12:01 - 12:04Conseguem reparar na diferença?
-
12:04 - 12:07Eles normalmente não andam tão devagar.
Isto é em câmara lenta -
12:07 - 12:09mas está a andar para a frente
-
12:09 - 12:12e com isso, está, na verdade,
a formar uma bola de excremento. -
12:12 - 12:15Esta é uma diferente espécie do mesmo género
-
12:15 - 12:19mas com exactamente
o mesmo comportamento de pilhagem. -
12:19 - 12:22Há mais um importante aspecto sobre o
-
12:22 - 12:26comportamento deste escaravelho que
nós achamos bastante fascinante -
12:26 - 12:30e que é ele forrar e aprovisionar um ninho.
-
12:30 - 12:33Vejam este indivíduo aqui.
O que ele está a tentar fazer -
12:33 - 12:36é fazer um ninho.
-
12:36 - 12:37E ele não gosta desta primeira posição
-
12:37 - 12:39mas ele adopta uma segunda posição
-
12:39 - 12:43e cerca de 50 minutos mais tarde,
o ninho está terminado -
12:43 - 12:47e ele afasta-se para forrar e aprovisionar
-
12:47 - 12:49numa pilha de bolas secas de excremento.
-
12:49 - 12:52E no que eu quero que reparem é
o caminho de saída -
12:52 - 12:57comparado-o com o caminho de chegada.
Comparem os dois. -
12:57 - 12:59Em geral, verão que o caminho de chegada
-
12:59 - 13:02é bastante mais directo do que
o caminho de saída. -
13:02 - 13:05No caminho de saída, ele está sempre à procura
-
13:05 - 13:08de uma nova bola de excremento.
-
13:08 - 13:09No caminho para casa, ele sabe onde ela está
-
13:09 - 13:12e quer ir directo a ela.
-
13:12 - 13:16O importante aqui é que esta não é
uma viagem só de ida -
13:16 - 13:19como na maioria dos escaravelhos-do-excremento.
A viagem repete-se -
13:19 - 13:24para a frente e para trás entre
uma dispensa e um ninho. -
13:24 - 13:25E olhem, vocês vão ver
-
13:25 - 13:29outro crime sul-africano mesmo a acontecer.
(Risos) -
13:29 - 13:33E o vizinho rouba uma das bolas de excremento.
-
13:33 - 13:36E o que vocês vão ver aqui
-
13:36 - 13:40é um comportamento chamado
caminho da integração. -
13:40 - 13:42E o que está a acontecer é que o escaravelho
-
13:42 - 13:47tem uma casa, de onde sai
por um caminho tortuoso -
13:47 - 13:50à procura de alimento, e quando encontra o alimento
-
13:50 - 13:54volta para casa.
Ele sabe exactamente onde é a casa. -
13:54 - 13:57Existem duas formas de ele poder fazer isto
-
13:57 - 14:00e nós podemos testá-lo colocando o escaravelho
-
14:00 - 14:03numa nova posição, quando está
no local de pilhagem. -
14:03 - 14:06Usando pontos de referência, ele encontra
o caminho para casa. -
14:06 - 14:09Se usar algo chamado caminho de integração,
-
14:09 - 14:13ele não vai encontrar o caminho para casa.
Ele vai chegar a um local errado -
14:13 - 14:16e o que ele faz aqui, estando a usar
o caminho de integração, -
14:16 - 14:19é estar a contar os passos ou a medir a distância
nesta direcção. -
14:19 - 14:23Sabe ir para casa, e sabe que deveria ir
naquela direcção. -
14:23 - 14:26Se o mudarem de sítio, ele acaba no local errado.
-
14:26 - 14:29Vamos ver o que acontece quando
pomos este escaravelho -
14:29 - 14:32à prova com uma experiência parecida.
-
14:32 - 14:37Aqui está o nosso astuto investigador.
-
14:37 - 14:39Ele muda o escaravelho de sítio
-
14:39 - 14:44e agora vemos o que acontece.
-
14:44 - 14:47O que temos aqui é uma toca.
Era onde estava a forragem. -
14:47 - 14:50A forragem foi mudada para uma nova posição.
-
14:50 - 14:52Se ele estiver a usar pontos de referência
como orientação -
14:52 - 14:54deve ser capaz de encontrar a toca
-
14:54 - 14:57porque ele é capaz de reconhecer
os pontos de referência em redor dela. -
14:57 - 15:00Se ele estiver a usar o caminho de integração
-
15:00 - 15:03então deve terminar neste local errado.
-
15:03 - 15:06Então vamos ver o que acontece
-
15:06 - 15:09quando testamos o escaravelho.
-
15:09 - 15:11Aqui está ele.
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15:11 - 15:17Ele está a prestes a ir para casa,
e vejam o que acontece. -
15:17 - 15:20Que vergonha.
-
15:20 - 15:22Ele não faz a mais pequena ideia.
-
15:22 - 15:25Ele começa a procurar pela casa
pela distância correcta -
15:25 - 15:31em relação ao alimento, mas ele está
claramente perdido. -
15:31 - 15:35Sabemos então que este animal usa
o caminho de integração -
15:35 - 15:39para encontrar o seu caminho,
e o insensível investigador -
15:39 - 15:42leva-o ao topo esquerdo e larga-o. (Risos)
-
15:42 - 15:46Então o que vemos aqui é um grupo de animais
-
15:46 - 15:48que usam uma bússola, e usam o sol
como uma bússola -
15:48 - 15:50para encontrar o seu caminho
-
15:50 - 15:53e têm algum tipo de sistema
-
15:53 - 15:55para medir essa distância,
-
15:55 - 15:58e sabemos que esta espécie aqui
-
15:58 - 16:01conta mesmo os passos.
É o que eles usam como um odómetro, -
16:01 - 16:06um sistema de contar passos,
para encontrar o seu caminho de volta a casa. -
16:06 - 16:09Ainda não sabemos o que
os escaravelhos-do-excremento usam. -
16:09 - 16:11Então o que aprendemos com estes animais
-
16:11 - 16:14com um cérebro do tamanho de um grão de arroz?
-
16:14 - 16:18Bem, sabemos que conseguem rolar bolas
em linha recta -
16:18 - 16:20usando pistas celestiais.
-
16:20 - 16:23Sabemos que a dança é
um comportamento de orientação -
16:23 - 16:26e também um comportamento termorregulador
-
16:26 - 16:30e também sabemos que usam um sistema
de caminho de integração -
16:30 - 16:32para encontrarem o seu caminho para casa.
-
16:32 - 16:36Para um animal pequeno que lida com
uma substância bastante revoltante -
16:36 - 16:39podemos realmente aprender uma enorme
quantidade de coisas a partir deles -
16:39 - 16:42a fazer comportamentos que nem vocês
nem eu conseguiríamos possivelmente fazer. -
16:42 - 16:46Obrigado. (Aplausos)
- Title:
- A dança do escaravelho-do-excremento
- Speaker:
- Marcus Byrne
- Description:
-
Um escaravelho-do-excremento tem um cérebro do tamanho de um grão de arroz, e mesmo assim evidencia um tremenda quantidade de inteligência quando se trata de empurrar a sua fonte de alimento — excrementos de animais — para casa. Como? Tudo se resume a uma dança. (Filmado no TEDxWitsUniversity.)
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:08
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Miguel Cabral de Pinho edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Miguel Cabral de Pinho edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Miguel Cabral de Pinho edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle | ||
Miguel Cabral de Pinho edited Portuguese subtitles for The dance of the dung beetle |