< Return to Video

Talk and Guided Meditation | Returning to the Heartwood (November 9, 2021)

  • 0:07 - 0:14
    (Som de vento a soprar)
  • 0:22 - 0:40
    (Música animada)
  • 0:43 - 0:57
    (A música toca)
  • 1:13 - 1:14
    Olá. Bem-vindos.
  • 1:14 - 1:17
    Bem-vindos a esta sessão especial
    "Regresso ao Coração da Floresta".
  • 1:18 - 1:21
    Vamos ter um momento
    de contemplação e reflexão em silêncio,
  • 1:21 - 1:23
    aqui hoje, no conforto das árvores.
  • 1:23 - 1:27
    E para orientar esta sessão, tenho o prazer de dar as boas-vindas
    ao Irmão Abraço (Embrace) e ao Irmão Espírito (Spirit),
  • 1:28 - 1:29
    do mosteiro de Plum Village.
  • 1:29 - 1:30
    Obrigada.
  • 1:58 - 2:01
    Boa tarde e bem-vindos, queridos amigos.
  • 2:02 - 2:03
    É tão maravilhoso estarmos juntos.
  • 2:04 - 2:06
    Sentimo-nos um bocadinho longe de vocês.
  • 2:06 - 2:08
    Gostava de aproximar isto um pouco.
  • 2:09 - 2:11
    Queremos sentir-nos próximos.
  • 2:13 - 2:14
    Assim está melhor.
  • 2:15 - 2:15
    Aí está.
  • 2:19 - 2:22
    Mmmh, que espaço maravilhoso.
  • 2:23 - 2:26
    É tão bom sentir a qualidade do ar.
  • 2:28 - 2:30
    Oxigénio. Fresco.
  • 2:34 - 2:43
    Então, esta tarde, queríamos apenas
    criar um espaço e um tempo para nos conectarmos
  • 2:43 - 2:45
    uns com os outros, connosco próprios,
  • 2:46 - 2:52
    com a Mãe Terra, que está sempre presente para nós,
    mas talvez nós nem sempre estejamos presentes para ela.
  • 2:53 - 3:00
    Este é um momento para, sim,
    encontrarmos formas concretas, práticas,
  • 3:01 - 3:09
    coisas que possamos integrar no nosso dia
    para tornar essa ligação algo muito concreto,
  • 3:09 - 3:13
    algo prático, algo a que possamos
    recorrer a qualquer momento da nossa vida,
  • 3:13 - 3:17
    estejamos nós presos
    num arranha-céus, num escritório,
  • 3:18 - 3:20
    ou a caminhar descalços pela floresta.
  • 3:23 - 3:26
    Por isso, sim, estamos muito felizes
    por estarmos aqui convosco hoje.
  • 3:26 - 3:29
    Estamos em Glasgow
    há cerca de dez dias,
  • 3:30 - 3:39
    a caminhar devagar, com atenção plena, a levar sorrisos
    e suavidade à zona azul, na COP.
  • 3:41 - 3:43
    E a caminhar depressa também.
  • 3:43 - 3:45
    (Risos) Às vezes é preciso andar depressa
    para chegar a uma reunião.
  • 3:47 - 3:48
    E está tudo bem.
  • 3:49 - 3:51
    O corpo corre, mas nós não corremos por dentro.
  • 3:53 - 3:57
    Acho que vamos então começar
    com uma meditação sentada guiada.
  • 3:59 - 4:04
    Sim, antes de começar, queremos partilhar convosco
    uma prática que gostaríamos de vos oferecer,
  • 4:04 - 4:07
    para que a possam experimentar um pouco.
  • 4:07 - 4:10
    Temos partilhado muito,
    ideias e assim por diante,
  • 4:10 - 4:13
    por isso, esta é uma oportunidade
    para experienciarmos um pouco,
  • 4:14 - 4:18
    de regressar
    e tocar na natureza que está dentro de nós.
  • 4:19 - 4:25
    Vou guiar-vos para reconhecerem
    que nós somos a Mãe Terra.
  • 4:26 - 4:28
    Às vezes separamos,
  • 4:28 - 4:31
    pensamos que a Mãe Terra, a natureza,
    está lá fora, à espera que a salvemos,
  • 4:31 - 4:33
    mas na verdade ela está dentro de nós.
  • 4:34 - 4:38
    Somos água, somos terra,
    somos fogo, somos ar.
  • 4:38 - 4:45
    Isto é muito importante
    no nosso trabalho, na nossa... vá, “corrida”,
  • 4:45 - 4:46
    (pequena risada)
  • 4:47 - 4:49
    mas eu acho que a Mãe Terra está bem,
  • 4:50 - 4:54
    são os humanos
    que precisam de cuidar de si próprios,
  • 4:54 - 4:56
    e quando cuidamos de nós,
    estamos presentes em nós,
  • 4:57 - 4:59
    e já não precisamos das coisas materiais.
  • 4:59 - 5:01
    Já não precisamos de consumir.
  • 5:01 - 5:07
    A nossa felicidade estará mais alinhada
    com quem realmente somos — que é a Mãe Terra.
  • 5:08 - 5:10
    Por isso, sentem-se confortavelmente.
  • 5:11 - 5:13
    E para alguns de vós, isto pode ser novo,
  • 5:13 - 5:17
    mas vou apenas dizer
    umas palavras para vos guiar.
  • 5:17 - 5:20
    E parte da meditação é sentir.
  • 5:21 - 5:26
    Pensamos muito e temos muitas ideias,
    por isso pode ser difícil para alguns de nós,
  • 5:27 - 5:31
    mas vamos começar com o sentir, está bem?
    E eu vou ajudar-vos nisso.
  • 5:31 - 5:35
    Então, sentem-se. Se puderem,
    façam um “check-in” convosco próprios,
  • 5:35 - 5:43
    com a vossa coluna, e alinhem-na,
    a coluna vertebral — sintam como está.
  • 5:43 - 5:46
    Talvez estejam demasiado para a frente ou para trás.
  • 5:47 - 5:53
    Vamos então realinhar a coluna
    e sentir a gravidade da Mãe Terra, do planeta.
  • 5:54 - 5:56
    O peso do nosso corpo.
  • 5:57 - 5:58
    E talvez possamos fechar os olhos,
  • 6:00 - 6:04
    porque temos outro olho, um terceiro olho,
    o olho da consciência.
  • 6:05 - 6:08
    Por isso, não precisamos dos nossos dois olhos de carne.
  • 6:08 - 6:16
    Fechamos os olhos e vemos
    com o nosso terceiro olho, e começamos a sentir.
  • 6:17 - 6:25
    Ao inspirar, sentimos a inspiração,
    a entrar pelas narinas.
  • 6:26 - 6:33
    Ao expirar, sentimos a expiração
    pelas narinas.
  • 6:33 - 6:34
    Ao inspirar,
  • 6:35 - 6:41
    sentimos aquele pequeno espaço debaixo das narinas,
    levamos toda a nossa atenção mental para aí,
  • 6:42 - 6:43
    e sentimos a respiração.
  • 6:45 - 6:52
    Inspiro.
    Expiro.
  • 6:52 - 6:56
    Simplesmente levamos
    toda a atenção da mente para aí.
  • 6:57 - 7:01
    Se surgir um pensamento,
    deixamo-lo passar como uma nuvem.
  • 7:03 - 7:04
    Inspiração.
  • 7:05 - 7:11
    Sigo a inspiração até ao fim,
    pelos pulmões abaixo, até ao abdómen,
  • 7:13 - 7:15
    sentindo a barriga a subir
    com a entrada do ar.
  • 7:18 - 7:26
    Expiração, sinto a barriga a descer
    à medida que o ar sai.
  • 7:28 - 7:29
    Inspiro.
  • 7:32 - 7:33
    Expiro.
  • 7:43 - 7:47
    O corpo pode sentir-se inquieto,
    basta reconhecer isso.
  • 7:49 - 7:53
    Ao inspirar, eu incorporo este corpo.
  • 7:54 - 8:04
    Sinto a presença deste corpo sentado,
    sinto a gravidade da Mãe Terra.
  • 8:05 - 8:08
    Ao expirar, eu solto.
  • 8:09 - 8:14
    Solto os ombros,
    deixo a gravidade atuar sobre os ombros.
  • 8:16 - 8:24
    Permito que a Mãe Terra puxe a tensão
    do rosto, das bochechas, da testa.
  • 8:26 - 8:35
    Sinto o abraço da Mãe Terra,
    a gravidade a puxar-nos, a sustentar-nos.
  • 8:38 - 8:40
    A relaxar qualquer tensão.
  • 8:41 - 8:46
    A soltar, especialmente
    à volta do pescoço, dos ombros.
  • 8:47 - 8:48
    Inspiro.
  • 8:49 - 8:50
    Expiro.
  • 8:50 - 8:56
    Deixamos simplesmente os ombros cair.
    Deixamos o rosto suavizar.
  • 8:56 - 8:58
    Não precisamos de segurar tudo tão intensamente,
  • 9:00 - 9:03
    com este corpo que corre,
    anda de um lado para o outro todo o dia.
  • 9:05 - 9:15
    Agora oferecemos a este corpo,
    o corpo da Mãe Terra, o nosso amor, o nosso cuidado.
  • 9:19 - 9:23
    Inspiro, consciente deste corpo.
  • 9:25 - 9:29
    Expiro, relaxando este corpo.
  • 9:37 - 9:47
    Inspiro, vejo-me como uma flor,
    uma visão no jardim da humanidade.
  • 9:51 - 9:53
    Sou uma flor.
  • 9:54 - 9:57
    Sou uma manifestação da Mãe Terra.
  • 9:58 - 10:00
    Vim da Mãe Terra,
  • 10:02 - 10:09
    o meu rosto como uma margarida a desabrochar
    ao sol da manhã.
  • 10:13 - 10:17
    Vejo o orvalho sobre a flor, fresco.
  • 10:19 - 10:21
    Sinto-me fresco como uma flor.
  • 10:23 - 10:29
    Que bonito é estar vivo,
    manifestado nesta forma.
  • 10:32 - 10:40
    Inspiro, sou uma flor.
    Mãe Terra, tu és em mim.
  • 10:42 - 10:48
    Expiro, sinto-me fresco como uma flor.
  • 11:08 - 11:12
    Ao inspirar, vejo-me como uma montanha.
  • 11:13 - 11:23
    O elemento terra dentro deste corpo,
    o alimento que ingiro, a nuvem, a água.
  • 11:25 - 11:28
    Sou uma montanha, estável e imóvel.
  • 11:31 - 11:33
    Tenho emoções que vêm e vão.
  • 11:35 - 11:40
    Tenho pensamentos que vêm e vão,
    mas não reajo.
  • 11:43 - 11:47
    Permaneço imóvel, sólido, como uma montanha.
  • 11:49 - 11:53
    Mãe Terra, tu estás em mim
    como montanha.
  • 11:57 - 12:00
    Sinto a tua solidez debaixo dos meus pés.
  • 12:03 - 12:09
    Todo este drama da humanidade
    não perturba a montanha.
  • 12:11 - 12:13
    A montanha intemporal.
  • 12:17 - 12:20
    Estou para além do calendário e dos horários.
  • 12:22 - 12:24
    Montanha intemporal.
  • 12:26 - 12:32
    Inspiro, vejo-me como montanha.
  • 12:35 - 12:42
    Expiro, estou sólido, estável como a montanha.
  • 13:14 - 13:19
    Ao inspirar, também vejo água em mim.
  • 13:21 - 13:25
    Sou um lago sereno, nas alturas da montanha.
  • 13:27 - 13:36
    Vejo-me a refletir as nuvens,
    a floresta. Tão límpido.
  • 13:42 - 13:49
    Ao expirar, sinto a mente
    mais clara, mais aberta,
  • 13:51 - 13:58
    a refletir a beleza da Mãe Terra,
    a refletir a beleza dentro de mim.
  • 13:59 - 14:03
    Sou suficiente.
  • 14:04 - 14:13
    Sou belo o suficiente,
    ser apenas eu já é beleza suficiente.
  • 14:15 - 14:20
    Refleto a beleza da Mãe Terra,
    que me deu esta vida.
  • 14:23 - 14:32
    Mãe Terra em mim, como água,
    este lago sereno.
  • 14:35 - 14:40
    Inspiro, sou um lago calmo e sereno.
  • 14:46 - 14:50
    Expiro, reflito a beleza.
  • 15:22 - 15:26
    Ao inspirar, sinto todo o espaço,
  • 15:27 - 15:37
    o ar dentro de mim, à minha volta,
    em cada célula deste corpo.
  • 15:38 - 15:41
    Não sou limitado por esta forma.
  • 15:42 - 15:50
    Sou espaçoso para além deste planeta,
    para além de tudo o que podemos ver.
  • 15:53 - 16:07
    Sinto-me amplo, a maravilha de estar aberto,
    espaço ilimitado.
  • 16:11 - 16:19
    Inspiro, vejo-me vasto.
  • 16:24 - 16:30
    Expiro, sinto-me livre, ilimitado.
  • 16:54 - 16:57
    Queridos amigos, podem abrir os olhos.
  • 16:57 - 17:02
    Queridas árvores sagradas,
    obrigado por estarem connosco.
  • 17:03 - 17:07
    Obrigado por oferecerem a vossa frescura,
    a vossa presença,
  • 17:08 - 17:13
    e espero que... que isso tenha sido útil,
    que tenham conseguido tocar isso
  • 17:13 - 17:17
    — que a Mãe Terra não é apenas
    um elemento fora de nós —
  • 17:18 - 17:22
    e que mesmo que por vezes sintamos
    momentos de desconexão,
  • 17:22 - 17:28
    de desenraizamento,
    de perda do nosso “coração de madeira”,
  • 17:28 - 17:30
    nos lembremos de que nós somos a Terra,
  • 17:30 - 17:33
    viemos da Terra
    e regressaremos à Terra.
  • 17:34 - 17:38
    Gosto de fazer essa meditação
    para me lembrar do que é importante,
  • 17:40 - 17:41
    por isso, nas vossas reuniões, nas vossas...
  • 17:42 - 17:47
    no nosso drama humano, se sentirem essa necessidade,
    podem sempre recordar esta prática.
  • 17:47 - 17:51
    Basta algumas respirações,
    quatro ciclos de inspiração e expiração,
  • 17:51 - 17:59
    e conectamo-nos com a terra,
    com o fogo, o ar, o espaço, a água.
  • 18:00 - 18:02
    Obrigado pela vossa prática.
  • 18:09 - 18:10
    Nestes últimos dias,
  • 18:11 - 18:17
    temos encontrado muitas pessoas
    na zona azul da COP
  • 18:17 - 18:19
    — dentro e fora da zona azul —
  • 18:22 - 18:33
    e estamos conscientes de que
    há muita ansiedade e dor
  • 18:35 - 18:39
    sobre a condição em que nos encontramos.
  • 18:41 - 18:46
    Um verdadeiro estado de alerta vermelho
    para a nossa sociedade.
  • 18:48 - 18:54
    Os danos que causámos
    e de que fomos co-responsáveis,
  • 18:54 - 18:56
    alguns mais do que outros.
  • 18:58 - 18:59
    Olho para a minha própria sociedade
  • 18:59 - 19:03
    e para como ela beneficiou
    do colonialismo.
  • 19:03 - 19:10
    Olho à minha volta, para estes edifícios,
    e sim, vejo... vejo os traços.
  • 19:10 - 19:15
    Vejo as provas dessa história
    e a dor que carrega,
  • 19:18 - 19:20
    e trazemos isso no coração.
  • 19:20 - 19:23
    Talvez neste momento,
    se eu sentir o meu próprio coração,
  • 19:26 - 19:31
    e vos convidar a fazer o mesmo
    — a sintonizar com o vosso coração neste momento —,
  • 19:33 - 19:35
    possam sentir talvez essa...
  • 19:37 - 19:46
    essa vibração de preocupação, de ansiedade,
    por vezes até de um medo avassalador.
  • 19:46 - 19:48
    E se for tarde demais?
  • 19:49 - 19:53
    E se não conseguirmos um acordo forte
    nesta COP?
  • 19:54 - 20:00
    E se for apenas mais do mesmo,
    mais “greenwashing”, mais promessas vazias?
  • 20:00 - 20:05
    Isso pode trazer muita raiva,
    muita dor,
  • 20:08 - 20:16
    e por isso, quando estamos em contacto com isso,
    a nossa prática não é negar esse sentimento,
  • 20:17 - 20:23
    mas também ter o cuidado
    de não reagir com raiva,
  • 20:24 - 20:27
    encontrar uma forma de...
    de estar com esse sentimento,
  • 20:27 - 20:29
    de o acolher com ternura,
  • 20:32 - 20:37
    de deixar que vibre em nós
    mesmo que doa,
  • 20:38 - 20:43
    sem o anestesiar,
    sem o encobrir com consumo.
  • 20:44 - 20:49
    Esse é o risco da nossa sociedade atual.
  • 20:49 - 20:52
    Há tantas formas
    de nos anestesiarmos,
  • 20:53 - 21:00
    tantas formas de evitar sentir
    essa dor e ansiedade coletiva,
  • 21:00 - 21:03
    o luto pela perda da biodiversidade,
  • 21:03 - 21:05
    a solidão das espécies,
  • 21:06 - 21:12
    à medida que os nossos irmãos e irmãs
    do mundo não humano se extinguem.
  • 21:13 - 21:18
    Há muita dor, e tantas formas
    de nos distrairmos e encobrir isso,
  • 21:20 - 21:24
    e talvez, na zona azul da COP,
    sinta-se uma tendência para achar que
  • 21:24 - 21:30
    não podemos expressar esse luto,
    nem mostrar vulnerabilidade a essa dor,
  • 21:30 - 21:33
    porque temos de ser profissionais,
  • 21:33 - 21:37
    temos de, bem,
    citar os dados e os números,
  • 21:37 - 21:39
    e...
    e claro, isso também é importante — mas não só.
  • 21:39 - 21:43
    Para mim, a ciência é... é essencial,
    temos de confiar nela,
  • 21:44 - 21:48
    mas o que gostamos de propor
    é que existe a possibilidade
  • 21:48 - 21:56
    de combinar o coração
    com a cabeça e o espírito e que, er,
  • 21:57 - 22:01
    é possível acolher
    esses sentimentos de luto e ansiedade,
  • 22:01 - 22:04
    e não afogar-nos, não ser sobrecarregados.
  • 22:05 - 22:13
    Então nós, quando estamos com as pessoas, tentamos...
    tentamos permitir que isso aconteça,
  • 22:14 - 22:18
    e para mim, é uma parte essencial do meu dia,
  • 22:18 - 22:21
    quando acordo de manhã,
    tenho de me conectar com o meu corpo,
  • 22:22 - 22:27
    e ver onde está isso,
    onde isso está no meu corpo,
  • 22:27 - 22:30
    sinto isso (respiração com os dentes),
    essa ansiedade?
  • 22:31 - 22:33
    Essa dor?
  • 22:33 - 22:38
    Quero dizer, como é que eu encontro uma forma digna de lidar com isso,
    sem apenas empurrá-lo para longe e dizer:
  • 22:39 - 22:40
    "ok, tenho de seguir com o meu dia"?
  • 22:40 - 22:42
    Eu não... sabem, é...
  • 22:42 - 22:46
    se eu me conectar com isso, vai ser demais,
    não vou conseguir lidar com isso.
  • 22:46 - 22:50
    Tenho de saber como
    me relacionar com isso de forma hábil,
  • 22:51 - 22:55
    e, hum, o que aprendi com o meu mestre
    é que é possível,
  • 22:56 - 23:02
    exatamente tendo a coragem
    de estar com essa dor,
  • 23:02 - 23:07
    de começar a metabolizá-la,
    de começar a permitir que ela se mova,
  • 23:07 - 23:11
    para se transformar em raiva,
    em vergonha,
  • 23:12 - 23:17
    vergonha coletiva pelo...
    os danos causados pela nossa sociedade,
  • 23:18 - 23:22
    em compaixão, e em ação,
  • 23:24 - 23:26
    a energia para continuar na luta,
  • 23:27 - 23:31
    e voltar, sabem, para as tarefas que temos pela frente,
  • 23:32 - 23:34
    mas com esse sentimento.
  • 23:35 - 23:41
    Então talvez agora, eu vos convido a,
    sim, a conectar-se com isso,
  • 23:41 - 23:43
    e, quer, sabem, estamos a segurar isso,
  • 23:44 - 23:46
    seguramos isso um pouco para nós mesmos,
    a nossa própria dor,
  • 23:46 - 23:49
    mas também somos feitos do coletivo,
  • 23:49 - 23:55
    então, tocamos a dor coletiva
    dos nossos irmãos, irmãs, amigos,
  • 23:56 - 23:58
    humanos e não-humanos.
  • 23:59 - 24:01
    A dor que sentimos é também
    a dor da Terra,
  • 24:04 - 24:08
    e temos de ter, hum,
    a coragem de enfrentá-la,
  • 24:08 - 24:11
    e quando o fazemos juntos,
    num espaço como este,
  • 24:12 - 24:16
    ficamos conscientes de que
    estamos rodeados por... amigos,
  • 24:18 - 24:24
    então essa dor também é partilhada,
    torna-se mais fácil de suportar,
  • 24:26 - 24:32
    e uma das formas em que...
    nos treinamos para lidar com a dor,
  • 24:32 - 24:38
    é também ser capaz de gerar
    um sentimento de alegria quando precisamos,
  • 24:40 - 24:45
    porque se for só a dor
    e vamos diretamente para ela, pode ser demais.
  • 24:46 - 24:48
    Então onde encontramos essa alegria?
  • 24:49 - 24:50
    Onde está ela?
  • 24:51 - 24:53
    Há tantas formas.
  • 24:53 - 24:55
    Isso é o maravilhoso,
    torna-se como, uh...
  • 24:55 - 24:59
    é muito criativo, sabem,
    entrar em contacto com a vossa criatividade,
  • 24:59 - 25:00
    e têm de partilhar uns com os outros
  • 25:01 - 25:07
    o que nos permite
    entrar em contacto com a alegria em qualquer momento do dia.
  • 25:08 - 25:10
    Então vou dar-vos alguns exemplos.
  • 25:10 - 25:13
    Na próxima vez que segurarem
    um copo de água na vossa mão,
  • 25:13 - 25:20
    antes de darem o primeiro gole,
    notem o milagre que é a água.
  • 25:20 - 25:22
    Toquem a vossa gratidão.
  • 25:23 - 25:28
    Beber
    água limpa e fresca é um milagre,
  • 25:29 - 25:33
    e sabemos que a gratidão
    é uma fonte maravilhosa de alegria.
  • 25:33 - 25:34
    Tão simples.
  • 25:34 - 25:38
    Quando têm gratidão no vosso coração,
    a alegria está lá.
  • 25:40 - 25:44
    Há a alegria de simplesmente estar vivo,
    neste momento.
  • 25:44 - 25:46
    Aquela meditação que fizemos.
  • 25:47 - 25:53
    Podem sentir a vibração da vida
    no vosso corpo, em cada célula,
  • 25:54 - 26:01
    dos pés, subindo pelas pernas,
    tronco, braços, mãos, e rosto,
  • 26:03 - 26:08
    e passamos muito tempo nas nossas cabeças,
    a pensar, a preocupar, a planear, a lamentar,
  • 26:09 - 26:13
    mas no momento em que trazemos a nossa atenção
    de volta apenas para as sensações no nosso corpo,
  • 26:15 - 26:19
    neste momento, se prestarem atenção
    às sensações na vossa mão,
  • 26:20 - 26:28
    podem pegar uma mão com a outra,
    e simplesmente notar a sensação nos dedos.
  • 26:31 - 26:32
    Conseguem sentir o vosso pulso?
  • 26:34 - 26:37
    Sente-se quente ou fresco?
  • 26:38 - 26:41
    Há uma sensação de formigueiro
    nas pontas dos vossos dedos?
  • 26:44 - 26:50
    Conseguem permitir que a vossa mente se assente
    na consciência das sensações?
  • 26:53 - 27:02
    E talvez sintam um pequeno momento
    de perceber: "Estou vivo! Ainda estou vivo!"
  • 27:03 - 27:13
    E nas minhas mãos estão as mãos da minha mãe,
    as mãos do meu pai, as mãos dos meus antepassados,
  • 27:14 - 27:18
    e ainda estou vivo,
    e através de mim todos eles estão vivos,
  • 27:19 - 27:23
    e podemos continuar a agir com bondade,
    com suavidade, com compaixão.
  • 27:25 - 27:27
    Isso tem de ser alegria.
  • 27:28 - 27:32
    Então, encontramos todas estas formas
    de nos nutrirmos,
  • 27:33 - 27:35
    novamente e novamente, ao longo do dia.
  • 27:36 - 27:37
    Quando recebemos comida,
  • 27:37 - 27:40
    quando cumprimentamos um amigo
    e olhamos nos seus olhos.
  • 27:40 - 27:42
    Para mim, às vezes, sento-me em meditação
  • 27:43 - 27:48
    e só preciso de visualizar os rostos
    do meu sobrinho e da minha sobrinha,
  • 27:49 - 27:53
    eles são jovens e estão
    cheios de alegria,
  • 27:54 - 27:56
    e a sua alegria torna-se a minha alegria, instantaneamente.
  • 27:57 - 27:58
    Muito simples.
  • 28:00 - 28:05
    E quando sabemos como fazer isso,
    criamos um espaço maior para a nossa dor.
  • 28:07 - 28:14
    É um, é um contexto para a nossa dor,
    uma forma de um abraço mais amplo.
  • 28:16 - 28:24
    Então a nossa dor pode ainda estar lá, mas está dentro
    desse abraço de alegria, de vida, de paixão, de amor,
  • 28:26 - 28:29
    e assim podemos começar a falar com a nossa dor,
    e podemos dizer:
  • 28:30 - 28:38
    "Olá, olá minha tristeza,
    olá minha ansiedade,"
  • 28:39 - 28:44
    "Sei que estás aí,
    vou cuidar bem de ti,"
  • 28:46 - 28:54
    "Vou-te segurar com carinho,
    permitir-te ser abraçada."
  • 28:55 - 28:58
    E podes estar aí o tempo que precisares.
  • 28:59 - 29:02
    Não tentem fazer com que isso vá embora,
    não tentem negar,
  • 29:03 - 29:04
    simplesmente permitam que esteja aí,
  • 29:06 - 29:10
    e podem sentir
    algo a libertar-se no vosso corpo.
  • 29:10 - 29:14
    Podem sentir-se bem,
  • 29:15 - 29:18
    tudo ainda está lá, sabem,
    a situação continua lá,
  • 29:18 - 29:23
    o mundo continua
    no estado de crise em que o encontramos,
  • 29:25 - 29:30
    mas talvez esteja
    um pouco mais gerível,
  • 29:31 - 29:32
    porque se entrarmos em pânico,
  • 29:33 - 29:42
    se nos deixarmos levar para a luta ou fuga,
    ou entorpecimento, ou paralisia,
  • 29:43 - 29:45
    podemos piorar a situação,
  • 29:45 - 29:51
    ou podemos falhar em agir
    por causa dessa sobrecarga emocional,
  • 29:51 - 29:58
    então é essencial para nós aprendermos
    algumas destas muito simples tecnologias espirituais,
  • 29:58 - 30:00
    algumas destas muito simples técnicas,
  • 30:01 - 30:07
    para que possamos começar a mover-nos com a nossa dor,
    deixar que flua através de nós, não deixar que fique presa,
  • 30:08 - 30:12
    e assim podemos trazê-la para esses espaços,
    para as reuniões,
  • 30:12 - 30:17
    e estar lá no painel
    com uma lágrima no olho, sabem,
  • 30:18 - 30:23
    e até ir para a negociação com isso,
    com o nosso coração um pouco vulnerável,
  • 30:25 - 30:31
    mas segurado no calor
    da nossa própria alegria e celebração da vida.
  • 30:32 - 30:36
    Então, isso são algumas das coisas
    que temos partilhado nestes, nestes espaços
  • 30:36 - 30:39
    e que queríamos partilhar convosco também,
  • 30:40 - 30:46
    e, uh, sim, gostava de convidar o meu irmão
    para continuar a partir daqui.
  • 30:47 - 30:51
    Eu só partilho que, uh,
    um pouco da minha jornada pessoal.
  • 30:52 - 31:00
    A minha família fugiu do Vietname em 1979,
    por causa de uma guerra, uma guerra causada por ideologia.
  • 31:01 - 31:05
    Não tínhamos nada a ver com isso, mas de alguma forma
    o nosso país foi um campo de batalha,
  • 31:05 - 31:09
    um campo de jogo para os rapazes e as suas armas.
  • 31:09 - 31:11
    (Sorriso breve)
  • 31:11 - 31:14
    A nossa família,
    procurou refúgio na América,
  • 31:15 - 31:18
    e eu tinha oito anos,
    e cresci no Ocidente,
  • 31:18 - 31:23
    fui educado no sistema educativo americano,
  • 31:23 - 31:25
    e tornei-me arquiteto,
  • 31:25 - 31:30
    trabalhei e, sabem,
    tornei-me muito, uh, como todos:
  • 31:30 - 31:36
    tentando ter esse sonho de sucesso,
    e ter todas as coisas que desejamos,
  • 31:36 - 31:41
    o carro, a casa e as contas bancárias,
    o plano de reforma,
  • 31:42 - 31:46
    mas acho que através do sistema
    tornei-me muito egoísta, uh,
  • 31:47 - 31:52
    cresci na era Reagan,
    que era muito competitiva,
  • 31:52 - 31:55
    e é como, uh,
    sabem, a curva de Bell,
  • 31:56 - 32:00
    então a minha educação era sempre, eu estava sempre,
    tinha de estar à frente da curva de Bell.
  • 32:00 - 32:01
    (Sorriso breve)
  • 32:02 - 32:07
    Então, no meu trabalho, eu me tornei muito,
    uh, protetor das minhas ideias, do meu...
  • 32:07 - 32:09
    Então, eu me tornei bem-sucedido,
  • 32:09 - 32:13
    e depois o sucesso
    me fez ficar mais com medo, uh...
  • 32:13 - 32:18
    e a minha segurança era muito...
    Eu tinha muito medo de perder a minha segurança,
  • 32:19 - 32:22
    a minha conta bancária
    tinha que estar sempre a aumentar,
  • 32:23 - 32:26
    e eu também era muito consumista—
    eu consumia muito também.
  • 32:26 - 32:30
    Comprava muitos— tinha muitos sapatos,
    muitos Armani e, sabes, essas coisas todas,
  • 32:31 - 32:34
    muitas, como é que se chama, as colónias, as colónias,
  • 32:34 - 32:37
    não consigo acreditar que gostava de pôr isso,
  • 32:38 - 32:40
    e cheirar de uma maneira que não era natural.
  • 32:41 - 32:42
    (Risos)
  • 32:42 - 32:44
    Peço desculpa, não é para todos,
  • 32:44 - 32:48
    uh, não é um comentário sobre a nossa civilização,
    mas é a minha jornada pessoal,
  • 32:50 - 32:53
    e, uh, recentemente, fui apresentado como líder espiritual,
  • 32:54 - 32:55
    o que eu reagi um pouco,
  • 32:55 - 33:00
    sinto-me, sinto-me mais no meu coração como um rebelde,
    e sou um resistente,
  • 33:01 - 33:06
    e quando escolhi este caminho,
    que acham que pode ser budista, religioso, uh,
  • 33:06 - 33:08
    mas o que realmente me move no meu coração,
  • 33:08 - 33:11
    como jovem, quando escolhi este caminho,
  • 33:11 - 33:16
    é, na verdade, rebeldia,
    porque vi esta guerra:
  • 33:16 - 33:21
    Acordei e vi que há uma guerra
    a acontecer pela minha mente.
  • 33:22 - 33:25
    A cultura em que cresci,
    em que fui educado,
  • 33:25 - 33:29
    estava a fazer-me
    tão ocupado e a correr atrás das coisas.
  • 33:29 - 33:33
    Eu não sabia porquê, estava tipo,
    todas as sextas-feiras, com medo de estar em casa.
  • 33:33 - 33:37
    Tinha de sair, gastar dinheiro,
    e sentia-me horrível se ficasse em casa.
  • 33:38 - 33:43
    Tinha de estar a gastar e a ir a esses lugares
    que, sabes, não me preenchiam realmente.
  • 33:43 - 33:47
    Sentia-me, voltava,
    sentindo-me mais vazio, sozinho.
  • 33:48 - 33:52
    Então, para mim, há, uh,
    para esta mudança climática,
  • 33:52 - 34:00
    para este, uh, reequilíbrio da nossa
    cultura de produção e consumo,
  • 34:01 - 34:06
    precisamos também de uma mudança cultural,
    da forma como nos comportamos,
  • 34:07 - 34:10
    e isso é, uh,
    uma coisa muito importante a salientar.
  • 34:11 - 34:13
    Portanto, para mim, olho e vejo,
    onde quer que vá,
  • 34:14 - 34:16
    vou ao aeroporto, vou a lugares,
  • 34:16 - 34:20
    e vejo que há uma guerra
    pela nossa mente, pela nossa atenção.
  • 34:21 - 34:23
    Os seres humanos agora estão tão...
  • 34:23 - 34:29
    temos de resistir tanto para, tipo, realmente estar
    com os outros sem tocar nesta coisa,
  • 34:30 - 34:32
    e já não estamos realmente presentes,
  • 34:33 - 34:37
    e então, para mim, há algo
    muito fundamental que está, uh, a faltar,
  • 34:37 - 34:43
    e isso faz-nos sentir vazios porque já não estamos a ter
    a conexão de coração para coração com os outros,
  • 34:44 - 34:50
    com os nossos entes queridos, com a Mãe Terra,
    com a nossa comida, com a água.
  • 34:51 - 34:57
    Portanto, sentimos-nos muito, sabes, perdemos,
    ficamos alienados e tornamo-nos solitários
  • 34:58 - 35:03
    e é exatamente isso que
    a guerra está a levar-nos.
  • 35:04 - 35:09
    O mercado, a publicidade,
    eles sabem como te fazer sentir sozinho,
  • 35:10 - 35:14
    e depois consumimos,
    estimula-se, entretém-se.
  • 35:15 - 35:17
    Então, fui assim, era assim,
  • 35:18 - 35:22
    e para mim, em vez de ser visto
    como um líder espiritual, ou assim—
  • 35:22 - 35:25
    na verdade sou, uh,
    mais ligado à rua
  • 35:26 - 35:30
    e na verdade viemos da tradição
    de sair das nossas casas,
  • 35:30 - 35:33
    e ir para as ruas,
    e pedir comida.
  • 35:34 - 35:36
    Claro que agora provavelmente
    seríamos postos na prisão ou algo assim,
  • 35:36 - 35:41
    mas, uh, antigamente, na Índia,
    íamos de casa em casa,
  • 35:41 - 35:43
    pedir comida,
  • 35:44 - 35:46
    e é uma forma de reconhecer
    a nossa interconexão,
  • 35:46 - 35:51
    a nossa dependência de vocês para o nosso sustento,
  • 35:51 - 35:55
    dependência da Mãe Terra
    para o nosso sustento, para a nossa alimentação,
  • 35:56 - 36:00
    portanto, isso é um símbolo de, tipo,
    deixar todas as coisas materiais,
  • 36:00 - 36:05
    para que possamos depender e confiar
    que o cosmos vai providenciar
  • 36:06 - 36:11
    quando nos movemos a partir de um lugar de conexão,
    de não-separação, do coração,
  • 36:11 - 36:19
    e isso é uma revolução na educação,
    nos meios de comunicação, no que produzimos como—
  • 36:19 - 36:23
    o que supostamente deveríamos fazer
    como seres humanos, como civilização humana,
  • 36:23 - 36:26
    e se não tivermos cuidado,
    se não— não estivermos atentos,
  • 36:26 - 36:28
    se não tivermos a nossa atenção,
  • 36:29 - 36:33
    eles vão manipular
    e dizer-te que isto é—
  • 36:34 - 36:37
    e é muito fácil agora,
    porque eles sabem da nossa fraqueza:
  • 36:38 - 36:43
    quando estamos sozinhos, quando estamos infelizes,
    é quando— sabes, na altura do Natal:
  • 36:44 - 36:46
    toca-se uma música muito bonita,
    fazem-te sentir bem,
  • 36:47 - 36:51
    e o que acontece?
    Queres comprar coisas para os teus entes queridos.
  • 36:52 - 36:56
    Portanto, esta é a cultura que é—
    é muito difícil resistir a isso,
  • 36:56 - 36:58
    e então, para mim, eu estou a lutar—
  • 36:58 - 37:02
    os meus pais escaparam de uma guerra do Vietname,
    que chamamos os Comunistas.
  • 37:03 - 37:06
    Agora eu escapo de outro tipo de sistema.
  • 37:06 - 37:09
    Não sei como o chamas,
    eles chamam-lhe Capitalismo, mas eu vejo—
  • 37:09 - 37:14
    vejo-o muito mais no material
    e dinheiro e bancos, mas é pela nossa mente.
  • 37:14 - 37:16
    Há outra guerra pela nossa atenção.
  • 37:17 - 37:23
    Portanto, para mim— eu sinto-me mais próximo do que,
    porquê, er, estamos a fazer o que estamos a fazer,
  • 37:24 - 37:28
    e então convido-te a testar-te
    neste próximo feriado:
  • 37:28 - 37:32
    resistir à guerra pela nossa atenção,
  • 37:33 - 37:39
    resistir a expressar o nosso amor
    comprando coisas materiais, tenta— testa isso,
  • 37:40 - 37:43
    e depois a tua— a tua família,
    os teus entes queridos, dizem:
  • 37:44 - 37:47
    "Mas, estás a brincar comigo, só
    me vais dar um abraço no Natal?"
  • 37:48 - 37:54
    "Agora quero, realmente, algo
    que me mostre o teu amor", certo?
  • 37:54 - 37:55
    Vês essa cultura?
  • 37:56 - 37:58
    E se fizeres isso,
    provavelmente serás criticado.
  • 37:58 - 38:02
    Portanto, esta é, er, a guerra de que estou a falar
  • 38:02 - 38:06
    e é exatamente a raiz
    do porquê temos este problema,
  • 38:07 - 38:12
    que está a destruir outras culturas,
    destruindo outros, er, grupos que estamos a explorar,
  • 38:13 - 38:20
    e há buracos na terra na Indonésia
    só porque gostamos desta pedrinha brilhante,
  • 38:20 - 38:22
    chamada— chamamos-lhe "Diamantes", certo?
  • 38:23 - 38:26
    Vi esse buraco eu mesmo,
    é incrível,
  • 38:27 - 38:30
    e gostaria que todos vocês estivessem lá
    nesse buraco na terra,
  • 38:31 - 38:34
    e então isto é, er, o que estamos a resistir,
  • 38:34 - 38:38
    e isto é o que trouxemos,
    tão quanto pudemos, para a conversa.
  • 38:39 - 38:43
    É difícil, porque, sabes,
    er, ok, isso tudo está bem, sabes, e estamos—
  • 38:43 - 38:46
    vamos fazer a coisa verdadeira de adulto:
    vamos resolver o problema,
  • 38:46 - 38:49
    é tudo bonito e fantástico—
    sabes, meditação e tudo isso
  • 38:49 - 38:50
    (Risos)
  • 38:50 - 38:55
    mas, er, sim, há—
    essa é a dificuldade, er, nisto,
  • 38:55 - 39:02
    e vemos isso em, er, até nesta organização
    que estamos, er, a organizar para resolver o problema.
  • 39:03 - 39:05
    Toda a gente está tão desconectada,
    do seu corpo,
  • 39:07 - 39:09
    então ajudamos as pessoas a simplesmente abrandar
  • 39:09 - 39:14
    e reconhecer que estamos, por baixo de tudo isso,
    é o nosso amor, e o nosso cuidado,
  • 39:15 - 39:18
    e então vamos por aí, abraçamos as pessoas,
    e damos as mãos,
  • 39:18 - 39:23
    e eles resistem no início e dizem
    "deixa— uh— vamos higienizar depois, sim?"
  • 39:23 - 39:24
    (Risos)
  • 39:24 - 39:28
    Sabem, e isto é, er,
    esta é a conexão, que—
  • 39:28 - 39:30
    todos nós queremos a mesma coisa,
    mas por causa das maneiras como a sociedade
    tem projetado,
    e fazem-nos sentir separados
    uns dos outros e da Mãe Terra,
    do chão abaixo de nós.
    Então, deixo-vos com isso, para vos deixar saber,
    e por favor, er, ajudem-nos, e espalhem essa notícia,
    espalhem esse vírus, ok.
  • 39:30 - 39:34
    Esse vírus de atenção— de despertar, de estar empoderado,
  • 39:34 - 39:38
    de ter a tua própria soberania,
  • 39:38 - 39:40
    e não deixar que outros te colonizem
    com o seu próprio dogma, sim.
  • 39:41 - 39:45
    Obrigado.
  • 39:45 - 39:50
    Então gostaríamos de convidar o nosso bom amigo Nick
    para o palco, para nos oferecer uma música,
  • 39:50 - 39:57
    é também para nutrir
    a nossa alegria e a nossa conexão.
  • 39:58 - 40:00
    Esta é uma parte tão importante
    da nossa cura,
  • 40:00 - 40:09
    e isso também está um pouco a faltar
    na zona azul ali,
  • 40:11 - 40:13
    er, mas pelo menos aqui podemos,
    podemos oferecer isso,
  • 40:15 - 40:21
    e depois, er,
    pensámos que podíamos partilhar convosco
  • 40:22 - 40:24
    a prática da meditação a andar,
    porque queremos tornar isto experiencial,
  • 40:24 - 40:27
    e já que este é um espaço tão bonito,
    acho que gostaríamos de tentar, se quiserem,
    fazer uma meditação a andar
  • 40:28 - 40:31
    aqui, neste espaço.
  • 40:31 - 40:34
    É algo— uma habilidade muito transferível,
  • 40:35 - 40:39
    para que a possam levar de volta para casa,
    para o vosso local de trabalho, onde quer que vão, então, er, sim.
  • 40:39 - 40:43
    Vamos desfrutar.
  • 40:43 - 40:45
    Obrigado irmãos
    por partilharem esta plataforma comigo.
  • 40:46 - 40:50
    Olá a todos, o meu nome é Nick,
    e esta é uma música chamada "A Prece Minha".
  • 40:50 - 40:52
    De alguma forma o meu amor
  • 40:53 - 40:55
    De alguma forma o meu amor
  • 40:55 - 41:03
    Mantém-me com o coração aberto no inferno
  • 41:04 - 41:05
    Dá-me a coragem de sentir tudo
  • 41:06 - 41:09
    A beleza da queda
  • 41:09 - 41:14
    Quando quero fugir
  • 41:38 - 41:44
    Quando desejo fugir
  • 41:49 - 41:54
    Oh, Senhor, ajuda-me a ficar
  • 41:55 - 41:58
    Olho em volta, olho para longe
  • 42:00 - 42:03
    Ei, ei, há demasiado para aguentar
  • 42:03 - 42:05
    Encho o meu coração a cada dia
  • 42:06 - 42:08
    Encho o meu coração sempre que digo
  • 42:10 - 42:12
    Que não sei como partir
  • 42:15 - 42:17
    Que estou melhor assim
  • 42:23 - 42:27
    Anda, Senhor, ajuda-me a ficar
  • 42:27 - 42:31
    De alguma forma o meu amor
  • 42:32 - 42:34
    De alguma forma o meu amor
  • 42:34 - 42:36
    Podemos suportar o insuportável?
  • 42:39 - 42:41
    Como suportar o insuportável?
  • 42:43 - 42:46
    Como suportar o insuportável?
  • 42:48 - 42:51
    Encontrar na cor da minha raiva,
  • 42:56 - 43:01
    Dar à nossa raiva um lugar,
    oh, a besta tem um rosto,
  • 43:05 - 43:10
    Com uma careta e tanta graça
  • 43:12 - 43:14
    E um coração aberto no inferno
  • 43:17 - 43:19
    Bem, bem,
  • 43:26 - 43:28
    Coragem para sentir tudo
  • 43:30 - 43:33
    Sustenta-nos, mantém-nos parados,
    quando queremos fugir
  • 43:33 - 43:37
    Anda, Senhor, ajuda-nos a ficar
  • 43:38 - 43:40
    E fazemos isso pelo nosso próprio bem
  • 43:40 - 43:42
    Pelas nossas meninas, pelos nossos meninos
  • 43:43 - 43:44
    E fazemos isso pela nossa casa
  • 43:45 - 43:47
    Se fizermos isso pelo mundo
  • 43:47 - 43:51
    Então deixa sair, e deixa entrar
  • 43:53 - 43:56
    Conhece a besta dentro de mim
  • 43:57 - 44:00
    Dá-lhe amor e traz-o para dentro
  • 44:02 - 44:05
    Não, não é um inimigo, mas um amigo
  • 44:07 - 44:09
    E na fúria do fogo
  • 44:11 - 44:14
    Nesse fogo intemporal
  • 44:16 - 44:20
    Encontro o meu amigo antigo,
    Senhor, vem ajudar-me uma vez mais
  • 44:21 - 44:25
    Então deixa sair, e deixa entrar
  • 44:25 - 44:28
    Conhece a besta dentro de mim
  • 44:29 - 44:33
    Dá-lhe amor e traz-o para dentro
  • 44:34 - 44:38
    Não, não é um inimigo, mas um amigo
  • 44:39 - 44:43
    Na fúria do fogo
  • 44:43 - 44:51
    Nesse fogo intemporal
  • 44:52 - 44:56
    Encontro o meu amigo antigo,
    Senhor, vem ajudar-me uma vez mais, sim
  • 44:57 - 45:01
    (Cantando sem palavras)
  • 45:01 - 45:04
    Obrigado.
  • 45:05 - 45:09
    Isto também é uma meditação guiada.
  • 45:10 - 45:14
    Obrigado, Nick. Uau. Obrigado.
  • 45:15 - 45:19
    Alguém nos pode dizer a hora?
  • 45:20 - 45:28
    Temos um minuto?
    Dois minutos? Nenhum minuto?
  • 45:28 - 45:47
    Dois minutos, mesmo dois minutos? Ok.
  • 46:01 - 46:02
    Então talvez... (Fala muito baixa)
  • 46:13 - 46:15
    Então não temos tempo para andar, talvez.
  • 46:16 - 46:20
    E que horas são agora?
  • 46:22 - 46:24
    Literalmente dez minutos. Ok.
  • 46:27 - 46:30
    É possível. Cinco minutos?
  • 46:31 - 46:34
    Sim.
  • 46:34 - 46:39
    Ok, queres liderar?
  • 46:39 - 46:42
    Sim, gostaríamos de, er,
    partilhar convosco, er, este espaço aqui.
  • 46:43 - 46:45
    Não tenho a certeza se podemos fazer algum tipo de ciclo,
    mas, por favor, levantem-se.
  • 46:46 - 46:48
    Deixem as vossas malas aqui.
    Acho que vamos voltar.
  • 46:49 - 46:50
    Temos dez minutos,
    mas quero que experimentem isto
  • 46:50 - 46:51
    porque temos praticado isto
    na, er, conferência enquanto andávamos por aí.
  • 46:51 - 46:52
    E é, er, muito— muito mais fácil do que,
    er, a meditação sentados, é a meditação a andar.
  • 46:52 - 46:56
    Então, simplesmente tornem-se conscientes de
    as vossas, er, pernas, os vossos pés, em pé,
  • 46:57 - 47:01
    e larguem os vossos braços.
  • 47:03 - 47:05
    Na verdade, vai ser muito curativo, na verdade,
    para, er, ok, levantem os braços.
  • 47:06 - 47:08
    In, estiquem para cima, e para fora.
  • 47:09 - 47:14
    Uau, preciso mesmo disto.
  • 47:14 - 47:19
    In, estiquem para cima, para fora.
  • 47:20 - 47:27
    Claro, aqui está a tradução:
  • 47:28 - 47:29
    O nosso corpo é como uma esponja, ok.
  • 47:30 - 47:35
    Então, in, apertam a esponja.
  • 47:35 - 47:40
    In. Apertem todo o corpo,
    puxem o pescoço, empurrem a cabeça para cima.
  • 47:41 - 47:42
    Out, relaxem.
  • 47:44 - 47:50
    In, e baixem a palma
    devagar, na mesma velocidade.
  • 47:50 - 47:52
    E sintam algo
    quando passa pelo vosso coração.
  • 47:52 - 47:54
    In
  • 47:54 - 47:59
    Out, mesma velocidade, não se apressam.
  • 48:00 - 48:02
    É um pouco de, er, Qigong para vocês.
  • 48:03 - 48:10
    Voltem à energia da terra.
  • 48:13 - 48:15
    In, apertam, out, prestem atenção,
    quando passa pelo vosso coração.
  • 48:15 - 48:16
    Se estão vivos,
    deviam sentir um pouco de formigueiro,
  • 48:21 - 48:23
    agora, com os dedos,
    e a palma da mão.
  • 48:25 - 48:27
    In, estão vivos?
    Sentem algum calor?
  • 48:27 - 48:29
    In, e continuem.
  • 48:29 - 48:37
    Estamos, para o nosso lado esquerdo.
  • 48:41 - 48:44
    E respirem para fora.
  • 48:44 - 48:47
    Cima.
  • 48:47 - 48:54
    In, para o nosso lado direito.
  • 48:55 - 48:59
    E imaginem que somos erva,
    somos erva no campo.
  • 48:59 - 49:02
    Sintam o vento da nossa respiração.
  • 49:04 - 49:05
    In
  • 49:05 - 49:06
    Out
  • 49:07 - 49:10
    In
  • 49:13 - 49:17
    Out
  • 49:18 - 49:20
    Desfrutem do movimento.
  • 49:20 - 49:22
    Um dia, não seremos capazes de fazer isto,
    então desfrutem realmente deste momento.
  • 49:23 - 49:25
    Fazemos isto pela nossa avó, pelo nosso avô,
    e larguem os braços.
  • 49:26 - 49:27
    Então, convido todos a, er— vai ser—
  • 49:29 - 49:30
    Três minutos.
    Ok, mais um movimento. Ok.
  • 49:30 - 49:31
    Então, fiquem com os pés, respirem in,
    levante-se nas pontas dos pés.
  • 49:34 - 49:39
    Pés em V.
  • 49:43 - 49:50
    Sim, e se puderem,
    baixem um pouco o joelho.
  • 49:52 - 49:54
    In
  • 49:55 - 49:59
    Out
  • 50:00 - 50:09
    In
  • 50:10 - 50:11
    Out
  • 50:11 - 50:16
    Hmm, obrigado.
  • 50:17 - 50:18
    Espero que tenha revivido essa energia em vocês.
  • 50:20 - 50:21
    Por favor, continuem a nossa, er, nossa prática.
  • 50:24 - 50:26
    Obrigado por nos receberem,
    e por favor, desfrutem do resto do vosso dia, hein.
  • 50:26 - 50:28
    Obrigado.
  • 50:37 - 50:39
    Obrigado a todos por estarem connosco.
  • 50:39 - 50:41
    (Aplausos.)
Title:
Talk and Guided Meditation | Returning to the Heartwood (November 9, 2021)
Description:

more » « less
Video Language:
English
Duration:
50:59

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions