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A estrutura secreta das grandes palestras

  • 0:00 - 0:03
    É realmente muito bom estar aqui.
  • 0:03 - 0:04
    Temos o poder de mudar o mundo.
  • 0:04 - 0:06
    Não é clichê.
  • 0:06 - 0:09
    Temos realmente o poder de mudar o mundo.
  • 0:09 - 0:11
    Dentro de cada um de nós,
  • 0:11 - 0:15
    existe a ferramenta mais poderosa
    conhecida pelo homem:
  • 0:15 - 0:17
    uma ideia.
  • 0:17 - 0:20
    Uma simples ideia da mente humana
  • 0:20 - 0:25
    pode começar uma onda,
    ser o estopim de um movimento,
  • 0:25 - 0:27
    e realmente reescrever nosso futuro.
  • 0:28 - 0:32
    Mas uma ideia não terá força
    se permanecer dentro de nós.
  • 0:32 - 0:35
    Se nunca a expressarmos
    para ser discutida com os outros,
  • 0:35 - 0:37
    ela irá morrer conosco.
  • 0:37 - 0:40
    Podemos tentar transmitir uma ideia,
  • 0:40 - 0:42
    não aceita ou rejeitada,
  • 0:42 - 0:45
    e outra ideia medíocre
    ou mediana ser aceita.
  • 0:45 - 0:50
    A única diferença entre elas está
    na forma como foi transmitida.
  • 0:50 - 0:52
    Se transmitirmos uma ideia
    de modo que haja repercussão,
  • 0:52 - 0:55
    a mudança acontecerá,
    e poderemos mudar o mundo.
  • 0:56 - 0:58
    Em minha família, colecionamos
    pôsteres europeus antigos.
  • 0:58 - 1:03
    Sempre que vamos a Maui, passamos
    num local onde há pôsteres gigantes.
  • 1:03 - 1:07
    Adoro eles. Todos têm uma ideia
    e uma clareza visual que a transmite.
  • 1:07 - 1:10
    São muito grandes, quase
    do tamanho de um colchão.
  • 1:10 - 1:12
    Não são tão grossos
    como ele, mas são grandes.
  • 1:12 - 1:15
    O vendedor conta histórias
    enquanto os mostra.
  • 1:15 - 1:17
    Uma vez, quando eu estava
    com meus dois filhos,
  • 1:18 - 1:20
    ele virou uma página,
    e havia este pôster embaixo.
  • 1:20 - 1:25
    Quando me inclinei para frente e disse:
    "Meu Deus, como adoro este pôster",
  • 1:25 - 1:28
    meus filhos deram um pulo e disseram:
    "Nossa, mamãe, é a sua cara".
  • 1:28 - 1:29
    Aqui está ele.
  • 1:29 - 1:31
    (Risos)
  • 1:31 - 1:33
    Estou tipo assim: "Vamos lá!"
  • 1:33 - 1:36
    Eu adorava a ironia deste poster.
  • 1:36 - 1:39
    Aqui está a garota toda animada
    indo à luta, como a mensageira,
  • 1:39 - 1:43
    levando esses salgadinhos,
  • 1:43 - 1:45
    algo aparentemente tão insignificante,
  • 1:45 - 1:50
    embora esteja disposta
    a arriscar a vida por isso.
  • 1:50 - 1:55
    Então, se estiverem dispostos a substituir
    esses salgadinhos por uma apresentação...
  • 1:55 - 1:57
    Sim, esta sou eu, bem animada.
  • 1:57 - 2:02
    Eu ficava animada com as apresentações
    quando isso não era uma coisa legal.
  • 2:02 - 2:05
    Acho que elas realmente
    têm o poder de mudar o mundo
  • 2:05 - 2:07
    quando nos comunicamos
    efetivamente por meio delas.
  • 2:07 - 2:09
    Mudar o mundo é difícil.
  • 2:10 - 2:13
    Não vai acontecer apenas
    com uma pessoa e uma única ideia.
  • 2:13 - 2:16
    Essa ideia tem de ser divulgada,
    ou não será efetiva.
  • 2:16 - 2:21
    Precisa sair de dentro de nós
    para que as pessoas a conheçam.
  • 2:22 - 2:26
    A forma mais efetiva de transmitir
    ideias é por meio de histórias.
  • 2:26 - 2:31
    Por milhares de anos, gerações analfabetas
    transmitiram seus valores e sua cultura
  • 2:31 - 2:33
    de geração para geração,
  • 2:33 - 2:34
    e eles permaneceram intactos.
  • 2:34 - 2:37
    Há algo de mágico
    na estrutura de uma história,
  • 2:37 - 2:40
    que faz com que, ao ser elaborada,
  • 2:40 - 2:44
    possa ser absorvida e recuperada
    pela pessoa que a recebe.
  • 2:45 - 2:48
    Basicamente, uma história
    provoca uma reação física:
  • 2:48 - 2:51
    o coração pode acelerar,
    os olhos podem dilatar,
  • 2:51 - 2:55
    podemos dizer: "Fiquei arrepiado",
    ou: "Que frio na barriga!"
  • 2:55 - 2:59
    Reagimos fisicamente
    quando alguém nos conta uma história.
  • 2:59 - 3:00
    Embora o palco seja o mesmo,
  • 3:00 - 3:05
    uma história e uma apresentação
    são completamente diferentes.
  • 3:05 - 3:06
    Eu queria entender o motivo.
  • 3:06 - 3:09
    Por que nos sentamos para ouvir
    com muita atenção uma história,
  • 3:09 - 3:12
    mas não uma apresentação?
  • 3:12 - 3:15
    Eu queria descobrir como incorporar
    histórias às apresentações.
  • 3:15 - 3:20
    Tivemos milhares de apresentações,
    centenas de milhares, na verdade.
  • 3:20 - 3:23
    Então eu conhecia o contexto
    de uma apresentação muito ruim.
  • 3:23 - 3:26
    Decidi estudar cinema e literatura
  • 3:26 - 3:28
    para pesquisar e descobrir
    o que estava acontecendo
  • 3:29 - 3:30
    e por que não dava certo.
  • 3:32 - 3:37
    Quero mostrar a vocês algumas descobertas
    sobre o formato de uma apresentação.
  • 3:38 - 3:40
    Era óbvio começar com Aristóteles
  • 3:40 - 3:42
    e sua estrutura de três atos:
    começo, meio e fim.
  • 3:42 - 3:44
    Estudamos poética e retórica,
  • 3:44 - 3:48
    e muitas apresentações nem mesmo
    têm isso em seu formato mais simples.
  • 3:48 - 3:51
    Quando decidi estudar
    arquétipos de heróis, pensei:
  • 3:51 - 3:55
    "Está bem, o palestrante é o herói,
    está no palco e é a atração principal".
  • 3:55 - 3:58
    Como o palestrante,
    é fácil nos sentirmos assim.
  • 3:58 - 4:01
    Logo percebi que isso não funcionava.
  • 4:01 - 4:04
    Porque tenho uma ideia,
    posso apresentá-la,
  • 4:04 - 4:07
    mas, se vocês não abraçarem a ideia,
  • 4:07 - 4:09
    ela não irá a lugar algum,
    e o mundo nunca será mudado.
  • 4:09 - 4:14
    Na verdade, o palestrante não é o herói
    de nossa ideia, mas sim, a plateia.
  • 4:15 - 4:17
    Se analisarmos "A Jornada
    do Herói", de Joseph Campbell,
  • 4:17 - 4:20
    veremos insights muito interessantes
    logo na primeira parte.
  • 4:20 - 4:24
    Há o herói popular em um mundo comum,
    que recebe o chamado para a aventura.
  • 4:24 - 4:27
    Então o mundo perde o equilíbrio.
  • 4:27 - 4:30
    Há uma resistência inicial do tipo:
    "Não sei se quero entrar nessa",
  • 4:30 - 4:36
    quando chega o mentor e nos ajuda a sair
    do mundo comum para um mundo especial.
  • 4:36 - 4:38
    Esse é o papel do palestrante:
  • 4:38 - 4:41
    ser o mentor; não o Luke
    Skywalker, mas o Yoda;
  • 4:41 - 4:43
    ser quem realmente ajuda a plateia
  • 4:43 - 4:47
    a mudar de uma coisa
    para a sua nova ideia especial.
  • 4:47 - 4:49
    Esse é o poder de uma história.
  • 4:49 - 4:53
    Na estrutura mais simples,
    a história é composta de três partes.
  • 4:53 - 4:56
    Há um herói popular com um desejo,
  • 4:56 - 5:01
    que encontra uma barreira
    e, no final, ele emerge transformado.
  • 5:01 - 5:02
    Essa é a estrutura básica.
  • 5:03 - 5:06
    Mas não aconteceu até eu encontrar
    a pirâmide de Gustav Freytag,
  • 5:06 - 5:09
    cujo formato ele desenhou em 1863.
  • 5:09 - 5:11
    Ele era um dramaturgo alemão,
  • 5:13 - 5:17
    que acreditava na estrutura de cinco atos:
  • 5:18 - 5:22
    exposição, ação crescente, clímax,
    ação decrescente e resolução,
  • 5:22 - 5:25
    que é o esclarecimento
    ou a resolução da história.
  • 5:25 - 5:28
    Amo esse formato;
    vamos falar sobre formatos.
  • 5:28 - 5:30
    Uma história tem um arco,
    que tem um formato.
  • 5:30 - 5:33
    Falamos sobre a música clássica,
    e seus belos formatos.
  • 5:34 - 5:37
    Então pensei: "Se as apresentações
    tivessem um formato, qual seria?"
  • 5:37 - 5:42
    Como os maiores comunicadores
    usam esse formato, se é que usam algum?
  • 5:42 - 5:44
    Nunca me esquecerei;
    foi num sábado de manhã.
  • 5:44 - 5:48
    Após alguns anos de estudo,
    desenhei um formato.
  • 5:48 - 5:50
    Pensei: "Nossa, se este formato for real,
  • 5:50 - 5:53
    devo conseguir pegar duas apresentações
    totalmente diferentes,
  • 5:53 - 5:55
    aplicar o formato e deve dar certo".
  • 5:55 - 5:57
    Peguei o discurso óbvio
  • 5:57 - 5:59
    "Eu Tenho um Sonho",
    de Martin Luther King,
  • 5:59 - 6:02
    e o discurso de lançamento do iPhone,
    de Steve Jobs, em 2007,
  • 6:02 - 6:04
    apliquei o formato e funcionou.
  • 6:04 - 6:06
    Sentei em meu escritório, admirada.
  • 6:06 - 6:08
    Na verdade, chorei um pouco,
  • 6:08 - 6:10
    porque foi como se eu tivesse
    ganhado um presente,
  • 6:10 - 6:14
    e aqui está: este é o formato
    de uma grande apresentação.
  • 6:15 - 6:16
    Não é incrível?
  • 6:16 - 6:17
    (Risos)
  • 6:17 - 6:19
    Eu estava chorando.
  • 6:19 - 6:21
    Quero mostrar a vocês,
    pois é realmente incrível.
  • 6:21 - 6:24
    Há começo, meio e fim; vou lhes mostrar.
  • 6:24 - 6:27
    Porque os maiores comunicadores,
    e estudei discursos, tudo...
  • 6:27 - 6:29
    Posso aplicar o formato.
  • 6:29 - 6:31
    O Discurso de Gettysburg
    também segue o formato.
  • 6:32 - 6:35
    Temos que definir
    o começo da apresentação.
  • 6:35 - 6:37
    Esta é a situação atual
    e o que está acontecendo.
  • 6:37 - 6:40
    Precisamos compará-la ao que poderia ser.
  • 6:40 - 6:43
    Temos que aumentar essa lacuna
    o máximo possível,
  • 6:43 - 6:47
    porque há o lugar comum da situação atual,
  • 6:47 - 6:50
    e é preciso contrastá-la
    com a superioridade de sua ideia.
  • 6:50 - 6:52
    Então aqui está o passado,
    aqui está o presente,
  • 6:52 - 6:54
    mas observem nosso futuro.
  • 6:54 - 6:57
    Aqui está um problema,
    mas vejam como o eliminamos.
  • 6:57 - 7:00
    Aqui está uma barreira, vamos eliminá-la.
  • 7:00 - 7:02
    Precisamos mesmo ampliar essa lacuna,
  • 7:02 - 7:05
    o que corresponderia ao incidente
    encorajador de um filme,
  • 7:05 - 7:09
    o momento em que, de repente,
    a plateia precisa reagir ao que mostramos:
  • 7:09 - 7:12
    "Quero concordar e me alinhar
    com isso, ou não?"
  • 7:12 - 7:15
    O restante da apresentação
    deveria manter isso.
  • 7:15 - 7:18
    Então o meio vai e volta,
  • 7:18 - 7:20
    percorrendo entre o que é
    e o que poderia ser,
  • 7:20 - 7:21
    o que é e o que poderia ser.
  • 7:21 - 7:26
    Porque tentamos tornar a situação atual
    e o normal pouco atraentes,
  • 7:26 - 7:30
    e queremos mostrar como poderia ser
    o futuro com a adoção de nossa ideia.
  • 7:31 - 7:33
    Em nossa jornada para mudar
    o mundo, as pessoas irão resistir,
  • 7:33 - 7:36
    não ficarão animadas;
    talvez amem o mundo como ele é.
  • 7:36 - 7:37
    Encontraremos resistência.
  • 7:37 - 7:39
    É por isso que temos de ir e voltar.
  • 7:39 - 7:41
    É como velejar.
  • 7:42 - 7:45
    Quando velejamos contra o vento
    e há a resistência dele,
  • 7:45 - 7:48
    temos que mover o barco
    para frente e para trás
  • 7:48 - 7:50
    para poder pegar o vento.
  • 7:50 - 7:53
    Temos de pegar a resistência
    que vem contra nós quando velejamos.
  • 7:54 - 7:58
    Curiosamente, se pegarmos o vento
    e ajustarmos as velas corretamente,
  • 7:58 - 8:00
    o barco irá navegar mais depressa
    do que o próprio vento.
  • 8:00 - 8:02
    É um fenômeno físico.
  • 8:02 - 8:06
    Assim, o modo como irão resistir
    entre o que é e o que pode ser,
  • 8:06 - 8:10
    na verdade, irá trazê-los para sua ideia
    mais rápido do que se não fizesse isso.
  • 8:11 - 8:14
    Depois de mover para frente e para trás
    entre o que é e o que poderia ser,
  • 8:14 - 8:16
    o momento decisivo é a chamada à ação,
  • 8:16 - 8:19
    que toda apresentação
    deve ter, mas bem no final.
  • 8:19 - 8:21
    Precisamos descrever o mundo
    como um novo êxtase.
  • 8:21 - 8:23
    "Esta é a utopia
    com a adoção de minha ideia".
  • 8:23 - 8:25
    "É assim que o mundo vai ficar
  • 8:25 - 8:28
    quando nos unirmos e resolvermos
    esse grande problema".
  • 8:28 - 8:32
    Temos que usar isso como nosso final,
    de uma forma muito poética e dramática.
  • 8:33 - 8:36
    Curiosamente, ao terminar, pensei:
  • 8:36 - 8:39
    "Quer saber? Eu poderia usar
    isso como ferramenta de análise".
  • 8:39 - 8:45
    Transcrevo discursos e poderia
    mapeá-los com essa ferramenta.
  • 8:45 - 8:46
    Hoje, quero lhes mostrar um pouco
  • 8:46 - 8:50
    do que fiz com duas pessoas
    quando usei isso pela primeira vez.
  • 8:50 - 8:53
    Este é o sr. Jobs, que mudou
    o mundo completamente,
  • 8:53 - 8:56
    o mundo da computação pessoal
    e a indústria musical,
  • 8:56 - 8:59
    e estava prestes a mudar
    a indústria dos dispositivos móveis.
  • 8:59 - 9:00
    Sem dúvida, mudou o mundo.
  • 9:00 - 9:05
    Este é o formato do lançamento do iPhone
    em 2007, quando ele o apresentou.
  • 9:05 - 9:08
    É uma palestra de 90 minutos,
    e podemos ver que ele começa com o que é,
  • 9:08 - 9:11
    vai e volta, e termina
    com o que poderia ser.
  • 9:12 - 9:14
    Vou ampliar um pouco:
  • 9:14 - 9:17
    a linha branca é a fala dele.
  • 9:17 - 9:20
    A próxima linha colorida que irão ver
    é quando ele corta para o vídeo.
  • 9:20 - 9:23
    Ele inclui algumas coisas
    e corta para a demonstração.
  • 9:23 - 9:25
    Não é apenas a fala dele o tempo todo.
  • 9:25 - 9:28
    Aquelas linhas são típicas.
  • 9:28 - 9:32
    Perto do final, há uma linha azul,
    a fala do palestrante convidado.
  • 9:32 - 9:34
    Aqui as coisas ficam interessantes:
  • 9:34 - 9:37
    cada tique é quando ele fez a plateia rir
  • 9:37 - 9:39
    e aqui é o momento dos aplausos.
  • 9:39 - 9:43
    A plateia está muito envolvida
    e reage fisicamente ao que ele diz,
  • 9:43 - 9:45
    o que é mesmo fantástico,
  • 9:45 - 9:48
    porque sabemos, então,
    que temos a plateia em nossas mãos.
  • 9:48 - 9:51
    Então ele lança o que poderia ser:
  • 9:51 - 9:54
    "Faz dois anos e meio
    que espero por este dia".
  • 9:54 - 9:58
    Ou seja, ele está lançando um produto
    que conhece já faz alguns anos.
  • 9:58 - 9:59
    Não é novidade para ele.
  • 10:00 - 10:02
    Mas vejam só: ele faz outra coisa.
  • 10:02 - 10:07
    Fica maravilhado com seu próprio produto,
    mais do que a plateia, que ri ou aplaude.
  • 10:08 - 10:11
    Fica dizendo:
    "Não é incrível? Não é lindo?"
  • 10:11 - 10:15
    Mostra para a plateia
    o que deseja que ela sinta.
  • 10:15 - 10:19
    Faz com que ela se sinta
    de uma determinada maneira.
  • 10:19 - 10:22
    Então começa com o que poderia ser:
  • 10:22 - 10:26
    "De vez em quando, surge um produto
    revolucionário que muda tudo".
  • 10:26 - 10:28
    Depois entra em ação
    e fala sobre seu novo produto.
  • 10:28 - 10:31
    No início da palestra,
    ele deixa o telefone desligado.
  • 10:31 - 10:35
    Veremos que a linha
    é bem branca até este ponto.
  • 10:35 - 10:36
    Jobs fica entre:
  • 10:36 - 10:39
    "Este é o novo telefone;
    e essa é a droga dos concorrentes".
  • 10:39 - 10:42
    "Este é o novo telefone;
    e essa é a droga dos concorrentes".
  • 10:42 - 10:47
    Então, bem ali, está o momento principal,
    do qual sempre nos lembraremos.
  • 10:47 - 10:49
    Ele liga o telefone.
  • 10:49 - 10:54
    A plateia vê a rolagem pela primeira vez,
    e todos no auditório prendem a respiração.
  • 10:54 - 10:57
    Ele cria um momento
    do qual sempre iremos nos lembrar.
  • 10:57 - 11:01
    Seguindo o modelo, podemos ver o azul,
    onde entram os demais palestrantes,
  • 11:01 - 11:04
    e, próximo à direita,
    há uma quebra de linha,
  • 11:04 - 11:05
    quando o controle remoto dele quebrou.
  • 11:05 - 11:08
    Para manter a animação da plateia,
  • 11:08 - 11:12
    ele conta uma história pessoal,
    bem no momento em que a tecnologia falhou.
  • 11:12 - 11:13
    Como mestre da comunicação,
  • 11:13 - 11:16
    ele conta uma história
    para manter a plateia envolvida.
  • 11:17 - 11:19
    No alto, à direita, ele termina
    com o novo êxtase.
  • 11:19 - 11:21
    Deixa a plateia com a promessa
  • 11:21 - 11:24
    de que a Apple continuará a desenvolver
    novos produtos revolucionários.
  • 11:24 - 11:25
    Ele diz:
  • 11:26 - 11:29
    "Adoro esta antiga citação
    de Wayne Gretzky:
  • 11:29 - 11:32
    'Corro para onde a bola vai estar
    e não para onde ela esteve'.
  • 11:32 - 11:35
    Sempre agimos dessa forma na Apple
    desde o início, e continuaremos assim".
  • 11:35 - 11:37
    Então ele finaliza com o novo êxtase.
  • 11:37 - 11:39
    Vejamos agora o Sr. King.
  • 11:39 - 11:44
    Ele foi um visionário incrível, um pastor,
    que passou a vida lutando pela igualdade.
  • 11:44 - 11:47
    Este é o formato do discurso
    "Eu Tenho um Sonho".
  • 11:47 - 11:51
    Ele começa com o que é, vai e volta
    entre o que é e o que poderia ser,
  • 11:51 - 11:55
    e termina com um novo êxtase poético,
    a parte famosa que todos nós conhecemos.
  • 11:55 - 11:59
    Vou detalhar um pouco melhor para vocês.
  • 11:59 - 12:03
    Coloquei a transcrição original
    ali, junto com o texto.
  • 12:03 - 12:04
    Sei que não dá pra ler.
  • 12:04 - 12:09
    No final de cada linha, fiz uma quebra
    onde ele respirou e pausou,
  • 12:09 - 12:11
    Ele era pastor batista do Sul.
  • 12:11 - 12:14
    A maioria nunca tinha ouvido
    aquela cadência e aquele ritmo,
  • 12:14 - 12:16
    algo novo por ali.
  • 12:16 - 12:18
    Vou cobrir essas linhas
    de texto com uma barra,
  • 12:18 - 12:21
    pois quero usá-la como informação aqui.
  • 12:22 - 12:25
    Vamos estudar como ele realmente
    falou com as pessoas.
  • 12:26 - 12:30
    As barras azuis indicam o uso
    do recurso retórico de repetição.
  • 12:30 - 12:34
    Ele se repetia, usando
    as mesmas palavras e frases,
  • 12:34 - 12:36
    para que as pessoas pudessem se lembrar.
  • 12:37 - 12:39
    Mas também usou
    muitas metáforas e palavras visuais
  • 12:39 - 12:42
    como forma de apresentar
    ideias realmente complicadas
  • 12:42 - 12:45
    e torná-las memoráveis
    e compreensíveis para as pessoas.
  • 12:45 - 12:48
    Ele, praticamente, criou
    cenas com suas palavras,
  • 12:48 - 12:51
    para que as pessoas pudessem
    prever o que ele estava dizendo.
  • 12:52 - 12:54
    Também usou músicas conhecidas
    e passagens das escrituras.
  • 12:54 - 12:57
    Vocês estão vendo apenas a parte inicial.
  • 12:57 - 13:01
    Ele também fez muitas referências
    políticas das promessas feitas ao povo.
  • 13:02 - 13:05
    Se examinarmos o final do "o que é",
  • 13:05 - 13:09
    veremos a primeira vez que as pessoas
    aplaudiram e gritaram bem alto.
  • 13:10 - 13:12
    No final do "o que é", ele disse:
  • 13:12 - 13:16
    "Os EUA deram aos negros
    um cheque ruim, sem fundos".
  • 13:16 - 13:19
    Todos sabem como é
    não ter dinheiro na conta.
  • 13:19 - 13:22
    Ele usou uma metáfora com a qual
    as pessoas estavam acostumadas.
  • 13:22 - 13:27
    Mas a primeira vez
    que elas realmente gritaram foi:
  • 13:27 - 13:29
    "Então temos que descontar esse cheque,
  • 13:29 - 13:31
    um cheque que nos dará
    o direito de reclamar
  • 13:31 - 13:33
    as riquezas da liberdade
    e a segurança da justiça".
  • 13:33 - 13:35
    Foi quando realmente aplaudiram,
  • 13:35 - 13:38
    no momento em que ele comparou
    o que era com o que poderia ser.
  • 13:38 - 13:41
    Ao avançarmos um pouco no modelo,
  • 13:41 - 13:44
    veremos que ele vai e volta
    em um ritmo mais exaltado.
  • 13:44 - 13:47
    É o momento em que ele vai e volta.
  • 13:47 - 13:50
    A plateia já tinha ido à loucura;
    estavam todos animados.
  • 13:50 - 13:53
    Pode-se realmente fazer isso
    para mantê-los assim.
  • 13:54 - 13:56
    Então ele diz: "Eu tenho um sonho
  • 13:57 - 13:58
    de que, um dia,
  • 13:58 - 14:01
    esta nação irá se levantar
    e viver o sentido da sua crença:
  • 14:01 - 14:03
    'Tomamos essas verdades autoevidentes
  • 14:03 - 14:05
    de que todos os homens
    são criados iguais'".
  • 14:05 - 14:08
    Ele usa o texto em laranja
    para lembrá-los da promessa
  • 14:08 - 14:10
    que os políticos
    ou este país fizeram a ele.
  • 14:11 - 14:13
    Então ele vai e volta entre:
  • 14:13 - 14:16
    "Eu tenho um sonho de que um dia,
    eu tenho o sonho de que um dia,
  • 14:16 - 14:19
    eu tenho um sonho de que um dia",
    e, no final, fica bem interessante,
  • 14:19 - 14:22
    porque ele usa quatro tons de verde,
  • 14:22 - 14:25
    há muito azul lá,
    que foram muitas repetições.
  • 14:25 - 14:27
    Ele tinha um elevado senso de repetição.
  • 14:27 - 14:30
    O verde era um elevado uso
    de canções e escrituras.
  • 14:30 - 14:35
    O primeiro grupo em verde
    era um trecho do Livro de Isaías.
  • 14:35 - 14:38
    O segundo grupo em verde
    era "My Country, 'Tis of Thee",
  • 14:38 - 14:41
    uma música conhecida,
    especialmente importante
  • 14:41 - 14:43
    para os negros da época,
  • 14:43 - 14:47
    porque era a canção cuja letra
    eles mudaram como um protesto,
  • 14:47 - 14:50
    dizendo que as promessas
    não haviam sido cumpridas.
  • 14:50 - 14:54
    O terceiro tom de verde era, na verdade,
    uma estrofe de "My Country, 'Tis of Thee"
  • 14:54 - 14:56
    e o quarto era uma canção
    religiosa dos negros:
  • 14:57 - 15:00
    "Finalmente livres! Obrigado,
    Deus Todo-Poderoso, finalmente livres!"
  • 15:00 - 15:04
    Ele realmente entrou
    no coração da audiência.
  • 15:04 - 15:06
    Tirou das escrituras
    o que era importante.
  • 15:06 - 15:10
    Usou canções que haviam cantado juntos
    como um protesto contra esses abusos
  • 15:10 - 15:14
    e como um mecanismo para conectar
    e ecoar com a plateia.
  • 15:14 - 15:16
    No final, pintou um cenário
    desse novo êxtase,
  • 15:16 - 15:20
    usando as mesmas coisas
    que já consideravam sagradas.
  • 15:21 - 15:24
    Ele foi um grande homem,
    e tinha um sonho muito grande.
  • 15:24 - 15:27
    Há muitas pessoas aqui
    com sonhos realmente grandes.
  • 15:27 - 15:30
    Há ideias realmente grandes
    dentro de vocês que precisam sair,
  • 15:30 - 15:32
    mas enfrentamos dificuldades.
  • 15:32 - 15:35
    Não é fácil mudar o mundo,
    é uma tarefa importante.
  • 15:35 - 15:40
    A casa dele foi bombardeada,
    ele foi esfaqueado e acabou morrendo
  • 15:40 - 15:42
    por aquilo com que se importava.
  • 15:43 - 15:47
    Mas muitos de nós não precisaremos
    fazer tal sacrifício.
  • 15:47 - 15:53
    Basicamente, a vida pode ser um pouco
    como aquela estrutura básica de história.
  • 15:53 - 15:55
    Vocês sabem que são pessoas legais,
  • 15:55 - 15:58
    têm desejos, encontram obstáculos,
  • 15:58 - 16:00
    mas paramos aí.
  • 16:00 - 16:02
    Ficamos assim: "Tive essa ideia,
  • 16:02 - 16:03
    mas não vou colocar para fora.
  • 16:03 - 16:05
    Ela foi rejeitada".
  • 16:05 - 16:09
    Sabotamos nossas próprias ideias,
  • 16:09 - 16:12
    paramos nos obstáculos,
  • 16:12 - 16:14
    em vez de escolher deixar
    a luta nos transformar,
  • 16:14 - 16:18
    escolher seguir em frente, ter um sonho
    e transformá-lo em realidade.
  • 16:21 - 16:23
    Se consigo fazer isso,
    qualquer um consegue.
  • 16:23 - 16:26
    Fui criada em um ambiente
    de privações econômicas e emocionais.
  • 16:26 - 16:30
    A primeira vez que fui a uma colônia
    de férias com minha irmã, fui abusada.
  • 16:30 - 16:33
    Não havia sido a primeira vez,
    mas foi mais agressivo.
  • 16:33 - 16:36
    Minha mãe e meu pai se casaram
    três vezes um com o outro.
  • 16:36 - 16:38
    (Murmúrio da plateia)
  • 16:38 - 16:40
    Sim, era tumultuado
    e, quando não estavam brigando,
  • 16:40 - 16:43
    estavam ajudando algum alcoólatra
    que morava conosco,
  • 16:43 - 16:45
    pois ambos eram ex-alcoólatras.
  • 16:45 - 16:48
    Minha mãe nos abandonou
    quando eu tinha 16 anos.
  • 16:48 - 16:51
    Assumi o papel de cuidar
    da casa e de meus irmãos.
  • 16:53 - 16:54
    Eu conheci um homem,
  • 16:54 - 16:57
    eu me apaixonei,
    cursei um ano de faculdade.
  • 16:57 - 17:00
    Fiz o que qualquer menina jovem
    solteira e inteligente faria:
  • 17:00 - 17:02
    eu me casei aos 18 anos.
  • 17:02 - 17:03
    E sabem de uma coisa?
  • 17:03 - 17:05
    Eu sabia
  • 17:06 - 17:08
    que tinha nascido para mais do que isto.
  • 17:08 - 17:11
    Naquele exato momento
    de minha vida, tive uma escolha.
  • 17:11 - 17:13
    Eu poderia deixar tudo isso me derrubar,
  • 17:13 - 17:16
    e deixar as minhas ideias morrerem comigo.
  • 17:16 - 17:18
    Poderia dizer que é
    muito difícil mudar o mundo.
  • 17:18 - 17:20
    É simplesmente muito difícil.
  • 17:20 - 17:23
    Mas escolhi uma história
    diferente para minha vida.
  • 17:23 - 17:24
    (Risos)
  • 17:24 - 17:25
    Não sabiam disso?
  • 17:25 - 17:27
    (Risos)
  • 17:27 - 17:31
    Sinto que há pessoas nesta plateia
    que têm aqueles salgadinhos
  • 17:31 - 17:36
    e pensam assim: "Ah, não é nada demais.
    Não consigo mudar o mundo todo".
  • 17:36 - 17:39
    Mas vocês sabem que podem
    mudar seu mundo, sua vida,
  • 17:39 - 17:42
    podem mudar o mundo
    sobre o qual têm controle,
  • 17:42 - 17:43
    podem mudar ao seu redor.
  • 17:43 - 17:45
    Quero encorajá-los a fazer isso.
  • 17:46 - 17:47
    Porque, sabem de uma coisa?
  • 17:47 - 17:50
    O futuro não é um lugar aonde iremos.
  • 17:50 - 17:53
    É um lugar que temos de criar.
  • 17:54 - 17:56
    Quero agradecer a vocês.
    Deus os abençoe.
  • 17:56 - 17:57
    (Aplausos)
Title:
A estrutura secreta das grandes palestras
Speaker:
Nancy Duarte
Description:

Do discurso "Eu Tenho um Sonho" ao lançamento do iPhone de Steve Jobs, muitas grandes palestras têm uma estrutura comum que ajuda a mensagem delas a repercutir entre os ouvintes. Nesta palestra, Nancy Duarte, especialista em apresentações, compartilha lições práticas sobre como fazer um poderoso apelo à ação.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:10

Portuguese, Brazilian subtitles

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