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O cérebro tem sexo? | Catherine Vidal | TEDxParis

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    O cérebro tem um sexo?
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    Esta é uma questão fundamental
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    que todo mundo se pergunta.
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    A primeira ideia difundida:
    as mulheres têm um cérebro
  • 0:26 - 0:30
    menor do que o dos homens,
    logo elas seriam menos inteligentes.
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    Esta ideia vem do século XIX,
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    durante a época da craniometria
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    quando os médicos se
    interessavam em pesquisar
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    as relações entre o tamanho do crânio,
    o peso do cérebro e a inteligência.
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    É necessário dizer que
    para a maioria deles
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    era bastante claro e natural que os homens
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    tinham um cérebro maior
    do que o das mulheres,
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    o dos brancos maior do que o dos negros,
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    e o dos chefes maior
    que dos empregados.
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    Um grande defensor dessas teses
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    foi o médico francês Paul Broca
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    que mediu uma diferença de
    150 gramas entre o peso médio
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    do cérebros dos homens e das mulheres,
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    o peso dos homens era de 1,350 kg
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    e o das mulheres era de 1,200 kg.
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    Em 1861, Broca declarou: "Nos perguntamos
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    se o cérebro menor da mulher
    não depende exclusivamente
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    da pequenez de seu corpo.
    Porém, não podemos ignorar
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    que a mulher é um pouco
    menos inteligente que o homem."
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    Assim, em todo caso,
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    esta questão da ligação
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    entre o tamanho do cérebro
    e a inteligência não se sustenta,
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    pois não há relação alguma entre os dois
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    e sabemos disso graças
    a vários homens célebres,
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    e nenhuma mulher, que doaram
    seus cérebros para ciência.
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    Por exemplo, uma pessoa
    famosa como Anatole France
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    tinha um cérebro que pesava 1 kg,
    e Tourgueniev tinha um cérebro de 2 kg,
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    enquanto Einstein tinha
    um pequeno cérebro de 1,250 kg,
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    ou seja, da mesma ordem
    de grandeza das mulheres.
  • 1:57 - 2:00
    Outra ideia difundida: as mulheres
    têm a habilidade de fazer
  • 2:00 - 2:03
    várias coisas ao mesmo
    tempo, pois a comunicação
  • 2:03 - 2:06
    entre os hemisférios de seu cérebro
    é mais desenvolvida que nos homens.
  • 2:06 - 2:08
    Como sabemos, elas são multitarefas.
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    Esta ideia vem de um
    estudo publicado em 1982,
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    sobre 20 cérebros conservados no formol
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    mostrando que o corpo caloso,
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    este aqui na cor vermelha,
    que é um feixe de fibras
  • 2:21 - 2:24
    que conectam os dois
    hemisférios cerebrais,
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    o corpo caloso era mais denso
    nas mulheres do que nos homens,
  • 2:27 - 2:30
    e talvez por isso tenha
    uma comunicação melhor.
  • 2:30 - 2:36
    Desde então muita coisa aconteceu,
    e muitas tecnologias surgiram,
  • 2:36 - 2:38
    em especial as novas técnicas
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    de imageamento cerebral como o MRI,
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    que permitiram realizar um sonho,
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    que era estudar um cérebro vivo
  • 2:46 - 2:48
    em vez de um cérebro dentro do formol.
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    E se reunirmos os estudos
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    feitos sobre o corpo
    caloso desde que o MRI chegou,
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    veremos que não há nenhuma diferença
  • 2:55 - 2:57
    entre homens e mulheres
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    na densidade do corpo caloso.
  • 2:58 - 3:00
    Mais outra ideia difundida:
  • 3:00 - 3:02
    "As mulheres são melhores na linguagem
  • 3:02 - 3:04
    pois elas usam seus dois hemisférios
  • 3:04 - 3:07
    para falar".
    Descobrimos de onde veio isso:
  • 3:07 - 3:11
    de um estudo que foi publicado em 1994,
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    um estudo de MRI durante
    um teste de linguagem
  • 3:15 - 3:17
    mostrando que, durante o teste,
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    os homens ativavam um hemisfério
    e as mulheres ativavam os dois.
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    Assim, este estudo que foi
    realizado com 19 homens
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    e mulheres, intrigou vários pesquisadores
  • 3:27 - 3:29
    que tentaram reproduzir este resultado.
  • 3:29 - 3:32
    E se juntarmos hoje
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    todos os estudos
    publicados entre 1995 e 2009
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    como este, no total,
    de 700 homens e mulheres testados,
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    veremos que não há diferença estatística
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    entre homens e mulheres
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    dentro da divisão das áreas de linguagem.
  • 3:49 - 3:52
    E com efeito, quando
    um grande número de sujeitos
  • 3:52 - 3:56
    é analisado, as diferenças
    entre os sexos desaparecem.
  • 3:56 - 3:57
    Vamos ver porquê.
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    Vamos usar este estudo de MRI,
    em que pedimos
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    aos sujeitos para fazer um cálculo mental
  • 4:04 - 4:07
    que todos sabem fazer.
  • 4:07 - 4:10
    Podemos observar que no grupo das mulheres
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    há uma grande variação
  • 4:13 - 4:16
    na divisão das áreas cerebrais
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    que são ativadas durante este cálculo.
  • 4:18 - 4:20
    Esta variação também é encontrada
  • 4:20 - 4:22
    dentro do grupo dos homens.
  • 4:22 - 4:26
    Finalmente, para chegar ao
    mesmo resultado no cálculo mental,
  • 4:26 - 4:30
    cada indivíduo tem sua própria
    maneira de ativar seu cérebro,
  • 4:30 - 4:34
    que corresponde a várias
    estratégias distintas
  • 4:34 - 4:37
    para realizar este cálculo mental.
  • 4:37 - 4:41
    Em consequência, a variação
    que podemos observar
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    entre os indivíduos do
    mesmo sexo é igual ou maior
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    que a variação entre os sexos.
  • 4:49 - 4:51
    Mais outra ideia difundida: as diferenças
  • 4:51 - 4:53
    de aptidão mental entre os sexos
  • 4:53 - 4:55
    teriam uma origem biológica.
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    Existe realmente
    um grande número de testes
  • 4:58 - 5:00
    nos quais as mulheres são
    consideradas melhores.
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    Por exemplo, em testes de
    percepção visual de detalhes,
  • 5:04 - 5:08
    em que é necessário reconhecer
    duas casas idênticas.
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    As mulheres também são melhores
    em testes de fluência verbal,
  • 5:12 - 5:15
    em que é preciso falar
    o máximo de palavras
  • 5:15 - 5:16
    que começam com a mesma letra.
  • 5:16 - 5:19
    Em resumo, isto não é muito complicado.
  • 5:19 - 5:22
    Quanto aos homens,
    eles são considerados melhores
  • 5:22 - 5:25
    em testes de rotação mental
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    de um objeto entre as três
    dimensões do espaço.
  • 5:28 - 5:31
    E também são melhores em focar um alvo.
  • 5:31 - 5:36
    Vamos pensar no significado
    dessas diferenças de desempenho.
  • 5:36 - 5:38
    Podemos nos perguntar:
    Elas são inatas ou adquiridas?
  • 5:38 - 5:43
    Com efeito, vamos notar que
    as diferenças em questão
  • 5:43 - 5:47
    não são detectáveis antes
    da adolescência,
  • 5:47 - 5:49
    e desaparecem com a aprendizagem.
  • 5:49 - 5:52
    Então, podemos supor que a educação
  • 5:52 - 5:54
    e a cultura desempenham
    um papel importante
  • 5:54 - 5:56
    na origem dessas diferenças.
  • 5:56 - 5:58
    Há também outro fator importante,
  • 5:58 - 6:00
    que é o contexto
  • 6:00 - 6:03
    no qual são realizados
    estes testes famosos.
  • 6:03 - 6:07
    Vamos reproduzir esse
    teste da rotação mental
  • 6:07 - 6:12
    em 3D, em que devemos
    dizer se os objetos mostrados
  • 6:12 - 6:14
    são os mesmos ou são diferentes.
  • 6:14 - 6:18
    Se fizermos o teste numa sala de aula
  • 6:18 - 6:22
    em que o professor afirma
    que faz parte de um teste de geometria,
  • 6:22 - 6:25
    nesta situação, os rapazes
    serão um pouco melhores que as moças.
  • 6:25 - 6:28
    Porém, se antes o professor afirmar
  • 6:28 - 6:32
    que faz parte de um teste de desenho,
    nesta situação, os rapazes e as moças
  • 6:32 - 6:35
    vão ter os mesmos resultados.
    Este é um dado interessante
  • 6:35 - 6:40
    que mostra a que ponto a autoestima
    e o estereótipo de gênero
  • 6:40 - 6:43
    influenciam os resultados desses testes.
  • 6:45 - 6:49
    Mais outro exemplo,
    dessa vez sobre a diferença de desempenho
  • 6:49 - 6:52
    em matemática entre as moças
    e os rapazes, nos Estados Unidos.
  • 6:52 - 6:57
    Um grande levantamento
    com 10 milhões de alunos
  • 6:57 - 7:00
    em 1990 mostrou que os rapazes
  • 7:00 - 7:03
    eram um pouco melhores que
    as moças nos testes matemáticos,
  • 7:03 - 7:06
    e alguns interpretaram
    este resultado dizendo que
  • 7:06 - 7:08
    é porque as moças não tinham um cérebro
  • 7:08 - 7:11
    feito para a matemática.
    Mas o mesmo levantamento
  • 7:11 - 7:14
    foi realizado em 2008,
    mostrando dessa vez
  • 7:14 - 7:17
    que as pontuações são
    iguais para rapazes e moças.
  • 7:17 - 7:19
    Então, em 20 anos desapareceu
  • 7:19 - 7:23
    as diferenças de desempenho
    matemático entre rapazes e moças,
  • 7:23 - 7:26
    mostrando que é a educação
  • 7:26 - 7:30
    e não a biologia que explica
    essas diferenças de pontuação.
  • 7:30 - 7:32
    Agora, vamos nos perguntar:
  • 7:32 - 7:35
    "Como a educação age sobre o cérebro?"
  • 7:35 - 7:40
    Nosso cérebro humano é composto
    por 100 bilhões de neurônios
  • 7:40 - 7:42
    que são ligados entre si
  • 7:42 - 7:47
    graças às conexões
    que são da ordem de trilhões.
  • 7:47 - 7:52
    90% dessas conexões
    são formadas depois do nascimento.
  • 7:52 - 7:55
    E é exatamente sobre a maneira
    como as conexões são formadas
  • 7:55 - 7:59
    e as redes de neurônios são fabricadas,
  • 7:59 - 8:03
    que a educação e a cultura
    desempenham seu papel.
  • 8:03 - 8:06
    Primeiro exemplo: o cérebro
    dos pianistas profissionais,
  • 8:06 - 8:09
    e isso também é válido
    para os violinistas,
  • 8:09 - 8:13
    podemos observar no MRI
    dessas pessoas um espessamento
  • 8:13 - 8:17
    das regiões cerebrais que
    controlam a coordenação
  • 8:17 - 8:20
    dos dedos e também a audição.
    Com efeito, este fenômeno
  • 8:20 - 8:24
    de espessamento é devido à
    formação de conexões
  • 8:24 - 8:27
    entre os neurônios suplementares,
    e é proporcional
  • 8:27 - 8:31
    ao tempo gasto na aprendizagem do piano
  • 8:31 - 8:33
    durante a infância. E usamos o termo
  • 8:33 - 8:38
    plasticidade cerebral para
    descrever esta capacidade do cérebro
  • 8:38 - 8:42
    de se modificar em função
    da experiência vivida.
  • 8:42 - 8:45
    Outro exemplo de plasticidade
    cerebral na idade adulta:
  • 8:45 - 8:48
    Pedimos para um grupo de jovens
    estudantes de vinte anos
  • 8:48 - 8:51
    que aprendessem a fazer
    malabarismo com três bolas.
  • 8:51 - 8:53
    E apenas três meses depois,
    encontramos este fenômeno
  • 8:53 - 8:57
    de espessamento do córtex
    nas regiões que controlam
  • 8:57 - 9:00
    a coordenação motora e
    a visão. Por outro lado,
  • 9:00 - 9:02
    o mais interessante do experimento é que
  • 9:02 - 9:05
    assim que os estudantes
    pararam de fazer malabarismos,
  • 9:05 - 9:09
    as regiões que eram espessas
    começaram a diminuir.
  • 9:09 - 9:12
    Depois, de forma mais intensa,
    fizemos este experimento
  • 9:12 - 9:15
    com pessoas um pouco mais velhas,
    com sessenta anos de idade,
  • 9:15 - 9:18
    resultou no mesmo fenômeno
    de espessamento dos jovens.
  • 9:18 - 9:21
    Com isso, ao menos é bom saber
  • 9:21 - 9:25
    que a plasticidade cerebral
    persiste com a idade.
  • 9:26 - 9:28
    Aqui temos um exemplo
    absolutamente extraordinário
  • 9:28 - 9:31
    de plasticidade cerebral.
    Trata-se de um homem
  • 9:31 - 9:34
    de 44 anos, casado, pai de duas crianças,
  • 9:34 - 9:37
    com uma vida profissional
    totalmente normal,
  • 9:37 - 9:40
    que sofre de uma fraqueza leve na perna.
  • 9:40 - 9:44
    Fizemos um exame de MRI nele,
    e - surpresa - descobrimos
  • 9:44 - 9:48
    que seu crânio estava praticamente cheio
  • 9:48 - 9:52
    de líquido, e o cérebro
    estava reduzido a uma capa minúscula
  • 9:52 - 9:54
    achatada contra a parede do crânio.
  • 9:54 - 9:56
    Fizemos a ele algumas perguntas.
  • 9:56 - 9:59
    Com efeito, esta pessoa sofria
    disso desde seu nascimento,
  • 9:59 - 10:03
    de hidrocefalia, e por isso fizeram
    um dreno na base de seu crânio
  • 10:03 - 10:07
    para retirar o líquido em excesso,
    mas o dreno entupiu
  • 10:07 - 10:11
    e finalmente a pressão do líquido
    empurrou
  • 10:11 - 10:14
    o cérebro contra a parede do crânio.
  • 10:14 - 10:17
    E tudo isso se passou sem provocar
    nenhum problema na vida
  • 10:17 - 10:19
    deste paciente, que sequer
    suspeitava disso.
  • 10:19 - 10:24
    Agora que vocês sabem tudo
    sobre a plasticidade cerebral,
  • 10:24 - 10:27
    que faz com que a estrutura
    e o funcionamento
  • 10:27 - 10:29
    do cérebro se modifiquem
    de acordo com a história
  • 10:29 - 10:32
    vivida por cada pessoa,
    vocês podem compreender
  • 10:32 - 10:35
    porque todos temos cérebros diferentes,
    independente do sexo,
  • 10:35 - 10:38
    No entanto, temos em comum
  • 10:38 - 10:41
    este córtex cerebral
    dotado de plasticidade,
  • 10:41 - 10:43
    que foi desenvolvido ao longo da evolução
  • 10:43 - 10:47
    para enrugar-se e caber
  • 10:47 - 10:49
    dentro da caixa craniana.
  • 10:49 - 10:52
    Veem aqui representado,
    à esquerda, um cérebro real,
  • 10:52 - 10:54
    e à direita, um cérebro modelado
  • 10:54 - 10:59
    por meios digitais, que podemos
    desdobrar virtualmente.
  • 11:00 - 11:02
    E vou fazer essa experiência.
  • 11:03 - 11:06
    Vejam, eu descubro o cérebro,
  • 11:06 - 11:08
    e retiro o crânio.
  • 11:09 - 11:11
    Eu abro a caixa craniana
  • 11:11 - 11:13
    e desdobro o córtex cerebral
  • 11:13 - 11:17
    que mede 2 m² sobre 3 mm de espessura,
  • 11:17 - 11:21
    e graças a este córtex cerebral
    que todos temos, homens e mulheres,
  • 11:21 - 11:26
    somos capazes de raciocinar,
    pensar, sonhar e imaginar
  • 11:26 - 11:27
    finalmente o futuro da humanidade.
  • 11:27 - 11:29
    Obrigada.
  • 11:29 - 11:34
    (Aplausos)
Title:
O cérebro tem sexo? | Catherine Vidal | TEDxParis
Description:

Esta palestra foi dada num evento TEDx local, produzido independentemente das Conferências TED.

Catherine Vidal mostra as ideias difundidas e os preconceitos a respeito do cérebro, para confrontá-los com a realidade dos fatos.

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Video Language:
French
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:38

Portuguese, Brazilian subtitles

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