Z-Day 2014 Londres - Melissa Saviste - Recompensas e Motivação
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0:03 - 0:05Lost Hobbit
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0:05 - 0:10Dia-Z Londres 2014
Movimento Zeitgeist -
0:11 - 0:15Sobre Recompensas e Motivação
Dia Zeitgeist 2014 -
0:16 - 0:17[conversa inaudível]
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0:26 - 0:28Oradora: Melissa Saviste
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0:32 - 0:36[excerto do programa televisivo
"The Lang and O'Leary Exchange"] -
0:37 - 0:41(Amanda Lang) A riqueza conjunta
- de acordo com a Oxfam - -
0:41 - 0:43das 85 pessoas mais ricas do mundo
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0:43 - 0:47é igual à das 3,5 mil milhões
mais pobres. -
0:47 - 0:49(Kevin O’Leary) É fantástico.
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0:49 - 0:51E isto é algo excelente
porque inspira todos, -
0:51 - 0:54motiva-os a olhar para cima,
para os 1% e dizer: -
0:54 - 0:56“Eu quero tornar-me uma dessas pessoas,
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0:56 - 0:58"eu vou lutar arduamente para chegar ao topo.”
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0:58 - 1:00Isto são notícias fantásticas,
e claro que eu as aplaudo. -
1:01 - 1:02[silêncio incómodo]
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1:02 - 1:03(O'Leary) O que isto pode ter de errado?
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1:03 - 1:04(Lang) A sério?
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1:04 - 1:04(O’Leary) Sim, a sério.
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1:04 - 1:06(Lang) Portanto, alguém a viver com...
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1:06 - 1:07(O'Leary) Eu celebro o Capitalismo.
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1:07 - 1:09(Lang) ...um dólar por dia em África
levanta-se de manhã -
1:09 - 1:11e diz "Eu vou ser o Bill Gates"?
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1:11 - 1:12- O'Leary: É a motivação que todos precisam.
- Lang: A única coisa... -
1:12 - 1:14- Lang: ...entre mim e ele é 'motivação',
- O'Leary: Não sou contra a caridade! -
1:14 - 1:16- Lang: ... Só preciso de puxar as minhas meias…
- O'Leary: Eu não sou contra... -
1:16 - 1:18- Lang: ...esperem, eu não tenho meias!"
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1:18 - 1:20(O'Leary) Ouve. Não me digas que queres
redistribuir a riqueza outra vez. -
1:20 - 1:21Isso nunca irá acontecer, está bem?
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1:21 - 1:25(Lang) Sabes que mais, pegas num dado simples como este
que nem é bom nem mau. É apenas um facto... -
1:25 - 1:27(O'Leary) É um dado comemorativo.
Estou muito entusiasmado com ele. -
1:27 - 1:29Estou maravilhado por ser verdade.
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1:29 - 1:31Eu digo a miúdos todos os dias: "se tu"...
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1:31 - 1:32- O'Leary: O quê que isto tem de errado?
- Lang: Se isto surgir numa festa... -
1:32 - 1:36- O'Leary: Não, não. Amanda, o que está de errado?
- Lang: ...que resposta possível... -
1:36 - 1:39- O'Leary: Se trabalhares duro, um dia talvez sejas podre de rico.
- Lang: Estamos a falar de pessoas... -
1:39 - 1:41...em pobreza extrema.
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1:41 - 1:42- Lang: ... estão 3,5 mil milhões...
- O'Leary: Não estamos não! -
1:42 - 1:43- O'Leary: Estavas apenas a falar...
- Lang: ...nesta categoria. -
1:43 - 1:46- O'Leary: de pessoas muito ricas.
- Lang: Não. -
1:51 - 1:55Esse era Kevin O'Leary,
um empresário canadiano -
1:55 - 1:58e provavelmente alguém
que não se quereria a governar o mundo. -
1:59 - 2:03Essas eram as ideias dele sobre a motivação humana.
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2:04 - 2:06Ele alega que o dinheiro é o que motiva as pessoas
-
2:06 - 2:11e especialmente a expectativa de estar
entre o 1% dos mais ricos do mundo, -
2:11 - 2:15o que infelizmente parece ser
uma visão bastante comum nos dias de hoje. -
2:15 - 2:17Mas será isto verdade?
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2:18 - 2:22No espírito Zeitgeist, iremos olhar
para o que as evidências nos dizem -
2:23 - 2:29porque, como bem sabemos,
a opinião maioritária ou senso comum -
2:29 - 2:31às vezes revelam-se errados.
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2:36 - 2:39Primeiro, algumas experiências psicológicas
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2:39 - 2:45que dizem que recompensas, na verdade,
podem reduzir a motivação pré-existente. -
2:46 - 2:51Numa experiência de 1971, Edward Deci
pôs estudantes a montar puzzles de cubos -
2:51 - 2:56primeiro sem recompensas, depois por dinheiro;
e por fim sem recompensas outra vez. -
2:56 - 3:00Ele observou-os secretamente,
e analisou o que faziam no seu tempo livre -
3:00 - 3:04e reparou que, no seu tempo livre,
-
3:04 - 3:07eles brincavam com os puzzles com prazer;
-
3:07 - 3:12no entanto, depois da condição com recompensa,
e após a remoção dessa recompensa, -
3:12 - 3:15eles brincavam menos com os puzzles,
-
3:15 - 3:18subitamente tinham menos motivação
para brincar com os puzzles. -
3:19 - 3:22Outra experiência semelhante
foi feita com crianças -
3:22 - 3:24que tinham uma motivação intrínseca para desenhar.
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3:24 - 3:27Isto significa que gostavam de desenhar
pelo simples prazer de o fazer, -
3:27 - 3:29apenas pela diversão que lhes dá.
-
3:29 - 3:32Não por qualquer motivação externa.
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3:32 - 3:36Depois, a algumas das crianças
foi dado um certificado como recompensa -
3:36 - 3:39sob a condição de continuarem a desenhar
-
3:39 - 3:42e, depois disso,
elas mostraram menos interesse em desenhar -
3:42 - 3:44do que aquelas que nunca receberam recompensas
-
3:44 - 3:48e também menos interesse
do que elas próprias tinham no início. -
3:49 - 3:53A investigação chama este feito de
"excesso de justificação": -
3:53 - 3:56Se se der uma razão adicional para fazer
alguma coisa que já é interessante, -
3:56 - 3:57isso faz com que as pessoas pensem
-
3:57 - 4:00que a tarefa não vele a pena ser feita
sem a recompensa. -
4:00 - 4:02Isto é, por outras palavras,
-
4:02 - 4:05a atenção passa de 'fazer a tarefa'
para apenas 'obter a recompensa'. -
4:08 - 4:12Isto pode fazer com que se diga que, bem,
a motivação não é assim tão importante, -
4:12 - 4:15desde que as coisas sejam feitas,
e que sejam feitas bem. -
4:15 - 4:18E obviamente oferecer recompensas deveria fazer
com que as pessoas se esforçassem mais -
4:18 - 4:20e obtivessem melhores resultados.
-
4:20 - 4:24Por isso, Sam Glucksberg testou isto
com um puzzle simples. -
4:24 - 4:28Aos participantes foi dada uma caixa com tachas,
uma vela e uma caixa com fósforos. -
4:28 - 4:31e foi-lhes dito para fixar a vela à parede.
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4:31 - 4:33Conseguem pensar em como fariam isto?
-
4:34 - 4:37A metade dos participantes foi dito
que receberiam uma recompensa monetária -
4:37 - 4:40se estivessem entre os mais rápidos
a resolver o problema. -
4:42 - 4:44Esta é uma versão simplificada do problema
-
4:44 - 4:47que foi dada a outro grupo de participantes.
-
4:47 - 4:52Existe uma diferença crucial:
a caixa com tachas foi previamente esvaziada -
4:52 - 4:55e nesta versão,
o puzzle é bastante fácil de resolver. -
4:58 - 5:01Os resultados mostram que para a primeira condição,
-
5:01 - 5:04que é mais difícil e necessita de pensamento criativo,
-
5:04 - 5:07o desempenho piora se estiverem
envolvidas recompensas. -
5:07 - 5:11Isto pode ser, novamente, a atenção a deslocar-se
da 'tarefa' para 'receber o dinheiro' -
5:11 - 5:14ou eles podem ficar demasiado entusiasmados
com o bónus de recompensa. -
5:14 - 5:19Por outro lado,
o desempenho foi de facto melhor nesta versão, -
5:19 - 5:20na simplificada,
-
5:20 - 5:22quando lhes foram dadas recompensas,
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5:23 - 5:26porque a tarefa era muito simples.
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5:26 - 5:33Por isso, parece que faz sentido continuar a pagar
às pessoas por tarefas manuais simples. -
5:34 - 5:38No entanto, como sabem,
isto deixou de ser relevante -
5:38 - 5:42porque existem coisas como caixas automáticas
e carros com condução autónoma, -
5:42 - 5:46e em alguns locais na Ásia,
até já há restaurantes robotizados. -
5:50 - 5:54Assim, o que sobra para os humanos fazerem
são tarefas criativas, mentalmente exigentes, -
5:54 - 5:57como construir e manter esses robôs.
-
5:57 - 5:59Estes são os tipo de tarefas que
-
5:59 - 6:02Glucksberg demonstrou que são prejudicados
pela promessa de recompensas. -
6:05 - 6:10Caso estejam a pensar se aumentar o valor
da recompensa funcionaria, -
6:10 - 6:15existe uma experiência realizada
por Dan Ariely e colegas na Índia rural, -
6:15 - 6:17onde estes poderiam oferecer
aos participantes dinheiro -
6:17 - 6:20que para eles correspondia a um ano de salário.
-
6:20 - 6:23Eles descobriram que o desempenho diminui mais
-
6:23 - 6:25quando foram oferecidas quantias maiores.
-
6:25 - 6:27Então, talvez, quando apenas se consegue pensar
-
6:27 - 6:30no que se fará com o grande bónus
quando este for recebido, -
6:30 - 6:33pode fazer com que menos trabalho seja feito.
-
6:35 - 6:39Algo que todas estas experiências tinham em comum
-
6:39 - 6:43foi que uma recompensa tangível como
dinheiro ou um certificado -
6:43 - 6:46eram oferecidos sob a condição
dos participantes fazerem algo -
6:46 - 6:50e até mesmo os principais críticos
deste tipo de investigação concordam que -
6:50 - 6:53esta é uma condição real em que o desempenho piora.
-
6:54 - 6:59Então, o que devemos fazer enquanto estamos
num sistema onde precisamos de dinheiro para viver? -
6:59 - 7:03Dan Pink, no seu livro "Drive", sugere que
as empresas deveriam pagar aos funcionários -
7:03 - 7:05bem e incondicionalmente,
-
7:05 - 7:08de forma a que o dinheiro deixe de ser uma questão
-
7:08 - 7:10e estes possam focar-se no seu trabalho.
-
7:10 - 7:12A mesma ideia poderia ser aplicada a países,
-
7:12 - 7:16que é o que os defensores
do Rendimento Básico sugerem. -
7:17 - 7:20Eles acreditam que, se todos tiverem dinheiro suficiente
para cobrir as suas necessidades básicas, -
7:20 - 7:23então as pessoas continuariam a trabalhar.
-
7:23 - 7:25Elas trabalhariam no que gostam de fazer
-
7:25 - 7:28devido ao desejo natural das pessoas
em tornar o mundo melhor, -
7:28 - 7:30enquanto estarem num emprego que não as satisfaz,
-
7:30 - 7:33apenas por uma questão de sobrevivência,
-
7:33 - 7:35frequentemente dificulta a sua capacidade de o fazer.
-
7:37 - 7:41Isto é similar à ideia da
Hierarquia das Necessidades de Maslow -
7:41 - 7:44em que há necessidades básicas
-
7:44 - 7:46mas quando estas estão satisfeitas
-
7:46 - 7:50e as pessoas têm assegurado o seu trabalho,
casa e por aí adiante, -
7:50 - 7:52elas podem focar-se em necessidades superiores
-
7:52 - 7:56como relações, auto-estima e realização pessoal.
-
7:56 - 7:58Mas se o futuro for incerto,
-
7:58 - 8:03isso impede os indivíduos de atingirem
o seu verdadeiro potencial. -
8:03 - 8:07No topo desta pirâmide de necessidades está
a realização pessoal -
8:07 - 8:12que essencialmente significa contribuir
algo útil e duradouro para a sociedade, -
8:12 - 8:15o que é uma perspectiva consideravelmente distinta
-
8:15 - 8:20daqueles que pensam que as pessoas apenas trabalham
quando são incentivadas externamente. -
8:23 - 8:25Voltando à ideia do Rendimento Básico.
-
8:25 - 8:29Então, o que acontece quando as necessidades básicas
e de segurança das pessoas estão satisfeitas? -
8:29 - 8:34Felizmente esta experiência já foi realizada
algumas vezes pelo mundo. -
8:34 - 8:36Aqui está um exemplo no Canadá.
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8:36 - 8:40Nessa altura, os governos da América do Norte
estavam bastante entusiasmados com a ideia. -
8:40 - 8:46Eles pensavam até em expandir a ideia
por todos os E.U.A. e pelo Canadá. -
8:46 - 8:51Este projeto piloto foi executado entre 1974 e '79,
-
8:51 - 8:55mas, infelizmente, parou devido à recessão,
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8:55 - 8:58e todos os dados do projecto foram arquivados
-
8:58 - 9:00porque o governo pensou que tinha falhado.
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9:00 - 9:05Os dados foram finalmente
descobertos e analisados em 2009 -
9:05 - 9:06e os resultados foram deveras interessantes.
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9:06 - 9:10Eles mostraram efeitos mínimos no emprego.
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9:10 - 9:15Os únicos grupos que trabalharam substancialmente
menos foram mães recentes e adolescentes, -
9:15 - 9:20porque, bem, tomar conta de crianças e estudar
são muito importantes -
9:20 - 9:24e também, como resultado,
as taxas de sucesso escolar aumentaram, -
9:24 - 9:28outras pessoas tiveram a oportunidade de escolher
o tipo de trabalho que faziam -
9:28 - 9:33e, notavelmente, visitas hospitalares diminuíram
e a saúde mental melhorou -
9:33 - 9:36o que efectivamente poupou dinheiro ao país.
-
9:37 - 9:42Um estudo mais recente foi conduzido
num pequeno povoado na Namíbia, -
9:42 - 9:45nos anos 2008-09.
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9:46 - 9:48Os resultados foram bastante dramáticos.
-
9:48 - 9:50Quando o estudo começou,
-
9:50 - 9:55os níveis de pobreza alimentar estavam nos 76%
e depois desceram até os 16%. -
9:55 - 10:00Portanto, essencialmente, as pessoas já não se tinham
de preocupar com a comida. -
10:00 - 10:02Poderiam ter deixado de trabalhar por completo,
-
10:02 - 10:07mas, pelo contrário, o emprego aumentou 10%
-
10:07 - 10:10porque as pessoas passaram a ter dinheiro
para abrir os seus negócios -
10:10 - 10:14e tinham dinheiro para comprar
os produtos desses negócios. -
10:14 - 10:20Isto mostra como um pequeno impulso em recursos
ajuda as pessoas a colocá-los a bom uso -
10:20 - 10:23em vez de aumentar a dependência do dinheiro "gratuito"
-
10:23 - 10:26que era o que os críticos previam.
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10:26 - 10:30Além disto, os pais passaram a poder
pagar os encargos escolares -
10:30 - 10:31pelo que a frequência escolar duplicou,
-
10:31 - 10:34e a taxa de desistências baixou para quase zero,
-
10:34 - 10:38principalmente devido às crianças
já não estarem desnutridas. -
10:39 - 10:42De igual forma o índice de criminalidade diminuiu 42%,
-
10:42 - 10:45porque as pessoas já não precisavam de roubar.
-
10:46 - 10:53Infelizmente, porém, o governo Namibiano
não planeia estender isto a todo o país, -
10:53 - 10:59apesar das contas mostrarem
que iria apenas custar 3% do PIB. -
11:01 - 11:05Contudo, existe um governo algures no mundo
em que isto poderá acontecer. -
11:05 - 11:09Na Suíça, ainda existe a tradição antiga
de democracia directa, -
11:09 - 11:13e frequentemente fazem referendos
sobre assuntos importantes. -
11:13 - 11:17Para propor um referendo,
são necessárias 100 000 assinaturas -
11:17 - 11:20as quais os defensores
do Rendimento Básico conseguiram atingir. -
11:20 - 11:23Os votos serão realizados nos próximos
dois ou três anos, -
11:23 - 11:27e será uma experiência interessante para acompanhar.
-
11:27 - 11:30Irão os suíços ficar desmotivados e parar de trabalhar?
-
11:30 - 11:34As evidências até agora dizem que provavelmente não,
-
11:34 - 11:37mas se as evidências até agora não foram suficientes,
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11:37 - 11:39existem muitos mais exemplos.
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11:39 - 11:42[diferentes projectos de código-aberto
apresentados no ecrã] -
11:42 - 11:45E além destes todos,
-
11:45 - 11:46muitas estatísticas mostram que
-
11:46 - 11:51entre 30 e 50% das pessoas são voluntárias
pelo menos uma vez por mês, -
11:51 - 11:55e lembrem-se, tudo isto acontece
mesmo elas tendo empregos a tempo inteiro. -
11:58 - 12:01Por isso, depois destes exemplos todos,
podem estar a pensar -
12:01 - 12:04o que é que motiva as pessoas afinal?
-
12:04 - 12:11Apresentarei quatro teorias, que provavelmente,
estão próximas da realidade e têm aspectos em comum. -
12:12 - 12:16Primeiro há a teoria de Maslow falada anteriormente,
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12:16 - 12:20depois a teoria da Autodeterminação de Deci e Ryan
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12:20 - 12:25cujos elementos são a competência,
a autonomia e a conexão, -
12:25 - 12:28- com grande ênfase na autonomia:
-
12:28 - 12:31ser capaz de escolher o que fazer, como o fazer,
-
12:31 - 12:34quando o fazer, e com quem o fazer.
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12:34 - 12:38Eles dizem que isto também explica
os estudos anteriores -
12:38 - 12:43porque colocar alguém a fazer algo
por uma recompensa -
12:43 - 12:46é essencialmente uma forma de controlo,
-
12:46 - 12:49é tentar controlar o comportamento da pessoa
-
12:49 - 12:52oferecendo-lhe algo que ela realmente necessita.
-
12:54 - 13:01Normalmente nos locais de trabalho,
as necessidades de autonomia não são satisfeitas, -
13:01 - 13:03porque frequentemente não se escolhe
-
13:03 - 13:06como e qual o trabalho que é feito.
-
13:06 - 13:11No entanto, em alguns locais de trabalho mais progressivos,
-
13:11 - 13:12tenta-se aumentar a autonomia.
-
13:12 - 13:16Por exemplo, a Google dá aos empregados
20% do seu tempo -
13:16 - 13:18para trabalharem no que quiserem,
-
13:18 - 13:22e a partir disto temos coisas
como o Gmail e Google News. -
13:22 - 13:27De igual forma, o "Post-it" foi desenvolvido
pela empresa 3M -
13:27 - 13:31ao deixar que os seus funcionários inventassem
o que eles quisessem. -
13:33 - 13:36Dan Pink modificou ligeiramente as três palavras
-
13:36 - 13:39sendo a sua versão: autonomia,
mestria e propósito. -
13:39 - 13:43Voltaremos à mestria e
ao propósito nos próximos diapositivos. -
13:43 - 13:46Finalmente, Alfie Kohn no seu livro "Punished by Rewards" (Punidos pelas Recompensas),
-
13:46 - 13:51usa 3 C's: colaboração (Collaboration),
satisfação (Content) e escolha (Choice), -
13:51 - 13:54aos quais poderíamos adicionar desafio (Challenge).
-
13:54 - 13:57Ele também cita Herzberg, que disse:
-
13:57 - 14:00"Se queres que as pessoas façam um bom trabalho,
-
14:00 - 14:03"dá-lhes um bom trabalho para fazerem", e
-
14:03 - 14:06"Preguiça, indiferença e irresponsabilidade
-
14:06 - 14:09são respostas perfeitamente válidas
a trabalho absurdo". -
14:11 - 14:14[ECRÃ: MOTIVAÇÃO
Não é que eu seja preguiçoso,
é que eu simplesmente não me importo] -
14:14 - 14:16Isto é do filme "Office Space".
-
14:19 - 14:22Voltando à mestria.
-
14:22 - 14:26Existe uma teoria de um psicólogo húngaro
com um nome muito difícil [ecrã: Csikszentmihalyi], -
14:26 - 14:29que não pronunciarei,
-
14:29 - 14:32ele descreve o estado de experiência óptima
chamado "flow" (fluxo) -
14:32 - 14:35que significa que se está
completamente imerso numa tarefa, -
14:35 - 14:38a ponto de quase se perder a sensação do passar do tempo,
-
14:38 - 14:42esquecendo-se até se se tem fome ou sede.
-
14:43 - 14:46Mais ou menos como a citação de Isaac Asimov:
-
14:46 - 14:48"Nada interfere com a minha concentração.
-
14:48 - 14:50"Poderiam colocar uma orgia no meu escritório
-
14:50 - 14:52"que eu não olharia - bem, talvez uma única vez".
-
14:55 - 14:58De acordo com a teoria, o estado de fluxo é atingido
-
14:58 - 15:02se a dificuldade da tarefa corresponder
às capacidades da pessoa. -
15:02 - 15:07Por isso, se a tarefa for só um pouco desafiante,
ou muito fácil, então será aborrecida; -
15:07 - 15:11se for muito difícil,
produzirá mais ansiedade que outra coisa. -
15:11 - 15:13O estudo mostrou que este estado é
-
15:13 - 15:16três vezes mais provável de acontecer no trabalho
do que no tempo-livre -
15:16 - 15:19e que as pessoas estão normalmente
mais felizes neste estado -
15:19 - 15:22do que em actividades recreativas que
não produzem um estado de fluxo -
15:22 - 15:24como ver televisão,
-
15:24 - 15:26o que cria um paradoxo muito estranho
-
15:26 - 15:30porque as pessoas ainda passam
muito tempo a ver televisão -
15:30 - 15:34e isto realça um ponto importante
que as pessoas muitas vezes não percebem: -
15:34 - 15:36o quanto podem desfrutar do trabalho.
-
15:36 - 15:40E acham que o trabalho deve ser chato
só porque é trabalho, -
15:40 - 15:44o que é uma atitude que vale a pena contestar.
-
15:47 - 15:51A importância do propósito é
bastante auto-evidente. -
15:51 - 15:55Se há um propósito,
então há uma razão para fazer algo -
15:55 - 15:58e, por isso, há motivação para o fazer.
-
15:59 - 16:01Como referido no início em relação ao senso-comum,
-
16:01 - 16:04vale a pena analisar isto cientificamente.
-
16:04 - 16:12Dan Ariely testou esta ideia em experiências
envolvendo Lego Bionicles e trituradoras de papel. -
16:12 - 16:18Na experiência com Bionicles, os participantes
foram instruídos a montar Lego Bionicles, -
16:18 - 16:20e era-lhes pago quantidades de dinheiro
decrescentes para o fazerem -
16:20 - 16:22mas todos recebiam o mesmo.
-
16:22 - 16:25No entanto, existiam duas situações.
-
16:25 - 16:28Na primeira situação, logo que o Bionicle era montado,
-
16:28 - 16:31o investigador desmontava-o de imediato;
-
16:31 - 16:34Na segunda situação, os Bionicles ficavam expostos
-
16:34 - 16:38e os participantes podiam ver todos
os Bionicoles montados anteriormente. -
16:39 - 16:45Na segunda situação, eles montaram em média
mais Bionicles do que na primeira situação. -
16:46 - 16:50De igual forma, com trituradoras de papel,
eles faziam uma tarefa em papel -
16:50 - 16:58e na primeira situação, o investigador
reconhecia o trabalho que tinham feito, -
16:58 - 17:00digitalizava-o e colocava-o numa pilha.
-
17:00 - 17:03Na segunda situação,
o investigador ignorava o que eles tinham feito -
17:03 - 17:05e apenas colocava-o num monte de papéis;
-
17:05 - 17:07e na terceira situação, eles passavam-no
por uma trituradora de papéis. -
17:07 - 17:10Como podem imaginar, na terceira situação,
-
17:10 - 17:13os participantes perderam a sua motivação rapidamente,
-
17:13 - 17:18ao passo que se o seu trabalho fosse reconhecido,
eles teriam mais motivação para o fazer. -
17:18 - 17:22De facto, ter de fazer um trabalho inútil
é tão desagradável -
17:22 - 17:24que tem sido utilizado como punição.
-
17:24 - 17:29Primeiro no mito grego de Sísifo, o qual, como punição,
tinha de transportar uma pedra montanha acima, -
17:29 - 17:32mas mal atingia o topo,
-
17:32 - 17:35a pedra caía novamente e ele tinha que recomeçar.
-
17:36 - 17:40No mundo real, foi utilizado em prisões
onde os prisioneiros tinham que cavar buracos -
17:40 - 17:42e tapá-los novamente.
-
17:42 - 17:46Isto antes das instituições perceberem
que poderiam lucrar com os prisioneiros -
17:46 - 17:48obrigando-os a fazer trabalho necessário.
-
17:49 - 17:54Não é de admirar que tantas pessoas
nos trabalhos de hoje não tenham motivação -
17:54 - 17:56e detestem ir para o trabalho todos os dias,
-
17:56 - 17:59porque existem tantos empregos que
simplesmente não parecem ter um propósito, -
17:59 - 18:01às vezes trabalhos
que não fazem falta nenhuma -
18:01 - 18:04tais como anúncios de placas em sanduíche.
-
18:06 - 18:12Mas às vezes empregos são criados
em prol da própria criação de empregos -
18:12 - 18:15apenas devido à forma de como o sistema monetário funciona
-
18:15 - 18:17...ou "disfunciona", melhor dizendo.
-
18:18 - 18:24Infelizmente, porém, às vezes os empregos
com mais propósito não são remunerados de todo -
18:24 - 18:28ou se o são, pagam muito menos que os restantes empregos.
-
18:28 - 18:31Mas pelo lado positivo, as pessoas fazem-nos na mesma.
-
18:33 - 18:39Eu gostaria de deixar-vos com algumas ideias
sobre o que fazer com esta informação toda. -
18:40 - 18:42Primeiro, obviamente,
podem usar todos estes exemplos -
18:42 - 18:46sempre que alguém alegar que
sem dinheiro nada seria feito -
18:46 - 18:49o que é algo que todos provavelmente
ouvimos muitas vezes. -
18:49 - 18:54Segundo, gostava que perguntassem a vocês próprios:
o que vos motiva? -
18:54 - 18:59O que fazem no vosso tempo livre
que sintam que tem um propósito, -
18:59 - 19:02que vos preenche, que vos desafia?
-
19:02 - 19:07E se não há nada assim neste momento,
talvez possam pensar em algo -
19:07 - 19:12que poderiam fazer porque frequentemente
é melhor dar o exemplo -
19:12 - 19:17e, desta forma, poderiam ser mais uma contribuição
-
19:17 - 19:20para a evidência crescente que
as pessoas fazem coisas -
19:20 - 19:23simplesmente pela sua motivação intrínseca,
-
19:23 - 19:25e não pelo dinheiro.
-
19:26 - 19:30E, finalmente, podem fazer as mesmas questões
aos vossos amigos: -
19:30 - 19:36O que os motiva? Continuariam a trabalhar
se uma Economia Baseada nos Recursos existisse -
19:36 - 19:38ou se recebessem um Rendimento Básico?
-
19:38 - 19:41Ou estariam sentados no sofá todo o dia?
-
19:42 - 19:47Bem, afinal de contas, até o Kevin do vídeo inicial...
-
19:48 - 19:50(Devia haver uma fotografia aqui...)
-
19:55 - 19:56(Cá estamos.)
-
19:56 - 20:01Até o Kevin do vídeo inicial é
ocasionalmente motivado intrinsecamente. -
20:01 - 20:03[Ecrã: Kevin O'Leary a tocar guitarra]
-
20:03 - 20:05Obrigada.
- Title:
- Z-Day 2014 Londres - Melissa Saviste - Recompensas e Motivação
- Description:
-
7.20pm -- Sobre Recompensas e Motivação (Melissa Saviste)
XPUNI (http://leehamster.com)Vídeos do Z-Day Londres 2014:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLvIdjZp47QFeoPMHyh7-QWfnnTrmu9lRXGravado por Stephen Oberauer no dia anual do Movimento Zeitgeist (Z-Day) em Londes, 2014.
- Video Language:
- English, British
- Duration:
- 41:02
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Waldir Pimenta edited Portuguese subtitles for Z-Day 2014 London - Melissa Saviste - Rewards and Motivation | |
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Pedro Moreira edited Portuguese subtitles for Z-Day 2014 London - Melissa Saviste - Rewards and Motivation | |
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Waldir Pimenta edited Portuguese subtitles for Z-Day 2014 London - Melissa Saviste - Rewards and Motivation | |
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fabio_oliveira500 edited Portuguese subtitles for Z-Day 2014 London - Melissa Saviste - Rewards and Motivation | |
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