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Sua linguagem corporal molda quem você é

  • 0:01 - 0:06
    Gostaria de começar oferecendo uma forma
    gratuita e analógica de melhorar a vida,
  • 0:06 - 0:09
    e tudo que precisamos
  • 0:09 - 0:13
    é que vocês mudem
    sua postura por dois minutos.
  • 0:13 - 0:16
    Mas antes de contar,
    quero pedir que vocês, agora mesmo,
  • 0:16 - 0:20
    façam uma pequena auditoria de seus
    corpos e do que estão fazendo com eles.
  • 0:20 - 0:23
    Quantos de vocês estão
    meio que se encolhendo?
  • 0:23 - 0:26
    Talvez corcundas, cruzando as pernas,
    talvez cruzando os tornozelos.
  • 0:26 - 0:30
    Às vezes nos seguramos
    em nossos braços assim.
  • 0:30 - 0:33
    Às vezes nos abrimos. (Risos)
  • 0:33 - 0:36
    Estou te vendo.
  • 0:36 - 0:39
    Quero que vocês prestem atenção
    no que estão fazendo agora.
  • 0:39 - 0:41
    Voltaremos a isso em alguns minutos,
  • 0:41 - 0:44
    e espero que, se aprenderem
    a se ajustar um pouquinho,
  • 0:44 - 0:47
    isso mude a maneira
    como sua vida se desenrola.
  • 0:47 - 0:52
    Somos fascinados pela linguagem corporal,
  • 0:52 - 0:56
    e estamos particularmente interessados
    na linguagem corporal das outras pessoas.
  • 0:56 - 1:00
    Sabe, estamos interessados
    em, é.., vocês sabem... (Risos)
  • 1:00 - 1:04
    uma interação esquisita, ou um sorriso,
  • 1:05 - 1:09
    ou uma olhadela contemplativa,
    ou talvez uma piscadela esquisita
  • 1:09 - 1:12
    ou quem sabe até um aperto de mão.
  • 1:12 - 1:15
    Narrador: Aqui estão eles chegando
    no 'Number 10' (residência do primeiro ministro).
  • 1:15 - 1:20
    Esse policial sortudo conseguiu apertar
    a mão do presidente dos Estados Unidos.
  • 1:20 - 1:25
    E aí vem o primeiro ministro...
    Não. (Risos) (Aplausos)
  • 1:25 - 1:27
    (Risos) (Aplausos)
  • 1:27 - 1:31
    Amy Cuddy: Então um aperto de mão,
    ou a falta dele,
  • 1:31 - 1:34
    pode nos manter falando
    por semanas e semanas e semanas.
  • 1:34 - 1:36
    Até a BBC e o New York Times.
  • 1:36 - 1:40
    Obviamente quando pensamos
    em comportamento não verbal,
  • 1:40 - 1:43
    ou linguagem corporal, mas chamamos
    não verbal, como cientistas sociais,
  • 1:43 - 1:46
    isso é linguagem, então
    nos remete à comunicação.
  • 1:46 - 1:49
    Quando pensamos em comunicação,
    pensamos em interação.
  • 1:49 - 1:51
    Então, o que o seu corpo está me dizendo?
  • 1:51 - 1:54
    E o que o meu está comunicando a você?
  • 1:54 - 2:00
    E existem muitas razões para acreditar que essa
    é uma maneira válida de olhar para isso.
  • 2:00 - 2:02
    Cientistas sociais passaram muito tempo
  • 2:02 - 2:04
    olhando os efeitos
    de nossa linguagem corporal,
  • 2:04 - 2:06
    ou de outras pessoas, em julgamentos.
  • 2:06 - 2:10
    E fazemos julgamentos radicais e inferências
    a partir da linguagem corporal.
  • 2:10 - 2:14
    E esses julgamentos podem prever
    verdadeiras vidas pela frente.
  • 2:14 - 2:17
    como quem contratamos ou promovemos,
    quem chamamos para um encontro.
  • 2:17 - 2:22
    Por exemplo, Nalini Ambady,
    pesquisadora da Universidade de Tufts
  • 2:22 - 2:27
    mostra que, quando as pessoas
    assistem a clipes mudos de 30 segundos
  • 2:27 - 2:30
    de interações reais
    entre médico e paciente,
  • 2:30 - 2:32
    seu julgamento sobre a gentileza do médico
  • 2:32 - 2:35
    prevê se ele será ou não processado.
  • 2:35 - 2:37
    Não tem tanto a ver
  • 2:37 - 2:39
    se o médico ter sido incompetente,
  • 2:39 - 2:42
    mas com gostarmos daquela pessoa
    e como eles interagiram?
  • 2:42 - 2:45
    Ainda mais dramático,
    Alex Todorov, em Princeton,
  • 2:45 - 2:49
    nos mostrou que julgamentos
    do rosto dos candidatos políticos
  • 2:49 - 2:53
    em apenas um segundo
    prevê 70% do senado americano
  • 2:53 - 2:57
    e a decisão da corrida governamental,
  • 2:57 - 2:59
    e até, vamos ao mundo digital,
  • 2:59 - 3:03
    emoticons bem usados
    em negociações on-line
  • 3:03 - 3:06
    podem levar você a extrair
    mais valor daquela negociação.
  • 3:06 - 3:09
    Se você usá-los de maneira
    inadequada, má idéia. Certo?
  • 3:09 - 3:12
    Então, quando pensamos sobre não verbais,
    pensamos em como julgamos os outros,
  • 3:12 - 3:15
    como eles nos julgam e as consequências.
  • 3:15 - 3:17
    Porém, tendemos a esquecer o outro público
  • 3:17 - 3:20
    que é influenciado
    pelo não verbal que somos nós.
  • 3:21 - 3:24
    Também somos influenciados
    pelos não verbais, nossos pensamentos,
  • 3:24 - 3:26
    nossos sentimentos e nossa fisiologia.
  • 3:26 - 3:29
    De que não verbais estou falando?
  • 3:29 - 3:32
    Sou uma psicóloga social,
    estudo o preconceito,
  • 3:32 - 3:35
    e ensino em uma competitiva
    escola de negócios,
  • 3:35 - 3:39
    então foi inevitável que me interessasse
    pelas dinâmicas do poder.
  • 3:39 - 3:43
    Eu fiquei especialmente interessada
    pelas expressões não verbais
  • 3:43 - 3:45
    de poder e dominação.
  • 3:45 - 3:48
    E quais as expressões não verbais
    de poder e dominação?
  • 3:48 - 3:50
    Bem, são estas.
  • 3:50 - 3:53
    No reino animal, elas são sobre expansão.
  • 3:53 - 3:56
    Então você se faz grande, se estica,
  • 3:56 - 3:59
    ocupa espaço, você basicamente se abre.
  • 3:59 - 4:01
    É sobre se abrir.
  • 4:01 - 4:03
    E isso é verdade em todo o reino animal.
  • 4:03 - 4:06
    Não está limitado aos primatas.
  • 4:06 - 4:09
    E os humanos fazem igual. (Risos)
  • 4:09 - 4:13
    Eles fazem isto,
    quando têm um poder estável
  • 4:13 - 4:16
    e também quando estão se sentindo
    poderosos naquele momento.
  • 4:16 - 4:19
    E este é especialmente interessante
    porque realmente nos mostra
  • 4:19 - 4:23
    o quão universais e antigas
    são essas expressões de poder.
  • 4:23 - 4:25
    Essa expressão, conhecida como orgulho,
  • 4:25 - 4:28
    Jessica Tracy estudou.
  • 4:28 - 4:30
    Ela mostra que pessoas
    que nascem com visão
  • 4:31 - 4:33
    e pessoas que são cegas
    desde o nascimento fazem isso,
  • 4:33 - 4:36
    quando ganham uma competição física.
  • 4:36 - 4:38
    Então, quando cruzam
    a linha de chegada e ganharam
  • 4:38 - 4:41
    não importa se nunca viram
    ninguém fazer isso.
  • 4:41 - 4:42
    Elas fazem isso.
  • 4:42 - 4:45
    Os braços pra cima em V,
    o queixo levemente levantado.
  • 4:45 - 4:47
    O que fazemos quando
    nos sentimos enfraquecidos?
  • 4:47 - 4:48
    Fazemos exatamente o oposto.
  • 4:48 - 4:51
    Nos fechamos. Nos dobramos.
  • 4:51 - 4:52
    Nos fazemos menores.
  • 4:52 - 4:55
    Não queremos esbarrar na pessoa ao lado.
  • 4:55 - 4:57
    Novamente, tanto animais quanto humanos
    fazem a mesma coisa.
  • 4:57 - 5:01
    E isso é o que acontece quando você
    coloca alto e baixo poder juntos.
  • 5:01 - 5:05
    O que tende a acontecer,
    quando se trata de poder,
  • 5:05 - 5:07
    é que complementamos
    os não verbais dos outros.
  • 5:07 - 5:10
    Então, se alguém está
    exercendo poder sobre nós,
  • 5:10 - 5:12
    a tendência é que a gente se diminua.
    Não nos espelhamos neles.
  • 5:12 - 5:14
    Fazemos o oposto do que eles fazem.
  • 5:14 - 5:17
    Eu vejo esse comportamento
    em salas de aula,
  • 5:17 - 5:20
    e o que eu percebo?
  • 5:20 - 5:27
    Percebo que estudantes de MBA realmente
    exibem todas as características não verbais.
  • 5:27 - 5:29
    Algumas pessoas são caricaturas dos alfas,
  • 5:29 - 5:33
    quando entram na sala,
    elas vão pro meio da sala
  • 5:33 - 5:36
    antes mesmo da aula começar,
    como se quisessem ocupar espaço.
  • 5:36 - 5:39
    Quando sentam, eles se espalham.
  • 5:39 - 5:40
    Levantam as mãos assim.
  • 5:40 - 5:43
    Outras pessoas estão
    virtualmente em colapso
  • 5:43 - 5:45
    quando entram. Assim que elas entram, você vê.
  • 5:45 - 5:48
    Você vê em seus rostos e em seus corpos,
  • 5:48 - 5:51
    e elas sentam em suas cadeiras e se encolhem,
  • 5:51 - 5:53
    e elas levantam a mão assim.
  • 5:53 - 5:55
    Eu notei algumas coisas sobre isso.
  • 5:55 - 5:57
    Uma, não vai surpreender vocês.
  • 5:57 - 5:59
    Parece relacionada ao gênero.
  • 5:59 - 6:04
    As mulheres são muito mais
    de fazer isso do que os homens.
  • 6:04 - 6:07
    Mulheres se sentem com menos poder
    que os homens de forma crônica,
  • 6:07 - 6:09
    então isso não é surpresa.
  • 6:09 - 6:11
    Mas a outra coisa que percebi
  • 6:11 - 6:13
    é que isso também parece relacionado
  • 6:13 - 6:17
    a quais estudantes estavam participando,
    e quão bem estavam participando.
  • 6:17 - 6:20
    E isso é realmente
    importante na classe de MBA,
  • 6:20 - 6:22
    porque participação
    conta como metade da nota.
  • 6:23 - 6:27
    Então escolas de negócios têm enfrentado
    dificuldades nessa diferença de nota por gênero.
  • 6:27 - 6:30
    Você recebe homens e mulheres
    igualmente qualificados
  • 6:30 - 6:32
    e aí você percebe diferença nas notas,
  • 6:32 - 6:35
    e parece ser em parte
    atribuído à participação,
  • 6:36 - 6:39
    Então eu comecei a pensar, certo,
  • 6:39 - 6:42
    você tem essas pessoas entrando assim,
    e elas estão participando.
  • 6:42 - 6:45
    É possível fazer algumas pessoas fingirem
  • 6:45 - 6:47
    e isso faria com que elas
    participassem mais?
  • 6:47 - 6:51
    Minha principal colaboradora, Dana Carney,
    que está em Berkeley,
  • 6:51 - 6:55
    e eu realmente queríamos saber:
    você pode fingir até conseguir?
  • 6:55 - 6:57
    Você pode fazer isso por um tempinho
  • 6:57 - 7:00
    e de fato passar por uma
    mudança de comportamento
  • 7:00 - 7:02
    que te faz parecer mais poderoso?
  • 7:02 - 7:05
    Sabemos que nossos não verbais governam
    como os outros pensam e sentem sobre nós.
  • 7:05 - 7:08
    Existem muitas evidências.
  • 7:08 - 7:09
    Mas nossa questão realmente era:
  • 7:09 - 7:13
    será que nossos não verbais governam nossos
    sentimentos e pensamentos sobre nós mesmos?
  • 7:13 - 7:16
    Existem evidências que sim.
  • 7:16 - 7:21
    Por exemplo, sorrimos
    quando estamos felizes,
  • 7:21 - 7:23
    mas também, quando somos forçados a sorrir
  • 7:23 - 7:27
    ao segurar uma caneta entre os dentes,
    assim, isso nos faz sentir felizes.
  • 7:27 - 7:29
    Então vai nos dois sentidos.
  • 7:29 - 7:33
    No poder, também vai nos dois sentidos.
  • 7:33 - 7:35
    Então, quando você se sente poderoso,
  • 7:35 - 7:37
    existem mais chances de você fazer isso,
  • 7:37 - 7:43
    mas também é possível que,
    quando você finge ser poderoso,
  • 7:43 - 7:47
    é mais provável que você,
    de fato, se sinta poderoso.
  • 7:47 - 7:50
    Então a segunda pergunta realmente era:
  • 7:50 - 7:53
    sabemos que nossas mentes
    mudam nossos corpos,
  • 7:53 - 7:57
    mas é também verdade que nossos corpos
    mudam nossas mentes?
  • 7:57 - 8:00
    E quando eu digo mentes,
    no caso do poderoso,
  • 8:00 - 8:01
    do que eu estou falando?
  • 8:01 - 8:03
    Estou falando de pensamentos e sentimentos
  • 8:03 - 8:07
    e do tipo de coisas fisiológicas que formam
    nossos pensamentos e sentimentos,
  • 8:07 - 8:10
    e no meu caso, são os hormônios.
    Eu olho para os hormônios.
  • 8:10 - 8:14
    Como as mentes dos poderosos
    versus os sem poder se parecem?
  • 8:14 - 8:18
    Pessoas poderosas tendem a ser,
    não é surpresa,
  • 8:19 - 8:23
    mais assertivas e confiantes,
    mais otimistas.
  • 8:23 - 8:26
    Elas realmente acham
    que vão vencer até em jogos de sorte.
  • 8:26 - 8:30
    Elas também tendem a ser capazes
    de pensar de forma mais abstrata.
  • 8:30 - 8:33
    Existem várias diferenças.
    Elas se arriscam mais.
  • 8:33 - 8:36
    Existem muitas diferenças
    entre os poderosos e os sem poder.
  • 8:36 - 8:39
    Fisiologicamente,
    existem também diferenças
  • 8:39 - 8:43
    em dois hormônios chave: testosterona,
    que é o hormônio da dominância,
  • 8:43 - 8:46
    e cortisol, que é o hormônio do estresse.
  • 8:46 - 8:54
    Então achamos que machos alfa,
    superpoderosos na hierarquia primata,
  • 8:54 - 8:57
    têm testosterona alto e cortisol baixo,
  • 8:57 - 9:00
    e líderes poderosos e efetivos
  • 9:00 - 9:03
    também têm testosterona alto
    e cortisol baixo.
  • 9:03 - 9:05
    O que isso quer dizer?
    Quando você pensa em poder,
  • 9:05 - 9:07
    a tendência era pensar
    apenas sobre testosterona,
  • 9:07 - 9:09
    porque era sobre dominação.
  • 9:09 - 9:13
    Mas realmente, poder é também
    sobre como você reage ao estresse.
  • 9:13 - 9:16
    Você quer o líder dominante mais poderoso
  • 9:16 - 9:18
    com testosterona alto,
    mas super reativo ao estresse?
  • 9:18 - 9:20
    Provavelmente não, né?
  • 9:20 - 9:23
    Você quer a pessoa que seja
    forte, assertiva e dominante,
  • 9:23 - 9:27
    mas que não reaja muito ao estresse,
    uma pessoa relaxada.
  • 9:27 - 9:32
    Sabemos que na hierarquia primata,
  • 9:32 - 9:35
    se um alfa precisa dominar,
  • 9:35 - 9:39
    se um indivíduo precisa desempenhar
    um papel de alfa, de repente,
  • 9:39 - 9:42
    em poucos dias, a testosterona
    daquele indivíduo vai subir
  • 9:42 - 9:46
    significantemente e seu cortisol
    vai cair significantemente.
  • 9:46 - 9:49
    Então temos essa evidência,
    tanto de que o corpo pode moldar
  • 9:49 - 9:51
    a mente, pelo menos no nível facial,
  • 9:51 - 9:55
    e também que mudanças de papel
    podem moldar a mente.
  • 9:55 - 9:58
    O que acontece, ok, você muda de papel,
  • 9:58 - 10:01
    o que acontece
    se você fizer isso minimamente,
  • 10:01 - 10:03
    uma mínima manipulação,
    uma mínima intervenção?
  • 10:03 - 10:06
    "Por dois minutos", você diz, "quero
    que você fique nessa posição,
  • 10:06 - 10:09
    e isso vai fazer você
    se sentir mais forte."
  • 10:09 - 10:11
    Foi isso que fizemos.
  • 10:12 - 10:16
    Decidimos trazer pessoas ao laboratório
    e fazer um pequeno experimento,
  • 10:16 - 10:20
    e essas pessoas adotaram por dois minutos,
  • 10:20 - 10:23
    tanto poses de alto como de baixo poder,
  • 10:23 - 10:25
    e vou mostrar a vocês cinco dessas poses,
  • 10:25 - 10:27
    apesar de elas terem feito apenas duas.
  • 10:27 - 10:29
    Aqui está uma.
  • 10:30 - 10:31
    Algumas mais.
  • 10:32 - 10:37
    Esta foi chamada pela mídia.
    de "Mulher Maravilha".
  • 10:37 - 10:38
    Mais algumas.
  • 10:38 - 10:40
    Você pode ficar em pé ou sentado.
  • 10:40 - 10:42
    E estas são as poses de baixo poder.
  • 10:42 - 10:45
    Você está se dobrando, se encolhendo.
  • 10:47 - 10:48
    Esta é muito baixo poder.
  • 10:48 - 10:52
    Quando você toca o seu pescoço,
    você está na verdade se protegendo.
  • 10:52 - 10:54
    Isto é o que acontece.
  • 10:54 - 10:56
    Elas entram, cospem em um recipiente,
  • 10:56 - 11:00
    por dois minutos nós dizemos
    o que devem fazer.
  • 11:00 - 11:02
    Elas não olham fotos das poses.
  • 11:02 - 11:04
    Não queremos impor um conceito de poder.
  • 11:04 - 11:06
    Queremos que elas sintam o poder.
  • 11:06 - 11:07
    Por dois minutos elas fazem isso.
  • 11:07 - 11:10
    Então nós perguntamos: "O quão poderoso
    você se sentiu?" numa série de itens,
  • 11:10 - 11:13
    damos a elas a oportunidade de blefar,
  • 11:13 - 11:16
    e então recolhemos
    mais uma amostra de saliva.
  • 11:16 - 11:17
    É isso. Esse é o experimento completo.
  • 11:17 - 11:19
    Isso é o que achamos.
  • 11:19 - 11:21
    Tolerância a risco, que é blefar:
  • 11:21 - 11:25
    descobrimos que, quando têm muito poder
  • 11:25 - 11:27
    86% de vocês vão blefar.
  • 11:27 - 11:29
    Quando você está
    numa posição de pouco poder,
  • 11:29 - 11:33
    somente 60% blefa,
    e essa diferença é significativa.
  • 11:33 - 11:36
    Vejam o que descobrimos
    sobre a testosterona.
  • 11:36 - 11:38
    De suas linhas de base quando elas entram,
  • 11:38 - 11:42
    pessoas com alto poder
    experimentam um aumento de 20%
  • 11:42 - 11:46
    e pessoas com baixo poder
    experimentam queda de 10%.
  • 11:46 - 11:49
    Então de novo, dois minutos
    e você vê essas mudanças.
  • 11:49 - 11:51
    Vejam o que acontece com o cortisol.
  • 11:51 - 11:55
    Pessoas com alto poder experimentam
    aproximadamente 25% de queda,
  • 11:55 - 11:59
    e pessoas com baixo poder
    experimentam aumento de 15%.
  • 11:59 - 12:02
    Dois minutos levam
    a essas mudanças hormonais
  • 12:02 - 12:03
    que configuram o cérebro
  • 12:03 - 12:08
    para ser assertivo,
    confiante e confortável,
  • 12:08 - 12:13
    ou realmente reativo ao estresse,
    e se sentindo meio desligado.
  • 12:13 - 12:16
    Todos nós já nos sentimos assim, né?
  • 12:16 - 12:21
    Parece que nossos não verbais governam
    a maneira como pensamos e nos sentimos sobre nós mesmos,
  • 12:21 - 12:23
    então não são apenas os outros,
    mas também nós mesmos.
  • 12:23 - 12:26
    Nossos corpos também mudam nossas mentes.
  • 12:26 - 12:28
    Mas a próxima questão, claro, é:
  • 12:28 - 12:30
    fazer poses de poder por alguns minutos
  • 12:30 - 12:32
    pode realmente mudar sua vida
    de maneira significativa?
  • 12:32 - 12:36
    Isso é no laboratório,
    uma pequena tarefa, só alguns minutos.
  • 12:36 - 12:38
    Onde isso pode ser aplicado?
  • 12:38 - 12:40
    O que levamos em conta, é claro.
  • 12:40 - 12:47
    E então pensamos que você quer usar isso
    em situações de avaliação,
  • 12:47 - 12:49
    como situações de ameaça social.
  • 12:49 - 12:52
    Onde você está sendo avaliado
    pelos seus amigos?
  • 12:52 - 12:54
    Por exemplo, para adolescentes
    seria o almoço ao redor da mesa.
  • 12:54 - 12:58
    Para algumas pessoas seria falar
    na reunião de conselho escolar.
  • 12:58 - 13:02
    Poderia ser dando um discurso
    ou uma palestra como esta
  • 13:02 - 13:05
    ou fazendo uma entrevista de emprego.
  • 13:05 - 13:07
    Decidimos que a opção que a maior parte
    das pessoas podia se identificar,
  • 13:07 - 13:10
    porque a maioria das pessoas já vivenciou,
    era uma entrevista de emprego.
  • 13:10 - 13:13
    Então publicamos essas descobertas,
  • 13:13 - 13:15
    e a mídia caiu em cima,
  • 13:15 - 13:17
    e disse, cverto, então é isso que vocês fazem
  • 13:17 - 13:19
    quando vão para uma entrevista de emprego?
  • 13:19 - 13:20
    (Risos)
  • 13:20 - 13:22
    Ficamos, é claro,
    horrorizados, e dissemos:
  • 13:22 - 13:25
    "Meu Deus, não, não foi isso
    que a gente queria dizer.
  • 13:25 - 13:27
    Por inúmeras razões, não, não façam isso".
  • 13:27 - 13:30
    De novo, isso não é sobre
    falar com outras pessoas.
  • 13:30 - 13:31
    É sobre falar consigo mesmo.
  • 13:31 - 13:34
    O que você faz antes de ir para uma
    entrevista de emprego? Você faz isso.
  • 13:34 - 13:37
    Você está sentado.
    Você está olhando seu iPhone...
  • 13:37 - 13:39
    ou seu Android, sem tentar
    deixar ninguém de fora.
  • 13:39 - 13:41
    Você está olhando as suas anotações,
  • 13:41 - 13:43
    está ficando corcunda, se encolhendo,
  • 13:43 - 13:45
    quando você devia estar fazendo isso,
  • 13:45 - 13:48
    no banheiro, certo?
    Faça isso. Ache dois minutos.
  • 13:48 - 13:50
    Então é isso que queremos testar. Certo?
  • 13:50 - 13:52
    Então trazemos pessoas ao laboratório,
  • 13:52 - 13:55
    elas fazem poses de muito
    ou pouco poder de novo,
  • 13:55 - 13:58
    elas passam por uma entrevista
    de emprego muito estressante.
  • 13:58 - 14:02
    Dura cinco minutos.
    Elas estão sendo gravadas.
  • 14:02 - 14:04
    Elas também estão sendo julgadas,
  • 14:04 - 14:08
    e os juízes foram treinados
    para dar feedback não verbal,
  • 14:08 - 14:10
    então eles ficam assim.
  • 14:10 - 14:12
    Imagine que esta
    é a pessoa te entrevistando.
  • 14:12 - 14:17
    Por cinco minutos, nada,
    e isso é pior do que ser interrogado.
  • 14:17 - 14:18
    As pessoas detestam isso.
  • 14:18 - 14:22
    É o que Marianne LaFrace chama
    de "em areia movediça social".
  • 14:22 - 14:24
    Isso realmente ataca o seu cortisol.
  • 14:24 - 14:26
    Esta é a entrevista de emprego
    à qual elas foram submetidas,
  • 14:26 - 14:28
    porque queríamos ver o que aconteceria.
  • 14:28 - 14:32
    Então demos estas fitas
    a uns programadores, quatro deles.
  • 14:32 - 14:35
    Eles não sabiam
    das hipóteses ou das condições.
  • 14:35 - 14:37
    Eles não tinham ideia
    de quem estava em qual pose,
  • 14:38 - 14:43
    e acabaram vendo essas fitas,
  • 14:43 - 14:45
    e disseram: "Ah, queremos
    contratar estas pessoas",
  • 14:45 - 14:46
    todas as pessoas de poses de alto poder.
  • 14:46 - 14:48
    "Não queremos contratar estas.
  • 14:48 - 14:52
    Também avaliamos essas pessoas
    de maneira mais positiva em geral".
  • 14:52 - 14:54
    Mas o que está causando isso?
  • 14:54 - 14:56
    Não é sobre o conteúdo da fala.
  • 14:56 - 14:58
    É a presença que elas
    estão trazendo para a fala.
  • 14:59 - 15:01
    Nós as avaliamos segundo essas variáveis
  • 15:01 - 15:05
    relacionadas à competência,
    quão bem estruturada é a fala?
  • 15:05 - 15:07
    Quão boa? Quais qualificações?
  • 15:07 - 15:09
    Não havia efeito nisso.
    Isso era o que afetava.
  • 15:09 - 15:11
    Esse tipo de coisa.
  • 15:11 - 15:14
    As pessoas estão sendo
    basicamente elas mesmas.
  • 15:14 - 15:15
    Estão sendo verdadeiras.
  • 15:15 - 15:17
    Elas trazem suas próprias idéias,
  • 15:17 - 15:19
    sem resíduos externos.
  • 15:19 - 15:24
    Isso é que traz o efeito
    ou que modera o efeito.
  • 15:24 - 15:28
    Quando falo sobre isso com as pessoas,
  • 15:28 - 15:31
    que nossos corpos mudam nossas mentes e nossas mentes podem mudar nosso comportamento
  • 15:31 - 15:34
    e nosso comportamento
    pode mudar nosso destino, elas dizem:
  • 15:34 - 15:35
    "isso parece falso." Certo?
  • 15:35 - 15:37
    Então eu disse: "Finge até conseguir".
  • 15:37 - 15:39
    "Eu não... Não sou eu.
  • 15:39 - 15:42
    Eu não quero conseguir
    e depois me sentir uma fraude.
  • 15:42 - 15:44
    Não quero me sentir como um impostor.
  • 15:44 - 15:48
    Não quero conseguir para depois sentir
    que eu não deveria estar lá."
  • 15:48 - 15:50
    E isso realmente ecoou em mim,
  • 15:50 - 15:54
    porque quero contar uma pequena história
    sobre ser um impostor
  • 15:54 - 15:56
    e sentir como se eu não devesse estar ali.
  • 15:56 - 15:59
    Quando eu tinha 19 anos,
    tive um acidente de carro muito sério.
  • 15:59 - 16:02
    Fui jogada pra fora do carro,
    rolei muitas vezes.
  • 16:02 - 16:04
    Eu fui jogada do carro.
  • 16:04 - 16:07
    Acordei numa reabilitação para a cabeça
  • 16:07 - 16:09
    e eu havia sido retirada da faculdade,
  • 16:09 - 16:15
    e eu soube que meu QI tinha reduzido
  • 16:15 - 16:18
    o que foi muito traumático.
  • 16:18 - 16:21
    Eu sabia o meu QI porque me identificava
    como sendo inteligente
  • 16:21 - 16:23
    e eu tinha sido chamada
    de superdotada quando criança.
  • 16:23 - 16:26
    Então me tiram da faculdade,
    e eu tento voltar.
  • 16:26 - 16:28
    Eles dizem: "Você não vai
    terminar a faculdade.
  • 16:28 - 16:31
    Mas tem outras coisas que você pode fazer,
  • 16:31 - 16:33
    mas isso não vai mais
    dar certo para você".
  • 16:33 - 16:36
    Eu sofri com isso, e eu devo confessar,
  • 16:36 - 16:39
    ver a sua identidade tirada de você,
    sua principal identidade,
  • 16:39 - 16:41
    que pra mim era ser inteligente,
  • 16:41 - 16:42
    ter isso tirado de você,
  • 16:42 - 16:46
    nada deixa você se sentindo
    mais sem poder que isso.
  • 16:46 - 16:47
    Eu me senti completamente sem poder.
  • 16:47 - 16:49
    Eu estudei e e estudei, e dei sorte,
  • 16:49 - 16:51
    e estudei e dei sorte e estudei.
  • 16:51 - 16:53
    E acabei conseguindo
    me formar na faculdade.
  • 16:53 - 16:55
    Levei quatro anos a mais
    que meus colegas,
  • 16:55 - 17:00
    e eu convenci alguém,
    meu anjo conselheiro, Susan Fiske,
  • 17:00 - 17:03
    a me ajudar, e acabei em Princeton,
  • 17:03 - 17:06
    e eu ficava, eu não deveria estar aqui.
  • 17:06 - 17:07
    Eu sou uma impostora.
  • 17:07 - 17:09
    Na noite que antecedeu
    meu discurso de primeiro ano,
  • 17:09 - 17:12
    e o discurso de primeiro ano de Princeton
    dura 20 minutos para 20 pessoas.
  • 17:12 - 17:13
    É isso.
  • 17:13 - 17:16
    Eu estava com tanto medo
    de ser descoberta no dia seguinte
  • 17:16 - 17:19
    que eu liguei e disse: "Estou saindo."
  • 17:19 - 17:21
    Ela disse: "Você não está saindo,
  • 17:21 - 17:23
    porque eu apostei em você, e você fica.
  • 17:23 - 17:26
    Você vai ficar,
    e isso é o que você vai fazer.
  • 17:26 - 17:27
    Você vai fingir.
  • 17:27 - 17:31
    Você vai fazer todos os discursos
    que pedirem a você.
  • 17:31 - 17:33
    Você vai fazer e fazer e fazer,
  • 17:33 - 17:35
    mesmo se estiver aterrorizada e paralisada
  • 17:35 - 17:38
    e tendo uma experiência extra corporal,
  • 17:38 - 17:41
    até o momento em que você disser:
    "Meu Deus, eu estou fazendo.
  • 17:41 - 17:44
    Eu me tornei isto.
    Estou fazendo isso agora."
  • 17:44 - 17:45
    Foi o que eu fiz.
  • 17:45 - 17:46
    Cinco anos na graduação,
  • 17:46 - 17:49
    em alguns anos, fui pra Northwestern,
  • 17:49 - 17:51
    mudei pra Harvard, estou em Harvard,
  • 17:51 - 17:55
    eu não penso mais nisso,
    mas por um bom tempo eu pensei:
  • 17:55 - 17:56
    "Eu não devia estar aqui".
  • 17:57 - 17:59
    Então, no fim do meu
    primeiro ano em Harvard,
  • 17:59 - 18:04
    uma estudante que não havia
    dito nada o semestre todo
  • 18:04 - 18:07
    a quem eu tinha dito:, "Olha, você
    precisa participar ou vai ser reprovada",
  • 18:07 - 18:10
    veio a minha sala.
    Eu na verdade não a conhecia.
  • 18:10 - 18:13
    Ela veio totalmente derrotada, e disse:
  • 18:13 - 18:16
    "Eu não devia estar aqui".
  • 18:20 - 18:22
    E esse foi o momento pra mim.
  • 18:22 - 18:24
    Porque duas coisas aconteceram.
  • 18:24 - 18:25
    Um, eu percebi:
  • 18:25 - 18:28
    "Ah, eu não me sinto mais assim.
  • 18:28 - 18:31
    Eu não sinto mais isso,
    mas ela sente e eu entendo".
  • 18:31 - 18:33
    E a segunda foi, ela devia estar aqui!
  • 18:33 - 18:35
    Se ela pode fingir ela pode se tornar.
  • 18:35 - 18:39
    Então eu disse: "Sim você devia.
    Você devia estar aqui!
  • 18:39 - 18:41
    E amanhã você vai fingir,
  • 18:41 - 18:43
    você vai se fazer poderosa, e, você vai...
  • 18:43 - 18:49
    (Aplausos)
  • 18:49 - 18:53
    "E você vai entrar na classe,
  • 18:53 - 18:55
    e vai fazer o melhor
    comentário que já se ouviu."
  • 18:55 - 18:58
    E sabe? Ela fez o melhor
    comentário de todos,
  • 18:58 - 19:00
    e as pessoas se viraram e ficaram assim:
  • 19:00 - 19:03
    "Nossa, eu nem havia
    notado ela aqui". (Risos)
  • 19:03 - 19:05
    Ela voltou a mim meses depois,
  • 19:05 - 19:08
    e eu entendi que ela não apenas
    havia fingido até conseguir,
  • 19:08 - 19:11
    ela havia fingido até se tornar.
  • 19:11 - 19:12
    Então ela havia mudado.
  • 19:12 - 19:16
    Eu quero dizer a vocês:
    não finjam até conseguirem.
  • 19:17 - 19:19
    Finjam até se tornarem.
  • 19:19 - 19:23
    Façam o bastante até se tornarem
    aquilo e internalizarem.
  • 19:23 - 19:26
    Vou deixar uma última coisa com vocês.
  • 19:26 - 19:30
    Ajustes mínimos
    podem levar à grandes mudanças.
  • 19:30 - 19:33
    Isso vai levar dois minutos.
  • 19:33 - 19:34
    Dois minutos, dois minutos, dois minutos.
  • 19:34 - 19:38
    Antes de encararem a próxima situação
    estressante onde serão avaliados,
  • 19:38 - 19:40
    por dois minutos,
    tentem fazer isso, no elevador,
  • 19:40 - 19:43
    no banheiro, na sua mesa
    com as portas fechadas.
  • 19:44 - 19:45
    Isso é o que você quer fazer.
  • 19:45 - 19:48
    Configure o seu cérebro para cooperar
    ao máximo naquela situação.
  • 19:48 - 19:51
    Levante o seu nível de testosterona
    e abaixe o de cortisol.
  • 19:51 - 19:55
    Não saia da situação sentindo:
    ah, eu não mostrei a eles quem eu sou.
  • 19:55 - 19:56
    Deixe a situação sentindo:
  • 19:56 - 19:59
    ah, eu realmente disse
    e mostrei a eles quem sou.
  • 19:59 - 20:05
    Quero pedir a vocês primeiro,
    tanto para tentar fazer as posições de poder
  • 20:05 - 20:10
    mas também quero pedir a vocês
    para espalhar a ciência, porque é simples.
  • 20:10 - 20:12
    Eu não tenho ego envolvido nisso. (Risos)
  • 20:12 - 20:14
    Passem adiante. Dividam com as pessoas,
  • 20:14 - 20:17
    porque as pessoas que mais podem usar isso
  • 20:17 - 20:20
    são as que não têm recursos ou tecnologia
  • 20:20 - 20:22
    nem status ou poder.
  • 20:22 - 20:25
    Mostrem a elas, porque elas
    podem fazer isso sozinhas.
  • 20:25 - 20:27
    Elas precisam do seu corpo,
    privacidade e dois minutos,
  • 20:27 - 20:30
    e isso pode mudar o curso de suas vidas.
  • 20:30 - 20:32
    Obrigada.
  • 20:32 - 20:35
    (Aplausos)
Title:
Sua linguagem corporal molda quem você é
Speaker:
Amy Cuddy
Description:

A linguagem corporal afeta a maneira como os outros nos vêem, mas também pode mudar a maneira como nos vemos. A psicóloga social Amy Cuddy alega que “fazer poses de poder” -- ficar numa postura confiante, mesmo quando não nos sentimos confiantes -- pode estimular sentimentos de confiança e pode ter um impacto nas nossas chances de sucesso.

Nota: algumas das descobertas apresentadas nesta palestra têm sido referidas em um debate que está ocorrendo entre cientistas sociais sobre robustez e capacidade de reprodução. Leia a resposta de Amy Cuddy em "Saiba mais", abaixo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
21:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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