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Sua linguagem corporal molda quem você é

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    Eu gostaria de começar oferecendo uma forma gratuita e analógica
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    de melhorar a vida
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    e tudo que precisamos é
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    que vocês mudem suas posturas por dois minutos.
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    Mas antes de contar, eu quero pedir a vocês agora mesmo
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    que façam uma pequena auditoria de seus corpos e o que estão fazendo com eles.
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    Quantos de vocês estão meio que se encolhendo?
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    Talvez corcundas, cruzando as pernas,
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    talvez cruzando os tornozelos.
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    As vezes nós nos seguramos em nossos braços assim.
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    As vezes nos abrimos. (Risos)
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    Tô te vendo. (Risos)
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    Quero que vocês prestem atenção no que estão fazendo agora.
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    Voltaremos a isso em alguns minutos,
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    e espero que se aprenderam a se ajustar um pouquinho,
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    isso mude a maneira como sua vida se desenrola.
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    Somos fascinados pela linguagem corporal,
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    e estamos particularmente interessados
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    nas linguagens corporais das outras pessoas.
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    Sabe, estamos interessados em, é.., você sabe — (Risos)
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    uma interação esquisita, ou um sorriso,
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    ou uma olhadela contemplativa, ou talvez uma piscadela esquisita
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    ou quem sabe um aperto de mão.
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    Narrador: Aqui estão eles chegando no 'Number 10' (residência do primeiro ministro), e olha,
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    o policial sortudo conseguiu apertar a mão do presidente
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    dos Estados Unidos. E aí vem
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    o primeiro ministro do — ? Não. (Risos) (Aplausos)
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    (Risos) (Aplausos)
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    Amy Cuddy: Então um aperto de mão, ou a falta dele,
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    pode nos manter falando por semanas e semanas e semanas.
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    Até a BBC e o New York Times.
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    Obviamente quando pensamos em comportamento não verbal,
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    ou linguagem corporal – mas chamamos não verbal como cientistas sociais –
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    é linguagem, então nos remete à comunicação.
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    Quando pensamos em comunicação, pensamos em interação.
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    Então, o que o seu corpo está me dizendo?
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    E o que o meu está comunicando a você?
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    E existem muitas razões para acreditar que essa é uma maneira válida
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    de olhar para isso. Cientistas sociais
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    passaram muito tempo olhando os efeitos de nossa linguagem corporal,
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    ou de outras pessoas, em julgamentos.
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    E fazemos julgamentos radicais e inferências a partir da linguagem corporal.
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    E esses julgamentos podem prever verdadeiras vidas pela frente.
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    como quem contratamos ou promovemos, quem chamamos para um encontro.
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    Por exemplo, Nalini Ambady, uma pesquisadora da Universidade de Tufts
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    mostra que quando as pessoas assistem clipes mudos de 30 segundos
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    de interações reais entre médico e paciente,
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    seu julgamento da gentileza do médico
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    prevê se ele será ou não processado.
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    Não tem tanto a ver se o médico foi
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    incompetente, mas nós gostamos daquela pessoa
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    e como eles interagiram?
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    Ainda mais dramático, Alex Todorov em Princeton nos mostrou
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    que julgamentos do rosto dos candidatos
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    em apenas um segundo prevê 70 por cento do senado americano
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    e a decisão da corrida governamental,
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    e até, vamos ao mundo digital,
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    emoticons bem usados em negociações online
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    podem levar você a atribuir mais valor àquela negociação.
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    Se você usar de maneira inadequada, má idéia. Certo?
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    Então, quando pensamos sobre os não verbais, pensamos em como julgamos
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    os outros, como eles nos julgam e as consequências.
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    Porém, tendemos a esquecer o outro público
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    que é influenciado pelo não verbal que somos nós.
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    Também somos influenciados pelos não verbais, nossos pensamentos,
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    nossos sentimentos e nossa fisiologia.
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    De que não verbais estou falando?
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    Sou uma psicóloga social. Eu estudo o preconceito,
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    e eu ensino na competitiva escola de negócios,
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    então foi inevitável que eu me interessasse pelas dinâmicas do poder.
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    Eu fiquei especialmente interessada pelas expressões não verbais
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    de poder e dominação.
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    E quais as expressões não verbais de poder e dominação?
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    Bem, são essas.
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    No reino animal, elas são sobre expansão.
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    Então você se faz grande, se estica,
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    ocupa espaço, você basicamente se abre.
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    É sobre se abrir. E isso é verdade
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    em todo o reino animal. Não está limitado aos primatas.
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    E os humanos fazem igual. (Risos)
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    Eles fazem isso quando têm um poder estável
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    e também quando estão se sentindo poderosos naquele momento.
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    E esse é especialmente interessante porque realmente nos mostra
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    o quão universais e antigas essas expressões de poder são.
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    Essa expressão, que é conhecida como orgulho,
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    Jessica Tracy estudou. Ela mostra que
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    pessoas que nascem com visão
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    e pessoas que são cegas desde o nascimento fazem isso
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    quando ganham uma competição física.
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    Então quando cruzam a linha de chegada e ganharam
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    não importa se nunca viram ninguém fazer isso.
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    Elas fazem isso.
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    Os braços pra cima em V, o queixo levemente levantado.
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    O que fazemos quando nos sentimos enfraquecidos? Fazemos exatamente
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    o oposto. Nos fechamos. Nos dobramos.
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    Nos fazemos menores. Não queremos esbarrar na pessoa ao lado.
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    Novamente, tanto animais quanto humanos fazem a mesma coisa.
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    E isso é o que acontece quando você coloca juntos alto
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    e baixo poder. O que tende a acontecer
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    quando se trata de poder é que complementamos os outros não verbais.
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    Então se alguém está exercendo poder sobre nós,
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    a tendência é que a gente se diminua. Não nos espelhamos neles.
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    Fazemos o oposto do que eles fazem.
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    Então eu vejo esse comportamento em salas de aula,
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    e o que eu percebo? Eu percebo que estudantes de MBA
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    realmente exibem todas as características não verbais.
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    Algumas pessoas são caricaturas dos alfas,
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    quando entram na sala, elas vão pro meio da sala
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    antes da aula começar, como se quisessem ocupar espaço.
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    Quando sentam, eles se espalham.
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    Levantam as mãos assim.
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    Outras pessoas que estão virtualmente em colapso
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    quando entram. Assim que elas entram, você vê.
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    Você vê em seus rostos e em seus corpos, e elas sentam
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    em suas cadeiras e se encolhem,
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    e elas levantam a mão assim.
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    Eu notei algumas coisas sobre isso,
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    Uma, não vai surpreender vocês.
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    Parece relacionado ao gênero.
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    As mulheres são muito mais de fazer isso do que os homens.
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    Mulheres se sentem com menos poder que os homens de forma crônica,
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    então isso não é surpresa. Mas a outra coisa que percebi é que
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    isso também parece relacionado a quais
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    estudantes estavam participando, e quão bem estavam participando.
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    E isso é realmente importante na classe de MBA,
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    porque participação conta como metade da nota.
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    Então escolas de negócios têm enfrentado dificuldades nessa diferença de nota por gênero.
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    Você recebe homens e mulheres igualmente qualificados
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    e aí você percebe diferenças nas notas,
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    e parece ser em parte atribuído à participação,
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    Então eu comecei a pensar, ok,
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    você tem essas pessoas entrando assim, e elas estão
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    participando. É possível fazer algumas pessoas fingirem
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    e isso faria com que elas participassem mais?
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    Minha principal colaboradora Dana Carney, que está em Berkeley,
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    e eu realmente queríamos saber, você pode fingir até conseguir?
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    Você pode fazer isso por um tempinho e de fato
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    passar por uma mudança de comportamento que te faz parecer mais poderoso?
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    Sabemos que nossos não verbais governam como os outros
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    pensam e sentem sobre nós. Existem muitas evidências.
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    Mas nossa questão realmente era, será que nossos não verbais
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    governam nossos sentimentos e pensamentos sobre nós mesmos?
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    Existem evidências que sim.
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    Por exemplo, sorrimos quando estamos felizes.
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    mas também, quando somos forçados a sorrir
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    ao segurar uma caneta entre os dentes assim, nos faz sentir felizes.
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    Então vai nos dois sentidos. No poder,
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    também vai nos dois sentidos. Então quando você se sente poderoso,
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    existem mais chances de você fazer isso, mas também é possível que
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    quando você finge ser poderoso, é mais provável que
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    você de fato se sinta poderoso.
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    Então a segunda pergunta realmente era,
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    sabemos que nossas mentes mudam nossos corpos,
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    mas é também verdade que nossos corpos mudam nossas mentes?
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    E quando eu digo mentes, no caso do poderoso,
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    do que eu estou falando?
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    Estou falando de pensamentos e sentimentos
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    e do tipo de coisas fisiológicas que formam nossos pensamentos e sentimentos,
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    e no meu caso, são os hormônios. Eu olho pros hormônios.
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    Como as mentes dos poderosos versus os sem poder
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    se parecem?
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    Pessoas poderosas tendem a ser, não é surpresa,
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    mais assertivas e mais confiantes, mais otimistas.
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    Elas realmente acham que vão vencer até em jogos de sorte.
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    Elas também tendem a ser capazes de pensar de forma mais abstrata.
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    Existem várias diferenças. Elas arriscam mais.
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    Existem muitas diferenças entre os poderosos e os sem poder.
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    Fisiologicamente, existem também diferenças em dois
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    hormônios chave: testosterona, que é o hormônio dominante,
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    e cortisol, que é o hormônio do stress.
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    Então o que achamos é que
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    machos alfa super poderosos na hierarquia primata
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    têm testosterona alto e cortisol baixo,
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    e líderes poderosos e efetivos também têm
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    testosterona alto e cortisol baixo,
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    O que isso quer dizer? Quando você pensa em poder,
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    a tendência era pensar apenas sobre testosterona,
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    porque era sobre dominação.
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    Mas realmente, poder é também sobre como você reage ao stress.
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    Você quer o líder mais poderoso que é dominante
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    com testosterona alto mas super reativo ao stress?
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    Provavelmente não, né? Você quer a pessoa
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    que seja forte e assertiva e dominante,
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    mas que não reaja muito ao stress, uma pessoa relaxada.
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    Sabemos que na hierarquia primata, se um alfa
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    precisa dominar, se um indivíduo precisa desempenhar
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    um papel de alfa de repente,
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    em poucos dias, o testosterona daquele indivíduo vai subir
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    significantemente e seu cortisol vai cair significantemente.
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    Então temos essa evidência, tanto de que o corpo pode moldar
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    a mente, pelo menos no nível facial,
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    e também que mudanças de papel podem moldar a mente.
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    O que acontece, ok, você muda de papel,
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    o que acontece se você fizer
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    uma mínima manipulação, uma mínima intervenção?
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    "Por dois minutos", você diz, "eu quero que você fique nessa posição,
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    e isso vai fazer você se sentir mais forte."
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    Foi isso que fizemos. Decidimos trazer pessoas
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    ao laboratório e fazer um pequeno experimento, e essas pessoas
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    adotaram por dois minutos, tanto poses de alto poder
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    como de baixo poder e eu vou mostrar a vocês
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    cinco dessas poses, apesar delas terem feito apenas duas.
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    Aqui está uma.
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    Algumas mais.
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    Essa foi chamada de "Mulher Maravilha"
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    pela mídia.
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    Mais algumas.
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    Você pode ficar em pé ou sentado.
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    E essas são as poses de baixo poder.
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    Você está se dobrando, se encolhendo.
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    Essa é muito baixo poder.
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    Quando você toca o seu pescoço,
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    você está na verdade se protegendo.
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    Isso é o que acontece. Elas entram,
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    cospem em um recipiente,
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    nós dizemos por dois minutos o que devem fazer.
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    Elas não olham fotos das poses. Não queremos impor
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    um conceito de poder. Queremos que elas sintam
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    o poder, certo? Dois minutos elas fazem isso.
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    Então nós perguntamos: "O quão poderoso você se sentiu?" numa série de itens,
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    e damos a elas a oportunidade de blefar e
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    então recolhemos mais uma amostra de saliva.
  • 11:16 - 11:17
    É isso. Esse é o experimento completo.
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    Isso é o que achamos. Risco tolerância, que é blefar,
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    o que achamos é que quando vocês têm muito poder
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    86 por cento de vocês vão blefar.
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    Quando você está numa posição de pouco poder,
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    somente 60 por cento, e essa diferença é significativa.
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    Vejam o que descobrimos sobre o testosterona.
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    De suas linhas de base quando elas entram, pessoas com alto poder
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    experimentam um aumento de 20 por cento
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    e pessoas com baixo poder experimentam queda de 10 por cento.
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    Então de novo, dois minutos e você vê essas mudanças.
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    Vejam o que acontece com o cortisol. Pessoas com alto poder
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    experimentam aproximadamente 25 por cento de queda, e
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    pessoas com baixo poder experimentam aumento de 15 por cento.
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    Dois minutos levam a essas mudanças hormonais
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    que configuram o cérebro para ser
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    assertivo, confiante e confortável,
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    ou realmente reativo ao stress, e se sentindo
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    meio desligado. Todos nós já nos sentimos assim, né?
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    Parece que nossos não verbais governam
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    a maneira como pensamos e nos sentimos sobre nós mesmos,
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    então não são apenas os outros, mas também nós mesmos.
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    Nossos corpos também mudam nossas mentes.
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    Mas a próxima questão, claro, é
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    fazer poses de poder por alguns minutos
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    pode realmente mudar sua vida de maneira significativa?
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    Esse é o laboratório. É essa pequena tarefa, sabe,
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    só alguns minutos. Onde isso pode
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    ser aplicado? O que levamos em conta, é claro.
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    E então pensamos, isso é o que realmente interessa,
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    onde você quer usar isso, em situações de avaliação,
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    como situações de ameaça social. Onde você está sendo avaliado
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    pelos seus amigos. Por exemplo, para adolescentes seria o almoço ao redor da mesa.
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    Para algumas pessoas seria falar
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    na reunião de conselho escolar. Poderia ser dando um discurso
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    ou uma palestra como essa
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    ou fazendo uma entrevista de emprego.
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    Decidimos que a opção que a maior parte das pessoas podia se identificar,
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    porque a maioria das pessoas já vivenciou, era
  • 13:08 - 13:10
    uma entrevista de emprego.
  • 13:10 - 13:14
    Então publicamos essas descobertas, e a mídia
  • 13:14 - 13:16
    caiu em cima, e disse, ok, então é isso que vocês fazem
  • 13:16 - 13:20
    quando vão para uma entrevista de emprego? (Risos)
  • 13:20 - 13:22
    Ficamos, é claro, horrorizados, e dissemos
  • 13:22 - 13:24
    Meu Deus, não, não, não, não foi isso que a gente queria dizer.
  • 13:24 - 13:27
    Por numerosas razões, não, não, não, não façam isso.
  • 13:27 - 13:30
    De novo, isso não é sobre falar com outras pessoas.
  • 13:30 - 13:31
    É sobre falar consigo mesmo. O que você faz
  • 13:31 - 13:34
    antes de ir para uma entrevista de emprego? Você faz isso.
  • 13:34 - 13:36
    Né? Você está sentado. Você está olhando pro seu iPhone
  • 13:36 - 13:39
    ou seu Android, tentando não deixar ninguém de fora.
  • 13:39 - 13:41
    Você está, sabe, olhando as suas anotações,
  • 13:41 - 13:43
    está ficando corcunda, se encolhendo,
  • 13:43 - 13:45
    quando você devia estar fazendo isso,
  • 13:45 - 13:48
    no banheiro, né? Faça isso. Ache dois minutos.
  • 13:48 - 13:50
    Então é isso que queremos testar. Ok?
  • 13:50 - 13:52
    Então trazemos pessoas ao laboratório,
  • 13:52 - 13:55
    elas fazem poses de muito ou pouco poder de novo,
  • 13:55 - 13:58
    elas passam por uma entrevista de emprego muito estressante.
  • 13:58 - 14:02
    Dura cinco minutos. Elas estão sendo gravadas.
  • 14:02 - 14:04
    Elas também estão sendo julgadas, e os juízes
  • 14:04 - 14:08
    foram treinados para dar feedback não verbal,
  • 14:08 - 14:10
    então elas ficam assim. Imagine
  • 14:10 - 14:12
    que esta é a pessoa te entrevistando.
  • 14:12 - 14:17
    Por cinco minutos, nada, e isso é pior do que ser interrogado.
  • 14:17 - 14:20
    As pessoas detestam isso. É o que Marianne LaFrace chama
  • 14:20 - 14:22
    "em areia movediça social".
  • 14:22 - 14:24
    Isso realmente ataca o seu cortisol.
  • 14:24 - 14:26
    Esta é a entrevista de emprego a qual elas foram submetidas,
  • 14:26 - 14:28
    porque queríamos ver o que aconteceria.
  • 14:28 - 14:32
    Então demos estas fitas a uns programadores, quatro deles.
  • 14:32 - 14:35
    Eles não sabiam das hipóteses ou das condições.
  • 14:35 - 14:38
    Eles não tinham ideia de quem estava posando em qual pose,
  • 14:38 - 14:43
    e acabaram vendo essas fitas,
  • 14:43 - 14:45
    e disseram "Ah, queremos contratar essas pessoas" --
  • 14:45 - 14:48
    todas as pessoas de poses de alto poder -- "não queremos contratar essas pessoas.
  • 14:48 - 14:51
    Também avaliamos essas pessoas de maneira mais positiva em geral."
  • 14:51 - 14:56
    Mas o que está causando isso? Não é sobre o conteúdo da fala.
  • 14:56 - 14:59
    É a presença que elas estão trazendo para a fala.
  • 14:59 - 15:01
    Nós as avaliamos segundo essas variáveis
  • 15:01 - 15:04
    relacionadas à competência, quão bem estruturada
  • 15:04 - 15:06
    é a fala? Quão boa? Quais qualificações?
  • 15:06 - 15:09
    Não havia efeito nisso. Isso era o que afetava.
  • 15:09 - 15:13
    Esse tipo de coisa. As pessoas estão sendo basicamente elas mesmas.
  • 15:13 - 15:15
    Estão sendo verdadeiras.
  • 15:15 - 15:17
    Elas trazem suas próprias idéias,
  • 15:17 - 15:19
    sem resíduos externos.
  • 15:19 - 15:24
    Isso é que traz o efeito ou que modera o efeito.
  • 15:24 - 15:28
    Quando falo sobre isso com as pessoas,
  • 15:28 - 15:31
    que nossos corpos mudam nossas mentes e nossas mentes podem mudar nosso comportamento
  • 15:31 - 15:34
    e nosso comportamento pode mudar nosso destino, elas dizem,
  • 15:34 - 15:35
    "Eu não ... isso parece falso." Certo?
  • 15:35 - 15:39
    Então eu disse, finge até conseguir. "Eu não... Não sou eu.
  • 15:39 - 15:42
    Eu não quero conseguir e depois me sentir uma fraude.
  • 15:42 - 15:44
    Não quero me sentir como um impostor.
  • 15:44 - 15:48
    Não quero conseguir pra depois sentir que eu não deveria estar lá."
  • 15:48 - 15:50
    E isso realmente ecoou em mim,
  • 15:50 - 15:53
    porque eu quero contar uma pequena história sobre
  • 15:53 - 15:56
    ser um impostor e sentir como se eu não devesse estar ali.
  • 15:56 - 15:59
    Quando eu tinha 19 anos, eu tive um acidente de carro muito sério.
  • 15:59 - 16:02
    Eu fui jogada pra fora do carro, rolei muitas vezes.
  • 16:02 - 16:06
    Eu fui jogada do carro. E eu acordei numa reabilitação para a cabeça
  • 16:06 - 16:09
    e eu havia sido retirada da faculdade,
  • 16:09 - 16:15
    e eu soube que meu QI tinha reduzido
  • 16:15 - 16:18
    o que foi muito traumático.
  • 16:18 - 16:21
    Eu sabia o meu QI porque eu me identificava como sendo inteligente
  • 16:21 - 16:23
    e eu tinha sido chamada de super dotada quando criança.
  • 16:23 - 16:26
    Então me tiram da faculdade, eu tento voltar.
  • 16:26 - 16:28
    Eles dizem, "Você não vai terminar a faculdade.
  • 16:28 - 16:30
    Mas tem outras coisas que você pode fazer,
  • 16:30 - 16:32
    mas isso não vai mais dar certo pra você".
  • 16:32 - 16:36
    Eu sofri com isso, e eu devo confessar,
  • 16:36 - 16:39
    ver a sua identidade tirada de você, sua principal identidade,
  • 16:39 - 16:41
    que pra mim era ser inteligente,
  • 16:41 - 16:45
    ter isso tirado de você, nada deixa você se sentindo mais sem poder que isso
  • 16:45 - 16:48
    Eu me senti completamente sem poder. Eu estudei e estudei e estudei,
  • 16:48 - 16:51
    e dei sorte, e estudei e dei sorte e estudei.
  • 16:51 - 16:53
    E acabei conseguindo me formar na faculdade.
  • 16:53 - 16:55
    Levei quatro anos a mais que meus colegas,
  • 16:55 - 17:00
    e eu convenci alguém, meu anjo conselheiro, Susan Fiske,
  • 17:00 - 17:03
    a me ajudar, e acabei em Princeton,
  • 17:03 - 17:06
    e eu ficava, eu não deveria estar aqui.
  • 17:06 - 17:07
    Eu sou uma impostora.
  • 17:07 - 17:08
    Na noite que antecedeu meu primeiro discurso de primeiro ano,
  • 17:08 - 17:11
    e o discurso de primeiro ano de Princeton dura 20 minutos
  • 17:11 - 17:13
    para 20 pessoas. É isso.
  • 17:13 - 17:16
    Eu estava com tanto medo de ser descoberta no dia seguinte
  • 17:16 - 17:19
    que eu liguei e disse, "Estou saindo."
  • 17:19 - 17:21
    Ela disse, "Você não está saindo,
  • 17:21 - 17:23
    porque eu apostei em você, e você fica.
  • 17:23 - 17:25
    Você vai ficar, e isso é o que você vai fazer.
  • 17:25 - 17:27
    Você vai fingir.
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    Você vai fazer todos os discursos que pedirem a você.
  • 17:31 - 17:32
    Você vai fazer e fazer e fazer,
  • 17:32 - 17:35
    mesmo se estiver aterrorizada e paralisada
  • 17:35 - 17:38
    e tendo uma experiência extra corporal, até o momento
  • 17:38 - 17:41
    em que você disser: "Meu Deus, eu estou fazendo.
  • 17:41 - 17:44
    Eu me tornei isto. Eu estou fazendo isso agora."
  • 17:44 - 17:46
    Foi o que eu fiz. Cinco anos na graduação,
  • 17:46 - 17:48
    em alguns anos, fui pra Northwestern,
  • 17:48 - 17:51
    mudei pra Harvard, estou em Harvard, eu não
  • 17:51 - 17:54
    penso mais nisso, mas por um bom tempo eu pensei,
  • 17:54 - 17:56
    "Não devia estar aqui. Não devia estar aqui."
  • 17:56 - 17:59
    Então no fim do meu primeiro ano em Harvard,
  • 17:59 - 18:04
    uma estudante que não havia dito nada o semestre todo
  • 18:04 - 18:07
    a quem eu tive que dizer, "Olha, você precisa participar senão você vai ser reprovada,"
  • 18:07 - 18:09
    veio a minha sala. Eu na verdade não a conhecia.
  • 18:09 - 18:13
    E ela disse, ela veio totalmente derrotada, e disse,
  • 18:13 - 18:19
    "Eu não devia estar aqui."
  • 18:19 - 18:23
    E esse foi o momento pra mim. Porque duas coisas aconteceram.
  • 18:23 - 18:25
    Um, eu percebi
  • 18:25 - 18:28
    ah, eu não me sinto mais assim.
  • 18:28 - 18:31
    Eu não sinto mais isso, mas ela sente e eu entendo.
  • 18:31 - 18:33
    E a segunda foi, ela devia estar aqui!
  • 18:33 - 18:35
    Se ela pode fingir ela pode se tornar.
  • 18:35 - 18:39
    Então eu disse, "Sim você devia. Você devia estar aqui!
  • 18:39 - 18:40
    E amanhã você vai fingir,
  • 18:40 - 18:43
    você vai se fazer poderosa, e,
  • 18:43 - 18:47
    você vai..." (Aplausos)
  • 18:47 - 18:49
    (Aplausos)
  • 18:49 - 18:53
    "E você vai entrar na classe,
  • 18:53 - 18:55
    e vai fazer o melhor comentário que já se ouviu."
  • 18:55 - 18:58
    E sabe? Ela fez o melhor comentário de todos,
  • 18:58 - 18:59
    e as pessoas se viraram e ficaram assim,
  • 18:59 - 19:03
    Nossa, eu nem havia notado ela aqui, sabe? (Risos)
  • 19:03 - 19:06
    Ela voltou a mim meses depois, e eu entendi
  • 19:06 - 19:08
    que ela não havia apenas fingido até conseguir,
  • 19:08 - 19:11
    ela havia fingido até se tornar.
  • 19:11 - 19:12
    Então ela havia mudado.
  • 19:12 - 19:17
    Eu quero dizer a vocês, não finjam até conseguirem.
  • 19:17 - 19:19
    Finjam até se tornarem. Sabe? Não é ...
  • 19:19 - 19:23
    Façam o bastante até se tornarem aquilo e internalizem.
  • 19:23 - 19:26
    Vou deixar uma última coisa com vocês.
  • 19:26 - 19:30
    Ajustes mínimos podem levar à grandes mudanças.
  • 19:30 - 19:33
    Isso vai levar dois minutos.
  • 19:33 - 19:34
    Dois minutos, dois minutos, dois minutos.
  • 19:34 - 19:38
    Antes de encararem a próxima situação estressante onde serão avaliados
  • 19:38 - 19:40
    por dois minutos, tentem fazer isso, no elevador,
  • 19:40 - 19:44
    no banheiro, na sua mesa com as portas fechadas.
  • 19:44 - 19:46
    Isso é o que você quer fazer. Configure o seu cérebro.
  • 19:46 - 19:48
    para cooperar ao máximo naquela situação.
  • 19:48 - 19:51
    Levante o seu nível de testosterona e abaixe o de cortisol.
  • 19:51 - 19:55
    Não saia da situação sentindo, ah, eu não mostrei a eles quem eu sou.
  • 19:55 - 19:57
    Deixe a situação sentindo, ah, eu realmente disse
  • 19:57 - 19:59
    e mostrei a eles quem sou.
  • 19:59 - 20:01
    Quero pedir a vocês primeiro,
  • 20:01 - 20:05
    tanto para tentar fazer as posições de poder
  • 20:05 - 20:07
    mas também quero pedir a vocês
  • 20:07 - 20:10
    para espalhar a ciência, porque é simples.
  • 20:10 - 20:12
    Eu não tenho ego envolvido nisso. (Risos)
  • 20:12 - 20:14
    Passem adiante. Dividam com as pessoas,
  • 20:14 - 20:16
    porque as pessoas que mais podem usar isso são as
  • 20:16 - 20:20
    que não têm recursos ou tecnologia
  • 20:20 - 20:23
    nem status ou poder. Mostrem a elas
  • 20:23 - 20:25
    porque elas podem fazer isso sozinhas.
  • 20:25 - 20:27
    Elas precisam do seu corpo, privacidade e dois minutos,
  • 20:27 - 20:30
    e isso pode mudar o curso de suas vidas.
  • 20:30 - 20:35
    Obrigada. (Aplausos)
  • 20:35 - 20:42
    (Aplausos)
Title:
Sua linguagem corporal molda quem você é
Speaker:
Amy Cuddy
Description:

A linguagem corporal afeta a maneira como os outros nos vêem, mas também pode mudar a maneira como nos vemos. A psicóloga social Amy Cuddy alega que “fazer poses de poder” -- ficar numa postura confiante, mesmo quando não nos sentimos confiantes -- pode estimular sentimentos de confiança, e pode ter um impacto nas nossas chances de sucesso.

Nota: algumas das descobertas apresentadas nesta palestra têm sido referidas em um debate que está ocorrendo entre cientistas sociais sobre robustez e capacidade de reprodução. Leia a resposta de Amy Cuddy em "Saiba mais", abaixo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
21:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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