Phyllida Barlow: Feito em casa | Art21 "Extended Play"
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0:00 - 0:05Tradutora: Andreia Frazão
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0:05 - 0:11[Phyllida Barlow: Feito em casa]
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0:13 - 0:15A minha mãe era muito criativa:
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0:15 - 0:18fazia tricô, vestidos, costura.
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0:20 - 0:23Adoro a forma como ela me ensinava
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0:23 - 0:25a fazer móveis para a casa das bonecas
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0:25 - 0:26com caixas de fósforos descartadas.
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0:31 - 0:34Formas simples e próprias
de fazer as coisas. -
0:36 - 0:39Era a antítese da loja de brinquedos.
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0:39 - 0:44Tinha tudo a ver com arranjar
recursos dentro de casa. -
1:07 - 1:09Quando estava na escola de arte,
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1:09 - 1:11havia muitas coisas certas e erradas
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1:11 - 1:14quanto a técnicas, processos, formas,
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1:14 - 1:17e até ideias.
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1:19 - 1:22E muitas coisas eram tabu,
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1:22 - 1:26como a domesticidade,
ou certos artesanatos -
1:26 - 1:29que talvez estivessem
associados às mulheres, -
1:29 - 1:31como tricotar ou costurar.
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1:33 - 1:35Eram as grandes,
fortes tradições da escultura -
1:35 - 1:37que era importante aprender,
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1:37 - 1:40e eu não tinha muito lá jeito para isso.
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1:44 - 1:46Anos depois, o meu ensino
foi muito influenciado -
1:46 - 1:50por não seguir a abordagem
do certo e errado, -
1:50 - 1:54mas antes por tentar encontrar coisas
que poderiam realmente -
1:54 - 1:59revelar algo bastante
idiossincrático aos estudantes. -
2:00 - 2:02Quais eram as suas aspirações?
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2:02 - 2:04O que se passava nas suas cabeças?
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2:06 - 2:09E depois poder convidá-los
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2:09 - 2:11a começar a pensar nos processos
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2:11 - 2:15que refletiriam esses desejos e ambições.
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2:16 - 2:19O meu ensino tinha muito a ver
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2:19 - 2:22com o que eu sentia que
me faltara na escola de arte. -
2:28 - 2:29Tenho cinco filhos.
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2:29 - 2:32Já estão quase todos na casa dos quarenta.
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2:32 - 2:36E eu acho que queria dar continuidade
a esse sentido positivo -
2:36 - 2:40que a minha mãe tinha,
de que poderiam ter vidas felizes -
2:40 - 2:42e fazer o que queriam fazer,
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2:42 - 2:44que não eram obrigados a cumprir
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2:44 - 2:49uma expetativa maior.
[RISO] -
2:51 - 2:53Todos fazem arte.
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2:53 - 2:57A nossa terceira filha é enfermeira
em Londres, especializada em VIH. -
2:57 - 2:59Portanto, tem um trabalho delicado,
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2:59 - 3:03mas pinta bastante, o que é incrível.
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3:06 - 3:09Há muitos artistas
que não têm exposições. -
3:09 - 3:12Há muita arte que nunca se viu.
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3:12 - 3:17E penso que isto me intriga.
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3:17 - 3:20Fazer obras que não têm um destino
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3:20 - 3:23tem algo de solitário e de triste.
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3:23 - 3:27E muitos artistas passam
por isto a vida inteira, -
3:27 - 3:28e é heróico.
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3:29 - 3:32O romance que nunca é publicado,
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3:32 - 3:34será que não deveria ter sido escrito?
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3:34 - 3:35Claro que devia.
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3:35 - 3:38Isso é fazer uma contribuição fantástica
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3:38 - 3:41para a cultura do momento,
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3:41 - 3:45porque esse indivíduo tem
uma enorme vontade de o fazer -
3:45 - 3:50sem quaisquer outras pressões
de qualificações. -
3:54 - 3:56São estas as minhas reflexões privadas.
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3:56 - 3:59Penso que há muito no mundo da arte
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3:59 - 4:01e a forma como vivenciamos a arte
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4:01 - 4:03que é fantástico, mas
penso que há muita coisa -
4:03 - 4:08que não é totalmente falada
nem reconhecida, -
4:11 - 4:14que é o invisível e o desconhecido
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4:14 - 4:19e o ato criativo como experiência
profundamente privada. -
4:21 - 4:23Há um grande e poderoso desejo
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4:23 - 4:25apenas de criar algo.
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4:27 - 4:30E será que isso se limita
a sofrer os efeitos da erosão? -
4:32 - 4:35Espero que não.
[RISOS]
- Title:
- Phyllida Barlow: Feito em casa | Art21 "Extended Play"
- Description:
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Episódio 276: A escultora Phyllida Barlow discute a sua abordagem idiossincrática à criação, aprendizagem e ensino de arte, e à construção de uma carreira como artista. A partir do seu estúdio, em Londres, Barlow recorda a infância, onde testemunhou a forma própria da sua mãe de fazer roupa e brinquedos para os filhos. A mãe dela tratou os materiais da vida doméstica quotidiana como recursos com potencial infinito, uma atitude que tem afetado a produção artística de Barlow. Exibida numa exposição na @Haus der Kunst em Munique, Alemanha, as esculturas anti-monumentais de Barlow, mas enormes esculturas basculantes e teetering, são compostas por materiais não tradicionais como cartão, contraplacado, e tecido colorido.
Como estudante de arte em Londres, na década de 60, Barlow debateu-se contra as técnicas, processos, e formas que eram esperadas da escultura. "Muitas coisas eram tabu, como a domesticidade ou certos artesanatos que talvez estivessem mais associados às mulheres", diz a artista. "Eram as grandes e fortes tradições da escultura que era importante aprender e eu não tinha lá muito jeito para isso". Contudo, esta experiência informou mais tarde a abordagem de Barlow como professora, onde ela encorajou os alunos a desenvolverem práticas que desvendassem as suas personalidades, aspirações e desejos, em vez de seguirem uma determinada tradição.
Para Barlow, a arte e os artistas existem independentemente de serem vistos por um público. "Há muitos artistas que não têm exposições, há muita arte que nunca foi vista", afirma Barlow. "Muitos artistas suportam isso durante toda a sua vida e isso é heróico". Intrigada com o invisível e o desconhecido, Barlow afirma a sua crença no "acto criativo como uma experiência profundamente privada".
Phyllida Barlow nasceu em Newcastle upon Tyne, Inglaterra, em 1944. Inspiradas pelo ambiente urbano, as esculturas de Barlow casam materiais não convencionais como cartão, contraplacado, gesso e cimento com tintas e tecidos de cores vibrantes. As suas formas inventadas são criadas através de processos em camadas de acumulação, remoção e justaposição-gesturas que Barlow descreve como "mais funcionais do que artísticas". As obras maciças resultantes desafiam as experiências de espaço físico dos espectadores, esticando os limites de massa, volume e altura à medida que se elevam, bloqueiam, e interrompem o espaço. No entanto, estas obras permanecem distintamente anti-monumentais; o artista deixa expostas as costuras inacabadas, revelando os meios de realização das obras e brincando com as tensões entre dureza e suavidade, o imperioso e o cómico, e o pintor e o escultórico.
Saiba mais sobre o artista em:
https://art21.org/artist/phyllida-barlow/Este filme está entre uma colecção que inclui a participação do Art21 na iniciativa multi-institucional da Coligação Feminista de Arte. A Feminist Art Coalition (FAC) é uma plataforma para projectos de arte informados pelos feminismos, promovendo colaborações entre instituições artísticas que visam tornar público o seu compromisso com a justiça social e a mudança estrutural.
CRÉDITOS | Produtor da série: Ian Forster. Diretor: Ian Forster. Editor: Drigan Lee. Câmara: Andrew Kemp e Anne Misselwitz. Som: Sean Millar. Assistente de Câmara: Clemens Rosenow e Charlie Stoddart. Colorista: Jonah Greenstein. Mistura de som: Adam Boese. Música: Joel Pickard. Cortesia: Joel Pickard: Phyllida Barlow, Haus der Kunst e Hauser & Wirth. Imagens de arquivo: Phyllida Barlow e Fabian Peake. Agradecimentos especiais: Elena Heitsch, Damian Lentini e Lucy Wilkinson.
"Extended Play" é apoiado pela The Andy Warhol Foundation for the Arts; e, em parte, por fundos públicos do Departamento de Assuntos Culturais de Nova Iorque em parceria com a Câmara Municipal; Dawn e Chris Fleischner; o Art21 Contemporary Council; e por contribuintes individuais.
Art21 #PhyllidaBarlow #Art21 #Art21ExtendedPlay
- Video Language:
- English
- Team:
Art21
- Project:
- "Extended Play" series
- Duration:
- 04:51
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