A verdade sobre crescer com deficiência | Dylan Alcott | TEDxYouth@Sydney
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0:16 - 0:20Esta é uma foto minha
de quando eu tinha 14 anos. -
0:20 - 0:22Eu sei o que vocês estão pensando.
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0:22 - 0:24"Caro Dylan,
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0:25 - 0:27tem certeza que não é o Ryan Gosling?"
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0:27 - 0:28(Risos)
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0:29 - 0:32Mas, infelizmente não,
sou eu na foto. -
0:32 - 0:35Por muito tempo, tentei apagar
essa foto da minha memória, -
0:35 - 0:38e, para ser honesto, vocês me culpam?
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0:38 - 0:41Primeiramente, que diabos
está acontecendo com o meu cabelo ali? -
0:41 - 0:42Minha mãe era cabeleireira.
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0:42 - 0:46Eu costumava sentar no carro
com um tubo de gel e uma escova de cabelo, -
0:46 - 0:49e a caminho da escola, todo dia,
eu sentava lá pensando: -
0:49 - 0:51"Dylan, você arrasou!"
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0:51 - 0:52(Risos)
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0:52 - 0:55Ainda não entendo
por que ela me deixou sair do carro. -
0:55 - 0:57Em segundo lugar,
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0:58 - 0:59cadê minhas sobrancelhas?
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0:59 - 1:00(Risos)
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1:03 - 1:04Agora,
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1:04 - 1:07para o meu azar,
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1:07 - 1:10não tive sobrancelhas até os 17 anos.
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1:10 - 1:13Hoje eu entendo que não tinha
controle nenhum sobre aquilo, -
1:13 - 1:17mas, como vocês podem imaginar,
isso não me ajudava em nada, não é? -
1:17 - 1:18Eu também usava aparelho.
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1:19 - 1:20E minha cama era na despensa,
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1:20 - 1:22e eu estava acima do peso.
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1:23 - 1:25Essa foi a primeira vez na minha vida,
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1:25 - 1:28que eu estava realmente lutando
com minha deficiência. -
1:28 - 1:32Até essa idade, nunca me importei
com o fato de estar numa cadeira de rodas. -
1:32 - 1:35Todos eram jovens,
e ninguém notou isso de verdade, -
1:35 - 1:38e as coisas aconteceram muito suavemente.
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1:38 - 1:42Mas, nessa época,
as coisas começaram a mudar. -
1:42 - 1:44O pessoal começou a ir a festas.
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1:44 - 1:48Os garotos começaram a beijar
as garotas, e elas os garotos. -
1:48 - 1:49Garotas começaram a beijar garotas,
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1:49 - 1:52e, ocasionalmente,
garotos começaram a beijar garotos. -
1:52 - 1:54Mas, absolutamente ninguém
estava beijando o Dylan, -
1:54 - 1:56isso eu posso garantir.
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1:56 - 1:58E também foi a primeira vez
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1:58 - 2:04que me achei estranho
por ter uma deficiência. -
2:04 - 2:06E, para ser honesto, foi uma droga,
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2:06 - 2:10e teve um efeito muito grande
em absolutamente tudo que eu fazia. -
2:10 - 2:12Comecei a ter uma fase horrível na escola.
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2:12 - 2:14Isso começou a afetar
minha carreira esportiva também. -
2:14 - 2:18Pela primeira vez na vida,
eu estava desapontado de verdade. -
2:18 - 2:21E então, no nono ano, algo aconteceu.
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2:21 - 2:23Um amigo meu ia dar uma festa.
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2:23 - 2:26Ele era, de verdade, muito meu amigo.
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2:26 - 2:29E antes, eu nunca tinha sido
convidado para muitas festas, -
2:29 - 2:32e pensei: "Que oportunidade perfeita
para ir à sua primeira festa. -
2:32 - 2:34Vou arrasar, com certeza,
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2:34 - 2:37e todo mundo vai me convidar
para todas as festas que virão". -
2:37 - 2:41Os convites da festa foram enviados
e o que vocês acham que aconteceu? -
2:42 - 2:43Eu não recebi.
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2:44 - 2:45Não recebi o convite.
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2:46 - 2:47E eu me lembro de dizer a mim mesmo:
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2:47 - 2:49"Quanta besteira.
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2:49 - 2:52Eu sou muito amigo desse cara,
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2:52 - 2:54como eu poderia não ser
convidado para sua festa?" -
2:54 - 2:56Eu estava em casa no dia da festa,
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2:56 - 3:00e pensei: "Eu quero muito ir".
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3:01 - 3:05Antigamente, quando você tinha
15, 16, pegava super mal -
3:05 - 3:08mandar uma mensagem para alguém
pedindo para ir à festa. -
3:08 - 3:12A coisa mais descolada possível a fazer
era simplesmente ir lá e pular a cerca. -
3:12 - 3:13(Risos)
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3:13 - 3:16Agora, como vocês podem imaginar,
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3:16 - 3:18pular não é exatamente o meu forte.
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3:18 - 3:22E a não ser que eu tivesse algum tipo
de guindaste ou um trampolim... -
3:22 - 3:23(Risos)
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3:23 - 3:26não tinha nenhum jeito
de eu pular aquela cerca. -
3:26 - 3:29A única maneira era bater na porta
e entrar pela frente. -
3:29 - 3:33Eu estava em casa e disse: "Que se dane,
eu vou lá ver o que acontece". -
3:33 - 3:36Eu fui à casas dele, bati
e meu amigo atendeu. -
3:36 - 3:40E ele tinha um olhar estranho
e chocado porque eu estava lá! -
3:40 - 3:43Eu me me lembro
de ter pensado: "O que eu fiz? -
3:43 - 3:47Por que não fiquei em casa jogando
videogame como eu sempre fiz?". -
3:47 - 3:51Ele olhou para mim e disse: "Dyl,
parceiro, estou tão feliz que você veio. -
3:51 - 3:55Eu não sabia se você poderia entrar
na minha casa por causa das escadas, -
3:55 - 3:56então não te convidei".
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3:56 - 3:58Eu disse a mim mesmo: "Foi só por isso?
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3:58 - 4:02Essa foi o real motivo
de eu não ter sido convidado?" -
4:02 - 4:04Enfim, entrei na festa,
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4:04 - 4:06botei pra quebrar, foi maravilhoso.
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4:06 - 4:07(Risos)
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4:08 - 4:13No outro dia, eu acordei
e estava muito bravo comigo mesmo. -
4:13 - 4:14Eu estava furioso
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4:14 - 4:18porque deixei minhas inseguranças
e minha vergonha sobre minha deficiência -
4:18 - 4:21ditarem os anos anteriores da minha vida.
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4:21 - 4:23Eu estava realmente bravo
porque eu acreditava -
4:23 - 4:26nesse estigma de que ter uma deficiência
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4:26 - 4:28faz de você estranho ou diferente,
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4:28 - 4:31e essa é a única razão pela qual
as pessoas não querem sair com você. -
4:31 - 4:35Bravo comigo mesmo
por não ter tido coragem -
4:35 - 4:38e confiança para conversar com meus amigos
e ensiná-los sobre a minha deficiência. -
4:38 - 4:41A única razão de eu não
ter sido convidado aquela noite -
4:41 - 4:43não era porque eles não gostavam de mim,
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4:43 - 4:46mas porque eu não disse nada
a eles sobre minha deficiência. -
4:46 - 4:49Não disse que subo escadas,
e tudo estaria bem. -
4:49 - 4:52Fiquei em casa um ano inteiro
pensando que eles não gostavam de mim. -
4:52 - 4:56A única razão de terem feito isso era
porque não sabiam sobre deficiência -
4:56 - 4:59e eu não fiz nada
para ensiná-los sobre isso. -
4:59 - 5:02Depois daquela noite,
as coisas mudaram de fato para mim. -
5:02 - 5:04Eu comecei a ser mais sociável,
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5:04 - 5:05emagreci bastante,
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5:05 - 5:07comecei a sair mais,
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5:07 - 5:09e até comecei a beijar
uma ou duas garotas excêntricas. -
5:09 - 5:11(Risos)
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5:12 - 5:14Depois daquela noite, fiz um pacto.
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5:14 - 5:15Um pacto comigo mesmo,
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5:15 - 5:20para nunca deixar minha deficiência
atrapalhar o que eu queria fazer. -
5:20 - 5:23Um pacto de não ter medo
da minha deficiência, -
5:23 - 5:26mas sim de abraçá-la em tudo que fizesse.
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5:26 - 5:30Por causa disso, tenho sido capaz de viver
uma vida incrivelmente maravilhosa. -
5:30 - 5:32Em 2008, tive a sorte
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5:32 - 5:35de ganhar uma medalha de ouro
nos Jogos Paraolímpicos, -
5:35 - 5:39jogando basquete em cadeira de rodas
pela Austrália, acreditem. -
5:39 - 5:40Isso foi incrível para mim.
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5:40 - 5:43Desde criança, eu sempre quis
ir para os Jogos Paraolímpicos. -
5:43 - 5:45Esse evento, para quem não sabe,
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5:45 - 5:48é o ápice do esporte de elite
para pessoas com deficiência. -
5:48 - 5:50Mas muitas pessoas
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5:50 - 5:53não sabem o verdadeiro significado
da palavra "Paraolímpico". -
5:53 - 5:54Ela tem duas partes, na verdade:
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5:54 - 5:57"olímpico", que representa as Olimpíadas,
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5:57 - 5:58o topo do esporte
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5:58 - 5:59e "para".
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5:59 - 6:05Há um equívoco comum de que "para"
significa paraplégico ou paralisado, -
6:05 - 6:06mas não é o caso.
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6:06 - 6:09"Para", na verdade, representa "paralelo",
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6:09 - 6:13ou seja, os Jogos Paraolímpicos
ocorrem em paralelos às Olimpíadas. -
6:13 - 6:17Mesmas medalhas, mesmos locais,
mesmos atletas de elite, mesmo tempo. -
6:17 - 6:21A única diferença é obviamente que todos
nos Jogos Paraolímpicos têm deficiência. -
6:21 - 6:23Foi maravilhoso em Pequim para mim.
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6:23 - 6:25Eu tinha 17 anos na época,
-
6:25 - 6:29então eu ainda estava fazendo as provas
finais do ensino médio enquanto estava lá. -
6:29 - 6:34Ter 17 anos e estar no topo do pódio
com 12 dos seus melhores amigos, -
6:34 - 6:36caras que tinham perdido
membros do corpo para o câncer, -
6:36 - 6:39outros que sofreram acidentes
em seus locais de trabalho -
6:39 - 6:40e ficaram em cadeiras de rodas.
-
6:40 - 6:43Outros que sofreram acidente de carro
e nunca andarão de novo -
6:43 - 6:45e perderam pessoas amadas no processo.
-
6:45 - 6:49Estar no topo daquele pódio
tão orgulhosos do que fizemos, -
6:49 - 6:52cantando o hino nacional
com lágrimas em nossos olhos, -
6:52 - 6:54foi a melhor coisa que já me aconteceu.
-
6:54 - 6:57Foi realmente incrível
e é algo que vou guardar para sempre. -
6:57 - 6:58Eu também ganhei a reputação
-
6:58 - 7:02do cara que é carregado pela multidão
em sua cadeira de rodas. -
7:02 - 7:03(Risos)
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7:03 - 7:05Tenho tido muita sorte
de viajar pelo mundo -
7:05 - 7:07participando de festivais de música.
-
7:07 - 7:08Todos me conhecem como:
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7:08 - 7:11"É o cara que é carregado pela multidão
na cadeira de rodas!" -
7:11 - 7:15Para ser honesto, a primeira vez
que fiz isso foi por pura necessidade, -
7:15 - 7:17porque eu estava cansado
de ficar sentado na roda-punk -
7:17 - 7:19olhando pros seus traseiros o dia todo.
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7:19 - 7:20(Risos)
-
7:20 - 7:23Vocês não têm ideia do quanto
isso irrita depois de um tempo. -
7:23 - 7:26Mas, depois da primeira vez,
fiquei completamente viciado. -
7:26 - 7:29É uma sensação incrível,
estar no topo da multidão -
7:29 - 7:31no que eu gosto de chamar
de o melhor lugar da casa. -
7:31 - 7:33É realmente incrível.
-
7:33 - 7:36É uma metáfora legal
para pessoas com deficiência, também, -
7:36 - 7:38do que eles de fato podem fazer,
-
7:38 - 7:41ir lá, quebrar paradigmas
e fazer o inesperado. -
7:41 - 7:43E para registrar, só caí uma vez.
-
7:43 - 7:45E não fiquei mais deficiente com a queda,
-
7:45 - 7:46está tudo bem.
-
7:46 - 7:48(Risos)
-
7:49 - 7:50Agora,
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7:50 - 7:53quando eu reflito sobre minha vida,
penso em quando... -
7:53 - 7:55Estou muito feliz
de poder estar aqui agora -
7:55 - 7:59e pensar que tudo isso
quase não aconteceu comigo. -
7:59 - 8:02Eu me recordo do Dylan de 14 anos e penso
-
8:03 - 8:06que tinha todas aquelas inseguranças
do que podia alcançar. -
8:07 - 8:10E deixei aquilo ditar
o que eu fazia todos os dias. -
8:10 - 8:12Eu penso no Dylan de 14 anos
-
8:12 - 8:16que pensou que sua deficiência
era um péssimo fardo -
8:16 - 8:18que era realmente difícil de superar.
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8:18 - 8:20Penso no Dylan de 14 anos,
-
8:20 - 8:23e vejo que tenho muita sorte
por fazer o que tenho feito. -
8:23 - 8:27Fico muito feliz por ter podido desafiar
minha própria percepção sobre deficiência. -
8:27 - 8:29E hoje posso sentar aqui,
na frente de todos vocês, -
8:29 - 8:31e lhes contar com 100% de honestidade:
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8:31 - 8:34se eu tivesse a chance de voltar no tempo
-
8:34 - 8:36ou tomar algum tipo de pílula mágica
e andar novamente, -
8:36 - 8:39não existe dinheiro no mundo
que me levaria a fazer isso. -
8:39 - 8:42Porque eu amo tudo em minha vida,
-
8:42 - 8:43com cadeiras de rodas ou não.
-
8:43 - 8:44Eu não mudaria isso por nada.
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8:44 - 8:50Mas, infelizmente, existem muitas crianças
no mundo todo, e na Austrália -
8:50 - 8:53que estão sofrendo socialmente
por causa das suas deficiências. -
8:54 - 8:58A deficiência continua sendo essa coisa
sobre a qual ninguém quer falar. -
8:58 - 9:00Ainda existe esse estigma negativo
-
9:00 - 9:05de que ter deficiência
é uma coisa estranha, ruim e feia. -
9:05 - 9:08E, para crianças com deficiência
que não têm confiança, -
9:08 - 9:10é muito difícil superar isso
-
9:10 - 9:12sair para o mundo
e fazer o que elas querem fazer. -
9:13 - 9:15E isso restringe tudo
o que querem conquistar. -
9:15 - 9:18Existe uma multidão de problemas no mundo:
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9:18 - 9:22pobreza, refugiados,
casamento gay, igualdade de gênero. -
9:22 - 9:24Todas são coisas muito importantes.
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9:24 - 9:27Mas quando em sua vida
você ouviu algo sobre a deficiência? -
9:27 - 9:29Você alguma vez já ligou a televisão
-
9:29 - 9:32e viu uma matéria importante
sobre alguém com deficiência? -
9:32 - 9:35Você já ligou a TV e viu um apresentador
de cadeira de rodas... -
9:35 - 9:37perdão, um apresentador cadeirante?
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9:37 - 9:40Ou alguém com paralisia cerebral
em nossos parlamentos? -
9:40 - 9:44Ou um ator realmente cego
interpretando um ator cego, -
9:44 - 9:46em vez de um cara
que só está de olhos fechados? -
9:46 - 9:47(Risos)
-
9:47 - 9:49Eu me lembro de quando eu era criança,
-
9:49 - 9:51ainda em conflito aos 14 anos,
-
9:51 - 9:54tudo o que queria era
ter ligado minha televisão -
9:54 - 9:56e visto um cadeirante vencendo.
-
9:56 - 9:58Porque isso teria feito eu perceber que:
-
9:58 - 10:02"Quer saber? Eu posso fazer aquilo também!
Este, um dia, pode ser eu". -
10:02 - 10:04Queria ter tido um modelo positivo na tevê
-
10:04 - 10:07onde pudesse ter visto alguém arrasando,
-
10:07 - 10:09e isso teria injetado confiança em mim
-
10:09 - 10:11para ir lá fora e fazer tudo que quisesse.
-
10:12 - 10:15Eu acho muito importante para nós,
como sociedade, avançarmos; -
10:15 - 10:18mudarmos nossa visão de deficiência
para longe dessa ideia -
10:18 - 10:21de que é uma coisa muito ruim,
infeliz e estranha, -
10:21 - 10:23e não termos medo de falar sobre isso.
-
10:23 - 10:27Precisamos entender que faz parte
ter alguma deficiência, -
10:27 - 10:31e aumentarmos nossas expectativas
do que os deficientes podem fazer. -
10:31 - 10:33Para que possamos avançar,
-
10:33 - 10:35precisamos colocar
a deficiência nos holofotes. -
10:35 - 10:38Ter pessoas com deficiência
na mídia de massa, -
10:38 - 10:41e isso vai aumentar a visibilidade
com uma luz positiva. -
10:41 - 10:44Precisamos fazer da deficiência
um lugar comum. -
10:44 - 10:46Temos de começar a conversar sobre isso,
-
10:46 - 10:49conversa essa que vai longe
para normalizar isso. -
10:49 - 10:50E aí, quem sabe?
-
10:51 - 10:53Talvez um dia, se fizermos isso,
-
10:53 - 10:55estas crianças, como eu costumava ser,
-
10:55 - 10:58não passarão por tempos tão difíceis.
-
10:58 - 11:00Elas nunca mais terão
vergonha de sua deficiência. -
11:01 - 11:04Terão a confiança de fazer o que quiserem.
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11:04 - 11:10Porém, com a esperança de escolherem
um penteado melhor que aquele. -
11:10 - 11:11Obrigado.
-
11:11 - 11:14(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- A verdade sobre crescer com deficiência | Dylan Alcott | TEDxYouth@Sydney
- Description:
-
Dylan Acott nem sempre foi um campeão paraolímpico. Ele cresceu com deficiência física, mas isso pode não ser como você pensa. Nesta palestra divertida e envolvente, Dylan nos conta como é crescer com uma deficiência.
Dylan Alcott é medalhista de ouro das Paraolimpíadas, campeão mundial, campeão do "Grand Slam" e recordista mundial de tênis e basquete em cadeira de rodas. Em 2008, Dylan, aos 17 anos, ganhou ouro nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, sendo o vencedor mais jovem de medalha de ouro no basquete em cadeira de rodas. Em 2013, Dylan mudou para o tênis em cadeira de rodas e, em 2015 ganhou seu primeiro grande título no "Australian Open". Dylan nasceu com um enorme tumor enrolado em sua medula espinhal, deixando-o paraplégico. Ele é um grande defensor das pessoas com deficiências e embaixador das instituições de caridade "Starlight Foundation" e "Variety", que ajudam a mudar a vida de crianças com deficiência no país. Dylan também é um entusiasta da música, conhecido por ser carregado pela multidão em sua cadeira de rodas em festivais de música.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 11:26