A Teoria Geral da "Caminhabilidade" | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic
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0:14 - 0:17Estou aqui para falar
sobre a cidade "caminhável". -
0:17 - 0:18O que é a cidade caminhável?
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0:18 - 0:20Bem, na falta de uma definição melhor,
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0:20 - 0:26é uma cidade na qual o carro
é um instrumento opcional de liberdade, -
0:26 - 0:28em vez de um equipamento indispensável.
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0:28 - 0:31Vou falar por que precisamos
da cidade caminhável, -
0:31 - 0:35e como se faz uma cidade caminhável.
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0:35 - 0:40A maioria das palestras que tenho dado
são sobre por que precisamos dela, -
0:40 - 0:43mas isso vocês já sabem.
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0:44 - 0:47Além disso, dei uma palestra
sobre isso exatamente há um mês, -
0:47 - 0:49e vocês podem assisti-la no TED.com.
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0:49 - 0:52Então hoje quero falar
sobre como fazer a cidade caminhável. -
0:53 - 0:55Depois de pensar muito nisso,
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0:55 - 0:58cheguei ao que eu chamo
de Teoria Geral da Caminhabilidade. -
0:58 - 1:01Uma expressão um pouco pretensiosa,
quase um trava-língua, -
1:01 - 1:04mas é algo em que tenho
pensado há muito tempo -
1:04 - 1:07e gostaria de compartilhar o que descobri.
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1:07 - 1:10Na cidade norte-americana típica...
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1:10 - 1:13a cidade norte-americana típica
não é Washington, -
1:13 - 1:15Nova Iorque ou São Francisco;
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1:15 - 1:18é Grand Rapids, Cedar Rapids ou Memphis.
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1:18 - 1:21Na cidade norte-americana típica,
em que a maioria das pessoas têm carro, -
1:21 - 1:24e a tentação é dirigir o tempo todo,
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1:24 - 1:27se quisermos que as pessoas caminhem,
temos de oferecer uma caminhada -
1:27 - 1:29tão boa ou melhor que uma volta de carro.
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1:29 - 1:30O que isso significa?
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1:30 - 1:33Significa oferecer quatro coisas
ao mesmo tempo: -
1:33 - 1:35um motivo proveitoso para caminhar,
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1:35 - 1:38a caminhada deve ser segura
e transmitir sensação de segurança, -
1:38 - 1:39deve ser confortável
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1:39 - 1:41e deve ser interessante.
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1:41 - 1:44Precisamos dessas
quatro coisas simultaneamente, -
1:44 - 1:47e a estrutura da minha palestra de hoje
vai abordar cada um desses pontos. -
1:47 - 1:51O motivo para caminhar é algo
que aprendi com meus mentores, -
1:51 - 1:53Andrés Duany e Elizabeth Plater-Zyberk,
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1:53 - 1:55os fundadores do movimento Novo Urbanismo.
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1:55 - 1:59E devo dizer que, metade dos slides
e da minha palestra de hoje, -
1:59 - 2:00aprendi com eles.
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2:00 - 2:02É a história do planejamento,
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2:02 - 2:06a história da formação
da profissão de urbanista. -
2:06 - 2:08No século 19, quando
as pessoas se asfixiavam -
2:08 - 2:11com a fuligem dos moinhos satânicos,
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2:11 - 2:15os urbanistas disseram: "Vamos mudar
as casas para longe dos moinhos". -
2:15 - 2:19E a expectativa de vida aumentou
imediatamente, drasticamente, -
2:19 - 2:23e gostamos de dizer que os urbanistas
tentam repetir a experiência desde então. -
2:23 - 2:25Teve início então o chamado
zoneamento euclidiano, -
2:25 - 2:30a divisão da paisagem
em grandes áreas de uso único. -
2:30 - 2:32E quando chego a uma cidade
para fazer um planejamento, -
2:32 - 2:36um plano como este já espera por mim
no local que estou analisando. -
2:36 - 2:40E tudo que um plano como esse garante
é que não teremos uma cidade caminhável, -
2:40 - 2:43pois tudo fica longe de tudo.
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2:43 - 2:47A alternativa, é claro,
é nossa cidade caminhável, -
2:47 - 2:49e eu gostaria de dizer
que isto é um Rothko, -
2:49 - 2:51e isto é um Seurat.
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2:51 - 2:53São formas diferentes de criar lugares.
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2:53 - 2:56E mesmo este mapa de Manhattan
é um pouco enganoso, -
2:56 - 2:59porque o vermelho mostra
usos feitos verticalmente. -
3:00 - 3:03Então essa é a grande questão
dos Novos Urbanistas, -
3:03 - 3:08reconhecer que só duas formas
de construir comunidades -
3:08 - 3:11foram testadas no mundo
e através da história. -
3:11 - 3:13Uma são os bairros tradicionais.
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3:13 - 3:16Aqui vocês veem diversos bairros
de Newburyport, em Massachusetts, -
3:16 - 3:20caracterizados por serem
compactos e diversificados, -
3:20 - 3:24lugares para viver, trabalhar,
comprar, se divertir, estudar, -
3:24 - 3:26tudo a uma caminhada de distância.
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3:26 - 3:28Esta forma é definida por ser caminhável.
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3:28 - 3:32Há muitas ruazinhas, todas elas
confortáveis para caminhar. -
3:32 - 3:34E contrasta com a outra forma,
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3:34 - 3:37uma invenção que surgiu depois
da Segunda Guerra Mundial, -
3:37 - 3:38o alastramento urbano,
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3:38 - 3:43claramente não compacto,
não diversificado e não caminhável, -
3:43 - 3:45porque tão poucas ruas se conectam,
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3:45 - 3:48que aquelas que se conectam
ficam superlotadas, -
3:48 - 3:50e não deixaríamos
nossas crianças andarem nelas. -
3:50 - 3:53Quero agradecer a Alex Maclean,
o fotógrafo aéreo, -
3:53 - 3:56por muitas dessas lindas fotos
que estou apresentando. -
3:56 - 3:58Ele também é arquiteto.
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3:58 - 4:02É divertido separar
as partes desse alastramento. -
4:02 - 4:03É fácil de entender:
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4:03 - 4:06os lugares onde só se mora,
os lugares onde só se trabalha, -
4:07 - 4:09os lugares onde só se compra,
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4:09 - 4:12e nossas instituições públicas enormes.
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4:12 - 4:16As escolas ficam cada vez maiores
e cada vez mais distantes umas das outras. -
4:16 - 4:19E a proporção entre o tamanho
do estacionamento da escola -
4:19 - 4:22e o tamanho da escola diz tudo
o que precisamos saber: -
4:22 - 4:27nenhuma criança já veio nem virá
caminhando para esta escola. -
4:27 - 4:31Os alunos do ensino médio
dão carona aos alunos do fundamental, -
4:31 - 4:33e as estatísticas de acidentes
comprovam isso. -
4:33 - 4:37E o tamanho enorme
de outras instituições cívicas, -
4:37 - 4:38como os parques esportivos...
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4:38 - 4:42É maravilhoso que o Westin,
na área de Fort Lauderdale, -
4:42 - 4:47tenha 8 quadras de futebol,
8 de beisebol e 20 de tênis, -
4:47 - 4:50mas vejam a estrada que leva até lá.
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4:51 - 4:52Deixariam seu filho ir de bicicleta?
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4:52 - 4:55Por isso temos as mães motoristas agora.
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4:55 - 4:57Quando jovem, eu tinha
uma quadra de futebol, -
4:57 - 4:59uma de beisebol e uma de tênis,
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4:59 - 5:01mas eu caminhava até lá,
porque ficavam no meu bairro. -
5:01 - 5:04E a parte final do alastramento,
da qual todos se esquecem: -
5:04 - 5:06se separarmos tudo de tudo
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5:06 - 5:09e reconectarmos tudo só
com infraestrutura automotiva, -
5:09 - 5:12a paisagem começa a ficar assim.
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5:12 - 5:15A principal mensagem aqui é:
se queremos uma cidade caminhável, -
5:15 - 5:17não podemos começar
com o modelo de alastramento, -
5:18 - 5:20precisamos da estrutura
de um modelo urbano. -
5:20 - 5:22Isto é resultado desse tipo de projeto,
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5:22 - 5:24assim como isto.
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5:24 - 5:26E isto é algo que muitos
norte-americanos querem, -
5:27 - 5:29mas temos de entender
que esse sonho tem dois lados. -
5:29 - 5:30Ao sonhar com isto,
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5:30 - 5:32também estamos sonhando com isto.
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5:32 - 5:35E isso seria um pesadelo, eu suponho.
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5:35 - 5:37Geralmente chegando a absurdos extremos,
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5:37 - 5:40quando projetamos a paisagem
para acomodar primeiro os carros. -
5:40 - 5:43E a experiência de estar
nesses lugares... (Risos) -
5:43 - 5:45Esta foto não foi editada.
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5:45 - 5:47Walter Kulash tirou esta foto.
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5:47 - 5:48Isso fica na cidade do Panamá.
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5:48 - 5:50É um lugar real.
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5:51 - 5:53Ser um motorista pode ser
um pouco enlouquecedor, -
5:53 - 5:56e ser um pedestre pode ser
um pouco enlouquecedor -
5:56 - 5:58nesses lugares.
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5:59 - 6:02Esta é uma foto que os epidemiologistas
têm mostrado há algum tempo... -
6:02 - 6:03(Risos)
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6:03 - 6:06O fato de termos uma sociedade
na qual dirigimos até um estacionamento -
6:06 - 6:10e pegamos uma escada rolante até a esteira
mostra que estamos fazendo algo errado. -
6:10 - 6:12Mas sabemos como melhorar isso.
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6:12 - 6:14Estes são os dois modelos em contraste.
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6:14 - 6:18Eu uso esta foto, que tem sido
um documento formativo do Novo Urbanismo, -
6:18 - 6:19por quase 30 anos,
-
6:19 - 6:21para mostrar que o alastramento
-
6:21 - 6:24e o bairro tradicional
têm as mesmas coisas. -
6:24 - 6:26A questão é só o tamanho,
a proximidade entre elas, -
6:26 - 6:30como elas se intercalam,
e se há uma rede de ruas -
6:30 - 6:33em vez de ruas sem saída
e um sistema de vias coletoras. -
6:33 - 6:35Então quando olhamos uma área central,
-
6:35 - 6:37um lugar que se espera
que seja caminhável, -
6:37 - 6:40e é assim na maioria
das cidades norte-americanas, -
6:40 - 6:41grandes e pequenas,
-
6:41 - 6:45olhamos para elas e queremos
o equilíbrio apropriado de usos. -
6:45 - 6:47Então o que está faltando
ou está mal representado? -
6:47 - 6:51E nas típicas cidades norte-americanas,
onde mora a maioria dos norte-americanos, -
6:51 - 6:53há escassez de habitação.
-
6:53 - 6:55Não há equilíbrio
entre empregos e habitação. -
6:55 - 6:57E, quando se traz à tona
a questão da habitação, -
6:57 - 6:59essas outras coisas vêm junto também,
-
6:59 - 7:02e a habitação, normalmente,
vem em primeiro lugar. -
7:02 - 7:06E o que aparece por último,
é claro, são as escolas, -
7:06 - 7:10porque os jovens desbravadores
precisam se instalar, amadurecer, -
7:10 - 7:14ter filhos, batalhar e, então,
finalmente, as escolas ficam boas. -
7:14 - 7:16Outro aspecto disso,
a parte útil da cidade, -
7:16 - 7:18é o transporte,
-
7:18 - 7:21e pode-se ter um bairro
perfeitamente caminhável sem ele. -
7:21 - 7:24Mas cidades perfeitamente caminháveis
precisam de transporte, -
7:24 - 7:29porque se o pedestre não tiver acesso
a toda a cidade, vai pegar o carro; -
7:29 - 7:30e, se pegar o carro,
-
7:30 - 7:33a cidade se remodela
em função das suas necessidades: -
7:33 - 7:35as ruas ficam mais largas,
os estacionamentos ficam maiores, -
7:35 - 7:39e não há mais uma cidade caminhável,
então transporte é essencial. -
7:39 - 7:41Mas todo transporte, todo deslocamento,
-
7:41 - 7:43começa ou termina como uma caminhada,
-
7:43 - 7:47então é preciso pensar a caminhabilidade
ao redor dos terminais de transporte. -
7:47 - 7:50A próxima categoria, e a maior delas,
é a caminhada segura. -
7:50 - 7:53A maioria dos especialistas
em caminhada fala sobre isso. -
7:53 - 7:56Ela é essencial, mas sozinha
não garante que as pessoas caminhem. -
7:56 - 7:59Muitas coisas se somam
para termos a cidade caminhável. -
7:59 - 8:01A primeira é o tamanho das quadras.
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8:01 - 8:03Esta é Portland, no Oregon:
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8:03 - 8:06com famosas quadras de 70 m,
reconhecidamente caminhável. -
8:06 - 8:07Esta é Salt Lake City,
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8:07 - 8:11com famosas quadras de 180 m,
reconhecidamente não caminhável. -
8:11 - 8:13Olhando as duas, são quase
dois planetas diferentes, -
8:13 - 8:15mas as duas foram construídas por humanos;
-
8:15 - 8:20o fato é que, em uma cidade
com quadras de 70 m, -
8:20 - 8:23as ruas podem ter duas pistas,
ou de duas a quatro pistas; -
8:23 - 8:27uma cidade com quadras de 180 m
tem seis pistas, e isso é um problema. -
8:27 - 8:30Estas são estatísticas de acidentes.
-
8:30 - 8:32Ao dobrar o tamanho das quadras,
-
8:32 - 8:34este estudo foi feito
em 24 cidades da Califórnia, -
8:34 - 8:35ao dobrar o tamanho das quadras,
-
8:35 - 8:41o número de acidentes fatais
quase quadruplica nas ruas da cidade. -
8:42 - 8:44Então, quantas pistas temos?
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8:44 - 8:48Vou dizer a vocês o que digo
a todas as plateias, -
8:48 - 8:51vou relembrá-los da demanda induzida.
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8:51 - 8:55A demanda induzida se aplica tanto
a rodovias quanto a ruas da cidade. -
8:55 - 8:59A demanda induzida nos diz
que, quando alargamos as ruas -
8:59 - 9:02para comportar o congestionamento
que estamos antecipando, -
9:02 - 9:06ou as viagens adicionais que estamos
antecipando em sistemas congestionados, -
9:06 - 9:10é principalmente esse congestionamento
que está limitando a demanda; -
9:10 - 9:12então alargam-se as ruas,
-
9:12 - 9:15e todas essas viagens latentes
podem ocorrer. -
9:15 - 9:17As pessoas se mudam
para longe do trabalho, -
9:17 - 9:19mudam os horários de deslocamento,
-
9:19 - 9:21e rapidamente essas pistas
se enchem com o tráfego, -
9:21 - 9:23então são alargadas de novo
e se enchem de novo. -
9:24 - 9:26E já aprendemos que,
em sistemas congestionados, -
9:26 - 9:28não podemos satisfazer o automóvel.
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9:28 - 9:32Isto saiu na revista "Newsweek",
que não é uma publicação esotérica: -
9:32 - 9:33"Os engenheiros de hoje reconhecem
-
9:33 - 9:37que construir novas ruas,
em geral, piora o trânsito". -
9:37 - 9:40Minha reação ao ler isso foi querer
conhecer alguns desses engenheiros, -
9:40 - 9:42pois esses não são os que usualmente...
-
9:42 - 9:44há exceções, como alguns
com quem estou trabalhando, -
9:44 - 9:48pois normalmente
os engenheiros urbanos dizem: -
9:48 - 9:52"Esta via está lotada,
precisamos construir mais uma pista". -
9:52 - 9:54Constroem mais uma pista, o tráfego vem,
-
9:54 - 9:57e eles dizem: "Eu disse
que precisava de mais uma pista". -
9:57 - 10:01Isso se aplica tanto a vias rápidas
quanto a ruas congestionadas. -
10:01 - 10:04Mas o mais interessante, na maioria
das cidades em que trabalhei, -
10:04 - 10:08as cidades mais típicas
têm várias ruas muito maiores -
10:08 - 10:10que seu congestionamento atual.
-
10:10 - 10:12Foi o caso de Oklahoma,
-
10:12 - 10:15quando o prefeito veio
falar comigo muito chateado -
10:15 - 10:17porque ela foi declarada
pela revista "Prevention" -
10:17 - 10:21como a pior cidade
para pedestres em todo o país. -
10:21 - 10:22Isso pode não ser verdade,
-
10:22 - 10:26mas certamente é o suficiente
para um prefeito fazer algo a respeito. -
10:26 - 10:28Fizemos um estudo de caminhabilidade
-
10:28 - 10:30e descobrimos que a quantidade
de carros nas ruas -
10:30 - 10:34era de até 3, 4 e 7 mil carros,
-
10:34 - 10:38e sabemos que duas pistas
dão conta de 10 mil carros por dia. -
10:38 - 10:43Vejam estes números, todos próximos
ou abaixo de 10 mil carros, -
10:43 - 10:45e estas eram as ruas projetadas,
-
10:45 - 10:47no novo plano do centro da cidade,
-
10:47 - 10:50para ter de quatro a seis pistas.
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10:50 - 10:53Então havia uma desconexão
entre o número de pistas -
10:53 - 10:55e o número de carros que iriam usá-las.
-
10:55 - 10:59Então minha tarefa era reprojetar
cada rua no centro da cidade -
10:59 - 11:01de um meio-fio a outro;
-
11:01 - 11:04fizemos isso para 50 quadras,
e estamos reconstruindo-as agora. -
11:04 - 11:08Assim, uma rua que não vai a lugar nenhum,
tipicamente superdimensionada, -
11:08 - 11:10está em obras agora, sendo estreitada,
-
11:10 - 11:11e o projeto está na metade.
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11:11 - 11:17Ao fazer isso numa rua típica como esta,
surge espaço para canteiros. -
11:17 - 11:19Surge espaço para ciclofaixas.
-
11:19 - 11:21Dobramos a quantidade de vagas
de estacionamento na rua. -
11:21 - 11:25Adicionamos uma rede completa
de ciclovias que não havia antes. -
11:25 - 11:28Mas nem todos têm o dinheiro
que Oklahoma tem, -
11:28 - 11:31pois sua economia extrativista
está indo muito bem. -
11:31 - 11:33A cidade típica se parece mais
com Cedar Rapids, -
11:33 - 11:37onde também há um sistema
de quatro pistas de mão única. -
11:37 - 11:40É um pouco difícil de ver,
mas o que fizemos, -
11:40 - 11:44ou o que estamos fazendo,
pois está em obras no momento, -
11:44 - 11:48é transformar o sistema
de quatro pistas de mão única -
11:48 - 11:51em um sistema de duas pistas de mão dupla,
-
11:51 - 11:55e com isso aumentar em 70%
as vagas de estacionamento na rua, -
11:55 - 11:57o que os comerciantes adoram,
e protege a calçada; -
11:57 - 11:59essas vagas tornam a calçada segura.
-
11:59 - 12:03E estamos adicionando uma rede
de ciclovias mais robusta. -
12:04 - 12:07E as pistas propriamente ditas,
qual é a largura delas? -
12:07 - 12:08Isso é realmente importante.
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12:08 - 12:11Os padrões mudaram tanto
que, como diz Andrés Duany, -
12:11 - 12:13a subdivisão de uma típica estrada nos EUA
-
12:13 - 12:15permite que vejamos
a curvatura da Terra. -
12:15 - 12:16(Risos)
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12:16 - 12:19Esta é uma subdivisão da década de 60,
no entorno de Washington. -
12:19 - 12:21Vejam com atenção a largura das ruas.
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12:21 - 12:24Esta é uma subdivisão da década de 1980.
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12:24 - 12:26Décadas de 1960 e de 1980.
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12:26 - 12:30Os padrões mudaram tanto
que, em meu antigo bairro, South Beach, -
12:30 - 12:34quando foi preciso consertar a rua
que não estava drenando adequadamente, -
12:34 - 12:37tiveram que alargá-la
e retirar metade da calçada, -
12:37 - 12:38pois os padrões eram mais largos.
-
12:38 - 12:41As pessoas andam mais rápido
em ruas mais largas. -
12:41 - 12:42As pessoas sabem disso.
-
12:42 - 12:45Os engenheiros negam,
mas os cidadãos sabem disso, -
12:45 - 12:49por isso, em Birmingham, no Michigan,
eles lutam por ruas mais estreitas. -
12:49 - 12:51Portland, no Oregon,
sabidamente caminhável, -
12:51 - 12:55instituiu o programa "Ruas estreitas"
nos bairros residenciais. -
12:55 - 12:57Sabemos que ruas mais estreitas
são mais seguras. -
12:57 - 13:00O construtor Vince Graham,
em seu projeto I'On, -
13:00 - 13:02no qual trabalhamos na Carolina do Sul,
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13:02 - 13:06vai a congressos e mostra
suas agradáveis ruas de 6 metros. -
13:06 - 13:08São ruas de mão dupla muito estreitas,
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13:08 - 13:11e ele cita um conhecido
filósofo, que disse: -
13:11 - 13:13"Larga é a estrada
que leva à destruição... -
13:13 - 13:16estreita é a estrada que leva à vida".
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13:16 - 13:18(Risos)
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13:18 - 13:20(Aplausos)
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13:20 - 13:22Isso funciona muito bem no Sul.
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13:22 - 13:24Agora, bicicletas.
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13:25 - 13:29Bicicletas e ciclistas são
uma revolução em andamento -
13:29 - 13:31em apenas algumas
cidades norte-americanas. -
13:31 - 13:33Mas, se construirmos, eles vêm.
-
13:33 - 13:35Como planejador, odeio dizer isso,
-
13:35 - 13:38mas só posso dizer
que a quantidade de bicicletas -
13:38 - 13:41se dá em função
da infraestrutura para bicicletas. -
13:41 - 13:44Pedi ao meu amigo Tom Brennan,
da Nelson\Nygaard, em Portland, -
13:44 - 13:47fotos do tráfego de bicicletas
em Portland e recebi isto. -
13:47 - 13:49Perguntei: "Era dia de ir
de bicicleta ao trabalho?" -
13:49 - 13:51Ele disse: "Não, era terça-feira".
-
13:51 - 13:53Quando se faz o que Portland fez
-
13:53 - 13:56e se investe dinheiro
em infraestrutura para bicicletas... -
13:56 - 14:00Nova Iorque agora aumentou
várias vezes o número de ciclistas -
14:00 - 14:02ao pintar estas faixas verdes brilhantes.
-
14:02 - 14:07Mesmo cidades dominadas por carros,
como Long Beach, na Califórnia, -
14:07 - 14:11têm enorme aumento no número de ciclistas
baseado na infraestrutura. -
14:11 - 14:12E, claro, o que realmente dá certo,
-
14:12 - 14:15se vocês conhecem a Rua 15
em Washington, DC, -
14:15 - 14:18ou as novas ciclovias
de Rahm Emanuel em Chicago, -
14:18 - 14:22com ciclovias protegidas,
estacionamento junto ao meio-fio, -
14:22 - 14:26as bicicletas entre os carros
estacionados e o meio-fio, -
14:26 - 14:28isso produz ciclistas.
-
14:28 - 14:32Entretanto, se for como em Pasadena,
em que toda pista é para bicicletas, -
14:32 - 14:34então nenhuma pista é para bicicletas.
-
14:34 - 14:37E este foi o único ciclista
que encontrei em Pasadena, então... -
14:37 - 14:38(Risos)
-
14:38 - 14:42O estacionamento paralelo que mencionei
é uma barreira de aço essencial -
14:42 - 14:46que protege o meio-fio e os pedestres
dos veículos em movimento. -
14:46 - 14:47Esta é Fort Lauderdale;
-
14:47 - 14:50de um lado da rua pode-se
estacionar, do outro não. -
14:50 - 14:53Aqui, uma "happy hour"
no lado com estacionamento. -
14:53 - 14:56E aqui uma "sad hour",
ou hora triste, do outro lado. -
14:56 - 14:59E as próprias árvores
reduzem a velocidade dos carros. -
14:59 - 15:02Eles andam mais devagar
quando as árvores estão próximas à rua -
15:02 - 15:04e, claro, às vezes reduzem bruscamente.
-
15:05 - 15:06Cada pequeno detalhe...
-
15:06 - 15:10a área para conversão
é de 30 cm ou de 12 metros? -
15:10 - 15:14A curvatura do meio-fio determina
a velocidade dos carros -
15:14 - 15:16e a distância a atravessar.
-
15:16 - 15:20E eu amo isto, pois é jornalismo objetivo:
-
15:20 - 15:24"Dizem que a entrada para o CityCenter
não é convidativa para pedestres". -
15:24 - 15:27Quando todos os aspectos
do entorno são curvos, -
15:27 - 15:29aerodinâmicos, e de formas fluidas,
-
15:29 - 15:32ele diz: "Este é um lugar para veículos".
-
15:32 - 15:37Nenhum detalhe, nenhuma especialidade
é permitida no cenário. -
15:37 - 15:39Vejam esta rua:
-
15:39 - 15:42sim, ela estará drenada um minuto
depois da tormenta do século, -
15:42 - 15:45mas esta pobre mulher precisa
subir o meio-fio todos os dias. -
15:45 - 15:49Rapidamente: a caminhada confortável
tem a ver com o fato de todos os animais -
15:49 - 15:53buscarem, simultaneamente,
perspectiva e refúgio. -
15:53 - 15:55Queremos poder ver nossos predadores,
-
15:55 - 15:58mas também queremos sentir
nosso flanco protegido. -
15:58 - 16:00Assim, somos atraídos
por lugares com limites, -
16:00 - 16:04e, se não fornecermos limites,
as pessoas não vão querer estar ali. -
16:04 - 16:06Qual é a proporção ideal
entre altura e largura? -
16:06 - 16:08É um para um? Três para um?
-
16:08 - 16:12Se formos além de um para seis,
deixará de ser confortável. -
16:12 - 16:13Não nos sentimos protegidos.
-
16:13 - 16:17Seis para um, em Salzburg,
pode ser perfeitamente agradável. -
16:17 - 16:19O oposto de Salzburg é Houston.
-
16:20 - 16:23O problema aqui é este lugar
ser um estacionamento a céu aberto. -
16:23 - 16:27No entanto, estes espaços vazios
também podem ser um problema -
16:27 - 16:30e, se faltar uma esquina, por causa
de um plano diretor desatualizado, -
16:30 - 16:33é como se faltasse um nariz em seu bairro.
-
16:33 - 16:35É isso que tínhamos no meu bairro.
-
16:35 - 16:38Este era o plano diretor que dizia
que não se podia construir naquele local. -
16:38 - 16:42Como talvez saibam, Washington DC
está mudando seu plano diretor -
16:42 - 16:45para permitir que lugares como este
se tornem lugares como este. -
16:46 - 16:48Foram necessárias muitas
mudanças para isso. -
16:48 - 16:50Casas triangulares podem ser
interessantes de se construir, -
16:50 - 16:53mas se vê uma construída,
as pessoas costumam gostar. -
16:53 - 16:56Então precisamos preencher esses espaços.
-
16:56 - 16:57E, finalmente, a caminhada interessante:
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16:57 - 16:59sinais de humanidade.
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16:59 - 17:01Somos primatas sociais.
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17:01 - 17:03Nada nos interessa mais
do que as outras pessoas. -
17:03 - 17:05Queremos sinais de pessoas.
-
17:05 - 17:08Então a proporção perfeita
de um para um é muito boa. -
17:08 - 17:10Esta é Grand Rapids,
uma cidade muito caminhável, -
17:10 - 17:12mas ninguém caminha nesta rua
-
17:12 - 17:14que conecta seus dois melhores hotéis.
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17:14 - 17:19Se à esquerda temos um edifício-garagem,
-
17:19 - 17:21e, à direita, um prédio para convenções,
-
17:21 - 17:25que aparentemente foi projetado
como um tributo ao edifício-garagem, -
17:25 - 17:27não atraímos muita gente.
-
17:27 - 17:31O prefeito Joe Riley, no seu décimo
mandato em Charleston, Carolina do Sul, -
17:31 - 17:36nos ensinou que precisamos de apenas 7,5 m
construídos para esconder 75 m de garagem. -
17:36 - 17:39Esta fica em South Beach, e chamo
de garagem "cabeça de grama". -
17:39 - 17:40Um andar térreo ativo.
-
17:40 - 17:42Quero terminar mostrando
um projeto que adoro. -
17:42 - 17:45Ele é de Meleca Architects
e fica em Columbus, Ohio. -
17:45 - 17:47À esquerda, os arredores
do centro de convenções, -
17:47 - 17:49cheio de pedestres.
-
17:49 - 17:51À direita, o bairro Short North:
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17:51 - 17:54étnico, ótimos restaurantes
e lojas, tentando sobreviver. -
17:54 - 17:56Ele não ia muito bem,
pois este era o viaduto, -
17:56 - 17:59e ninguém caminhava
do centro de convenções -
17:59 - 18:01para o bairro.
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18:01 - 18:05Bem, quando reconstruíram a rodovia,
adicionaram 24 m ao viaduto. -
18:05 - 18:07Desculpem. Reconstruíram
o viaduto sobre a rodovia. -
18:07 - 18:10A cidade pagou US$ 1,9 milhão,
-
18:10 - 18:13entregou o local
a uma construtora, que fez isto, -
18:13 - 18:16e agora Short North retornou à vida.
-
18:16 - 18:18E todos dizem, os jornais,
não as revistas de planejamento, -
18:18 - 18:21os jornais dizem
que é por causa daquele viaduto. -
18:21 - 18:23Então essa é a teoria
geral da caminhabilidade. -
18:23 - 18:26Pensem em suas próprias cidades.
-
18:26 - 18:28Pensem sobre como podem aplicar isso.
-
18:28 - 18:31Vão precisar dessas quatro
coisas de uma vez só. -
18:31 - 18:35Então encontrem locais que tenham
a maioria delas e consertem o que puderem, -
18:35 - 18:37consertem o que ainda precisa
de conserto nesses lugares. -
18:37 - 18:39Eu realmente aprecio sua atenção
-
18:39 - 18:41e agradeço por estarem aqui hoje.
-
18:41 - 18:44(Aplausos)
- Title:
- A Teoria Geral da "Caminhabilidade" | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic
- Description:
-
Jeff Speck é um planejador e designer urbano que, através de textos, serviço público e obras, defende internacionalmente o crescimento inteligente e o projeto sustentável das cidades. O CSMonitor chamou seu livro mais recente, "Cidade Caminhável: Como o Centro das Cidades Pode Salver os Estados Unidos, Um Passo de Cada Vez", de "atual e importante, um trabalho delicioso, revelador e irreverente".
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:47
Claudia Sander approved Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Claudia Sander edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The general theory of walkability | Jeff Speck | TEDxMidAtlantic |