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Como tornar mais divertida a nossa escrita — Cheri Steinkellner

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    Já repararam quantas piadas
    começam com "Já repararam?"
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    E o que se passa com
    "o que se passa?"
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    Encontramos muitas coisas engraçadas
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    quando reparamos
    nas coisas vulgares do dia-a-dia
  • 0:18 - 0:21
    em que normalmente
    não reparamos no dia-a-dia.
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    Portanto, se quiserem juntar
    um pouco de humor
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    a uma história, ou discurso,
    ou ao guião que estão a escrever,
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    ficam aqui umas pistas e uns truques
    para descobrirem a piada.
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    Todas as boas histórias,
    incluindo a escrita de comédias,
  • 0:33 - 0:36
    consistem numa meia dúzia
    de ingredientes básicos.
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    Quem? O quê?
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    Quando? Onde?
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    Porquê? Como?
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    Os escritores vêm fazendo estas perguntas
    pelo menos desde o século I a.C.,
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    mas não podemos responder
    com um simples "sim" ou "não".
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    Exigem pormenores
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    e quanto mais específicos eles forem,
    mais divertida é a história.
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    Comecemos por "quem",
    a personagem da comédia.
  • 0:58 - 1:02
    Pensem nos livros, nos programas da TV,
    e nos filmes que nos fazem rir.
  • 1:02 - 1:05
    Normalmente, estão cheios
    de tipos engraçados, ou arquétipos.
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    O sabichão, o perdedor adorável,
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    o patrão terrível, o neurótico,
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    o parolo.
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    A propósito, estas personagens
    encontram-se todas na Commedia Dell'Arte
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    ou seja, a comédia de artistas
    do final da Renascença, na Itália
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    mas ainda não envelheceram.
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    A regra da Commedia para criar
    personagens cómicas é encontrar um defeito
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    e depois caricaturá-lo.
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    Ou podem tentar jogar com opostos.
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    Quando o tipo mais esperto da sala
    faz a coisa mais estúpida,
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    ou o obtuso ultrapassa o inteligente,
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    temos tendência a rir
    porque não estamos à espera disso.
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    Consta que Aristóteles, o engraçado
    grego da Antiguidade, disse:
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    "O segredo para o humor é a surpresa".
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    Esta surpresa, ou teoria
    da incongruência do humor,
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    diz que nós nos rimos de coisas
    que parecem estar deslocadas
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    ou ocorrem contra as nossas expetativas,
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    como um sapo a namorar uma porca,
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    ou um lagarto a vender seguros,
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    um bebé numa discoteca,
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    uma freira numa discoteca,
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    um gato numa discoteca.
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    Ou seja, um bebé, uma freira ou um gato,
    a fazer uma coisa qualquer,
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    em especial que envolva uma discoteca.
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    Uma forma engraçada de achar incongruências
    é estabelecer associações.
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    Desenhá-las num mapa mental.
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    Comecem com uma coisa pequena.
    Escolham uma palavra.
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    Eu escolho "pickles".
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    Anotem-na, e o mais depressa
    possível, façam associações.
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    Em que é que "pickles" me faz pensar?
    Quem come "pickles"?
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    Que lembranças felizes de infância
    tenho dos "pickles"?
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    Outra ótima forma de
    gerar material cómico
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    é mudar da observação para a imaginação.
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    Tentem passar de "o que é"
    para "e se?"
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    Por exemplo, e se, em vez de um cavalo,
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    tivéssemos apenas dois cocos?
  • 2:51 - 2:54
    Ok, pensemos noutros momentos
    memoráveis da história,
  • 2:54 - 2:57
    da literatura ou de um filme.
  • 2:57 - 2:58
    E se tivessem usado cocos?
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    Sejam ousados, deixem-se ir.
  • 3:00 - 3:03
    Mesmo que uma ideia pareça exagerada,
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    demasiado óbvia, ou até muito idiota,
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    tentem anotá-la, na mesma.
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    O que é óbvio para nós,
    pode não ser para outra pessoa.
  • 3:11 - 3:15
    O oposto da ideia mais idiota
    pode revelar-se a mais inteligente.
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    E todo esse material idiota
    que acontece na vida real?
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    Já repararam como a comédia
    se desenrola em torno de coisas
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    que nos irritam, frustram,
    e nos humilham?
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    Will Rodgers disse: "Tudo é cómico,
    desde que aconteça aos outros".
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    Por isso, se tiverem
    uma manhã desgraçada,
  • 3:33 - 3:37
    imaginem que ela acontece
    a alguém sobre quem estão a escrever.
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    À tarde, talvez tenham, pelo menos,
    arranjado uma história divertida.
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    Depois de terem
    as vossas personagens e história,
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    aqui ficam uns truques de comédia,
    rápidos e fáceis para as fazerem avançar.
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    A regra de três,
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    ou zig, zig, zag.
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    Tentem estabelecer
    um padrão esperado, zig, zig,
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    e depois invertam-no, zag.
  • 3:56 - 3:59
    Um rabi,um padre e um coco
    entram num bar.
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    A regra do ponto alto diz
    para pôr o ponto alto no fim da linha.
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    Um rabi, um padre e um coco
    entram numa discoteca.
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    Isso traz a lume a regra do Q.
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    Seja porque for, as palavras
    com o som de Q chamam-nos a atenção
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    e são consideradas cómicas.
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    Coco, discoteca
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    "pickles",
  • 4:19 - 4:21
    críquete?
  • 4:21 - 4:24
    Ok, nem sempre conseguimos fazer rir.
  • 4:24 - 4:26
    O humor é subjetivo.
  • 4:26 - 4:27
    A comédia é tentativa e erro.
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    Escrever é reescrever.
  • 4:29 - 4:30
    Continuem a tentar.
  • 4:30 - 4:33
    Encontrem os defeitos,
    descubram os pormenores,
  • 4:33 - 4:36
    introduzam incongruências,
    incorporem palavras com som de Q
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    e lembrem-se que a regra
    mais importante da escrita cómica
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    é divertirmo-nos.
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    Como disse Charles Dickens:
  • 4:43 - 4:46
    "Não há nada no mundo
    tão contagioso irresistivelmente
  • 4:46 - 4:48
    "como o riso e o bom humor".
  • 4:48 - 4:50
    E a discoteca.
Title:
Como tornar mais divertida a nossa escrita — Cheri Steinkellner
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/how-to-make-your-writing-funnier-cheri-steinkellner

Já repararam quantas piadas começam com "Já repararam?" E o que se passa com "o que se passa?" Encontramos muitas coisas engraçadas quando reparamos nas coisas vulgares do dia-a-dia em que normalmente não reparamos no dia-a-dia. Cheri Steinkellner, escritor de comédia, que ganhou um Emmy, apresenta algumas pistas e truques para encontrar a piada na nossa escrita.

Lição de Cheri Steinkellner, animação de Anton Bogaty.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:07

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