Panteras negras: mentiras inofensivas | Curtis Austin | TEDxOhioStateUniversity
-
0:12 - 0:13Boa tarde.
-
0:15 - 0:19Ao longo da minha vida tenho
sido conhecido por muitos papéis: -
0:19 - 0:25como filho, irmão, marido, educador.
-
0:26 - 0:30Mas, em 2008, eu me tornei
conhecido como um criminoso. -
0:30 - 0:32E fiquei conhecido como um criminoso
-
0:32 - 0:35através de um conjunto
muito peculiar de circunstâncias. -
0:35 - 0:38Na época, eu lecionava
em uma universidade no Mississipi, -
0:38 - 0:41ensinando história
do movimento dos direitos civis, -
0:41 - 0:43e eu precisava de um carro.
-
0:43 - 0:45Então, eu fiz o que a maioria
das pessoas faria. -
0:45 - 0:47Fui na internet e encontrei um carro.
-
0:47 - 0:50Encontrei um carro em Des Moines, Iowa.
-
0:50 - 0:53Eu voaria até Des Moines
e dirigiria o carro de volta. -
0:54 - 0:58Algumas semanas antes, tinha havido
uma sessão de autógrafos do meu livro. -
0:58 - 1:01Na verdade os livros se esgotaram
nessa sessão de autógrafos, -
1:01 - 1:03mas as pessoas queriam os livros,
-
1:03 - 1:06então me pagaram em dinheiro,
em cheques e falaram: -
1:06 - 1:09"Na próxima vez que você passar
pela cidade, traga os livros". -
1:09 - 1:11Eu respondi: "Ok, eu trarei".
-
1:11 - 1:14Eu sabia que quando eu
voltasse de carro de Iowa, -
1:14 - 1:16eu teria que passar por essa cidade,
-
1:16 - 1:19assim, eu levei os livros comigo.
-
1:19 - 1:23Eu fiz minhas malas, fui para o aeroporto,
-
1:23 - 1:26fiz o check-in, me dirigi até a segurança.
-
1:26 - 1:30E então eu ouvi meu nome no interfone:
-
1:30 - 1:33"Curtis Austin, volte
ao balcão de check-in". -
1:33 - 1:35Então eu voltei.
-
1:35 - 1:41Voltei para o balcão do check-in,
e lá estava um grupo de policiais -
1:41 - 1:45e agentes da segurança do aeroporto,
em volta da minha mala. -
1:45 - 1:48E eles seguravam e olhavam os livros.
-
1:48 - 1:50O livro tinha esta foto na capa.
-
1:50 - 1:52É um livro sobre o Partido
dos Panteras Negras. -
1:52 - 1:54E eles estavam atordoados.
-
1:54 - 1:55Eles estavam surpresos, sabe?
-
1:55 - 1:59Eles tinham esse homem negro,
com passagem só de ida, -
1:59 - 2:04sem roupas, nada para higiene
pessoal e todos aqueles livros. -
2:04 - 2:07Então eles falaram:
"Vamos ter que chamar o FBI". -
2:07 - 2:10Eu disse: "Uau! O FBI? Por quê?"
-
2:10 - 2:12Ele diz: "Isso é o que fazemos
neste tipo de situação". -
2:12 - 2:14E foi o que fizeram, chamaram o FBI.
-
2:14 - 2:17E o FBI foi até o aeroporto.
-
2:18 - 2:22A segurança do aeroporto me levou
até uma sala no andar de cima, -
2:22 - 2:26o agente do FBI entrou na sala
e começou a me interrogar, -
2:26 - 2:29mas ele estava com o livro.
-
2:29 - 2:31Ele folheava o livro
e então me fazia perguntas, -
2:31 - 2:33olhava o livro e me fazia mais perguntas,
-
2:33 - 2:36e esse interrogatório seguiu por horas.
-
2:36 - 2:42Finalmente eu tive coragem
e perguntei: "Eu estou preso?" -
2:42 - 2:45Ele respondeu: "Não, estamos
apenas fazendo perguntas". -
2:45 - 2:47Eu falei: "Isso significa
que posso ir embora?" -
2:47 - 2:49Ele disse: "Sim, você pode ir embora".
-
2:49 - 2:52Foi o que eu fiz, fui embora,
peguei outro voo, fui para Des Moines, -
2:52 - 2:55comprei o carro,
dirigi de volta, deixei os livros -
2:55 - 2:57e voltei ao trabalho.
-
2:57 - 2:58Não pensei mais muito sobre isso.
-
2:58 - 3:01Bem, eu achei isso bizarro,
mas cresci como um negro no Mississipi, -
3:01 - 3:03você se acostuma com o bizarro.
-
3:03 - 3:05(Risos)
-
3:05 - 3:08E não pensei mais sobre isso, até
que um dia, conversando com minha chefe, -
3:08 - 3:11ela diz: "Curtis, nós temos um problema".
-
3:11 - 3:13Eu digo: "OK, que tipo
de problema nós temos?" -
3:13 - 3:17Ela diz: "Fiquei sabendo
que você é um criminoso, -
3:17 - 3:20não permitimos que criminosos
lecionem na universidade". -
3:20 - 3:23Criminoso? Espere um pouco.
-
3:23 - 3:26Esse é o clássico momento
"que M é esta?", não é? -
3:26 - 3:27(Risos)
-
3:27 - 3:31Não sei o que está acontecendo,
nem ela, mas ela diz: -
3:31 - 3:32"Acho que você deve ligar para o FBI".
-
3:32 - 3:36Foi o que eu fiz. Liguei para o FBI, disse
meu nome, expliquei porque estava ligando, -
3:36 - 3:40eles olharam no sistema e a mulher
com quem estava falando diz: -
3:40 - 3:42"Sim, aqui fala que você é um criminoso".
-
3:42 - 3:46Eu perguntei: "O que eu fiz?"
Ela disse: "Eu não sei". -
3:46 - 3:50Eu disse: "Quando foi que eu fiz?"
Ela disse: "Eu não sei". -
3:50 - 3:53Eu disse: "Onde foi que eu fiz?"
Ela disse: "Eu não sei. -
3:53 - 3:55De fato, não tenho
mais nenhuma informação. -
3:55 - 3:57Talvez, se você ligar
para a procuradoria geral, -
3:57 - 3:59eles possam lhe dar mais informações".
-
3:59 - 4:02Ela me deu o telefone
da procuradoria geral. -
4:02 - 4:03Eu liguei para eles.
-
4:03 - 4:06Eles procuraram no sistema,
e a pessoa com quem eu falava disse: -
4:06 - 4:08"Aqui diz que você é um criminoso".
-
4:08 - 4:12Eu fiz as mesmas perguntas,
e recebi as mesmas respostas: -
4:12 - 4:13"Eu não sei".
-
4:13 - 4:16Eu demorei literalmente mais de dois anos
-
4:16 - 4:20para remover esse crime da minha ficha.
-
4:20 - 4:24Eu acabei entendendo que esse crime
constava na minha ficha -
4:24 - 4:28porque eu havia escrito um livro
sobre o Partido dos Panteras Negras. -
4:28 - 4:31Alguns de vocês devem conhecer
o Partido dos Panteras Negras. -
4:31 - 4:33Para os que não conhecem,
eles foram uma organização -
4:33 - 4:36fundada em 1966 em Oakland, na Califórnia,
-
4:36 - 4:41para prevenir a brutalidade policial
e o assassinato de pessoas negras. -
4:41 - 4:44Mas também envolvia várias outras questões
-
4:44 - 4:49que afetavam a comunidade negra,
como saúde e habitação, -
4:49 - 4:52falta de emprego, igualdade nos tribunais.
-
4:52 - 4:55Eles queriam que os negros
fossem julgados por seus pares -
4:55 - 4:58pois até aquele momento o júri
era composto apenas por brancos. -
4:58 - 5:01Enquanto eles se organizavam
em torno desses temas, -
5:01 - 5:04a imprensa difamava-os e demonizava-os,
-
5:04 - 5:06contando mentiras sobre eles.
-
5:06 - 5:08De fato, uma das mentiras
era que tratava-se -
5:08 - 5:12de um grupo de homens negros
que queriam matar pessoas brancas. -
5:12 - 5:14Era disso que se tratava.
-
5:14 - 5:17Nada podia ser mais distante da verdade.
-
5:17 - 5:19O fato é que no Partido
dos Panteras Negras -
5:19 - 5:22a maioria das pessoas não era homens,
-
5:22 - 5:23era mulheres.
-
5:23 - 5:26E alguns anos após o início do partido,
-
5:26 - 5:30a maioria dos líderes do Partido
dos Panteras Negras era mulheres. -
5:30 - 5:33Ou seja, não era verdade
que havia esse grupo de homens negros -
5:33 - 5:35saindo por aí e matando pessoas brancas.
-
5:35 - 5:38Outra mentira que tem sido contada
sobre essa organização -
5:38 - 5:41é que ela era racista e antibrancos,
-
5:41 - 5:45e que eles simplesmente não
gostavam de pessoas brancas. -
5:45 - 5:48Bom, também não é verdade,
e provarei isso para vocês. -
5:48 - 5:50Os Panteras descobriam
quais eram os problemas -
5:50 - 5:52na sua comunidade e tentavam resolvê-los.
-
5:52 - 5:56Por exemplo, eles viram que as crianças
não estavam aprendendo nas escolas, -
5:56 - 5:59e não estavam aprendendo
porque estavam com fome. -
5:59 - 6:01Então, eles decidiram
alimentar as crianças. -
6:01 - 6:03Eles iam alimentá-las antes da escola,
-
6:03 - 6:05então criaram programas
de café da manhã grátis. -
6:05 - 6:08O modo como eles criaram esses programas
-
6:08 - 6:11foi ir até os mercados
das suas comunidades, -
6:11 - 6:15pedir aos donos dos mercados
doações de leite e pão, -
6:15 - 6:19ovos, carne, cereal, todas as coisas
que se come no café da manhã, -
6:19 - 6:23os donos das lojas diziam sim
e doavam esses itens. -
6:23 - 6:26Por todo país, em cada cidade
onde havia uma sede -
6:26 - 6:29do Partido dos Panteras Negras,
e havia em torno de 40, -
6:29 - 6:31havia um programa de café da manhã grátis.
-
6:31 - 6:35É improvável que esses
empresários brancos doassem -
6:35 - 6:38ao Partido dos Panteras Negras
se eles fossem de fato racistas. -
6:38 - 6:42Outra coisa que eles fizeram
na comunidade para ajudar as pessoas -
6:42 - 6:45foi a criação de clínicas de saúde grátis.
-
6:45 - 6:48De novo, eles foram a campo e descobriram
que havia muitos problemas de saúde -
6:48 - 6:50que precisavam ser atendidos.
-
6:50 - 6:55As pessoas negras eram pobres, não tinham
condições de pagar médicos e hospitais. -
6:55 - 6:58Então os Panteras foram
a hospitais e escolas de medicina -
6:58 - 7:01e perguntaram aos médicos
e estudantes de medicina -
7:01 - 7:03se eles poderiam vir na comunidade negra
-
7:03 - 7:05cuidar de algumas dessas questões médicas.
-
7:05 - 7:08A esmagadora maioria disse que sim.
-
7:08 - 7:12De novo, por todo o país, onde havia
sede do Partido dos Panteras Negras, -
7:12 - 7:14havia essas clínicas de saúde grátis;
-
7:14 - 7:16apesar de serem geridas
pelo Partido dos Pantera Negras, -
7:16 - 7:18elas eram formadas por pessoas brancas,
-
7:18 - 7:21então não sei como eles
podiam ser racistas, -
7:21 - 7:24se seus programas eram, de fato, apoiados
-
7:24 - 7:28por pessoas brancas
ricas e de classe média. -
7:29 - 7:34Uma pessoa que era muito, muito boa
em trazer indivíduos, brancos e outros, -
7:34 - 7:36para a esfera do Partido
dos Panteras Negras -
7:36 - 7:40era um cara chamado Fred Hampton.
-
7:40 - 7:43Fred Hampton era o líder
da sede de Chicago -
7:43 - 7:44do Partido dos Panteras Negras.
-
7:44 - 7:48Ele era um orador eloquente
e muito persuasivo. -
7:48 - 7:53Fred Hampton convencia as pessoas
de que havia de fato injustiça. -
7:53 - 7:55Mais importante do que isso,
ele convencia as pessoas -
7:55 - 7:59de que elas deviam fazer algo
para combater a injustiça. -
7:59 - 8:02Assim, além de ir
para os hospitais e mercados, -
8:02 - 8:05e conseguir as coisas
necessárias para os programas, -
8:05 - 8:09Fred Hampton também trabalhou
com outros grupos e organizações -
8:09 - 8:14latinos, asiáticos, índios americanos,
até mesmo muitos brancos pobres -
8:14 - 8:18que se mudaram do Sul ou foram
para Chicago vindos de Appalachia. -
8:18 - 8:20Eles trabalhavam com essas organizações
-
8:20 - 8:24e implantavam os mesmos tipos
de programas nas suas comunidades. -
8:24 - 8:26Eles obtiveram muito sucesso com isso,
-
8:26 - 8:29porém o governo não gostou
do que eles estavam fazendo, -
8:29 - 8:32assim, além de difamá-los
e desacreditá-los junto à imprensa, -
8:32 - 8:35eles começaram a prender seus membros
-
8:35 - 8:39e, em casos muitos extremos,
a matar seus membros. -
8:39 - 8:43E isso foi exatamente
o que aconteceu com Fred Hampton. -
8:43 - 8:46Em 4 de dezembro de 1969,
-
8:46 - 8:50o departamento de polícia de Chicago,
a procuradoria do estado de Illinois, -
8:50 - 8:54irromperam no apartamento
de Fred Hampton as 4h30min da manhã -
8:54 - 8:57enquanto ele e todos os demais
estavam dormindo, -
8:57 - 8:59e começaram a atirar rajadas
de balas dentro local. -
8:59 - 9:00Várias pessoas se feriram.
-
9:00 - 9:03Havia uma pessoa guardando
a porta, chamado Mark Clark. -
9:03 - 9:06Eles atiraram bem no seu coração
e ele morreu imediatamente. -
9:06 - 9:10Eles entraram na casa
e foram ao quarto de Fred Hampton -
9:10 - 9:14encontraram-no lá, dormindo,
pois tinha sido drogado, -
9:14 - 9:19mas ele dormia ao lado de sua namorada,
grávida de oito meses e meio, -
9:19 - 9:22e eles pegaram Fred Hampton pelos cabelos
e atiraram nele atrás da cabeça -
9:22 - 9:27à queima-roupa, duas vezes,
matando-o instantaneamente. -
9:28 - 9:30Esse foi o fim de Fred Hampton.
-
9:31 - 9:36Então, nós temos que nos perguntar,
o que há nessa organização -
9:36 - 9:42que provoca uma resposta
tão irracional, exagerada, extrema, -
9:42 - 9:45que, 40 anos após
o término da organização, -
9:45 - 9:47um humilde professor, como eu,
-
9:47 - 9:52pode ser parado em um aeroporto,
detido por horas, interrogado, -
9:52 - 9:54e rotulado de criminoso,
-
9:54 - 9:57simplesmente por ter escrito
um livro sobre a organização? -
9:57 - 10:00Por que Fred Hampton teve que pagar
com sua vida, somente por organizar -
10:00 - 10:02em volta de assuntos, que todos...
-
10:02 - 10:05não há nada de errado em alimentar
crianças e cuidar de pessoas doentes. -
10:05 - 10:09Não há nada de errado em não querer
ser assassinado pela polícia. -
10:09 - 10:11Então, temos que nos perguntar,
o que há com essa organização? -
10:11 - 10:13E eu vou lhes dizer.
-
10:13 - 10:17A questão com essa organização
é que ela era, de fato, antirracista, -
10:17 - 10:21e ela fez questão de trabalhar
com todas as pessoas, -
10:21 - 10:26brancos de classe média e alta,
brancos de classe baixa, asiáticos, -
10:26 - 10:28latinos, indígenas americanos.
-
10:28 - 10:30Qualquer um que quisesse ajudar
a resolver esses problemas, -
10:30 - 10:33essa organização se dispunha
a trabalhar com eles, -
10:33 - 10:35e esse era o problema.
-
10:35 - 10:37Se essa organização interracial
não fosse efetiva, -
10:37 - 10:40as pessoas não teriam sido
tão contrárias a ela. -
10:40 - 10:45Assim, não foi só Fred Hamptom
quem teve que pagar. -
10:45 - 10:48Não fui só eu quem teve que pagar
sendo rotulado de criminoso. -
10:48 - 10:51Vocês provavelmente viram
isto há algumas semanas. -
10:51 - 10:55Beyoncé cantou no intervalo do Super Bowl,
-
10:55 - 10:58e tanto ela como as demais
mulheres dançando com ela, -
10:58 - 11:02estavam vestidas com roupas
de couro preto e boinas pretas, -
11:02 - 11:05e estavam vestidas assim para homenagear
o Partido dos Panteras Negras. -
11:05 - 11:10O ano de 2016 marca os 50 anos da fundação
do Partido dos Panteras Negras, -
11:10 - 11:14e elas estavam tentando homenagear
essa organização de trabalho comunitário. -
11:14 - 11:18Porém, tiveram como resposta
toneladas de cartas de ódio. -
11:18 - 11:22Pessoas por todo o país estão dizendo
que elas são racistas e antibrancos, -
11:22 - 11:24que elas odeiam policiais.
-
11:24 - 11:28Policiais disseram que não querem fazer
-
11:28 - 11:31a segurança nos seus shows.
-
11:31 - 11:34Prefeitos disseram que eles
não a querem em suas cidades. -
11:34 - 11:37Beyoncé é racista. Beyoncé.
-
11:40 - 11:43Raivosa, talvez? Mas não racista.
-
11:43 - 11:45(Risos)
-
11:45 - 11:47Então, nós sempre temos que nos perguntar
-
11:47 - 11:50porque nos contam tais histórias
sobre o Partido dos Panteras Negras, -
11:50 - 11:53e quem se beneficia
por aprendermos essas mentiras. -
11:53 - 11:56Eu quero lhe incentivar a fazer
sua própria pesquisa sobre o partido, -
11:56 - 11:58mas seja cuidadoso ao fazer sua pesquisa
-
11:58 - 12:02porque eu venho estudando
esse assunto por 25 anos agora, -
12:02 - 12:07e eu descobri que 73%
de todos os jornais e artigos -
12:07 - 12:10escritos sobre o Partido
dos Panteras Negras, -
12:10 - 12:15foram escritos pelo FBI,
ou por pessoas recrutadas pelo FBI. -
12:16 - 12:18Então, existe toda essa
difamação e desinformação. -
12:18 - 12:21Falamos sobre Fred Hampton
um segundo atrás, -
12:21 - 12:25e eu quero lhe dizer que as famílias
de Fred Hampton e Mark Clark -
12:25 - 12:28processaram a cidade de Chicago
e a Procuradoria Geral, -
12:28 - 12:30e um júri os julgou culpados,
-
12:30 - 12:33e eles pagaram quase
US$ 2 milhões às famílias. -
12:34 - 12:37Mas isso não traz Fred de volta
nem acaba com a difamação. -
12:37 - 12:41Nós temos que descobrir a verdade
sobre essa organização por nós mesmos, -
12:41 - 12:42e eu os desafio a fazer isso.
-
12:42 - 12:46E eu também desafio vocês
a questionarem seu próprios preconceitos -
12:46 - 12:49sobre o que sabem da história americana.
-
12:49 - 12:54E finalmente, quero desafiá-los a irem
além das barreiras raciais e éticas, -
12:54 - 12:58e fazerem e sua parte na solução
de problemas que afligem seu país hoje, -
12:58 - 13:02porque os negros não conseguem
resolver esses problemas sozinhos. -
13:02 - 13:04Brancos não conseguem
resolvê-los sozinhos. -
13:04 - 13:06Latinos não conseguem
resolvê-los sozinhos. -
13:06 - 13:09A menos que todos se unam como um povo
-
13:09 - 13:13e resolvam esses problemas,
eles jamais serão solucionados. -
13:13 - 13:17Então eu digo a vocês: poder ao povo.
-
13:17 - 13:19(Aplausos)
- Title:
- Panteras negras: mentiras inofensivas | Curtis Austin | TEDxOhioStateUniversity
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
O que fez o Partido dos Panteras Negras ter sucesso e ao mesmo tempo ser politicamente perigoso? Nesta palestra bem pessoal, o ativista e historiador, Dr. Curtis Austin, conta sua história sobre como foi rotulado de "criminoso" em função da sua pesquisa sobre o Partido dos Panteras Negras. Dr. Austin conta em detalhes os maiores feitos do Partido dos Panteras Negras e a ação principal por trás deles. Usando sua experiência pessoal, anos de estudo e alguns fatos chocantes, Dr. Austin contextualiza a recente indignação das pessoas ao redor dos Estados Unidos contra o legado do Partido dos Panteras Negras e do Movimento Black Power.
Dr. Curtis Austin é professor associado do departamento de estudos africanos e afro-americanos da Universidade do Estado de Ohio. Ele recebeu seu diploma de graduação e de mestrado em História dos Estados Unidos pela Universidade do Sul do Mississippi e seu doutorado em História Americana pela Universidade do Estado de Mississippi. Além de ser diretor do curso universitário de estudos africanos e afro-americanos, Austin leciona cursos sobre Direitos Civis e Movimentos Black Power, a luta pela liberdade dos negros e a história das relações raciais americanas. Atualmente ele está escrevendo um livro sobre o Movimento Black Power e realizando pesquisas para um livro que examina a história do radicalismo nos movimentos de liberação dos negros. Dr. Austin recebeu vários prêmios de reconhecimento pelo seu trabalho, incluindo o prêmio C. Peter Magrath de envolvimento na comunidade universitária e o prêmio da Fundação W.K. Kellogg. Em 2007, seu livro "Up Against the Wall: Violence in the Making and Unmaking of the Black Panther Party" (Contra a parede: Violência fazendo e desfazendo o Partido dos Panteras Negras), venceu o prêmio "Choice Library Journal’s Outstanding Academic Book Award".
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 13:27