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Criar espaços de admiração e restauração | Florence Williams | TEDxNavesink

  • 0:10 - 0:14
    Recentemente me mudei de um lugar
    com um quintal parecido com isso,
  • 0:16 - 0:18
    pra um que se parece assim.
  • 0:19 - 0:21
    Há muitas coisas ótimas sobre as cidades,
  • 0:21 - 0:24
    mas acesso à natureza
    nem sempre é uma delas.
  • 0:25 - 0:28
    Muitos dias o que eu tinha
    de mais próximo à natureza
  • 0:28 - 0:30
    era assistir a vídeos caseiros
    de gatinhos no YouTube.
  • 0:30 - 0:31
    (Risos)
  • 0:31 - 0:33
    Certamente você se identifica.
  • 0:34 - 0:39
    Às vezes você não percebe quão importante
    algo é para você até que o perca.
  • 0:39 - 0:41
    Eu não era como Woody Allen,
    que disse uma vez:
  • 0:41 - 0:44
    "Eu amo a natureza, só não quero
    nada dela em mim".
  • 0:44 - 0:46
    (Risos)
  • 0:47 - 0:49
    Eu queria ela em mim, e sentia falta dela.
  • 0:50 - 0:53
    Quando me mudei
    pelo trabalho do meu marido,
  • 0:53 - 0:55
    de Boulder, Colorado, pra Washington D.C.,
  • 0:56 - 0:58
    não fiquei muito feliz.
  • 0:58 - 1:04
    Mas fiquei surpresa com o quão rápido
    o meu senso de bem-estar despencou.
  • 1:04 - 1:09
    Fiquei deprimida, ansiosa, irritada.
  • 1:10 - 1:13
    Sentia meu cérebro lento e monótono.
  • 1:13 - 1:19
    Tive que me acostumar com novos sons,
    como barulho de avião o tempo inteiro,
  • 1:20 - 1:25
    helicópteros e aquelas máquinas de soprar
    folhagem que escuto o tempo inteiro.
  • 1:26 - 1:29
    Mas, felizmente, pouco depois que mudei,
  • 1:29 - 1:33
    fui chamada pra um projeto
    incrível da "Outside Magazine"
  • 1:33 - 1:36
    pra visitar as florestas
    nacionais do Japão
  • 1:36 - 1:38
    e escrever sobre uma prática obscura
  • 1:38 - 1:43
    chamada "shinrin yoku",
    ou banho de floresta.
  • 1:43 - 1:47
    Consiste, basicamente, estar numa trilha,
  • 1:47 - 1:52
    caminhando, às vezes sentando, às vezes
    deitando em cima de uma pedra
  • 1:52 - 1:56
    e deixando a natureza escorrer
    sobre todos os seus sentidos.
  • 1:56 - 2:00
    Então, imagine comigo
    por um minuto como seria isso.
  • 2:00 - 2:05
    Você está sentado lá
    e ouve as aves e os grilos.
  • 2:06 - 2:11
    Sente o cheiro da terra rica e argilosa
    e talvez o cheiro fresco dos pinheiros.
  • 2:12 - 2:17
    Você sente a brisa no seu rosto
    e o musgo sob seus pés.
  • 2:17 - 2:20
    Como você se sente?
  • 2:21 - 2:25
    Bem, cientistas no Japão queriam
    responder exatamente essa pergunta.
  • 2:25 - 2:30
    E numa série de experimentos enviaram
    84 estudantes universitários estressados
  • 2:30 - 2:34
    pra passear por 30 minutos em florestas
  • 2:34 - 2:38
    e pra passear por uma rua da cidade.
  • 2:38 - 2:40
    E aqui está o que descobriram...
  • 2:41 - 2:43
    essa sou eu fazendo um dos experimentos.
  • 2:43 - 2:47
    Uma queda de 16% no cortisol,
    o hormônio do estresse.
  • 2:47 - 2:50
    Uma queda de 2% na pressão arterial.
  • 2:50 - 2:52
    Uma queda de 4% na taxa
    de batimentos cardíacos.
  • 2:52 - 2:54
    Isso pras pessoas
    que visitaram a floresta.
  • 2:54 - 2:58
    Nada disso aconteceu com as pessoas
    que foram pra cidade.
  • 2:58 - 3:02
    E as pessoas que visitaram a floresta
    relataram menos ansiedade e humor melhor,
  • 3:02 - 3:06
    sendo que o contrário aconteceu
    com as pessoas que foram pra cidade.
  • 3:08 - 3:13
    Então, a natureza
    tem superpoderes pra nós.
  • 3:13 - 3:15
    E existe até mesmo
    um efeito dose-resposta:
  • 3:15 - 3:19
    parece que quanto mais tempo você passa
    na natureza, coisas melhores acontecem.
  • 3:19 - 3:21
    Então no Japão, enviaram
    alguns desses alunos,
  • 3:21 - 3:22
    e outras pessoas, voluntários,
  • 3:22 - 3:25
    pra passar três dias
    numa pousada na floresta.
  • 3:25 - 3:28
    E encontraram um aumento
    de 40% em uma célula imune
  • 3:28 - 3:34
    chamada célula exterminadora natural,
    que é crítica pro sistema imune.
  • 3:34 - 3:37
    Quando eles tiraram férias
    na cidade, isso não aconteceu.
  • 3:37 - 3:41
    Então, não é só o efeito das férias,
    existe algo sobre a natureza.
  • 3:42 - 3:46
    Eu fiquei tão intrigada
    com essa história e essa pesquisa,
  • 3:46 - 3:49
    que assumi outro projeto,
    da "National Geographic".
  • 3:49 - 3:53
    E esse me enviou pra diferentes
    países ao redor do mundo
  • 3:53 - 3:57
    para estudar esse assunto
    pra melhorar a saúde dos seus cidadãos,
  • 3:57 - 4:01
    alguns estão até mesmo recomendando
    a natureza como remédio.
  • 4:02 - 4:05
    Então no Japão, como vimos, existem
    trilhas terapêuticas em florestas.
  • 4:05 - 4:07
    Eles têm 48 dessas.
  • 4:07 - 4:12
    A Coreia terá 37 florestas
    terapêuticas ano que vem.
  • 4:12 - 4:14
    São florestas inteiras.
  • 4:14 - 4:18
    E junto com elas, estão treinando
    500 guardas-florestais terapeutas
  • 4:18 - 4:22
    pra liderar programas pro público,
    incluindo viciados em tecnologia
  • 4:22 - 4:23
    e agressores de escola.
  • 4:24 - 4:25
    Os agressores de escola, por sinal,
  • 4:25 - 4:29
    pegam um trem chamado "trem feliz"
    da cidade pra floresta.
  • 4:29 - 4:31
    (Risos)
  • 4:31 - 4:35
    Há também programas pra bombeiros
    com síndrome de estresse pós-traumático
  • 4:35 - 4:38
    e até pra mulheres em pré-natal
    e pacientes de câncer,
  • 4:38 - 4:41
    ou seja, estão fazendo muitas coisas lá.
  • 4:42 - 4:44
    Também fui para a Finlândia,
  • 4:44 - 4:48
    e lá eles chegaram ao ponto
    de recomendar, é um país bem preciso,
  • 4:48 - 4:53
    uma dose específica de natureza
    pra evitar a depressão.
  • 4:53 - 4:55
    E eles recomendam, prestem atenção,
  • 4:55 - 5:00
    cinco horas por mês na natureza
    ou um pouco mais que uma hora por semana.
  • 5:00 - 5:04
    Bem, a Finlândia tem muita sorte
    porque é um país repleto de florestas
  • 5:04 - 5:07
    e praias e parques.
  • 5:07 - 5:09
    Mas muitas partes do mundo
    não têm tanta sorte assim.
  • 5:09 - 5:13
    Mais da metade da população
    mundial já mora em cidades.
  • 5:13 - 5:17
    E até 2050 essa proporção será de 70%.
  • 5:18 - 5:20
    Então fazer das cidades
    espaços verdes e habitáveis
  • 5:20 - 5:23
    será um dos grandes
    desafios do nosso século.
  • 5:24 - 5:30
    Como as cidades e organizações civis podem
    criar espaços de admiração e restauração?
  • 5:33 - 5:37
    A cidade de Wellington, Nova Zelândia,
    criou um espaço de admiração
  • 5:37 - 5:42
    designando e sinalizando uma trilha
    de mergulho bem perto do centro,
  • 5:42 - 5:46
    onde você pode pular na água,
    nadar, e ver animais,
  • 5:46 - 5:49
    como polvos, peixes e cavalos-marinhos.
  • 5:49 - 5:51
    Que legal!
  • 5:51 - 5:53
    Seattle oferece caminhadas
    durante a maré baixa,
  • 5:53 - 5:57
    em que as crianças adoram ver
    estrelas-do-mar e lesmas-do-mar.
  • 5:58 - 6:03
    Em Singapura, há parques espalhados
    entre projetos de habitação pública
  • 6:03 - 6:07
    de forma que as pessoas têm acesso
    à natureza por toda a cidade.
  • 6:07 - 6:11
    E a cidade também encoraja
    arquitetos e construtores
  • 6:11 - 6:14
    a incorporar jardins verticais
    propícios pra borboletas
  • 6:14 - 6:17
    em prédios comerciais e residenciais.
  • 6:17 - 6:20
    Quando o meu motorista de táxi
    me deixou nesse hotel,
  • 6:20 - 6:23
    disse como era prático eu ficar aqui
    porque eu poderia simplesmente
  • 6:23 - 6:25
    acordar de manhã e começar a pastar.
  • 6:25 - 6:28
    (Risos)
  • 6:29 - 6:32
    A Universidade da Califórnia em Berkeley
    criou um espaço de admiração
  • 6:32 - 6:39
    ao proteger um dos bosques com as árvores
    mais altas na América do Norte.
  • 6:40 - 6:44
    E isso é ótimo porque os estudantes
    podem ir lá se recuperar do estresse
  • 6:44 - 6:48
    e os psicólogos na universidade
    podem estudar isso acontecendo.
  • 6:48 - 6:50
    Então uma forma de fazer isso
  • 6:50 - 6:55
    é eles enviarem estudantes pra olhar
    um bosque por um minuto
  • 6:55 - 6:56
    e também enviaram outro grupo
  • 6:56 - 6:59
    pra olhar um prédio
    no campus por um minuto.
  • 7:00 - 7:02
    E num truque esperto,
  • 7:02 - 7:05
    uma auxiliar de pesquisa derrubou
    uma caixa de canetas
  • 7:05 - 7:07
    na frente de cada participante.
  • 7:07 - 7:10
    Então adivinhem quem a ajudou
    e pegou mais canetas:
  • 7:10 - 7:13
    as pessoas na floresta
    ou as pessoas olhando o prédio?
  • 7:14 - 7:16
    Se você adivinhou a floresta, está certo.
  • 7:16 - 7:21
    E bastou um minuto sentindo admiração
  • 7:21 - 7:24
    pra que os participantes se comportassem
    de forma mais generosa.
  • 7:24 - 7:28
    E parece que passar tempo fora na natureza
    também nos deixa mais criativos.
  • 7:28 - 7:32
    Quando passamos tempo
    fora em lugares bonitos,
  • 7:32 - 7:37
    uma parte do nosso cérebro chamada
    córtex pré-frontal subgenual se acalma.
  • 7:38 - 7:40
    E essa é a parte do cérebro
  • 7:40 - 7:44
    associada a pensamentos
    negativos sobre si mesmo.
  • 7:44 - 7:47
    Um pesquisador de Stanford percebeu
    a conexão com a natureza
  • 7:47 - 7:50
    ao enviar um grupo de participantes
    pra uma caminhada
  • 7:50 - 7:53
    num parque lindo
    em Palo Alto por 90 minutos,
  • 7:53 - 7:56
    e outro grupo pra uma caminhada
    numa rua da cidade,
  • 7:56 - 7:58
    e fez exames de imagem dos cérebros deles.
  • 7:58 - 8:01
    E somente as pessoas
    que caminharam no parque
  • 8:01 - 8:03
    tiveram essa mudança benéfica.
  • 8:06 - 8:11
    Então, a natureza pode ser útil
    pra nós de tantas formas.
  • 8:12 - 8:16
    Ela também pode nos tornar
    criativos em pequenas doses.
  • 8:16 - 8:20
    Por exemplo, aqui está o Facebook,
  • 8:20 - 8:23
    e várias empresas de alta tecnologia
    estão percebendo agora
  • 8:23 - 8:27
    que se elas incorporam telhados verdes
    e trilhas em seus prédios,
  • 8:27 - 8:29
    isso pode beneficiar seus negócios.
  • 8:29 - 8:32
    Nós já sabemos disso há muito tempo.
  • 8:32 - 8:35
    Todo mundo desde Aristóteles a Beethoven,
  • 8:36 - 8:41
    Darwin, as irmãs Brontë, Wordsworth,
    Einstein, a lista segue,
  • 8:41 - 8:46
    tantas pessoas consideram
    caminhar em locais bonitos
  • 8:46 - 8:49
    algo crítico pro processo criativo delas.
  • 8:52 - 8:57
    O que acontece, no entanto, quando
    passamos ainda mais tempo na natureza,
  • 8:57 - 8:59
    em relação ao nosso cérebro
    e à nossa psicologia?
  • 8:59 - 9:01
    Sabemos que mudanças
    fisiológicas acontecem,
  • 9:01 - 9:04
    que vimos com a célula
    exterminadora natural.
  • 9:04 - 9:08
    Mas o que acontece no nível psicológico?
  • 9:08 - 9:11
    Isso foi algo que fiquei
    fascinada de testemunhar,
  • 9:11 - 9:15
    quando conheci uma mulher
    chamada Tania Herrera.
  • 9:15 - 9:18
    Ela tinha acabado de voltar
    de duas missões militares no Iraque,
  • 9:18 - 9:22
    e tinha sido gravemente ferida
    num incêndio com míssil explosivo
  • 9:22 - 9:24
    e também por um carro-bomba.
  • 9:24 - 9:30
    Ela teve uma concussão,
    perdeu o uso de um dos braços.
  • 9:30 - 9:35
    Tinha convulsões, ansiedade, depressão.
  • 9:35 - 9:39
    Tinha dificuldade de fazer tarefas
    simples e até mesmo ler.
  • 9:39 - 9:41
    Ela nunca queria sair de casa,
  • 9:41 - 9:44
    porque sentia que era prisioneira
    no seu próprio corpo.
  • 9:44 - 9:48
    Mas quando ela era jovem,
    participou de um programa
  • 9:48 - 9:51
    pra levar crianças da cidade
    pra a natureza.
  • 9:51 - 9:54
    E ela lembrou que aquilo tinha
    lhe proporcionado alívio.
  • 9:55 - 9:57
    Então ela se inscreveu
    pra uma viagem de seis dias
  • 9:57 - 10:00
    descendo o Rio Salmon em Idaho.
  • 10:02 - 10:08
    Ela e outros soldados nessa viagem
    remaram e nadaram,
  • 10:08 - 10:12
    dormiram debaixo de estrelas e conversaram
    no acampamento, ao redor da fogueira.
  • 10:12 - 10:18
    E tive o privilégio de observá-los
    saindo de casulos de tristeza
  • 10:18 - 10:22
    e se tornando sobreviventes
    presentes no corpo e sentidos deles,
  • 10:22 - 10:24
    ajudando uns aos outros,
  • 10:24 - 10:28
    apreciando as novas amizades
    e possibilidades pela frente.
  • 10:29 - 10:30
    Ela me disse:
  • 10:31 - 10:36
    "Em casa, me sinto sobrecarregada,
    não há nada pra me apoiar,
  • 10:36 - 10:39
    e fico angustiada com meus
    pensamentos e sentimentos ruins.
  • 10:39 - 10:44
    Quando estou aqui fora, a vida é simples,
    há algo para me apoiar,
  • 10:44 - 10:47
    há bons pensamentos, há equilíbrio".
  • 10:49 - 10:54
    O defensor da natureza John Muir
    entendeu o poder da natureza
  • 10:54 - 10:57
    de curar a nossa psique.
  • 10:57 - 10:58
    Ele escreveu:
  • 10:58 - 11:01
    "Entre cada par de pinheiros,
    existe uma porta
  • 11:01 - 11:04
    que leva a uma nova forma de viver".
  • 11:05 - 11:09
    Há uma receita simples
    pra melhorar a qualidade
  • 11:09 - 11:11
    e o significado dos nossos dias.
  • 11:11 - 11:14
    E é abrir a porta de Muir.
  • 11:14 - 11:17
    Vá pra fora, vá com frequência.
  • 11:17 - 11:19
    Obrigada.
  • 11:19 - 11:20
    (Aplausos)
Title:
Criar espaços de admiração e restauração | Florence Williams | TEDxNavesink
Description:

O Japão tem o "banho de floresta"; a Coreia tem florestas de cura. A ciência tem mostrado que passar tempo na natureza nos torna mais saudáveis, felizes e criativos. Como as cidades podem criar espaços de admiração e restauração, e como as pessoas podem se inspirar pra passar mais tempo neles?

Florence Williams é editora contribuinte da "Outside Magazine" e escritora freelancer pra "National Geographic", "New York Times", "New York Review of Books", "Slate", "Mother Jones", e várias outras publicações. Ela está atualmente trabalhando num livro sobre a natureza e o cérebro.

Membra do Center for Humans and Nature ("Centro para Humanos e Natureza") e pesquisadora visitante da Universidade George Washington, seu trabalho foca o meio ambiente, a saúde e a ciência. Ela recebeu muitos prêmios, incluindo seis prêmios de revistas da American Society of Journalists and Authors e o Prêmio John Hersey na Universidade Yale.

Seu primeiro livro, "BREASTS: A Natural and Unnatural History" ("SEIOS: Uma História Natural e Não-Natural", Editora W.W. Norton, 2012) recebeu o Prêmio do Livro Los Angeles Times em ciência e tecnologia e o prêmio Audie 2013 em não-ficção geral. Também foi nomeado um livro notável em 2012 pelo "New York Times".

Ela atua como membra do comitê de sua organização não-governamental favorita, High Country News, e mora com sua família em Washington, D.C.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:30

Portuguese, Brazilian subtitles

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