< Return to Video

Somos projetados para sermos sexualmente onívoros?

  • 0:00 - 0:02
    Eu vou sair um pouco do combinado
  • 0:02 - 0:04
    e deixar o Chris um pouco nervoso,
  • 0:04 - 0:06
    deixando a plateia participar.
  • 0:06 - 0:09
    Certo. Vamos juntos? Sim. Certo.
  • 0:09 - 0:12
    Então, eu gostaria de pedir
    que levantassem as mãos
  • 0:12 - 0:16
    se já ouviram um casal
    heterossexual fazendo sexo.
  • 0:16 - 0:19
    Podem ser os vizinhos,
    ou num quarto de hotel, seus pais.
  • 0:19 - 0:20
    Desculpem.
  • 0:20 - 0:22
    Certo. Basicamente todo mundo.
  • 0:22 - 0:24
    Agora, levantem as mãos
    quem ouviu o homem fazendo
  • 0:24 - 0:26
    mais barulho do que a mulher.
  • 0:27 - 0:30
    Vejo um cara ali.
  • 0:30 - 0:32
    Não conta se foi você, senhor.
  • 0:32 - 0:33
    (Risos)
  • 0:33 - 0:36
    Então, ele abaixou a mão.
    E uma mulher. Certo.
  • 0:36 - 0:39
    Sentada ao lado de um cara barulhento.
  • 0:39 - 0:40
    Agora, o que isto nos diz?
  • 0:40 - 0:42
    Isto nos diz que os seres humanos
  • 0:42 - 0:43
    fazem barulho quando estão fazendo sexo,
  • 0:43 - 0:45
    e geralmente a mulher faz mais barulho.
  • 0:45 - 0:49
    Isto é conhecido como vocalização
    copulativa feminina,
  • 0:49 - 0:50
    para vocês aí com pranchetas.
  • 0:50 - 0:52
    Eu nem ia mencionar isto,
  • 0:52 - 0:55
    mas alguém me disse
    que a Meg Ryan poderia estar aqui,
  • 0:55 - 0:57
    e ela é a mais famosa vocalizadora
  • 0:57 - 0:59
    de cópula feminina do mundo.
  • 0:59 - 1:01
    Então, pensei: "Tenho que falar sobre isso".
  • 1:01 - 1:04
    Voltaremos a falar disso mais tarde.
  • 1:04 - 1:06
    Deixe-me começar dizendo
    que os seres humanos
  • 1:06 - 1:08
    não são descendentes dos macacos,
  • 1:08 - 1:11
    apesar do que vocês podem ter ouvido.
    Nós somos macacos.
  • 1:11 - 1:13
    Somos mais próximos
    dos chimpanzés e bonobos
  • 1:13 - 1:17
    do que o elefante africano
    é do elefante indiano,
  • 1:17 - 1:20
    como ressaltou Jared Diamond
    num dos seus primeiros livros.
  • 1:20 - 1:24
    Nós somos mais próximos
    dos chimpanzés e bonobos
  • 1:24 - 1:26
    que os chimpanzés e bonobos são
  • 1:26 - 1:27
    de quaisquer outros macacos --
  • 1:27 - 1:30
    gorilas, orangotangos, qualquer um.
  • 1:30 - 1:33
    Então, somos muito próximos deles,
  • 1:33 - 1:35
    e como verão, em termos de comportamento,
  • 1:35 - 1:38
    também temos alguma relação.
  • 1:38 - 1:40
    Então, o que questiono hoje,
  • 1:40 - 1:43
    a pergunta que quero explorar
    com vocês hoje é:
  • 1:43 - 1:47
    que tipo de primata somos
    em termos de sexualidade?
  • 1:47 - 1:49
    Bem, desde a era de Darwin existe
  • 1:49 - 1:50
    o que Cacilda e eu chamamos
  • 1:50 - 1:53
    de a narrativa padrão
    da evolução sexual humana,
  • 1:53 - 1:55
    e todos vocês a conhecem,
  • 1:55 - 1:57
    até mesmo se não leram nada sobre isso.
  • 1:57 - 2:00
    A ideia é que, como parte
    da natureza humana,
  • 2:00 - 2:02
    desde o começo da nossa espécie,
  • 2:02 - 2:07
    os homens tem meio que "arrendado"
    o potencial reprodutivo das mulheres,
  • 2:07 - 2:10
    fornecendo a elas certos bens e serviços.
  • 2:10 - 2:14
    Estamos falando de alimento,
    abrigo, status,
  • 2:14 - 2:17
    proteção, coisas do tipo.
  • 2:17 - 2:19
    E em troca, as mulheres
    oferecem fidelidade,
  • 2:19 - 2:21
    ou pelo menos a promessa da fidelidade.
  • 2:21 - 2:25
    Agora, isto coloca homens e mulheres
    numa relação oposta.
  • 2:25 - 2:29
    A guerra entre os sexos
    é construída lá no nosso DNA,
  • 2:29 - 2:32
    de acordo com esta visão, certo?
  • 2:32 - 2:35
    O que Cacilda e eu temos
    discutido é que, na verdade,
  • 2:35 - 2:38
    esta relação econômica,
  • 2:38 - 2:40
    esta relação oposta,
  • 2:40 - 2:42
    é na verdade um produto da agricultura
  • 2:42 - 2:46
    que só surgiu por volta
    de dez mil anos atrás.
  • 2:46 - 2:48
    Seres humanos anatomicamente modernos
  • 2:48 - 2:51
    estão por aí há cerca
    de duzentos mil anos.
  • 2:51 - 2:55
    Então, estamos falando de 5%, no máximo,
  • 2:55 - 2:58
    do nosso tempo
    como espécie moderna e distinta.
  • 2:58 - 3:02
    Então, antes da agricultura,
  • 3:02 - 3:04
    antes da revolução agrícola,
  • 3:04 - 3:06
    é importante entender que os seres humanos
  • 3:06 - 3:09
    viviam em grupos de caça e coleta que eram
  • 3:09 - 3:12
    caracterizados, sempre que eram
    encontrados no mundo,
  • 3:12 - 3:17
    pelo que os antropólogos
    chamam de igualitarismo feroz.
  • 3:17 - 3:19
    Eles não só dividiam as coisas,
  • 3:19 - 3:21
    mas exigiam que as coisas
    fossem divididas:
  • 3:21 - 3:24
    carne, abrigo, proteção,
    todas estas coisas
  • 3:24 - 3:27
    que eram supostamente
    trocadas com as mulheres
  • 3:27 - 3:29
    pela fidelidade sexual delas,
  • 3:29 - 3:32
    acabam sendo divididas
    abertamente nestas sociedades.
  • 3:32 - 3:34
    Não estou dizendo que nossos ancestrais
  • 3:34 - 3:36
    eram nobres selvagens, e não estou dizendo
  • 3:36 - 3:39
    que os grupos modernos de caça e coleta
    são nobres selvagens também.
  • 3:39 - 3:41
    O que eu estou dizendo
    é que esta é simplesmente
  • 3:41 - 3:44
    a melhor forma de diminuir o risco
  • 3:44 - 3:46
    num contexto alimentar.
  • 3:46 - 3:49
    E realmente não existe discussão
    sobre isto entre os antropólogos.
  • 3:49 - 3:50
    Tudo o que Cacilda e eu fizemos
  • 3:50 - 3:53
    foi estender este conceito
    para a sexualidade.
  • 3:53 - 3:56
    Então, temos argumentado
    que a sexualidade humana,
  • 3:56 - 4:00
    essencialmente evoluiu, até a agricultura,
  • 4:00 - 4:03
    como uma forma de estabelecer e manter
  • 4:03 - 4:07
    os complexos e flexíveis sistemas sociais,
    redes de contatos,
  • 4:07 - 4:10
    nos quais os nossos ancestrais
    eram muito bons,
  • 4:10 - 4:14
    e é por isso que nossa espécie
    sobreviveu tão bem.
  • 4:15 - 4:17
    Agora, isto deixa algumas
    pessoas desconfortáveis,
  • 4:17 - 4:19
    e é por isso que sempre tenho
    que fazer uma pausa nestas palestra
  • 4:19 - 4:21
    para dizer: "Escutem,
  • 4:21 - 4:24
    estou dizendo que nossos ancestrais
    eram promíscuos,
  • 4:24 - 4:26
    mas não estou dizendo
    que eles faziam sexo com estranhos".
  • 4:26 - 4:28
    Não existiam estranhos. Certo?
  • 4:28 - 4:30
    Em um bando de caçadores e coletores
    não existem estranhos.
  • 4:30 - 4:32
    Você conhece estas pessoas
    por toda sua vida
  • 4:32 - 4:35
    Então, estou dizendo que, sim, existiam
    relações sexuais por debaixo do pano,
  • 4:35 - 4:40
    sim, nossos ancestrais provavelmente
    tinham muitas relações sexuais
  • 4:40 - 4:43
    acontecendo em qualquer momento
    das suas vidas adultas.
  • 4:43 - 4:45
    Mas não estou dizendo
    que eles faziam sexo com estranhos.
  • 4:45 - 4:48
    Não estou dizendo que não amavam
    as pessoas com quem faziam sexo.
  • 4:48 - 4:51
    E não estou dizendo que não havia
    ligação alguma entre pares.
  • 4:51 - 4:54
    Só estou dizendo que não eram
    sexualmente exclusivos.
  • 4:54 - 4:58
    E aqueles de nós que resolveram
    ser monogâmicos --
  • 4:58 - 5:00
    meus pais, por exemplo, estão casados
  • 5:00 - 5:03
    há 52 anos monogamicamente,
  • 5:03 - 5:05
    e se não foi monogamicamente, mãe e pai,
  • 5:05 - 5:08
    não quero saber -
  • 5:08 - 5:10
    não estou criticando isto nem estou dizendo
  • 5:10 - 5:12
    que existe algo de errado nisto.
  • 5:12 - 5:14
    O que estou falando é que dizer
  • 5:14 - 5:18
    que nossos ancestrais
    eram sexualmente onívoros
  • 5:18 - 5:21
    não é uma critica à monogamia
  • 5:21 - 5:24
    assim como arguir que nossos ancestrais
    mantinham uma dieta onívora
  • 5:24 - 5:28
    não é uma crítica ao vegetarianismo.
  • 5:28 - 5:29
    Você pode escolher ser um vegetariano,
  • 5:29 - 5:32
    mas não pense que só por que
    tomou essa decisão,
  • 5:32 - 5:35
    o bacon vai de repente
    parar de cheirar bem.
  • 5:35 - 5:38
    Certo? É isto que quero dizer.
  • 5:38 - 5:40
    (Risos)
  • 5:40 - 5:44
    Demorou um pouco
    para cair a ficha, não foi?
  • 5:44 - 5:46
    Agora, além de ser um grande gênio,
  • 5:46 - 5:48
    um homem maravilhoso,
    um marido maravilhoso,
  • 5:48 - 5:50
    pai maravilhoso, Charles Darwin
  • 5:50 - 5:54
    foi também um puritano
    vitoriano de primeira.
  • 5:54 - 5:56
    Certo? Ele ficou perplexo
  • 5:56 - 5:58
    com a tumescência de certos primatas,
  • 5:58 - 6:00
    incluindo chimpanzés e bonobos,
  • 6:00 - 6:03
    pois essas tumescências sexuais
    tendem a incitar
  • 6:03 - 6:05
    os machos a cruzar com as fêmeas.
  • 6:05 - 6:08
    Então, ele não podia entender o porquê
    de as fêmeas terem desenvolvido isso,
  • 6:08 - 6:12
    se todos eles deveriam estar
    formando pares, certo?
  • 6:12 - 6:15
    Chimpanzés e bonobos,
    Darwin não sabia disso,
  • 6:15 - 6:17
    mas chimpanzés e bonobos se relacionam
  • 6:17 - 6:18
    de uma a quatro vezes por hora,
  • 6:18 - 6:22
    com mais de uma dúzia de machos por dia,
  • 6:22 - 6:24
    quando ficam sexualmente excitadas.
  • 6:24 - 6:27
    O interessante é que as chimpanzés
    têm a tumescência
  • 6:27 - 6:29
    durante 40%, em média,
  • 6:29 - 6:31
    do seu ciclo menstrual,
  • 6:31 - 6:33
    e as bonobos em 90%,
  • 6:33 - 6:37
    e os humanos são
    a única espécie do planeta
  • 6:37 - 6:39
    em que as fêmeas estão prontas para o sexo
  • 6:39 - 6:41
    durante todo o ciclo menstrual,
  • 6:41 - 6:44
    estejam elas menstruando,
    ou na pós-menopausa,
  • 6:44 - 6:45
    ou grávidas.
  • 6:45 - 6:49
    Isto é extremamente raro
    entre os mamíferos.
  • 6:49 - 6:53
    Então, é um aspecto muito interessante
    da sexualidade humana.
  • 6:53 - 6:55
    Bem, Darwin ignorou as reflexões
  • 6:55 - 6:59
    da tumescência em sua própria época,
  • 7:00 - 7:02
    como os cientistas
    costumam fazer algumas vezes.
  • 7:02 - 7:05
    Então, estamos falamos
    da competição do espermatozoide.
  • 7:05 - 7:08
    O homem ejacula em média por volta
    de 300 milhões de espermatozoides.
  • 7:08 - 7:11
    Então, já é um ambiente muito competitivo.
  • 7:11 - 7:14
    A questão é se estes espermatozoides
    estão competindo contra os de outros homens
  • 7:14 - 7:16
    ou os seus próprios.
  • 7:16 - 7:18
    Há muito o que falar
    sobre essa tabela aqui.
  • 7:18 - 7:20
    Quero achamar a atenção de vocês agora
  • 7:20 - 7:23
    para a pequena nota musical
    sobre as fêmeas
  • 7:23 - 7:24
    chimpanzé, bonobo e humana.
  • 7:24 - 7:28
    Isso indica a vocalização
    copulativa feminina.
  • 7:28 - 7:29
    Preste atenção aos números.
  • 7:29 - 7:31
    O ser humano médio faz sexo
  • 7:31 - 7:35
    cerca de mil vezes por nascimento.
  • 7:35 - 7:37
    Se o número parece alto
    para alguns de vocês,
  • 7:37 - 7:40
    asseguro que parece baixo
    para outros da sala.
  • 7:40 - 7:43
    Nós compartilhamos esta média
    com os chimpanzés e bonobos.
  • 7:43 - 7:46
    Não compartilhamos
    com os outros três macacos,
  • 7:46 - 7:48
    o gorila, o orangotango e o gibão,
  • 7:48 - 7:49
    os quais são mais típicos dos mamíferos,
  • 7:49 - 7:53
    fazendo sexo apenas uma dúzia
    de vezes por nascimento.
  • 7:53 - 7:55
    Os humanos e os bonobos são os únicos animais
  • 7:55 - 7:57
    que fazem sexo frente a frente
  • 7:57 - 7:59
    quando ambos estão vivos.
  • 7:59 - 8:02
    (Risos)
  • 8:04 - 8:07
    E vocês verão que os humanos,
    chimpazés e bonobos
  • 8:07 - 8:09
    todos têm testículos externos,
    que em nosso livro
  • 8:09 - 8:13
    dizemos ser o mesmo que ter
    um refrigerador na garagem,
  • 8:13 - 8:16
    só para cerveja.
  • 8:16 - 8:18
    Se você é do tipo que tem
    um refrigerador para cerveja
  • 8:18 - 8:21
    na garagem, você espera
    que aconteça uma festa
  • 8:21 - 8:23
    a qualquer momento,
    e você precisa estar pronto.
  • 8:23 - 8:25
    É exatamente isso
    que são os testículos externos.
  • 8:25 - 8:27
    Eles mantêm as células do esperma frias,
  • 8:27 - 8:29
    de modo que você possa
    ter ejaculações frequentes.
  • 8:29 - 8:32
    Desculpe. É verdade.
  • 8:33 - 8:36
    Os humanos, alguns ficarão
    felizes em escutar,
  • 8:36 - 8:39
    têm o maior e mais grosso pênis
    entre os primatas.
  • 8:39 - 8:41
    Agora, esta evidência
    vai além da anatomia.
  • 8:41 - 8:44
    Invade a antropologia também.
  • 8:44 - 8:47
    Dados históricos estão cheios
    de exemplos de pessoas,
  • 8:47 - 8:48
    ao redor do mundo, que têm práticas sexuais
  • 8:48 - 8:50
    que seriam impossíveis,
  • 8:50 - 8:54
    dado o que supomos
    sobre a evolução sexual humana.
  • 8:54 - 8:57
    Estas mulheres são as Mosuo,
    do sudoeste da China.
  • 8:57 - 8:59
    Em sua sociedade, todos,
    homens e mulheres,
  • 8:59 - 9:01
    são totalmente sexualmente autônomos.
  • 9:01 - 9:04
    Não há vergonha associada
    ao comportamento sexual.
  • 9:04 - 9:06
    As mulheres têm centenas de companheiros.
  • 9:06 - 9:09
    Não importa. Ninguém liga.
    Ninguém fofoca. Não é um problema.
  • 9:09 - 9:11
    Quando a mulher fica grávida,
  • 9:11 - 9:14
    a criança é cuidada por ela,
    suas irmãs e irmãos.
  • 9:14 - 9:17
    Não importa o pai biológico.
  • 9:17 - 9:19
    Do outro lado do planeta, na Amazônia,
  • 9:19 - 9:22
    temos muitas tribos que praticam
  • 9:22 - 9:25
    o que os antropólogos chamam
    de paternidade particionada.
  • 9:25 - 9:28
    Essas pessoas, na verdade, acreditam --
  • 9:28 - 9:29
    e eles não têm contato entre si,
  • 9:29 - 9:31
    nem língua em comum ou o que seja,
  • 9:31 - 9:33
    portanto não foi uma ideia
    que se espalhou,
  • 9:33 - 9:35
    é uma ideia que apareceu mundo afora --
  • 9:35 - 9:37
    eles acreditam que um feto
    é feito literalmente
  • 9:37 - 9:39
    do acúmulo de sêmen.
  • 9:39 - 9:41
    Portanto, uma mulher que quer ter um filho
  • 9:41 - 9:43
    que seja inteligente, engraçado e forte
  • 9:43 - 9:45
    assegura-se de fazer muito sexo
    com o cara inteligente,
  • 9:45 - 9:47
    o engraçado e o forte,
  • 9:47 - 9:49
    para pegar a essência de cada um
    destes homens para o bebê,
  • 9:49 - 9:52
    e, quando a criança nasce,
  • 9:52 - 9:54
    esses vários homens se apresentam
  • 9:54 - 9:57
    e reconhecem a paternidade da criança.
  • 9:57 - 10:00
    Assim, a paternidade é, na verdade,
    um esforço coletivo
  • 10:00 - 10:01
    nesta sociedade.
  • 10:01 - 10:03
    Então, há todo tipo de exemplos como este,
  • 10:03 - 10:06
    que comentamos no livro.
  • 10:06 - 10:09
    Bem, por que isto é importante?
  • 10:09 - 10:12
    Edward Wilson diz que precisamos entender
  • 10:12 - 10:15
    que a sexualidade humana
    é, primeiro, um vínculo
  • 10:15 - 10:18
    e só depois procriação.
  • 10:18 - 10:19
    Penso que isso é verdade.
  • 10:19 - 10:23
    É importante porque nossa evolução sexual
    está em conflito direto
  • 10:23 - 10:25
    com muitos aspectos do mundo moderno.
  • 10:25 - 10:28
    As contradições entre o que nos é dito
  • 10:28 - 10:31
    que devemos sentir
    e o que realmente sentimos
  • 10:31 - 10:36
    gera uma enorme quantidade
    de sofrimento desnecessário.
  • 10:36 - 10:39
    Minha esperança é que um entendimento
  • 10:39 - 10:41
    mais preciso e atualizado
    da sexualidade humana
  • 10:41 - 10:44
    nos levará a ter
    uma maior tolerância conosco,
  • 10:44 - 10:46
    entre nós,
  • 10:46 - 10:49
    um maior respeito
    para com as relações não convencionais,
  • 10:49 - 10:53
    como casamento entre pessoas
    do mesmo sexo ou uniões poligâmicas,
  • 10:54 - 10:58
    e que finalmente deixemos de lado a ideia
  • 10:58 - 11:00
    de que os homens
    têm o direito inato e instintivo
  • 11:00 - 11:05
    de monitorar e controlar
    o comportamento sexual feminino.
  • 11:05 - 11:08
    (Aplausos)
  • 11:08 - 11:10
    Obrigado.
  • 11:10 - 11:12
    E veremos que não são
    apenas os homossexuais
  • 11:12 - 11:14
    que precisam sair do armário.
  • 11:14 - 11:17
    Todos temos armários
    dos quais temos de sair. Certo?
  • 11:17 - 11:19
    E quando nós realmente
    sairmos dos armários,
  • 11:19 - 11:23
    reconheceremos que nossa luta
    não é contra os outros,
  • 11:23 - 11:27
    nossa luta é contra uma ultrapassada
    noção vitoriana da sexualidade humana,
  • 11:27 - 11:31
    que combina o desejo
    com direito a propriedade,
  • 11:31 - 11:33
    gerando vergonha e confusão,
  • 11:33 - 11:36
    em vez de compreensão e empatia.
  • 11:36 - 11:39
    É tempo de irmos além de Marte e Vênus,
  • 11:39 - 11:42
    pois a verdade
    é que os homens vieram da África
  • 11:42 - 11:44
    e as mulheres vieram da África.
  • 11:44 - 11:46
    Obrigado.
  • 11:46 - 11:49
    (Aplausos)
  • 11:55 - 11:57
    Chris Anderson: Obrigado.
    Christopher Ryan: Obrigado.
  • 11:57 - 11:59
    CA: Uma pergunta.
  • 11:59 - 12:03
    É tão desconcertante
    tentar usar os argumentos
  • 12:03 - 12:06
    sobre a história da evolução
  • 12:06 - 12:08
    para transformá-los naquilo
    que devemos fazer hoje em dia.
  • 12:08 - 12:11
    Alguém pode dar uma palestra e dizer:
  • 12:11 - 12:13
    "Veja, nós temos estes dentes afiadíssimos
  • 12:13 - 12:15
    e músculos, e um cérebro que é muito bom
  • 12:15 - 12:17
    em atirar armas",
  • 12:17 - 12:20
    e se você olhar para as muitas sociedade mundo afora,
  • 12:20 - 12:22
    verá um alto índice de violência.
  • 12:22 - 12:25
    A não violência é uma escolha,
    como o vegetarianismo,
  • 12:25 - 12:27
    mas não é quem você é.
  • 12:27 - 12:29
    No que isto é diferente
  • 12:29 - 12:33
    da palestra que você deu?
  • 12:33 - 12:36
    CR: Bem, primeiro, a evidência
  • 12:36 - 12:39
    para os altos índices
    de violência na pré-história
  • 12:39 - 12:41
    é muito questionável.
  • 12:41 - 12:44
    Mas isso é só um exemplo.
  • 12:44 - 12:47
    Certamente, sabe,
    muita gente diz para mim:
  • 12:47 - 12:50
    "Não é só porque vivemos
    de uma forma no passado
  • 12:50 - 12:53
    não significa que devemos viver desse
    modo agora", e concordo com isso.
  • 12:53 - 12:55
    Cada um tem de responder ao mundo moderno.
  • 12:55 - 13:00
    Mas o corpo realmente tem suas trajetórias
  • 13:00 - 13:03
    de evolução herdadas.
  • 13:03 - 13:06
    Então, você pode viver
    de McDonalds e milkshakes,
  • 13:06 - 13:10
    mas seu corpo se rebelará contra isso.
    Nós temos apetites.
  • 13:10 - 13:11
    Acho que foi Schopenhauer quem disse:
  • 13:11 - 13:14
    "Uma pessoa pode fazer o que quiser,
  • 13:14 - 13:16
    mas não querer o que quer".
  • 13:16 - 13:18
    Então, o que eu contraponho
  • 13:18 - 13:20
    é a vergonha que está
    associada aos desejos.
  • 13:20 - 13:24
    É a ideia de que se você ama
    seu marido ou esposa,
  • 13:24 - 13:26
    mas ainda se sente atraído
    por outra pessoa,
  • 13:26 - 13:28
    há algo de errado com você,
  • 13:28 - 13:30
    há algo de errado com seu casamento,
  • 13:30 - 13:31
    há algo de errado com seu companheiro.
  • 13:31 - 13:33
    Acho que muitas famílias se rompem
  • 13:33 - 13:35
    devido a expectativas pouco realistas,
  • 13:35 - 13:38
    que são baseadas numa falsa visão
    da sexualidade humana.
  • 13:38 - 13:39
    É isso que estou tentando passar.
  • 13:39 - 13:42
    CA: Obrigado. Convincente. Muito obrigado.
  • 13:42 - 13:44
    CR: Obrigado, Chris.
    (Aplausos)
Title:
Somos projetados para sermos sexualmente onívoros?
Speaker:
Christopher Ryan
Description:

Uma ideia permeia nossa visão moderna da relação: a de que os homens e mulheres sempre formaram pares para relações sexuais exclusivas. Mas antes do alvorecer da agricultura, os seres humanos podem, na verdade, ter sido bem promíscuos. O autor Christopher Ryan passeia pelas controversas evidências de que o ser humano, por natureza, é sexualmente onívoro, na esperança de que um entendimento de certas nuances possam colocar um fim na discriminação, na vergonha e nas expectativas irrealistas que matam os relacionamentos.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:02
  • Excelente tradução. Deixo apenas algumas observações para próximos trabalhos: é importante quebrar em duas qualquer linha que tenha mais de 42 caracteres. Isso facilita a leitura da legenda e, principalmente, evita que ela sofra quebra automática inadequada, quando exibida no player de vídeo. Esta orientação está em nossa OTPedia (http://translations.ted.org/wiki/How_to_break_lines) e em nosso vídeo tutorial (http://www.youtube.com/watch?v=yvNQoD32Qqo). Havia algumas palavras com problemas de digitação. Para evitá-los, algo que ajuda bastante é copiar o arquivo "txt" da tradução (última versão) e colá-lo em um editor de texto, antes de finalizar a tarefa (de tradução ou de revisão). Boas traduções!

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions