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Querem ajudar África? Abram um negócio aqui

  • 0:06 - 0:07
    Muito obrigada, Chris.
  • 0:07 - 0:10
    Todas as pessoas que aqui vieram hoje
    disseram que estavam assustadas.
  • 0:11 - 0:13
    Eu não sei se estou assustada,
  • 0:13 - 0:16
    mas esta é a primeira vez que falo
    para uma audiência como esta.
  • 0:16 - 0:21
    E não tenho nenhuma tecnologia
    para vos mostrar.
  • 0:20 - 0:23
    Não há slides, por isso vão ter
    de se contentar só comigo.
  • 0:23 - 0:26
    (Risos)
  • 0:27 - 0:32
    O que eu quero fazer hoje
    é partilhar algumas histórias
  • 0:32 - 0:35
    e falar de uma África diferente.
  • 0:35 - 0:39
    Já esta manhã
    houve algumas alusões à África
  • 0:39 - 0:44
    de que estão sempre a ouvir falar:
    a África do VIH/ SIDA,
  • 0:44 - 0:50
    a África da malária, a África da pobreza,
    a África dos conflitos
  • 0:50 - 0:52
    e a África das catástrofes.
  • 0:54 - 0:57
    É verdade que essas coisas
    estão a acontecer,
  • 0:57 - 1:01
    mas há uma África de que
    não se ouve falar muito.
  • 1:01 - 1:05
    E, às vezes, fico intrigada
    e pergunto-me porquê.
  • 1:05 - 1:09
    É a África que está a mudar,
    a que o Chris se referiu.
  • 1:09 - 1:11
    É a África das oportunidades.
  • 1:11 - 1:14
    É a África das pessoas
    que querem assumir o controlo
  • 1:14 - 1:16
    do seu futuro e do seu destino.
  • 1:16 - 1:20
    É a África das pessoas
    que procuram parcerias para o fazer.
  • 1:21 - 1:23
    É sobre isto que quero falar hoje.
  • 1:23 - 1:25
    Quero começar
    por contar-vos uma história
  • 1:25 - 1:27
    sobre esta mudança em África.
  • 1:28 - 1:33
    A 15 de Setembro de 2005,
    Diepreye Alamieyeseigha,
  • 1:33 - 1:37
    governador de um dos estados
    mais ricos em petróleo da Nigéria,
  • 1:37 - 1:41
    foi detido pela Polícia
    Metropolitana de Londres
  • 1:42 - 1:44
    durante uma visita a Londres.
  • 1:44 - 1:49
    Foi detido, porque havia transferências
    de oito milhões de dólares
  • 1:49 - 1:52
    que foram para algumas contas inactivas
  • 1:52 - 1:55
    que lhe pertenciam, a ele e à sua família.
  • 1:56 - 1:58
    Esta detenção aconteceu
    graças à cooperação
  • 1:58 - 2:01
    entre a Polícia Metropolitana de Londres
  • 2:01 - 2:04
    e a Comissão Nigeriana
    de Crimes Económicos e Financeiros
  • 2:04 - 2:10
    — dirigida por uma das nossas pessoas
    mais capazes e corajosas: Nuhu Ribadu.
  • 2:11 - 2:14
    Alamieyeseigha foi processado em Londres.
  • 2:14 - 2:18
    Devido a alguns descuidos,
    conseguiu escapar vestido de mulher
  • 2:18 - 2:21
    e fugiu de Londres para a Nigéria,
  • 2:21 - 2:25
    onde, de acordo com a nossa Constituição,
    aqueles que exercem cargos oficiais,
  • 2:25 - 2:28
    como os chefes, o presidente
    — como acontece em muitos países —
  • 2:28 - 2:30
    têm imunidade e não podem ser processados.
  • 2:30 - 2:32
    Mas eis o que aconteceu:
  • 2:32 - 2:35
    as pessoas ficaram tão indignadas
    com este comportamento,
  • 2:35 - 2:41
    que a assembleia legislativa
    o acusou e o destituiu.
  • 2:41 - 2:45
    Hoje, Alams — como lhe chamamos —
    está na cadeia.
  • 2:46 - 2:51
    Esta é uma história sobre o facto
    de que as pessoas em África
  • 2:51 - 2:56
    já não toleram a corrupção
    dos seus dirigentes.
  • 2:57 - 3:01
    Esta é uma história sobre o facto
    de que as pessoas querem
  • 3:01 - 3:04
    que os seus recursos
    sejam geridos para seu bem,
  • 3:04 - 3:09
    e não sejam desviados para benefício
    apenas de uma pequena elite.
  • 3:10 - 3:13
    Assim, quando ouvirem falar
    da corrupção em África
  • 3:13 - 3:16
    — sempre a corrupção —
    quero que saibam
  • 3:17 - 3:22
    que as pessoas e os governos
    estão a tentar travar isto nalguns países
  • 3:23 - 3:25
    e que está a haver alguns sucessos.
  • 3:25 - 3:28
    Quer isto dizer que o problema acabou?
    A resposta é não.
  • 3:28 - 3:31
    Ainda há um longo caminho a percorrer,
    mas há essa vontade.
  • 3:32 - 3:36
    Estamos a ter sucessos
    nesta importante luta.
  • 3:36 - 3:38
    Então, quando ouvirem falar de corrupção,
  • 3:38 - 3:41
    não pensem que não se está a fazer nada,
  • 3:41 - 3:44
    não pensem que não podem funcionar
    em nenhum país africano
  • 3:44 - 3:46
    por causa da corrupção esmagadora.
  • 3:46 - 3:47
    Não é o caso.
  • 3:47 - 3:51
    Há vontade de lutar e, em muitos países,
  • 3:51 - 3:55
    essa luta é constante e está a ser ganha.
  • 3:55 - 4:00
    Noutros, como o meu, onde tem havido
    uma longa história de ditadura na Nigéria,
  • 4:00 - 4:04
    a luta está em andamento
    e temos um longo caminho a percorrer.
  • 4:04 - 4:08
    Mas o que interessa
    é que isso está a acontecer.
  • 4:09 - 4:11
    E os resultados estão à vista:
  • 4:11 - 4:15
    uma monitorização independente
    do Banco Mundial e de outras organizações
  • 4:15 - 4:20
    mostra que, em muitos casos,
    a tendência é para a corrupção diminuir
  • 4:20 - 4:22
    e a governação está a melhorar.
  • 4:22 - 4:25
    Um estudo feito
    pela Comissão Económica para a África
  • 4:25 - 4:30
    mostrou uma clara tendência positiva
    na governação, em 28 países africanos.
  • 4:30 - 4:32
    E deixem-me dizer só mais uma coisa
  • 4:32 - 4:34
    antes de sair deste tema da governação.
  • 4:34 - 4:37
    As pessoas falam de corrupção
    e mais corrupção.
  • 4:38 - 4:39
    Sempre que se fala disso
  • 4:39 - 4:41
    pensa-se imediatamente em África.
  • 4:41 - 4:43
    É esta a imagem: os países africanos.
  • 4:44 - 4:45
    Mas digo-vos,
  • 4:45 - 4:51
    se Alams pôde transferir oito milhões
    de dólares para uma conta em Londres
  • 4:53 - 4:56
    — se as outras pessoas puderam levar dinheiro,
  • 4:56 - 4:59
    estimado entre 20 a 40 mil milhões,
  • 4:59 - 5:03
    dos países em desenvolvimento
    para países desenvolvidos
  • 5:03 - 5:04
    — se conseguem fazer isso,
  • 5:04 - 5:08
    o que é isto? Não é corrupção?
  • 5:08 - 5:12
    Neste país, se vocês receberem
    bens roubados, não são processados?
  • 5:13 - 5:15
    Então, quando falamos
    deste tipo de corrupção,
  • 5:15 - 5:19
    pensemos também no que está a acontecer
    no outro lado do globo,
  • 5:19 - 5:23
    para onde o dinheiro está a ir
    e o que pode ser feito para o impedir.
  • 5:23 - 5:26
    Estou a trabalhar numa iniciativa,
    com o Banco Mundial,
  • 5:26 - 5:29
    sobre a recuperação de bens,
    tentando fazer o que podemos
  • 5:29 - 5:32
    para recuperar o dinheiro
    que foi levado para fora
  • 5:32 - 5:35
    — dinheiro de países em desenvolvimento.
  • 5:35 - 5:38
    Porque, se conseguirmos recuperar
    os 20 mil milhões de dólares,
  • 5:38 - 5:41
    é uma soma muito mais importante
    para estes países
  • 5:41 - 5:44
    do que todas as ajudas
    que lhes estão a ser dadas.
  • 5:44 - 5:47
    (Aplausos)
  • 5:51 - 5:54
    A segunda coisa de que quero falar
    é a vontade de fazer reformas.
  • 5:55 - 5:59
    Os africanos estão cansados,
    nós estamos cansados
  • 5:59 - 6:04
    de sermos alvos da caridade
    e da atenção de toda a gente.
  • 6:04 - 6:06
    Estamos gratos,
  • 6:07 - 6:11
    mas sabemos que conseguimos
    controlar o nosso destino
  • 6:11 - 6:13
    se tivermos vontade de fazer reformas.
  • 6:13 - 6:16
    O que está a acontecer em muitos
    países africanos
  • 6:16 - 6:19
    é a tomada de consciência
    de que só nós o conseguimos fazer.
  • 6:19 - 6:21
    Temos de ser nós a fazê-lo.
  • 6:21 - 6:25
    Podemos ter parcerias para nos apoiar,
    mas temos de dar o primeiro passo.
  • 6:25 - 6:28
    Temos de mudar a nossa economia,
    mudar a nossa chefia,
  • 6:28 - 6:34
    tornarmo-nos mais democráticos,
    mais abertos à mudança e à informação.
  • 6:34 - 6:36
    Foi o que começámos a fazer
  • 6:36 - 6:39
    num dos maiores países
    do continente, a Nigéria.
  • 6:39 - 6:42
    De facto, se não estivermos na Nigéria,
    não estamos em África.
  • 6:42 - 6:43
    É bom que saibam.
  • 6:43 - 6:44
    (Risos)
  • 6:44 - 6:47
    Um em cada quatro africanos
    subsaarianos é nigeriano.
  • 6:48 - 6:51
    A Nigéria tem 140 milhões
    de pessoas dinâmicas
  • 6:52 - 6:56
    — pessoas caóticas,
    mas muito interessantes.
  • 6:56 - 6:57
    Nunca estarão aborrecidos.
  • 6:57 - 6:59
    (Risos)
  • 6:59 - 7:01
    Começámos a tomar consciência
  • 7:01 - 7:04
    de que tínhamos de assumir o controlo
    e fazer reformas.
  • 7:04 - 7:06
    E com o apoio de um chefe de estado
  • 7:06 - 7:09
    que, na altura,
    tinha vontade de fazer as reformas,
  • 7:09 - 7:11
    apresentámos um programa
    abrangente de reformas
  • 7:11 - 7:13
    que nós próprios desenvolvemos.
  • 7:13 - 7:15
    Não foi o Fundo Monetário Internacional.
  • 7:15 - 7:18
    Não foi o Banco Mundial
    onde trabalhei durante 21 anos
  • 7:18 - 7:20
    e do qual fui vice-presidente.
  • 7:20 - 7:22
    Ninguém pode fazê-lo por nós.
    Temos de ser nós a fazê-lo.
  • 7:22 - 7:25
    Fizemos um programa que,
    primeiro que tudo,
  • 7:25 - 7:30
    afastaria o estado dos negócios
    que não lhe dizem respeito.
  • 7:30 - 7:33
    O estado não devia ocupar-se
    em produzir bens e serviços,
  • 7:34 - 7:36
    porque é ineficaz e incompetente,
  • 7:36 - 7:40
    Então, decidimos privatizar
    muitas das nossas empresas.
  • 7:40 - 7:44
    (Aplausos)
  • 7:45 - 7:49
    Como resultado, tentámos liberalizar
    muitos dos nossos mercados.
  • 7:49 - 7:52
    Querem acreditar que, antes desta melhoria
  • 7:52 - 7:56
    — que começou no final de 2003,
    quando saí de Washington
  • 7:56 - 7:59
    para ocupar o cargo de Ministra
    das Finanças —
  • 8:00 - 8:02
    tínhamos uma empresa de telecomunicações
  • 8:02 - 8:09
    que só desenvolveu 4500 linhas fixas
    durante 30 anos da sua história?
  • 8:09 - 8:11
    (Risos)
  • 8:11 - 8:14
    Ter telefone no meu país
    era um luxo enorme.
  • 8:14 - 8:16
    Não se podia ter. Tinha de se subornar.
  • 8:16 - 8:18
    Tinha de se fazer tudo
    para ter um telefone.
  • 8:18 - 8:23
    Quando o Presidente Obasanjo
    apoiou e lançou a liberalização
  • 8:23 - 8:25
    do sector das telecomunicações,
  • 8:26 - 8:33
    passámos de 4500 linhas fixas
    para 32 milhões de linhas GSM,
  • 8:33 - 8:35
    um número que continua a aumentar.
  • 8:35 - 8:37
    O mercado das telecomunicações da Nigéria
  • 8:37 - 8:40
    é o segundo de crescimento
    mais rápido do mundo, depois da China.
  • 8:41 - 8:44
    Estamos a ter investimentos
    de mil milhões de dólares por ano
  • 8:45 - 8:46
    em telecomunicações.
  • 8:46 - 8:50
    E ninguém sabe isso,
    excepto algumas pessoas espertas.
  • 8:50 - 8:53
    (Risos)
  • 8:53 - 8:56
    A empresa mais esperta, a primeira a entrar,
  • 8:56 - 8:59
    foi a companhia MTN da África do Sul.
  • 8:59 - 9:02
    Nos três anos em que fui
    Ministra das Finanças,
  • 9:03 - 9:07
    fizeram uma média de 360 milhões
    de dólares de lucro por ano.
  • 9:08 - 9:13
    360 milhões num país que é pobre,
  • 9:14 - 9:18
    com uma receita média um pouco abaixo
    dos 500 dólares "per capita".
  • 9:19 - 9:21
    Portanto, o mercado existe.
  • 9:21 - 9:25
    Mantiveram isto sob sigilo,
    mas em breve outros souberam.
  • 9:25 - 9:28
    Os nigerianos começaram a desenvolver
  • 9:28 - 9:30
    algumas empresas
    de telecomunicações sem fios
  • 9:30 - 9:32
    e apareceram mais três ou quatro.
  • 9:32 - 9:34
    Mas há ali um grande mercado,
  • 9:35 - 9:38
    e as pessoas não sabem,
    ou não querem saber.
  • 9:40 - 9:42
    Então, a privatização
    foi uma das coisas que fizemos.
  • 9:43 - 9:49
    A outra coisa que também fizemos
    foi gerir melhor as nossas finanças.
  • 9:50 - 9:52
    Porque ninguém nos vai ajudar ou apoiar
  • 9:53 - 9:56
    se não estivermos a gerir bem
    as nossas finanças.
  • 9:56 - 9:59
    E a Nigéria, com o sector do petróleo,
  • 9:59 - 10:04
    tinha a reputação de ser corrupta
    e de não gerir bem as suas finanças.
  • 10:05 - 10:07
    Então, o que tentámos fazer?
  • 10:07 - 10:09
    Introduzimos uma regra fiscal
  • 10:09 - 10:12
    que eliminou o vínculo
    entre o orçamento e o preço do petróleo.
  • 10:12 - 10:16
    Anteriormente, orçamentávamos as despesas
    em função do que o petróleo nos rendia,
  • 10:16 - 10:21
    porque o petróleo é o sector
    maior e mais lucrativo da economia:
  • 10:21 - 10:24
    70% das nossas receitas vêm do petróleo.
  • 10:25 - 10:28
    Depois de suprimir esse vinculo,
    começámos a orçamentar as despesas
  • 10:28 - 10:31
    a um preço ligeiramente abaixo
    do preço real do petróleo
  • 10:31 - 10:35
    e a poupar o que estava acima desse preço.
  • 10:36 - 10:39
    Não sabíamos se conseguíamos;
    esta medida era muito controversa.
  • 10:39 - 10:42
    Mas o que aconteceu imediatamente
    foi a diminuição da volatilidade
  • 10:42 - 10:45
    que estava presente em termos
    do nosso desenvolvimento económico
  • 10:45 - 10:49
    — quando o preço do petróleo
    aumentava, crescíamos muito depressa.
  • 10:49 - 10:51
    Quando caía, nós caíamos também.
  • 10:51 - 10:55
    Dificilmente podíamos pagar alguma coisa,
    os salários, as despesas da economia.
  • 10:56 - 10:57
    Isso melhorou.
  • 10:57 - 11:02
    Antes de eu sair, conseguimos poupar
    27 mil milhões de dólares,
  • 11:03 - 11:06
    para alimentar as nossas reservas.
  • 11:06 - 11:10
    Quando cheguei, em 2003, só tínhamos
    sete mil milhões de dólares em reservas.
  • 11:11 - 11:14
    Quando me fui embora, tínhamos aumentado
    para quase 30 mil milhões de dólares.
  • 11:14 - 11:18
    E neste momento, temos
    cerca de 40 mil milhões em reservas
  • 11:18 - 11:22
    devido à boa gestão das nossas finanças.
  • 11:23 - 11:26
    Isso fortalece a nossa economia,
    estabiliza-a.
  • 11:26 - 11:29
    A nossa taxa de câmbio
    estava sempre a flutuar.
  • 11:29 - 11:32
    Agora está estável
    e está a ser bem gerida,
  • 11:32 - 11:38
    o que permite que os empresários tenham
    uma previsão dos preços na economia.
  • 11:40 - 11:44
    Baixámos a inflação de 28%
    para cerca de 11%.
  • 11:46 - 11:52
    E o PIB cresceu, de uma média
    de 2,3% na década passada,
  • 11:52 - 11:55
    para cerca de 6,5% agora.
  • 11:56 - 11:59
    Então, todas as mudanças
    e reformas que fizemos
  • 11:59 - 12:02
    mostraram resultados
    económicos mensuráveis.
  • 12:02 - 12:04
    E o que é mais importante,
  • 12:04 - 12:07
    — porque queremos afastar-nos
    do petróleo e diversificar
  • 12:08 - 12:12
    e há muitas oportunidades neste grande país,
    como em tantos países em África —
  • 12:13 - 12:16
    o que foi notável é que
    grande parte deste crescimento
  • 12:16 - 12:19
    veio não só do sector petrolífero,
    mas do não-petrolífero.
  • 12:19 - 12:22
    A agricultura cresceu mais de 8%.
  • 12:22 - 12:24
    Tal como as telecomunicações,
  • 12:24 - 12:27
    os setores de habitação e construção
    também cresceram.
  • 12:27 - 12:29
    Eu podia continuar a enumerá-los.
  • 12:29 - 12:33
    Isto para vos dizer que,
    depois de endireitar a macroeconomia,
  • 12:33 - 12:37
    as oportunidades noutros sectores
    são enormes.
  • 12:38 - 12:41
    Temos oportunidades na agricultura,
    como já disse.
  • 12:41 - 12:44
    Temos oportunidades nos minerais sólidos.
  • 12:44 - 12:47
    Temos muitos minerais
    em que nunca ninguém investiu nem explorou.
  • 12:48 - 12:51
    E percebemos que, sem legislação adequada
    para que isso seja possível,
  • 12:51 - 12:53
    isso não aconteceria.
  • 12:53 - 12:54
    Agora temos um código de mineração
  • 12:54 - 12:57
    que é comparável com alguns
    dos melhores do mundo.
  • 12:58 - 13:00
    Temos oportunidades na habitação
    e no imobiliário.
  • 13:00 - 13:03
    Não havia nada num país
    com 140 milhões de habitantes
  • 13:04 - 13:09
    — não havia centros comerciais
    como os que conhecemos aqui.
  • 13:10 - 13:13
    Isto foi uma oportunidade
    de investimento para as pessoas,
  • 13:13 - 13:15
    que inflamou a imaginação delas.
  • 13:16 - 13:19
    Agora, temos uma situação
    em que o comércio nesta área
  • 13:19 - 13:22
    tem um volume quatro vezes maior
    do que tinham previsto.
  • 13:23 - 13:27
    Então, grandes avanços na construção,
    no imobiliário, nas hipotecas.
  • 13:27 - 13:30
    Nos serviços financeiros,
    tínhamos 89 bancos.
  • 13:30 - 13:33
    Eram demasiados
    os que não faziam negócio.
  • 13:33 - 13:37
    Consolidámo-los de 89 para 25 bancos,
  • 13:37 - 13:42
    exigindo que aumentassem
    o seu capital social.
  • 13:42 - 13:47
    Passou de 25 milhões de dólares
    para 150 milhões de dólares.
  • 13:47 - 13:49
    Estes bancos estão agora consolidados
  • 13:49 - 13:55
    e o reforço do sistema bancário
    atraiu muito investimento vindo de fora.
  • 13:55 - 13:59
    O Barclays Bank, do Reino Unido,
    está a trazer 500 milhões.
  • 13:59 - 14:03
    O Standard Chartered trouxe 140 milhões.
  • 14:03 - 14:06
    E eu podia continuar.
    Dólares, sem parar, no sistema.
  • 14:06 - 14:08
    Estamos a fazer o mesmo com os seguros.
  • 14:08 - 14:11
    Nos sistemas financeiros,
    há grandes oportunidades.
  • 14:11 - 14:17
    O turismo, nos países africanos,
    tem grandes oportunidades.
  • 14:17 - 14:20
    É pelo turismo que muitas pessoas
    conhecem a África Oriental:
  • 14:21 - 14:24
    a vida selvagem, os elefantes,
    e muito mais.
  • 14:24 - 14:26
    Mas é muito importante
    gerir o mercado do turismo
  • 14:26 - 14:29
    de modo a beneficiar as pessoas.
  • 14:30 - 14:32
    O que é que estou a tentar dizer?
  • 14:32 - 14:36
    Estou a tentar dizer que há
    uma nova onda no continente.
  • 14:36 - 14:41
    Uma onda de abertura e democratização
    na qual, a partir de 2000,
  • 14:41 - 14:43
    mais de dois terços dos países africanos
  • 14:43 - 14:46
    tiveram eleições democráticas
    multipartidárias.
  • 14:46 - 14:49
    Nenhuma delas foi perfeita, nem será,
  • 14:49 - 14:51
    mas a tendência é muito clara.
  • 14:51 - 14:55
    Estou a tentar dizer que,
    nos últimos três anos,
  • 14:55 - 14:57
    a taxa média de crescimento,
    no continente,
  • 14:57 - 15:02
    passou de cerca de 2,5% para 5% por ano.
  • 15:02 - 15:06
    Isto é melhor que o desempenho
    de muitos países da OCDE.
  • 15:07 - 15:11
    Então, é visível
    que as coisas estão a mudar.
  • 15:11 - 15:13
    Os conflitos no continente baixaram;
  • 15:13 - 15:16
    de cerca de 12 conflitos,
    nos últimos 10 anos,
  • 15:16 - 15:18
    só há hoje três ou quatro conflitos.
  • 15:18 - 15:21
    Um dos mais terríveis,
    claro, é o de Darfur.
  • 15:21 - 15:23
    E, como sabem, há o efeito da vizinhança:
  • 15:23 - 15:26
    se algo se está a passar
    numa parte do continente,
  • 15:26 - 15:29
    parece que todo
    o continente está afectado.
  • 15:29 - 15:31
    Mas é preciso saber que este continente
  • 15:31 - 15:37
    é um continente de muitos países,
    não de um único país.
  • 15:38 - 15:40
    E se reduzimos
    para três ou quatro conflitos,
  • 15:40 - 15:43
    isso quer dizer
    que há muitas oportunidades
  • 15:43 - 15:45
    para investir em economias estáveis,
  • 15:45 - 15:50
    em crescimento, e entusiasmantes,
  • 15:51 - 15:53
    em que há muitas oportunidades.
  • 15:54 - 15:58
    Quero deixar mais uma ideia
    sobre este investimento.
  • 15:59 - 16:01
    A melhor maneira de ajudar
    os africanos hoje
  • 16:02 - 16:05
    é ajudá-los a erguerem-se.
  • 16:05 - 16:09
    E a melhor maneira de fazer isso
    é ajudando a criar empregos.
  • 16:10 - 16:12
    Não há problema em combater a malária,
  • 16:12 - 16:15
    investir dinheiro nisso
    e salvar vidas de crianças.
  • 16:15 - 16:18
    Não é isso que estou a dizer, isso é bom.
  • 16:19 - 16:21
    Mas imaginem o impacto numa família:
  • 16:22 - 16:25
    se os pais estiverem empregados
    e garantirem que os filhos vão à escola,
  • 16:25 - 16:28
    conseguem comprar medicamentos
    para combater as doenças.
  • 16:28 - 16:31
    Não é uma oportunidade magnífica
    investirmos em locais
  • 16:31 - 16:34
    onde ganhamos dinheiro
    enquanto criamos empregos
  • 16:34 - 16:37
    e ajudamos as pessoas a erguerem-se?
  • 16:37 - 16:40
    Não é uma oportunidade estupenda?
  • 16:40 - 16:42
    Não é este o caminho a seguir?
  • 16:42 - 16:45
    Quero dizer que, no continente,
  • 16:45 - 16:48
    algumas das melhores pessoas
    em quem investir são as mulheres.
  • 16:48 - 16:51
    (Aplausos)
  • 16:55 - 16:59
    Tenho um CD aqui.
    Desculpem não ter dito nada a tempo.
  • 17:00 - 17:02
    Senão, gostava que tivessem visto isto.
  • 17:02 - 17:05
    Diz: "África: Aberta a Negócios".
  • 17:06 - 17:09
    Este é um vídeo que ganhou um prémio
  • 17:09 - 17:11
    de melhor documentário do ano.
  • 17:11 - 17:13
    Saibam que a mulher que fez isto
  • 17:13 - 17:18
    vai estar na Tanzânia, onde
    vai haver uma sessão em Junho.
  • 17:19 - 17:24
    Mas mostra-nos que os africanos,
    mais propriamente as mulheres africanas,
  • 17:24 - 17:27
    contra tudo e contra todos,
    desenvolveram empresas,
  • 17:27 - 17:29
    algumas delas de categoria mundial.
  • 17:29 - 17:32
    Uma das mulheres neste vídeo,
    Adenike Ogunlesi,
  • 17:32 - 17:34
    faz roupas de criança.
  • 17:34 - 17:39
    O que começou por ser um passatempo
    tornou-se num negócio.
  • 17:39 - 17:42
    Misturando materiais africanos,
    como os que temos,
  • 17:43 - 17:45
    com materiais de outros sítios.
  • 17:45 - 17:48
    ela faz um pequeno macacão com bombazina,
  • 17:49 - 17:53
    integrando materiais africanos,
    "designs" muito criativos.
  • 17:55 - 17:58
    A empresa chegou ao ponto
    de receber uma encomenda da Wal-mart.
  • 17:59 - 18:00
    (Risos)
  • 18:00 - 18:02
    Para 10 mil peças!
  • 18:04 - 18:08
    Isto mostra que temos pessoas
    que são capazes de fazer coisas.
  • 18:08 - 18:13
    As mulheres são trabalhadoras,
    são determinadas, trabalham muito.
  • 18:13 - 18:15
    Eu podia continuar a dar exemplos:
  • 18:15 - 18:19
    Beatrice Gakuba da Rwanda,
    abriu uma florista
  • 18:19 - 18:24
    e agora exporta para o mercado holandês
    em Amesterdão, todas as manhãs.
  • 18:24 - 18:28
    Emprega 200 mulheres e homens
    para trabalhar com ela.
  • 18:29 - 18:33
    Contudo, muitas dessas empresas
    precisam de capital para se expandirem,
  • 18:34 - 18:36
    porque, fora dos nossos países,
  • 18:36 - 18:40
    ninguém acredita que somos capazes
    de fazer o necessário.
  • 18:40 - 18:45
    Ninguém pensa em termos de mercado.
    Ninguém pensa que há oportunidades.
  • 18:45 - 18:48
    Mas estou aqui para dizer-vos
    que aqueles que perderem o comboio,
  • 18:48 - 18:50
    vão perdê-lo para sempre.
  • 18:50 - 18:56
    Então, se querem estar em África,
    pensem em investir.
  • 18:57 - 19:03
    Pensem nas Beatrices, pensem
    nas Adenikes deste mundo,
  • 19:03 - 19:05
    que estão a fazer coisas incríveis,
  • 19:05 - 19:08
    que estão a levá-las
    para a economia global,
  • 19:08 - 19:12
    enquanto garantem que os seus colegas,
    homens e mulheres, estão empregados,
  • 19:12 - 19:15
    e que as crianças nessas famílias
    recebem instrução
  • 19:15 - 19:17
    porque os pais têm um salário adequado.
  • 19:17 - 19:22
    Então, convido-vos a explorar
    as oportunidades.
  • 19:23 - 19:27
    Quando forem à Tanzânia,
    oiçam com atenção,
  • 19:27 - 19:31
    porque tenho a certeza que vão ouvir falar
    de várias aberturas que vai haver
  • 19:31 - 19:37
    para se envolverem em algo
    que vai fazer o bem ao continente,
  • 19:37 - 19:41
    às pessoas e a vocês mesmos.
  • 19:41 - 19:42
    Muito obrigada.
  • 19:42 - 19:45
    (Aplausos)
Title:
Querem ajudar África? Abram um negócio aqui
Speaker:
Ngozi Okonjo-Iweala
Description:

Conhecemos as imagens negativas de África — fome e doença, conflito e corrupção. Mas, diz Ngozi Okonjo-Iweala, há outra história desconhecida a acontecer em muitas nações africanas: uma história de reformas, de crescimento económico e de oportunidades de negócio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:49

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