Golden Axe - Segredos e mitos

Prisioneiros no corredor da morte? Propaganda de bebida japonesa? Michael Jackson? Homenagens a Hollywood? Confira 4 curiosidades desse clássico dos Arcades e do Mega no primeiro programa Virtua Gamer!

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Produzido por: Rafael Fernandes
http://www.twitter.com/rafael00agent

Música de Abertura - Kevin Macleod/The Gothsicle

>>Rafael Fernandes: Golden Axe é um clássico indiscutível.

O jogo produzido pela Sega para os arcades em 1988 fez um enorme sucesso

e foi convertido para um porrilhão de consoles na época.

Mas o Mega Drive era o único videogame que reproduzia decentemente a versão do fliperama,

e por essa razão muita gente conheceu o jogo por ali.

A Sega chegou a fazer algumas continuações,

mas nenhuma delas conseguiu repetir o sucesso do original –

ou seja, muitos dos jogos da série que vieram depois eram um lixo.

Recentemente a empresa lançou um remake para o PlayStation 2

e logo depois tentou fazer um reboot,

em um jogo totalmente novo para o Xbox 360, mas…

Adivinha o que aconteceu, né.

[Sons de escarrada e peido]

Mas vamo falar de coisa boa:

o primeiro Golden Axe tem uma série de segredos e curiosidades espalhadas pelo jogo inteiro,

e é deles que vamos falar agora.

Se segura aí então. Roda a vinheta!

Se você for uma pessoa bem detalhista,

vai perceber que o jogo inteiro parece se passar em uma vila patrocinada pela Sega.

Sabe por quê? Olha aí:

as casas são da Sega, o bar é da Sega, até o mapa é da Sega, pelamordedeus.

Mas, além disso, a equipe de desenvolvimento também arrumou um jeito de colocar os seus nomes no jogo,

ou pelo menos o que a gente acha que é o apelido,

porque não é possível que alguém se chame Doydoy, por exemplo.

No final, digamos, "épico" da versão de arcade,

onde todos os personagens saem do fliperama e invadem a cidade,

mais nomes surgem na tela, incluindo o de Uchida,

Makoto Uchida, o diretor do jogo.

Também tem uma estranha placa escrita Hokari Sweat, tá vendo?

O que que é isso aí?

Na verdade é uma sátira a uma bebida japonesa chamada Pocari Sweat,

que é tipo um Gatorade de lá, uma bebida esportiva.

E que também parece ser muito boa, né?

>>Garota: …sonho. Sempre.

Pocari Sweat. Go Ion!

>>Rafael Fernandes: Pois bem, mas antes de começar a desenvolver esse jogo,

Uchida e sua equipe conhecida como Team Shinobi havia trabalhado

em um dos maiores clássicos dos arcades e do Mega Drive: Altered Beast.

Isso explica uma grande semelhança artística entre os dois jogos,

tanto nos desenhos quanto nos sons.

Também existe a presença nos dois jogos de uma criatura bem peculiar:

conhecido como Chicken Leg,

esse bichano que era um inimigo bem chato no Altered Beast

acabou virando uma das opções de montaria no Golden Axe.

E ele nem era tão bom assim, viu.

Outro jogo desenvolvido pelo mesmo time é Alien Storm,

que além de escancarar na cara das pessoas que é um título desenvolvido pelo tal do Team Shinobi,

também tem a participação do velho Gilius Thunderhead.

Outros games do currículo de Uchida incluem Die Hard Arcade, Dynamite Cop

e o remake de Altered Beast para o PlayStation 2, é…

não exatamente o melhor momento da carreira dele.

Uma característica principal de todos esses jogos dirigidos por Uchida

é que eles sempre parecem buscar inspiração em alguma produção de Hollywood.

Quer ver só?

Alien Storm, por exemplo, parece muito com Os Caça Fantasmas;

já o Die Hard Arcade, obviamente é inspirado em Duro de Matar.

E no caso do Altered Beast? Olha só!

Pasmem, ele pegou inspiração em Michael Jackson!

Aquele famoso curta-metragem do Thriller (até cuspi aqui),

aquele vídeo onde o cantor se transforma em um lobisomem,

fez com que Uchida pensasse em como fazer um jogo

que retratasse bem essas metamorfoses usando animação gráfica.

O diretor também pegou inspiração em um filme chamado Grito de Horror,

mas é muito mais legal falar do Michael Jackson!

>>Michael Jackson: OWW!

>>Rafael Fernandes: O Golden Axe, obviamente,

pegou referências do filme Conan, o Bárbaro, de 1982,

estrelado por Arnold Schwarzenegger.

As semelhanças não param por aí,

Golden Axe ainda pegou muita coisa de Hollywood… Olha só!

E a curiosidade mais interessante de Golden Axe

é a respeito de uma polêmica que chamou a atenção nos últimos meses:

em uma dessas páginas de curiosidades que meio que viraram uma praga no Facebook,

tem a seguinte informação.

Vou pedir primeiro que tirem as crianças e pessoas sensíveis da sala,

porque o texto a seguir é muito forte.

"Todas as vozes de Golden Axe foram feitas por prisioneiros americanos no corredor da morte."

>>Carlos Massa: PAROU! PAROU! PAROU! PAROU!

>>Rafael Fernandes: Peraí, será que isso é verdade?

Será que as vozes realmente são de inocentes e pobres prisioneiros

prestes a passar pela maior dor de suas vidas?

Será que Golden Axe é então uma metáfora narrativa

protestando contra o sistema prisional americano?

>>Luiz Carlos Alborghetti: NÃO! NÃO!

>>Rafael Fernandes: Claro que não!

E vai entender porque que alguém vai inventar um absurdo desse.

Para pra pensar:

imagina o cara prestes a ser executado,

e um japonês avulso com um microfone do lado

pronto para gravar o último suspiro do condenado?

Fala sério, né.

A verdade é que as vozes de Golden Axe não foram gravadas no corredor da morte e nem nos estúdios da Sega:

os gritos foram retirados do filme Rambo.

Isso mesmo, o primeiro Rambo.

Olha só essa cena do filme.

E no jogo…

Não captou? Vam-vamo ver de novo então.

>>Heninger: Oh, God!

>>Shingleton: Uh?

>>Mitch: Oh, God!

Oh…

>>Rafael Fernandes: Antes que você pense que é apenas um caso de coincidência,

ou que o engenheiro de som da Sega apenas

utilizou o mesmo banco de vozes do sonoplasta do Rambo,

preste bem atenção.

Há um som de helicóptero ao fundo do grito do cara, certo?

Agora, ouça com atenção o mesmo grito no jogo

e repare que dá pra ouvir o som do helicóptero aqui também.

E não parou por aí.

A sequência direta do Golden Axe, lançada só nos arcades em 1992,

chupinhava efeitos sonoros do próprio filme do Conan, se liga só.

Agora, depois dessa história dos prisioneiros, vamo parar pra pensar:

por que e para quê inventaram uma baboseira dessas, hem?

Vai entender.

Por isso que não é bom acreditar em tudo que a gente vê pela internet.

Mas uma coisa é certa:

se os gritos são de prisioneiros ou não, isso não importa.

Golden Axe continua um clássico,

impossível de enjoar, e que ainda desperta muita nostalgia.

É uma pena que a Sega cuspiu, pisou e rodou em cima da série,

e agora ela vale menos que um pedaço de esterco.

O jeito então é relembrar os velhos tempos.