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INDICADO AO OSCAR DE MELHOR
FILME ESTRANGEIRO EM 1990
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PR�MIO ESPECIAL DO J�RI NO
FESTIVAL DE CANNES EM 1989
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GLOBO DE OURO DA IMPRENSA
ESTRANGEIRA EM HOLLYWOOD
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PR�MIO ESPECIAL DO J�RI NO
OSCAR EUROPEU ��FELIX�� EM 1989
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PR�MIO ��FELIX�� DE MELHOR ATOR
PARA PHILIPPE NOIRET EM 1989
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INDICADO PARA O PR�MIO ��C�SAR��
DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
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INDICADO PARA O PR�MIO ��C�SAR��
DE MELHOR P�STER DO ANO
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PR�MIO DO JORNAL JAPON�S
��MAINICHI ELGA��...
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DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
DO ANO PARA OS LEITORES
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INDICADO PARA O GLOBO DE OURO
DA IMPRENSA JAPONESA...
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DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
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PR�MIO ��EUROPACINEMA�� DE MELHOR
CONTRIBUl��O T�CNICA E ART�STICA
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PR�MIO ��CONF�D. INTERNATIONAL
DES CINEMA D�ESSAl��
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PR�MIO ��PASINETTI�� DO SINDICATO
DOS CINEJORNALISTAS
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��DAVID DI DONATELLO��
DE MELHOR TRILHA SONORA
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PR�MIO A ENNIO MORRICONE
MELHOR TRILHA SONORA DE 1989
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PR�MIO ESPECIAL
��EFEBO D�ORO�� EM 1989
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PR�MIO ��CINEMA & SOCIET��� 1989
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APRESENTADO NOS
SEGUINTES FESTIVAIS:
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��CINEMA PARADISO��
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Sim, Salvatore Di Vita.
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Como assim, n�o o conhece?
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Sim, isso mesmo. Eu sou a m�e.
Estou ligando da Sic�lia.
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Tentei o dia todo.
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Entendi. N�o est�.
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Ent�o, por favor,
poderia me dar...?
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656-22-056.
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Obrigada, bom dia.
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� um telefonema in�til.
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Est� ocupado, sabe-se l� onde est�,
e pode ser que nem lembre mais.
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Ou�a o que eu digo, desista.
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J� faz 30 anos que n�o aparece.
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Sabe como ele �.
-
Ele se lembrar�. Tenho certeza.
Conhe�o-o melhor que voc�.
-
Se descobrir que n�o o avisamos,
ficar� magoado.
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Gostaria de falar com o Sr. Salvatore.
Sou a m�e dele.
-
Salvatore?
-
Que horas s�o?
-
� bem tarde.
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Desculpe...
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n�o pude avisar que ia demorar.
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Durma.
-
Sua m�e telefonou.
-
Confundiu-me com outra.
-
E o que voc� disse?
-
Nada, n�o quis desapont�-la.
Conversamos bastante.
-
Ela disse que voc�
n�o avisita h� 30 anos...
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e que, quando quer ver voc�,
ela � que vem a Roma.
-
Telefonou s� pra dizer isso?
-
N�o. Disse tamb�m que
morreu um tal de Alfredo...
-
e o funeral ser� amanh�.
-
Quem �? Algum parente?
-
N�o... Durma.
-
O que vou fazer com esse menino?
-
Tot�!
-
Ainda bem.
-
Quando vai entender?
Sem a campainha, eu me perco!
-
Dorme o tempo todo! O que
faz a noite? Fica comendo?
-
Padre Adelfio, l� em casa
n�o se come nem ao meio-dia!
-
O veterin�rio concorda!
Por isso tenho sono!
-
Eu explico por que
sempre tem sono!
-
Agora fa�a uma coisa bonita:
v� embora, tenho o que fazer!
-
-Posso ir tamb�m?
-N�o pode, n�o!
-
-Sim! Sim! Sim!
-Tot�, x�! Suma!
-
-Eu quero ir!
-N�o vai, entendeu? Fora!
-
Alfredo!
-
-Diga.
-Pode come�ar.
-
Um sinal da cruz, e vamos l�.
-
O enquadramento!
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��BAS-FONDS��
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Voc� sabe que um dia
tudo ser� nosso, Pepe.
-
Iremos embora juntos
e viveremos sozinhos.
-
Teremos uma vida boa...
-
e ningu�m saber� de onde viemos.
-
Pare de sonhar,� in�til.
-
Voc� j� n�o me ama como antes.
-
Porqu�?
-
N�o!
-
Dois pares por 100 liras!
Meias finas!
-
Venham, corram!
-
Voc� n�o pode vir aqui!
-
O que devo fazer
para que entenda?
-
Se a fita pega fogo, voc� que
� pequeno queima num segundo!
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E vou virar carv�o.
-
Que l�ngua comprida voc� tem!
-
Um dia ainda vou cort�-la.
-
Deste jeito.
-
Posso ficar com este?
-
Ent�o, posso?
-
-Posso ficar?!
-N�o!
-
Ficou surdo? Preciso devolver
isto junto com a fita!
-
Que diabos!
Voc� parece um carrapato!
-
Ent�o, por que n�o
devolveu todos estes?
-
�s vezes n�o lembro onde cortei,
ent�o ficam aqui.
-
Afinal, beijam-se demais!
-
-Ent�o, posso pegar estes?
-Escute, venha c�.
-
Antes que eu te d� um chute no rabo,
fa�amos um trato.
-
-Te dou todos aqueles peda�os.
-Obrigado.
-
Nada. Mas: 1�, n�o apare�a mais e,
2�, eu guardo pra voc�, entendeu?
-
-Est� bem.
-Ent�o, de acordo. Suma!
-
Mas que trato � esse?
-
Se os peda�os s�o meus,
por que ficam com voc�?
-
N�o apare�a mais,
ou quebro sua cara!
-
Atire primeiro, pense depois.
-
Este n�o � um ramo para gente
delicada, seu corno traidor.
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Ei, voc�, seu desgra�ado.
Abaixe a m�o e passe o ouro.
-
Negro sujo.
Fique longe de mim...
-
ou quebro sua cara.
-
M�e, se a guerra acabou,
por que papai n�o volta?
-
Vai voltar.
Um dia desses ele volta.
-
Nem lembro mais como ele �.
Onde fica a R�ssia?
-
Ir para l� leva anos...
-
e voltar tamb�m.
-
Agora v� dormir, � tarde.
-
Pode encher sua m�e, n�o eu!
-
Trate de conseguir o canudo e
v� ser carabiniere! Desgra�ado!
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D�bil mental!
-
E ent�o, quanto � 5 vezes 5?
-
30.
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Sil�ncio! Tabuada do 5, seu burro.
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Uma vez 5 � 5...
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2 vezes 5 � 10...
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3 vezes 5 � 15...
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4 vezes 5 � 20.
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5 vezes 5?
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40.
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Sil�ncio! Sil�ncio!
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Boccia, Boccia! � 25! 25!
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Se n�o souberem a tabuada,
nunca achar�o trabalho!
-
Pela �ltima vez,
quanto � 5 vezes 5?
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Natal!
-
-O que �?
-Paguei e quero assistir.
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Des�a da�! Seu diabinho.
-
N�o pode ficar a�, v� sentar!
-
Esses infelizes s�o
piores do que coelhos.
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Desgra�ado...
-
Preciso ir, espere-me
em minha casinha.
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Esperaria um morto.
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Um excepcional elenco com
John Wayne e Claire Trevor...
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garante momentos inesquec�veis.
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Uma louca corrida por ouro
e tamb�m por amor.
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Quem escapar� � selvageria?
-
Boa tarde a todos!
N�o posso cumprimentar?
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-Hoje s�o duas fitas.
-E da�? S� vim pra dormir.
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J� decidiu? S�o americanos.
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Deixem ver!
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-Tira isso, Alfredo!
-Ignorante!
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O INESQUEC�VEL CONGRESSO
DA RESIST�NCIA
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A vanguarda de
um povo corajoso...
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guerreiros clandestinos
que se insurgem...
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reuniu-se no Teatro lt�lia, em Roma,
para o Congresso da Resist�ncia...
-
criado pelo CVL e pela ANDI.
Parri presidiu e Sandro Pertini...
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A TERRA TREME
EPIS�DIO DO MAR
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INTERPRETA��O DE
PESCADORES SICILIANOS
-
O que est� escrito?
-
-Sei l�, sou analfabeto!
-Voc� tamb�m?
-
Sim.
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Doze horas de cansa�o nos ossos...
-
e nem conseguem o bastante
para n�o morrer de fome.
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No entanto, quando puxaram
as redes, estavam cheias.
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Um barco custa 7.750 liras.
-
Parece uma pris�o. A gente se
mata de trabalhar, e n�o tem nada.
-
Fazer o qu�? Voc� sabe
fazer outro trabalho?
-
-Eu sabia!
-Porca mis�ria!
-
H� 20 anos vou ao cinema!
Nunca vi um beijo!
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E quando vamos ver?
-
Corno!
-
-Boa noite, Don Vincenzo.
-Tenho trabalho pra voc�s.
-
-E eu?
-Voc�?
-
-V� pedir pro bigodudo.
-O bigodudo, �? Desgra�ado.
-
-Talvez voc�s trabalhem.
-Sempre me perseguindo.
-
Bela fita.
-
O menino trabalhava bem.
Pena ser t�o azarado.
-
Tamb�m, quem mandou
comprar o barco?
-
Cacete! Ent�o, n�o entendeu nada?
-
Rapazes, entendam:
aqui se trabalha de sol a sol.
-
E nunca perguntem
quanto v�o ganhar.
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Procurei voc� o dia todo.
Comprou o leite?
-
-N�o.
-Onde est� o dinheiro?
-
Roubaram.
-
-Pagou o cinema com ele?
-Sim.
-
O cinema! O cinema!
-
-Dona Maria, o que � isso?
-Ele � t�o miudinho!
-
-Miudinho! � um terremoto!
-Por que est� dizendo bobagens?
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Ele entrou de gra�a.
Vamos, conte � sua m�e.
-
Deve ter perdido
o dinheiro no cinema.
-
-Quanto era?
-50 liras.
-
O que encontrou hoje
sob as cadeiras?
-
Um pente...
-
duas meias-solas...
-
...uma tabaqueira...
-E...
-
50 liras.
-
Viu?
-
Obrigada. Obrigada, Alfredo.
-
-Boa noite.
-Bom dia.
-
Vamos, ande.
-
-Eu tinha entendido!
-A pra�a � minha!
-
� meia-noite!
-
Fora! Preciso fechar a pra�a!
-
Cansa ir a p�, n�o �, padre?
-
Na ida, que � em descida,
todo santo ajuda...
-
mas, na volta, os santos
ficam s� olhando.
-
Seja como Deus quiser.
-
-At� mais, at� hoje a noite.
-At� hoje a noite.
-
-Onde d�i?
-O p�!
-
O p�? Acontece de
tudo com voc�, n�o?
-
O que eu posso fazer?
-
-Alfredo, voc� conhecia meu pai?
-Conhecia, e muito bem.
-
Era alto, magro e simp�tico.
Tinha um bigode como o meu.
-
Ria muito.
Parecia com o Clark Gable.
-
-Alfredo!
-Diga.
-
Agora que fiquei maior
e fa�o a 5� s�rie...
-
n�o pe�o que me deixe
entrar na cabine...
-
mas que tal sermos amigos?
-
Escolho amigos pelo aspecto
e inimigos pela intelig�ncia...
-
e voc� � esperto demais
para ser meu amigo.
-
Sempre digo aos meus filhos:
-
��Tenham cuidado para escolher
os amigos certos!��
-
Mas voc� n�o tem filhos.
-
Mas, quando tiver, � o que direi!
-
N�o chore mais, estou aqui!
-
N�o tem mais fogo!
Estou aqui, agora.
-
-O que aconteceu?
-Desgra�ado!
-
Sua irm� quase morreu queimada!
-
Por sua culpa!
-
Voc� � a minha ru�na!
-
Eu avisei pra n�o guardar aquilo
debaixo da cama, perto do braseiro!
-
Queimou as fotografias tamb�m!
-
-Sempre essa doen�a do cinema!
-Estava pondo fogo na casa!
-
O que eu fiz pra merecer?!
-
N�o se envergonha de brincar
com um menino nessa idade?!
-
Que culpa tenho eu?
-
Quem deu os peda�os de pel�cula?
-
Jure que n�o vai dar mais
essas porcarias! Ele � louco!
-
Fala s� de cinema e Alfredo,
Alfredo e cinema!
-
Jure que n�o o deixar� mais
entrar no cinema. Jure!
-
Tem a minha palavra, dona Maria.
-
S� quero uma coisa do Senhor: que
seu pai volte pra te dar uma surra!
-
O papai n�o volta mais!
Eu j� entendi! Morreu!
-
N�o � verdade! N�o!
-
Voc� vai ver como ele volta.
-
Fumam feito turcos!
-
N�o, n�o! Paguem a entrada!
-
N�o!
-
O que foi? Se eu n�o arrebentar um,
que se perca o meu nome!
-
Desgra�ados!
-
-Dona Anna!
-Parece bobo!
-
Alfredo.
-
N�o � culpa minha. Sua mulher
pediu pra trazer a comida.
-
-Me d� isso!
-Eu contei pra minha m�e...
-
que voc� n�o me deu as pel�culas.
N�o foi culpa tua.
-
Pensei que essa hist�ria de que
pegavam fogo fosse piada.
-
Eu s� queria dizer isso.
Vou embora.
-
Tot�. Venha c�.
-
Venha c�, sente-se aqui.
-
Ou�a bem.
Comecei neste ramo aos 1O anos.
-
Naquela �poca, n�o havia
estas m�quinas modernas.
-
Os filmes eram mudos.
O projetor era manual, a manivela.
-
O dia todo a girar aquela manivela,
e como era dura!
-
E, se voc� se cansava...
-
e perdia o ritmo...
-
de repente, tudo pegava fogo!
-
E por que voc� n�o me ensina,
agora que � tudo mais f�cil?
-
Porque eu n�o quero.
-
N�o deve trabalhar com isto.
� como escravid�o.
-
Voc� fica sempre sozinho...
-
v� cem vezes o mesmo filme,
s� faz isso.
-
Conversa com Greta Garbo
e Tyrone Power como louco.
-
Trabalha como um burro, at� nos
feriados, na P�scoa e no Natal.
-
S� folga na Sexta-Feira Santa.
-
E, se n�o tivessem crucificado
Jesus Cristo...
-
at� nesse dia eu trabalharia!
-
Por que n�o muda de emprego?
-
Porque sou um tonto.
-
Quem mais na cidade
pode ser projecionista?
-
Ningu�m.
-
S� mesmo o cretino aqui.
-
E eu n�o tive sorte.
-
Ent�o, quer ser um bob�o como eu?
Responda!
-
N�o.
-
Muito bem, Tot�!
-
Digo isso pelo seu bem.
-
Aqui dentro morre-se de calor
no ver�o e de frio no inverno.
-
Respira fuma�a e g�s, e no final...
-
ganha uma mis�ria.
-
N�o gosta de nada neste servi�o?
-
Com o tempo, voc� se acostuma.
-
E, quando ouve daqui
o cinema cheio...
-
e todos riem e se divertem,
fica contente tamb�m.
-
D� prazer ouvi-los rir.
-
� como se rissem gra�as avoc�.
-
Fa�o-os esquecer as
desgra�as e mis�rias.
-
Disso eu gosto.
-
Ent�o, falei em turco?
O que est� olhando?
-
Finge ouvir e depois faz como quer?!
Sua m�e tem raz�o!
-
Voc� � louco! Sim, louco!
-
Filho da puta, como fez isso?
Aprendeu de tanto olhar! Loucura!
-
Tot�! Vou avisar o bilheteiro!
N�o entrar� nem no cinema!
-
E vou falar com o padre Adelfio!
N�o ser� mais nem coroinha!
-
-Nunca mais, desgra�ado!
-Alfredo!
-
V� tomar no cu!
-
Nossa Senhora!
Acertei os 12!
-
Nossa Senhora!
-
Ciccio Spaccafico, o Napolitano,
ganhou na Loteria!
-
Cacete, molecada! Spaccafico,
o Napolitano, acertou os 12!
-
Sortudos como sempre,
esse povo do Norte!
-
A pra�a � minha!
-
Parado! Tem bicho-carpinteiro?
-
� um condom�nio de piolhos.
Pode ir.
-
O que querem aqui?
Pra casa! Saiam daqui.
-
Um comerciante...
-
possui duas lojinhas.
-
Numa delas vende frutas...
-
Podem sentar.
-
Professor, chegaram os candidatos
externos ao diploma prim�rio.
-
Sil�ncio. Sil�ncio!
-
Quietos!
-
Tot�. Tot�!
-
Desgra�ado, filho da puta.
-
-Tot�, me ajuda!
-Sil�ncio!
-
Como se faz esta coisa?
-
-Como fa�o esta porra de problema?!
-Sil�ncio!
-
Tot�.
-
Sim.
-
Francesco Messana,
est� preso em nome da lei.
-
Eu sabia que ele acabaria assim!
-
Corn�ssimo! E filho da puta!
-
Cuidado, aqui � f�cil
que a fita pegue fogo.
-
Se acontecer, parta-a aqui e aqui,
para o fogo n�o pegar nas bobinas.
-
-Entendeu?
-Sim, Alfredo.
-
Entendeu que lado tem gelatina?
-
O sabor � maravilhoso.
-
-O enquadramento!
-Acerta isso!
-
Estas s�o as notas de controle
das fitas. Guardamos sempre.
-
-Est� bem, Alfredo.
-Jamais esque�a.
-
O que � isso? Parado!
Parado! Socorro! Ladr�o!
-
Pronto. Isto � para voc�.
Agora j� pode p�r as bobinas.
-
-Como � alto.
-Assim pode trabalhar sozinho.
-
Parado. Parados!
-
-Caramba, que rabo.
-Me deixa ver.
-
Meninos, despe�am-se de Peppino,
que vai para a Alemanha.
-
De Francesco,
por que n�o quer se despedir?
-
Porque meu pai diz
que ele � comunista.
-
-Sua b�n��o, m�e.
-V�o achar trabalho na Alemanha?
-
Como vou saber?
� como uma aventura.
-
� o caminho da esperan�a.
-
Cidade de merda!
-
V� tomar no cu na Alemanha,
voc� e o bigodudo.
-
Adeus, m�e!
-
-Adeus, Peppino! Volte logo!
-At� mais!
-
Adeus, Ciro!
-
Ainda bem que a Alemanha
� mais perto que a R�ssia.
-
Ap�s 6 anos,
volta a moda de primavera...
-
sem as hipocrisias
do tempo de guerra.
-
Estes chap�us,
sem constrangimento...
-
-Se n�o arrebentar um por um...
-Mudo de nome!
-
-Isso!
-Dorminhoco!
-
Abre-se mais uma p�gina de dor na
trag�dia de nossos homens na R�ssia.
-
O Minist�rio da Defesa divulgou
mais nomes de soldados mortos...
-
entre os considerados
desaparecidos.
-
A lista ser� afixada em breve
nos distritos militares.
-
Os familiares ser�o notificados
diretamente pelas autoridades.
-
Infelizmente ignoramos
em qual cemit�rio est�.
-
Queira assinar
o pedido de pens�o.
-
Sabia que tenho um admirador?
Ent�o, n�o contei?
-
N�o p�ra de me cortejar.
Bem, n�o � nenhum Ad�nis.
-
Est� bem, seguirei seu conselho.
-
Fora! N�o posso fazer outra sess�o!
J� � tarde, n�o entendem?
-
N�o posso fazer outra sess�o!
N�o empurrem! Pelo amor de Deus!
-
L� dentro tem gente
que j� viu o filme!
-
N�o me irritem!
Est�o me derrubando tamb�m!
-
Estamos aqui h� mais de uma hora!
-
Amanh�... estr�ia outra fita!
-
V�o adorar, dou minha palavra.
V�o dormir!
-
Voc� tamb�m! Vamos, fechem!
Querem derrubar o Paradiso!
-
E esta menina?!
-
Abram! Abram!
-
-Alfredo, resolva voc�!
-O que posso fazer?
-
Esperamos tr�s horas,
e agora nos mandam embora!
-
��Uma multid�o n�o pensa...
-
n�o sabe o que faz.��
-
O grande Spencer Tracy
disse isso em ��F�ria��.
-
Ent�o, o que acha?
-
Deixamos esses pobres birutas
ver o filme?
-
Pode ser. Mas como? � poss�vel?
-
Vejo que n�o cr� em
minhas palavras...
-
mas crer� em seus olhos.
-
Agora, levante o traseiro
desse maldito banco.
-
Preste aten��o.
-
Abracadabra.
-
Olhe para o outro lado.
-
Saia na janela e olhe, garoto!
-
Alfredo, � lindo!
-
Olhem! O cinema!
-
Muito bem, Alfredo!
-
Obrigado, Alfredo!
-
Quem � esse?
-
O que est� acontecendo?
O que querem?
-
Olha s�, � o cinema!
-
V�o tomar no cu!
-
-Alfredo, n�o d� pra ouvir nada!
-Vamos fazer mais esse presente?
-
Sim, sim!
-
Voc� quer descer?
-
Ent�o v�.
-
-Olhe ali.
-Mas o que � isso?
-
Nunzio.
-
Nunzio, cobre s� meia.
-
Sim, como quiser.
-
Caros senhores,
precisam pagar a entrada!
-
-S� meia!
-V� tomar no cu, a pra�a � de todos!
-
N�o!
-
A pra�a � minha!
Sem brincadeiras, sen�o fico bravo!
-
A pel�cula pegou fogo!
-
Alfredo!
-
Corram!
-
O que voc� tem?
-
Alfredo!
-
Alfredo!
-
Socorro! Socorro!
-
Socorro!
-
-Pobre Alfredo, que desgra�a.
-Que desgra�a.
-
Queimou!
-
Queimou, queimou!
-
O que vamos fazer? A cidade
ficar� sem divers�o, sem nada!
-
Quem tem dinheiro para
reconstruir o cinema?
-
� o napolitano Spaccafico!
Todo na estica, nem parece ele!
-
Quem tem dinheiro para
reconstruir o cinema?
-
O novo Cinema Paradiso!
-
Vamos, entrem!
-
Aplaudam! Vamos, entrem!
-
Este cinema � para voc�s!
-
Mas � uma crian�a. Como resolveu
a quest�o da menoridade?
-
Registrei-me, gra�as aos
meus amigos no AGIS...
-
-Spaccafico!
-...mas n�o sei fazer nada.
-
Oficialmente, o projecionista sou eu,
mas Tot� ganhar� o sal�rio.
-
Tot�, tome cuidado.
Nunca pegue no sono.
-
Que n�o haja mais desgra�as. Fa�a
tudo o que ensinou o pobre Alfredo.
-
-Deus aben�oe voc�, meu filho.
-Obrigada, padre.
-
Que cara de vel�rio � essa?
A vida continua! Alegria! M�sica!
-
Ent�o ama aquele lavrador?
-
Talvez.
-
Aposto que ele pediu sua m�o.
-
Sim.
-
Ent�o � o fim para n�s dois?
-
Cacete, como � gostosa.
-
Pai, Filho, Esp�rito Santo.
-
Cacete! Est�o se beijando!
-
N�o assisto a filmes pornogr�ficos.
-
Muito bem, Don Ciccio!
-
-Tenho lugar no novo Paradiso?
-Alfredo!
-
Tot�, quando fechar,
leve-o at� em casa. Eu j� vou.
-
Fico feliz que tenha vindo.
-
-E a escola, como vai?
-Bem.
-
Mas, agora que trabalho,
talvez n�o v� mais.
-
N�o, n�o, Tot�.
-
N�o fa�a isso.
-
Cedo ou tarde,
ficar� a pegar moscas.
-
-Por qu�? O que significa isso?
-Quero dizer...
-
que este...
-
n�o � o seu trabalho.
-
Por enquanto,
o Paradiso precisa de voc�...
-
e voc�, dele,
mas isso n�o vai durar.
-
Um dia, ter� outras coisas a fazer.
-
Outras coisas!
-
Mais importantes.
-
Com certeza. Mais importantes.
-
Eu sei disso.
-
Agora que perdi a vis�o,
enxergo mais.
-
Vejo o que n�o via antes...
-
gra�as a voc�, que me salvou a vida.
N�o esquecerei disso.
-
E n�o fa�a essa cara!
-
Ainda n�o estou caduco.
Quer uma prova?
-
-Sim.
-Ent�o...
-
vejamos, por exemplo...
neste momento...
-
a proje��o est�
fora de foco. Olhe.
-
Ora...
-
� verdade! Est� mesmo!
-
Como sabia?
-
� muito dif�cil explicar.
-
O que est� fazendo?
Assista l�! Safado!
-
Olhe e fique parado.
-
N�o falei? N�o queima mais.
-
O progresso sempre chega tarde.
-
Trabalhadores...
-
Trabalhadores da massa...
-
Essa a� � nova.
-
Nada mau.
-
-Simp�tica.
-O pai � o novo diretor do banco.
-
Grana, luxo e conforto.
-
Do tipo que pega no pau s�
com a camisa, pra n�o se sujar.
-
-Mexa-se, vamos!
-Ande logo!
-
Vamos, corra!
-
-Escute...
-Sim?
-
3� B! Para a sala!
-
Deixou isto cair.
-
Obrigada. Que boba, nem percebi.
-
-Meu nome � Salvatore. E o seu?
-Elena. Me chamo Elena.
-
Eu queria dizer...
-
aquele dia, na esta��o...
-
O que �, um 16 mm?
S�o suas filmagens?
-
-Sim.
-O que mostram?
-
O matadouro.
Esquartejam um bezerro.
-
O sangue est� pelo ch�o...
-
como um lago...
-
e outro bezerro o atravessa.
Morrer� tamb�m.
-
Por que parou de falar?
O que est� mostrando?
-
Nada. Este peda�o
est� fora de foco.
-
� uma mulher.
-
� uma mulher!
-
Sim. Uma garota que vi na esta��o.
-
� como ela �? Como �?
-
� simp�tica.
Tem minha idade.
-
Magra, cabelos castanhos longos...
-
olhos grandes, azuis
e um jeito simples.
-
E uma manchinha no l�bio...
-
bem pequena, s� se v� de perto.
-
Quando sorri, faz voc� se sentir...
-
n�o sei...
-
...como se...
-O amor.
-
O amor.
-
Eu entendo voc�.
-
As de olhos azuis
s�o as mais dif�ceis.
-
Voc� nunca consegue
ser amigo delas.
-
Fazer o qu�?
-
��O homem que pesa mais
pisa mais fundo...
-
e, se ama, sofre, pois sabe
que est� num beco sem sa�da.��
-
O que voc� diz � bonito...
-
mas � triste.
-
Alfredo, seu vigarista!
-
-Ol�, Elena.
-Ol�.
-
Por que est� correndo?
-
Por nada.
-
Queria dizer...
-
Lembra de quando...?
-
Lindo dia, n�o?
-
Sim, lindo dia mesmo.
-
Desculpe, preciso ir.
Tchau, Salvatore.
-
Que cretino. Que cretino!
-
��Lindo dia, n�o?�� Puta merda!
-
Eu avisei.
-
Achou que eu estava
te fazendo de bobo...
-
mas as de olhos azuis
s�o as mais dif�ceis.
-
Por qu�? Deve haver um
jeito de faz�-la entender.
-
N�o pense mais nisso, Tot�!
-
Com sentimentos, nada h�
para entender ou explicar.
-
-Fala como quem criou o mundo.
-N�o desmere�o o Senhor...
-
que o fez em uns tr�s dias.
Eu teria levado mais tempo...
-
mas certas coisas, mod�stia
� parte, sairiam melhor.
-
N�o falei?
Sempre tem uma resposta pronta.
-
Quero deixar voc� contente.
Vou te contar uma coisa.
-
Vamos sentar um pouco.
Meu Deus, que dor!
-
Um dia...
-
um rei deu uma festa. Convidou
as princesas mais belas do reino.
-
Um soldado da guarda...
-
viu passar a filha do rei.
Era a mais bela de todas.
-
Ele se apaixonou, mas...
-
o que faria um pobre soldado
diante da filha do rei?
-
Finalmente, um dia, conseguiu
encontr�-la, e disse-lhe...
-
que n�o podia mais viver sem ela.
-
Ela ficou t�o impressionada
por esse forte sentimento...
-
que respondeu ao soldado:
-
��Se souber esperar...
-
cem dias e cem noites
sob o meu balc�o...
-
ent�o eu serei sua.��
-
Cacete!
O soldado foi l� e esperou:
-
um dia, dois...
-
10 dias, 20 dias!
-
Toda noite ela controlava
pela janela. Ele n�o sa�a dali!
-
Com chuva, vento ou neve,
ele continuava ali.
-
Os passarinhos cagavam nele,
as abelhas o comiam vivo...
-
mas ele n�o se mexia.
-
Depois...
-
de 90 noites...
-
ele estava...
-
todo ressecado e branco.
-
L�grimas escorriam-lhe
dos olhos...
-
e n�o podia segur�-las...
-
pois n�o tinha mais
for�as nem para dormir...
-
e a princesa continuava
a olhar para ele.
-
Quando chegou a 99� noite...
-
o soldado se levantou...
-
pegou a cadeira e foi embora!
-
-Como assim? No final?
-Sim.
-
Bem no finalzinho, Tot�.
-
E n�o me pergunte o significado.
Eu n�o sei!
-
Se entendeu,
explique-me voc�.
-
S� 2 dias? A quem querem enrolar?
N�o t�m c�pias, e da�?
-
��Catene�� s� vai passar dois dias?
Vou ser linchado!
-
Sim, eu sei, mas, mesmo com sess�es
desde 8 da manh�, n�o d�!
-
A cidade � grande, e voc�s sabem!
Vou me queixar na sede, em Roma!
-
Voc�s v�o ver s�! Meu nome
� Spaccafico, mas, se me irrito...
-
arrebento os chifres de voc�s!
-
Jurei � Nossa Senhora, meu filho.
-
Aparece o ber�o com
a menina dormindo.
-
Rosa! Rosa!
-
Vamos, pegue algo. Vamos, pegue!
-
��O advogado me contou,
agora eu sei.��
-
O advogado me contou.
Agora eu sei.
-
��Devemos contar a todos.��
-
��Todos precisam saber.��
-
Todos precisam saber.
-
��Acredita em mim?��
-
Acredita em mim?
-
��Sim, acredito.��
-
Sim, acredito.
-
��Nossa casa!
Como sonhei com ela.��
-
-Nossa casa.
-Como sonhei com ela!
-
-��Tonino!��
-Tonlno! Mam�e!
-
-Meu filho!
-M�e!
-
-��Mam�e!��
-Mam�e!
-
-��Mam�e!��
-Mam�e! Mam�e!
-
Minha m�ezinha!
-
��Fim��.
-
N�o gostei! N�o gostei!
-
Cortei os cr�ditos finais
pra ir mais r�pido.
-
Corra, Boccia, traga a 1� parte,
vou passar o cinejornal.
-
Guardas, por favor!
-
J� assistiu dez vezes!
Um momento! Um momento!
-
Parece colado no assento.
-
Boccia, aqui est� a primeira parte!
-
Corra, a sala est� lotada!
-
Ande logo com isso!
Acenda o carv�o, vamos!
-
Um momento!
Depressa, est�o reclamando!
-
Vai ou n�o vai?
-
Voc�s d�o nojo! Sil�ncio!
-
E ent�o, Tot�? Est�o todos putos!
-
-Faz meia hora que esperam!
-O que posso fazer?
-
Mas quando chega esse corno?
O que vou fazer?
-
-Essa fita come�a ou n�o?
-N�o se preocupem. Comam pipoca.
-
Don Ciccio!
-
Fique sabendo que,
pra ter o prazer de ver este filme...
-
negligenciei minha mulher,
que est� de cama, doente...
-
e nem consegui v�-lo! Se em
dez minutos n�o passar o filme...
-
ou reembolsar a mim e
a todos estes senhores...
-
...fa�o um estrago com isto!
-Calma! Calma!
-
Posso dizer uma coisa? Passo
de novo a primeira parte, que tal?
-
Nada disso,
queremos saber como acaba!
-
Eu sei como acaba.
-
Sil�ncio! Sil�ncio!
-
Eu j� vi o filme!
Vou contar o final!
-
Cala essa boca, animal!
-
Por favor,
n�o pergunte por que, mas...
-
Segure-o l� enquanto puder!
-
-Alfredo, o que foi?
-Padre Adelfio!
-
O que �? E o sacramento?
-
Preciso muito do senhor!
-
Porque tenho uma d�vida grave,
que me atormenta a alma!
-
-Padre, eu pequei.
-Falamos disso depois.
-
-Quem est� a�?
-Quieta, n�o olhe para o lado.
-
-Por favor, disfarce! � Salvatore.
-O que faz a�?
-
-Alfredo, isso � aterrorizador!
-Eu sei.
-
Mas veja, por exemplo,
o milagre dos p�es e peixes.
-
-Dos p�es e peixes?
-Penso muito nele.
-
-Como � poss�vel?
-Como assim?
-
Eu precisava falar com voc�.
-
Voc� � linda, Elena.
Eu queria dizer isso.
-
Quando vejo voc�,
fico sem fala, porque...
-
voc� me d� arrepios.
-
Bom, n�o sei como agir
nesses casos, o que dizer...
-
� a primeira vez...
-
...mas acho que estou apaixonado.
-Padre, eu pequei.
-
Absolvo-a em nome do Pai,
Filho e Esp�rito Santo. V� em paz.
-
Quando sorri,
fica ainda mais linda.
-
Salvatore, � muito gentil comigo.
At� acho voc� simp�tico...
-
mas n�o estou apaixonada por voc�.
-
N�o me importa. Vou esperar.
-
-O qu�?
-Que se apaixone por mim.
-
Escute...
-
todas as noites, ap�s o trabalho,
irei at� sua casa...
-
e esperarei. Todas as noites.
-
Quando mudar de id�ia, abra a janela.
Basta isso, e vou entender.
-
-Entendeu agora?
-Sim.
-
Finalmente consigo ver claramente!
-
E n�o diga mais essas heresias!
-
Sobreviveu ao inc�ndio do cinema,
mas do fogo eterno...
-
desse ningu�m o salvar�!
-
Aten��o!
-
Faltam s� 15 segundos
para o Ano Novo!
-
14... 13... 12...
-
11... 1O... 9...
-
8... 7... 6...
-
5... 4... 3...
-
2... 1...
-
Salvatore.
-
Cad� o filme, Tot�?
-
O carro � novo, est� amaciando.
-
E agora, como voltaremos?
-
Pare! Pare!
-
Meu Deus, � meu pai.
-
Boa tarde, Sr. Mendola.
-
-Boa tarde.
-Boa tarde.
-
A PROGRAMA��O PROSSEGUE
NO TEATRO DE ARENA IMPERIA
-
Vamos! O �ltimo a chegar � chifrudo!
-
Lota��o esgotada!
-
Fiquem � vontade,
acabou de come�ar.
-
Entrada na m�o!
-
Salvatore, meu amor...
-
flcarei o ver�o todo com
mlnha fam�lla, longe de voc�.
-
Os dias custam a passar.
-
Vejo seu nome em toda parte;
livros, palavras cruzadas...
-
no jornal...
sempre tenho voc� sob os olhos.
-
Hoje, infelizmente,
tenho uma m� not�cia;
-
em outubro, iremos a Palermo,
pois vou para a universidade.
-
N�o nos veremos diariamente,
mas n�o se preocupe...
-
sempre que puder fugir,
procurarei voc�...
-
no Cinema Paradiso.
-
Estou cego!
-
Elena. Elena. Elena.
-
O Deus, com sua pot�ncia,
ou o homem, com a ast�cia?
-
Vamos, cego b�bado! Grite!
-
Acabe logo, ver�o de merda.
-
Num filme, j� teria acabado.
��Fade out�� e um belo temporal.
-
Seria legal, n�o?
-
Cacete!
-
Est� chovendo.
-
Diga que foi Ulisses! Ulisses!
Aquele que destruiu Tr�ia!
-
-Elena! Mas quando...?
-Voltei hoje.
-
Nem imagina o que tive
de inventar para vir aqui.
-
Farei o servi�o militar em Roma.
Parto sexta de manh�.
-
Vou ao Cinema Paradiso me despedir.
Chego quinta, no �nibus das 17:00.
-
Tot�, o filme � bom, mas ningu�m
daqui entende. Um dia s� chega.
-
Por favor, � noite,
prepare a fita de amanh�...
-
assim o novo projecionista
vai encontr�-la pronta!
-
Est� bem.
-
�nimo, seu bobo! Eu espero voc�!
-
Calma, o emprego � sempre seu!
-
Eu vou esperar!
N�o fa�a essa cara!
-
�nimo!
-
Radioperador Di Vita, 3� batalh�o,
9� tropa, �s ordens!
-
Transferiram o pai dela? Como?
Ningu�m sabe onde foram parar?
-
V� tomar no cu! N�o quer
me ajudar, desgra�ado?!
-
DESTINAT�RIO IGNORADO
-
Vem.
-
Vem c�.
-
Est� mais magro.
V�-se que n�o passou bem.
-
Disseram-me que voc� nunca sai
nem conversa com ningu�m. Por qu�?
-
Sabe como �...
-
cedo ou tarde chega a hora...
-
em que falar ou calar...
-
� a mesma coisa.
-
Ent�o � melhor ficar quieto.
-
Est� quente aqui.
-
Tot�, leve-me � praia.
-
Na festa de Natal,
um tenente beliscou uma garota.
-
Era a filha do coronel em comando.
-
O tenente disse, apavorado:
-
��Se tem o cora��o duro como
o que eu toquei, estou acabado!��
-
Tornou a v�-la?
-
N�o. E ningu�m sabe onde ela est�.
-
Ent�o tinha de ser assim.
-
Todos temos uma
estrela para seguir.
-
V� embora.
-
Esta terra � m�.
-
Quando voc� est� sempre aqui...
-
sente-se no centro do mundo.
-
Parece que nada muda, nunca.
-
A� voc� fica longe
um ano ou dois...
-
e, ao voltar, mudou tudo.
Algo se quebrou.
-
Voc� n�o acha a quem procura.
-
Tuas coisas n�o existem mais.
-
� preciso ir embora
por muito tempo...
-
por muitos e muitos anos,
para encontrar, na volta...
-
a tua gente...
-
a terra onde nasceu.
-
Agora n�o � poss�vel.
-
Voc� est� mais cego do que eu.
-
Quem disse isso? Gary Cooper,
James Stewart, Henry Fonda?
-
N�o, Tot�.
-
Ningu�m disse.
-
Isso sou eu que digo.
-
A vida n�o � como
voc� viu no cinema.
-
A vida � mais dif�cil.
-
V� embora!
-
Volte para Roma! Voc� � jovem!
O mundo � seu!
-
E eu sou velho.
-
N�o quero mais ouvir voc� falar.
-
Quero ouvir falar de voc�.
-
N�o volte mais!
-
Nunca pense em n�s!
N�o olhe para tr�s, n�o escreva!
-
N�o deixe a saudade ferrar
com voc�! Esque�a n�s todos!
-
Se n�o resistir e voltar, n�o me
procure. N�o entrar� l� em casa!
-
Entendeu?
-
Obrigado...
-
por tudo o que fez por mim.
-
Seja o que for que fizer, ame-o...
-
como amou a cabine do Paradiso...
-
quando era pequeno.
-
J� partiu? Tot�! Adeus!
-
Cheguei tarde, que pena.
-
� Tot�. Eu sabia.
-
-Tot�!
-Como vai, mam�e?
-
Viu como ficou bonita a casa?
Reformamos tudo.
-
Se n�o fosse por voc�... Venha.
Tenho uma surpresa para voc�.
-
Est� cansado?
-
Quer descansar?
D� tempo, antes do funeral.
-
N�o, m�e. � s� uma hora de avi�o.
-
N�o devia me dizer isso,
ap�s tantos anos.
-
Venha, coloquei todas
as suas coisas aqui.
-
Ele deve estar feliz
por voc� ter vindo, Tot�.
-
Falava sempre de voc�, sempre...
-
at� o final.
-
Gostava tanto de voc�!
-
Deixou duas coisas pra voc�...
-
antes de partir. V� � minha casa.
-
-Quem �?
-� ele, � ele.
-
Bom dia.
-
Quando fecharam?
-
Em maio faz seis anos.
N�o vinha mais ningu�m.
-
O senhor sabe. A crise, a televis�o,
o video cassete...
-
Hoje o cinema � s� um sonho.
-
A prefeitura o comprou,
far�o um estacionamento.
-
S�bado v�o demolir.
-
� uma pena.
-
Por que me chama de senhor?
-
N�o era assim antes.
-
� dif�cil tratar por ��voc괴
uma pessoa importante.
-
Mas, se voc� faz quest�o, Tot�...
-
Com licen�a.
-
Quem poderia dizer, Tot�?
-
Estas s�o as coisas
que ele deixou.
-
Ele nunca pensou em ir me ver?
-
N�o. Nunca.
-
Umavez, sua m�e disse a ele que,
se ele pedisse, voc� viria.
-
Ele ficou furioso.
-
Dizia: ��N�o! Tot� nunca deve voltar
para Giancaldo!��
-
N�o falava por maldade.
-
Era boa pessoa.
-
O que ser� que ele pensava?
-
Ultimamente dizia, tamb�m,
coisas sem sentido.
-
E, pouco antes de morrer...
-
pediu � sua m�e que
n�o avisasse voc�.
-
Por favor.
-
��TRANSGRESS�ES ER�TICAS��
-
Em que est� pensando?
-
Pensava...
-
que sempre tive medo de voltar.
-
Agora, ap�s tantos anos,
achei que estava mais forte...
-
que tinha esquecido muita coisa.
-
No entanto...
-
est� tudo diante de mim,
como se tivesse ficado aqui.
-
Mas olho ao meu redor,
e n�o conhe�o mais ningu�m.
-
E voc�, mam�e...
-
eu abandonei voc�.
-
Fugi como um bandido.
-
-Nunca dei nenhuma explica��o.
-E eu nunca pedi.
-
N�o precisa explicar.
-
Sempre achei certo o que
voc� fazia, e chega.
-
N�o se fala mais nisso.
-
Fez bem em ir embora.
Conseguiu fazer o que queria.
-
Cada vez que ligo,
responde uma mulher diferente.
-
Mas at� agora n�o ouvi uma voz...
-
que ame voc� de verdade.
-
Eu teria percebido, sabe?
-
Mas eu gostaria...
-
de ver voc� estabilizado...
-
apaixonado.
-
Mas sua vida est� l�.
-
Aqui h� s� fantasmas.
-
Deixe estar, Tot�.
-
A pra�a � minha.
-
� minha. � minha, � minha!
-
Olhe as emendas.
Quando terminar, pode passar.
-
Est� bem, doutor. E parab�ns
pelo filme, est� �timo.
-
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