INDICADO AO OSCAR DE MELHOR
FILME ESTRANGEIRO EM 1990
PR�MIO ESPECIAL DO J�RI NO
FESTIVAL DE CANNES EM 1989
GLOBO DE OURO DA IMPRENSA
ESTRANGEIRA EM HOLLYWOOD
PR�MIO ESPECIAL DO J�RI NO
OSCAR EUROPEU ��FELIX�� EM 1989
PR�MIO ��FELIX�� DE MELHOR ATOR
PARA PHILIPPE NOIRET EM 1989
INDICADO PARA O PR�MIO ��C�SAR��
DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
INDICADO PARA O PR�MIO ��C�SAR��
DE MELHOR P�STER DO ANO
PR�MIO DO JORNAL JAPON�S
��MAINICHI ELGA��...
DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
DO ANO PARA OS LEITORES
INDICADO PARA O GLOBO DE OURO
DA IMPRENSA JAPONESA...
DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
PR�MIO ��EUROPACINEMA�� DE MELHOR
CONTRIBUl��O T�CNICA E ART�STICA
PR�MIO ��CONF�D. INTERNATIONAL
DES CINEMA D�ESSAl��
PR�MIO ��PASINETTI�� DO SINDICATO
DOS CINEJORNALISTAS
��DAVID DI DONATELLO��
DE MELHOR TRILHA SONORA
PR�MIO A ENNIO MORRICONE
MELHOR TRILHA SONORA DE 1989
PR�MIO ESPECIAL
��EFEBO D�ORO�� EM 1989
PR�MIO ��CINEMA & SOCIET��� 1989
APRESENTADO NOS
SEGUINTES FESTIVAIS:
��CINEMA PARADISO��
Sim, Salvatore Di Vita.
Como assim, n�o o conhece?
Sim, isso mesmo. Eu sou a m�e.
Estou ligando da Sic�lia.
Tentei o dia todo.
Entendi. N�o est�.
Ent�o, por favor,
poderia me dar...?
656-22-056.
Obrigada, bom dia.
� um telefonema in�til.
Est� ocupado, sabe-se l� onde est�,
e pode ser que nem lembre mais.
Ou�a o que eu digo, desista.
J� faz 30 anos que n�o aparece.
Sabe como ele �.
Ele se lembrar�. Tenho certeza.
Conhe�o-o melhor que voc�.
Se descobrir que n�o o avisamos,
ficar� magoado.
Gostaria de falar com o Sr. Salvatore.
Sou a m�e dele.
Salvatore?
Que horas s�o?
� bem tarde.
Desculpe...
n�o pude avisar que ia demorar.
Durma.
Sua m�e telefonou.
Confundiu-me com outra.
E o que voc� disse?
Nada, n�o quis desapont�-la.
Conversamos bastante.
Ela disse que voc�
n�o avisita h� 30 anos...
e que, quando quer ver voc�,
ela � que vem a Roma.
Telefonou s� pra dizer isso?
N�o. Disse tamb�m que
morreu um tal de Alfredo...
e o funeral ser� amanh�.
Quem �? Algum parente?
N�o... Durma.
O que vou fazer com esse menino?
Tot�!
Ainda bem.
Quando vai entender?
Sem a campainha, eu me perco!
Dorme o tempo todo! O que
faz a noite? Fica comendo?
Padre Adelfio, l� em casa
n�o se come nem ao meio-dia!
O veterin�rio concorda!
Por isso tenho sono!
Eu explico por que
sempre tem sono!
Agora fa�a uma coisa bonita:
v� embora, tenho o que fazer!
-Posso ir tamb�m?
-N�o pode, n�o!
-Sim! Sim! Sim!
-Tot�, x�! Suma!
-Eu quero ir!
-N�o vai, entendeu? Fora!
Alfredo!
-Diga.
-Pode come�ar.
Um sinal da cruz, e vamos l�.
O enquadramento!
��BAS-FONDS��
Voc� sabe que um dia
tudo ser� nosso, Pepe.
Iremos embora juntos
e viveremos sozinhos.
Teremos uma vida boa...
e ningu�m saber� de onde viemos.
Pare de sonhar,� in�til.
Voc� j� n�o me ama como antes.
Porqu�?
N�o!
Dois pares por 100 liras!
Meias finas!
Venham, corram!
Voc� n�o pode vir aqui!
O que devo fazer
para que entenda?
Se a fita pega fogo, voc� que
� pequeno queima num segundo!
E vou virar carv�o.
Que l�ngua comprida voc� tem!
Um dia ainda vou cort�-la.
Deste jeito.
Posso ficar com este?
Ent�o, posso?
-Posso ficar?!
-N�o!
Ficou surdo? Preciso devolver
isto junto com a fita!
Que diabos!
Voc� parece um carrapato!
Ent�o, por que n�o
devolveu todos estes?
�s vezes n�o lembro onde cortei,
ent�o ficam aqui.
Afinal, beijam-se demais!
-Ent�o, posso pegar estes?
-Escute, venha c�.
Antes que eu te d� um chute no rabo,
fa�amos um trato.
-Te dou todos aqueles peda�os.
-Obrigado.
Nada. Mas: 1�, n�o apare�a mais e,
2�, eu guardo pra voc�, entendeu?
-Est� bem.
-Ent�o, de acordo. Suma!
Mas que trato � esse?
Se os peda�os s�o meus,
por que ficam com voc�?
N�o apare�a mais,
ou quebro sua cara!
Atire primeiro, pense depois.
Este n�o � um ramo para gente
delicada, seu corno traidor.
Ei, voc�, seu desgra�ado.
Abaixe a m�o e passe o ouro.
Negro sujo.
Fique longe de mim...
ou quebro sua cara.
M�e, se a guerra acabou,
por que papai n�o volta?
Vai voltar.
Um dia desses ele volta.
Nem lembro mais como ele �.
Onde fica a R�ssia?
Ir para l� leva anos...
e voltar tamb�m.
Agora v� dormir, � tarde.
Pode encher sua m�e, n�o eu!
Trate de conseguir o canudo e
v� ser carabiniere! Desgra�ado!
D�bil mental!
E ent�o, quanto � 5 vezes 5?
30.
Sil�ncio! Tabuada do 5, seu burro.
Uma vez 5 � 5...
2 vezes 5 � 10...
3 vezes 5 � 15...
4 vezes 5 � 20.
5 vezes 5?
40.
Sil�ncio! Sil�ncio!
Boccia, Boccia! � 25! 25!
Se n�o souberem a tabuada,
nunca achar�o trabalho!
Pela �ltima vez,
quanto � 5 vezes 5?
Natal!
-O que �?
-Paguei e quero assistir.
Des�a da�! Seu diabinho.
N�o pode ficar a�, v� sentar!
Esses infelizes s�o
piores do que coelhos.
Desgra�ado...
Preciso ir, espere-me
em minha casinha.
Esperaria um morto.
Um excepcional elenco com
John Wayne e Claire Trevor...
garante momentos inesquec�veis.
Uma louca corrida por ouro
e tamb�m por amor.
Quem escapar� � selvageria?
Boa tarde a todos!
N�o posso cumprimentar?
-Hoje s�o duas fitas.
-E da�? S� vim pra dormir.
J� decidiu? S�o americanos.
Deixem ver!
-Tira isso, Alfredo!
-Ignorante!
O INESQUEC�VEL CONGRESSO
DA RESIST�NCIA
A vanguarda de
um povo corajoso...
guerreiros clandestinos
que se insurgem...
reuniu-se no Teatro lt�lia, em Roma,
para o Congresso da Resist�ncia...
criado pelo CVL e pela ANDI.
Parri presidiu e Sandro Pertini...
A TERRA TREME
EPIS�DIO DO MAR
INTERPRETA��O DE
PESCADORES SICILIANOS
O que est� escrito?
-Sei l�, sou analfabeto!
-Voc� tamb�m?
Sim.
Doze horas de cansa�o nos ossos...
e nem conseguem o bastante
para n�o morrer de fome.
No entanto, quando puxaram
as redes, estavam cheias.
Um barco custa 7.750 liras.
Parece uma pris�o. A gente se
mata de trabalhar, e n�o tem nada.
Fazer o qu�? Voc� sabe
fazer outro trabalho?
-Eu sabia!
-Porca mis�ria!
H� 20 anos vou ao cinema!
Nunca vi um beijo!
E quando vamos ver?
Corno!
-Boa noite, Don Vincenzo.
-Tenho trabalho pra voc�s.
-E eu?
-Voc�?
-V� pedir pro bigodudo.
-O bigodudo, �? Desgra�ado.
-Talvez voc�s trabalhem.
-Sempre me perseguindo.
Bela fita.
O menino trabalhava bem.
Pena ser t�o azarado.
Tamb�m, quem mandou
comprar o barco?
Cacete! Ent�o, n�o entendeu nada?
Rapazes, entendam:
aqui se trabalha de sol a sol.
E nunca perguntem
quanto v�o ganhar.
Procurei voc� o dia todo.
Comprou o leite?
-N�o.
-Onde est� o dinheiro?
Roubaram.
-Pagou o cinema com ele?
-Sim.
O cinema! O cinema!
-Dona Maria, o que � isso?
-Ele � t�o miudinho!
-Miudinho! � um terremoto!
-Por que est� dizendo bobagens?
Ele entrou de gra�a.
Vamos, conte � sua m�e.
Deve ter perdido
o dinheiro no cinema.
-Quanto era?
-50 liras.
O que encontrou hoje
sob as cadeiras?
Um pente...
duas meias-solas...
...uma tabaqueira...
-E...
50 liras.
Viu?
Obrigada. Obrigada, Alfredo.
-Boa noite.
-Bom dia.
Vamos, ande.
-Eu tinha entendido!
-A pra�a � minha!
� meia-noite!
Fora! Preciso fechar a pra�a!
Cansa ir a p�, n�o �, padre?
Na ida, que � em descida,
todo santo ajuda...
mas, na volta, os santos
ficam s� olhando.
Seja como Deus quiser.
-At� mais, at� hoje a noite.
-At� hoje a noite.
-Onde d�i?
-O p�!
O p�? Acontece de
tudo com voc�, n�o?
O que eu posso fazer?
-Alfredo, voc� conhecia meu pai?
-Conhecia, e muito bem.
Era alto, magro e simp�tico.
Tinha um bigode como o meu.
Ria muito.
Parecia com o Clark Gable.
-Alfredo!
-Diga.
Agora que fiquei maior
e fa�o a 5� s�rie...
n�o pe�o que me deixe
entrar na cabine...
mas que tal sermos amigos?
Escolho amigos pelo aspecto
e inimigos pela intelig�ncia...
e voc� � esperto demais
para ser meu amigo.
Sempre digo aos meus filhos:
��Tenham cuidado para escolher
os amigos certos!��
Mas voc� n�o tem filhos.
Mas, quando tiver, � o que direi!
N�o chore mais, estou aqui!
N�o tem mais fogo!
Estou aqui, agora.
-O que aconteceu?
-Desgra�ado!
Sua irm� quase morreu queimada!
Por sua culpa!
Voc� � a minha ru�na!
Eu avisei pra n�o guardar aquilo
debaixo da cama, perto do braseiro!
Queimou as fotografias tamb�m!
-Sempre essa doen�a do cinema!
-Estava pondo fogo na casa!
O que eu fiz pra merecer?!
N�o se envergonha de brincar
com um menino nessa idade?!
Que culpa tenho eu?
Quem deu os peda�os de pel�cula?
Jure que n�o vai dar mais
essas porcarias! Ele � louco!
Fala s� de cinema e Alfredo,
Alfredo e cinema!
Jure que n�o o deixar� mais
entrar no cinema. Jure!
Tem a minha palavra, dona Maria.
S� quero uma coisa do Senhor: que
seu pai volte pra te dar uma surra!
O papai n�o volta mais!
Eu j� entendi! Morreu!
N�o � verdade! N�o!
Voc� vai ver como ele volta.
Fumam feito turcos!
N�o, n�o! Paguem a entrada!
N�o!
O que foi? Se eu n�o arrebentar um,
que se perca o meu nome!
Desgra�ados!
-Dona Anna!
-Parece bobo!
Alfredo.
N�o � culpa minha. Sua mulher
pediu pra trazer a comida.
-Me d� isso!
-Eu contei pra minha m�e...
que voc� n�o me deu as pel�culas.
N�o foi culpa tua.
Pensei que essa hist�ria de que
pegavam fogo fosse piada.
Eu s� queria dizer isso.
Vou embora.
Tot�. Venha c�.
Venha c�, sente-se aqui.
Ou�a bem.
Comecei neste ramo aos 1O anos.
Naquela �poca, n�o havia
estas m�quinas modernas.
Os filmes eram mudos.
O projetor era manual, a manivela.
O dia todo a girar aquela manivela,
e como era dura!
E, se voc� se cansava...
e perdia o ritmo...
de repente, tudo pegava fogo!
E por que voc� n�o me ensina,
agora que � tudo mais f�cil?
Porque eu n�o quero.
N�o deve trabalhar com isto.
� como escravid�o.
Voc� fica sempre sozinho...
v� cem vezes o mesmo filme,
s� faz isso.
Conversa com Greta Garbo
e Tyrone Power como louco.
Trabalha como um burro, at� nos
feriados, na P�scoa e no Natal.
S� folga na Sexta-Feira Santa.
E, se n�o tivessem crucificado
Jesus Cristo...
at� nesse dia eu trabalharia!
Por que n�o muda de emprego?
Porque sou um tonto.
Quem mais na cidade
pode ser projecionista?
Ningu�m.
S� mesmo o cretino aqui.
E eu n�o tive sorte.
Ent�o, quer ser um bob�o como eu?
Responda!
N�o.
Muito bem, Tot�!
Digo isso pelo seu bem.
Aqui dentro morre-se de calor
no ver�o e de frio no inverno.
Respira fuma�a e g�s, e no final...
ganha uma mis�ria.
N�o gosta de nada neste servi�o?
Com o tempo, voc� se acostuma.
E, quando ouve daqui
o cinema cheio...
e todos riem e se divertem,
fica contente tamb�m.
D� prazer ouvi-los rir.
� como se rissem gra�as avoc�.
Fa�o-os esquecer as
desgra�as e mis�rias.
Disso eu gosto.
Ent�o, falei em turco?
O que est� olhando?
Finge ouvir e depois faz como quer?!
Sua m�e tem raz�o!
Voc� � louco! Sim, louco!
Filho da puta, como fez isso?
Aprendeu de tanto olhar! Loucura!
Tot�! Vou avisar o bilheteiro!
N�o entrar� nem no cinema!
E vou falar com o padre Adelfio!
N�o ser� mais nem coroinha!
-Nunca mais, desgra�ado!
-Alfredo!
V� tomar no cu!
Nossa Senhora!
Acertei os 12!
Nossa Senhora!
Ciccio Spaccafico, o Napolitano,
ganhou na Loteria!
Cacete, molecada! Spaccafico,
o Napolitano, acertou os 12!
Sortudos como sempre,
esse povo do Norte!
A pra�a � minha!
Parado! Tem bicho-carpinteiro?
� um condom�nio de piolhos.
Pode ir.
O que querem aqui?
Pra casa! Saiam daqui.
Um comerciante...
possui duas lojinhas.
Numa delas vende frutas...
Podem sentar.
Professor, chegaram os candidatos
externos ao diploma prim�rio.
Sil�ncio. Sil�ncio!
Quietos!
Tot�. Tot�!
Desgra�ado, filho da puta.
-Tot�, me ajuda!
-Sil�ncio!
Como se faz esta coisa?
-Como fa�o esta porra de problema?!
-Sil�ncio!
Tot�.
Sim.
Francesco Messana,
est� preso em nome da lei.
Eu sabia que ele acabaria assim!
Corn�ssimo! E filho da puta!
Cuidado, aqui � f�cil
que a fita pegue fogo.
Se acontecer, parta-a aqui e aqui,
para o fogo n�o pegar nas bobinas.
-Entendeu?
-Sim, Alfredo.
Entendeu que lado tem gelatina?
O sabor � maravilhoso.
-O enquadramento!
-Acerta isso!
Estas s�o as notas de controle
das fitas. Guardamos sempre.
-Est� bem, Alfredo.
-Jamais esque�a.
O que � isso? Parado!
Parado! Socorro! Ladr�o!
Pronto. Isto � para voc�.
Agora j� pode p�r as bobinas.
-Como � alto.
-Assim pode trabalhar sozinho.
Parado. Parados!
-Caramba, que rabo.
-Me deixa ver.
Meninos, despe�am-se de Peppino,
que vai para a Alemanha.
De Francesco,
por que n�o quer se despedir?
Porque meu pai diz
que ele � comunista.
-Sua b�n��o, m�e.
-V�o achar trabalho na Alemanha?
Como vou saber?
� como uma aventura.
� o caminho da esperan�a.
Cidade de merda!
V� tomar no cu na Alemanha,
voc� e o bigodudo.
Adeus, m�e!
-Adeus, Peppino! Volte logo!
-At� mais!
Adeus, Ciro!
Ainda bem que a Alemanha
� mais perto que a R�ssia.
Ap�s 6 anos,
volta a moda de primavera...
sem as hipocrisias
do tempo de guerra.
Estes chap�us,
sem constrangimento...
-Se n�o arrebentar um por um...
-Mudo de nome!
-Isso!
-Dorminhoco!
Abre-se mais uma p�gina de dor na
trag�dia de nossos homens na R�ssia.
O Minist�rio da Defesa divulgou
mais nomes de soldados mortos...
entre os considerados
desaparecidos.
A lista ser� afixada em breve
nos distritos militares.
Os familiares ser�o notificados
diretamente pelas autoridades.
Infelizmente ignoramos
em qual cemit�rio est�.
Queira assinar
o pedido de pens�o.
Sabia que tenho um admirador?
Ent�o, n�o contei?
N�o p�ra de me cortejar.
Bem, n�o � nenhum Ad�nis.
Est� bem, seguirei seu conselho.
Fora! N�o posso fazer outra sess�o!
J� � tarde, n�o entendem?
N�o posso fazer outra sess�o!
N�o empurrem! Pelo amor de Deus!
L� dentro tem gente
que j� viu o filme!
N�o me irritem!
Est�o me derrubando tamb�m!
Estamos aqui h� mais de uma hora!
Amanh�... estr�ia outra fita!
V�o adorar, dou minha palavra.
V�o dormir!
Voc� tamb�m! Vamos, fechem!
Querem derrubar o Paradiso!
E esta menina?!
Abram! Abram!
-Alfredo, resolva voc�!
-O que posso fazer?
Esperamos tr�s horas,
e agora nos mandam embora!
��Uma multid�o n�o pensa...
n�o sabe o que faz.��
O grande Spencer Tracy
disse isso em ��F�ria��.
Ent�o, o que acha?
Deixamos esses pobres birutas
ver o filme?
Pode ser. Mas como? � poss�vel?
Vejo que n�o cr� em
minhas palavras...
mas crer� em seus olhos.
Agora, levante o traseiro
desse maldito banco.
Preste aten��o.
Abracadabra.
Olhe para o outro lado.
Saia na janela e olhe, garoto!
Alfredo, � lindo!
Olhem! O cinema!
Muito bem, Alfredo!
Obrigado, Alfredo!
Quem � esse?
O que est� acontecendo?
O que querem?
Olha s�, � o cinema!
V�o tomar no cu!
-Alfredo, n�o d� pra ouvir nada!
-Vamos fazer mais esse presente?
Sim, sim!
Voc� quer descer?
Ent�o v�.
-Olhe ali.
-Mas o que � isso?
Nunzio.
Nunzio, cobre s� meia.
Sim, como quiser.
Caros senhores,
precisam pagar a entrada!
-S� meia!
-V� tomar no cu, a pra�a � de todos!
N�o!
A pra�a � minha!
Sem brincadeiras, sen�o fico bravo!
A pel�cula pegou fogo!
Alfredo!
Corram!
O que voc� tem?
Alfredo!
Alfredo!
Socorro! Socorro!
Socorro!
-Pobre Alfredo, que desgra�a.
-Que desgra�a.
Queimou!
Queimou, queimou!
O que vamos fazer? A cidade
ficar� sem divers�o, sem nada!
Quem tem dinheiro para
reconstruir o cinema?
� o napolitano Spaccafico!
Todo na estica, nem parece ele!
Quem tem dinheiro para
reconstruir o cinema?
O novo Cinema Paradiso!
Vamos, entrem!
Aplaudam! Vamos, entrem!
Este cinema � para voc�s!
Mas � uma crian�a. Como resolveu
a quest�o da menoridade?
Registrei-me, gra�as aos
meus amigos no AGIS...
-Spaccafico!
-...mas n�o sei fazer nada.
Oficialmente, o projecionista sou eu,
mas Tot� ganhar� o sal�rio.
Tot�, tome cuidado.
Nunca pegue no sono.
Que n�o haja mais desgra�as. Fa�a
tudo o que ensinou o pobre Alfredo.
-Deus aben�oe voc�, meu filho.
-Obrigada, padre.
Que cara de vel�rio � essa?
A vida continua! Alegria! M�sica!
Ent�o ama aquele lavrador?
Talvez.
Aposto que ele pediu sua m�o.
Sim.
Ent�o � o fim para n�s dois?
Cacete, como � gostosa.
Pai, Filho, Esp�rito Santo.
Cacete! Est�o se beijando!
N�o assisto a filmes pornogr�ficos.
Muito bem, Don Ciccio!
-Tenho lugar no novo Paradiso?
-Alfredo!
Tot�, quando fechar,
leve-o at� em casa. Eu j� vou.
Fico feliz que tenha vindo.
-E a escola, como vai?
-Bem.
Mas, agora que trabalho,
talvez n�o v� mais.
N�o, n�o, Tot�.
N�o fa�a isso.
Cedo ou tarde,
ficar� a pegar moscas.
-Por qu�? O que significa isso?
-Quero dizer...
que este...
n�o � o seu trabalho.
Por enquanto,
o Paradiso precisa de voc�...
e voc�, dele,
mas isso n�o vai durar.
Um dia, ter� outras coisas a fazer.
Outras coisas!
Mais importantes.
Com certeza. Mais importantes.
Eu sei disso.
Agora que perdi a vis�o,
enxergo mais.
Vejo o que n�o via antes...
gra�as a voc�, que me salvou a vida.
N�o esquecerei disso.
E n�o fa�a essa cara!
Ainda n�o estou caduco.
Quer uma prova?
-Sim.
-Ent�o...
vejamos, por exemplo...
neste momento...
a proje��o est�
fora de foco. Olhe.
Ora...
� verdade! Est� mesmo!
Como sabia?
� muito dif�cil explicar.
O que est� fazendo?
Assista l�! Safado!
Olhe e fique parado.
N�o falei? N�o queima mais.
O progresso sempre chega tarde.
Trabalhadores...
Trabalhadores da massa...
Essa a� � nova.
Nada mau.
-Simp�tica.
-O pai � o novo diretor do banco.
Grana, luxo e conforto.
Do tipo que pega no pau s�
com a camisa, pra n�o se sujar.
-Mexa-se, vamos!
-Ande logo!
Vamos, corra!
-Escute...
-Sim?
3� B! Para a sala!
Deixou isto cair.
Obrigada. Que boba, nem percebi.
-Meu nome � Salvatore. E o seu?
-Elena. Me chamo Elena.
Eu queria dizer...
aquele dia, na esta��o...
O que �, um 16 mm?
S�o suas filmagens?
-Sim.
-O que mostram?
O matadouro.
Esquartejam um bezerro.
O sangue est� pelo ch�o...
como um lago...
e outro bezerro o atravessa.
Morrer� tamb�m.
Por que parou de falar?
O que est� mostrando?
Nada. Este peda�o
est� fora de foco.
� uma mulher.
� uma mulher!
Sim. Uma garota que vi na esta��o.
� como ela �? Como �?
� simp�tica.
Tem minha idade.
Magra, cabelos castanhos longos...
olhos grandes, azuis
e um jeito simples.
E uma manchinha no l�bio...
bem pequena, s� se v� de perto.
Quando sorri, faz voc� se sentir...
n�o sei...
...como se...
-O amor.
O amor.
Eu entendo voc�.
As de olhos azuis
s�o as mais dif�ceis.
Voc� nunca consegue
ser amigo delas.
Fazer o qu�?
��O homem que pesa mais
pisa mais fundo...
e, se ama, sofre, pois sabe
que est� num beco sem sa�da.��
O que voc� diz � bonito...
mas � triste.
Alfredo, seu vigarista!
-Ol�, Elena.
-Ol�.
Por que est� correndo?
Por nada.
Queria dizer...
Lembra de quando...?
Lindo dia, n�o?
Sim, lindo dia mesmo.
Desculpe, preciso ir.
Tchau, Salvatore.
Que cretino. Que cretino!
��Lindo dia, n�o?�� Puta merda!
Eu avisei.
Achou que eu estava
te fazendo de bobo...
mas as de olhos azuis
s�o as mais dif�ceis.
Por qu�? Deve haver um
jeito de faz�-la entender.
N�o pense mais nisso, Tot�!
Com sentimentos, nada h�
para entender ou explicar.
-Fala como quem criou o mundo.
-N�o desmere�o o Senhor...
que o fez em uns tr�s dias.
Eu teria levado mais tempo...
mas certas coisas, mod�stia
� parte, sairiam melhor.
N�o falei?
Sempre tem uma resposta pronta.
Quero deixar voc� contente.
Vou te contar uma coisa.
Vamos sentar um pouco.
Meu Deus, que dor!
Um dia...
um rei deu uma festa. Convidou
as princesas mais belas do reino.
Um soldado da guarda...
viu passar a filha do rei.
Era a mais bela de todas.
Ele se apaixonou, mas...
o que faria um pobre soldado
diante da filha do rei?
Finalmente, um dia, conseguiu
encontr�-la, e disse-lhe...
que n�o podia mais viver sem ela.
Ela ficou t�o impressionada
por esse forte sentimento...
que respondeu ao soldado:
��Se souber esperar...
cem dias e cem noites
sob o meu balc�o...
ent�o eu serei sua.��
Cacete!
O soldado foi l� e esperou:
um dia, dois...
10 dias, 20 dias!
Toda noite ela controlava
pela janela. Ele n�o sa�a dali!
Com chuva, vento ou neve,
ele continuava ali.
Os passarinhos cagavam nele,
as abelhas o comiam vivo...
mas ele n�o se mexia.
Depois...
de 90 noites...
ele estava...
todo ressecado e branco.
L�grimas escorriam-lhe
dos olhos...
e n�o podia segur�-las...
pois n�o tinha mais
for�as nem para dormir...
e a princesa continuava
a olhar para ele.
Quando chegou a 99� noite...
o soldado se levantou...
pegou a cadeira e foi embora!
-Como assim? No final?
-Sim.
Bem no finalzinho, Tot�.
E n�o me pergunte o significado.
Eu n�o sei!
Se entendeu,
explique-me voc�.
S� 2 dias? A quem querem enrolar?
N�o t�m c�pias, e da�?
��Catene�� s� vai passar dois dias?
Vou ser linchado!
Sim, eu sei, mas, mesmo com sess�es
desde 8 da manh�, n�o d�!
A cidade � grande, e voc�s sabem!
Vou me queixar na sede, em Roma!
Voc�s v�o ver s�! Meu nome
� Spaccafico, mas, se me irrito...
arrebento os chifres de voc�s!
Jurei � Nossa Senhora, meu filho.
Aparece o ber�o com
a menina dormindo.
Rosa! Rosa!
Vamos, pegue algo. Vamos, pegue!
��O advogado me contou,
agora eu sei.��
O advogado me contou.
Agora eu sei.
��Devemos contar a todos.��
��Todos precisam saber.��
Todos precisam saber.
��Acredita em mim?��
Acredita em mim?
��Sim, acredito.��
Sim, acredito.
��Nossa casa!
Como sonhei com ela.��
-Nossa casa.
-Como sonhei com ela!
-��Tonino!��
-Tonlno! Mam�e!
-Meu filho!
-M�e!
-��Mam�e!��
-Mam�e!
-��Mam�e!��
-Mam�e! Mam�e!
Minha m�ezinha!
��Fim��.
N�o gostei! N�o gostei!
Cortei os cr�ditos finais
pra ir mais r�pido.
Corra, Boccia, traga a 1� parte,
vou passar o cinejornal.
Guardas, por favor!
J� assistiu dez vezes!
Um momento! Um momento!
Parece colado no assento.
Boccia, aqui est� a primeira parte!
Corra, a sala est� lotada!
Ande logo com isso!
Acenda o carv�o, vamos!
Um momento!
Depressa, est�o reclamando!
Vai ou n�o vai?
Voc�s d�o nojo! Sil�ncio!
E ent�o, Tot�? Est�o todos putos!
-Faz meia hora que esperam!
-O que posso fazer?
Mas quando chega esse corno?
O que vou fazer?
-Essa fita come�a ou n�o?
-N�o se preocupem. Comam pipoca.
Don Ciccio!
Fique sabendo que,
pra ter o prazer de ver este filme...
negligenciei minha mulher,
que est� de cama, doente...
e nem consegui v�-lo! Se em
dez minutos n�o passar o filme...
ou reembolsar a mim e
a todos estes senhores...
...fa�o um estrago com isto!
-Calma! Calma!
Posso dizer uma coisa? Passo
de novo a primeira parte, que tal?
Nada disso,
queremos saber como acaba!
Eu sei como acaba.
Sil�ncio! Sil�ncio!
Eu j� vi o filme!
Vou contar o final!
Cala essa boca, animal!
Por favor,
n�o pergunte por que, mas...
Segure-o l� enquanto puder!
-Alfredo, o que foi?
-Padre Adelfio!
O que �? E o sacramento?
Preciso muito do senhor!
Porque tenho uma d�vida grave,
que me atormenta a alma!
-Padre, eu pequei.
-Falamos disso depois.
-Quem est� a�?
-Quieta, n�o olhe para o lado.
-Por favor, disfarce! � Salvatore.
-O que faz a�?
-Alfredo, isso � aterrorizador!
-Eu sei.
Mas veja, por exemplo,
o milagre dos p�es e peixes.
-Dos p�es e peixes?
-Penso muito nele.
-Como � poss�vel?
-Como assim?
Eu precisava falar com voc�.
Voc� � linda, Elena.
Eu queria dizer isso.
Quando vejo voc�,
fico sem fala, porque...
voc� me d� arrepios.
Bom, n�o sei como agir
nesses casos, o que dizer...
� a primeira vez...
...mas acho que estou apaixonado.
-Padre, eu pequei.
Absolvo-a em nome do Pai,
Filho e Esp�rito Santo. V� em paz.
Quando sorri,
fica ainda mais linda.
Salvatore, � muito gentil comigo.
At� acho voc� simp�tico...
mas n�o estou apaixonada por voc�.
N�o me importa. Vou esperar.
-O qu�?
-Que se apaixone por mim.
Escute...
todas as noites, ap�s o trabalho,
irei at� sua casa...
e esperarei. Todas as noites.
Quando mudar de id�ia, abra a janela.
Basta isso, e vou entender.
-Entendeu agora?
-Sim.
Finalmente consigo ver claramente!
E n�o diga mais essas heresias!
Sobreviveu ao inc�ndio do cinema,
mas do fogo eterno...
desse ningu�m o salvar�!
Aten��o!
Faltam s� 15 segundos
para o Ano Novo!
14... 13... 12...
11... 1O... 9...
8... 7... 6...
5... 4... 3...
2... 1...
Salvatore.
Cad� o filme, Tot�?
O carro � novo, est� amaciando.
E agora, como voltaremos?
Pare! Pare!
Meu Deus, � meu pai.
Boa tarde, Sr. Mendola.
-Boa tarde.
-Boa tarde.
A PROGRAMA��O PROSSEGUE
NO TEATRO DE ARENA IMPERIA
Vamos! O �ltimo a chegar � chifrudo!
Lota��o esgotada!
Fiquem � vontade,
acabou de come�ar.
Entrada na m�o!
Salvatore, meu amor...
flcarei o ver�o todo com
mlnha fam�lla, longe de voc�.
Os dias custam a passar.
Vejo seu nome em toda parte;
livros, palavras cruzadas...
no jornal...
sempre tenho voc� sob os olhos.
Hoje, infelizmente,
tenho uma m� not�cia;
em outubro, iremos a Palermo,
pois vou para a universidade.
N�o nos veremos diariamente,
mas n�o se preocupe...
sempre que puder fugir,
procurarei voc�...
no Cinema Paradiso.
Estou cego!
Elena. Elena. Elena.
O Deus, com sua pot�ncia,
ou o homem, com a ast�cia?
Vamos, cego b�bado! Grite!
Acabe logo, ver�o de merda.
Num filme, j� teria acabado.
��Fade out�� e um belo temporal.
Seria legal, n�o?
Cacete!
Est� chovendo.
Diga que foi Ulisses! Ulisses!
Aquele que destruiu Tr�ia!
-Elena! Mas quando...?
-Voltei hoje.
Nem imagina o que tive
de inventar para vir aqui.
Farei o servi�o militar em Roma.
Parto sexta de manh�.
Vou ao Cinema Paradiso me despedir.
Chego quinta, no �nibus das 17:00.
Tot�, o filme � bom, mas ningu�m
daqui entende. Um dia s� chega.
Por favor, � noite,
prepare a fita de amanh�...
assim o novo projecionista
vai encontr�-la pronta!
Est� bem.
�nimo, seu bobo! Eu espero voc�!
Calma, o emprego � sempre seu!
Eu vou esperar!
N�o fa�a essa cara!
�nimo!
Radioperador Di Vita, 3� batalh�o,
9� tropa, �s ordens!
Transferiram o pai dela? Como?
Ningu�m sabe onde foram parar?
V� tomar no cu! N�o quer
me ajudar, desgra�ado?!
DESTINAT�RIO IGNORADO
Vem.
Vem c�.
Est� mais magro.
V�-se que n�o passou bem.
Disseram-me que voc� nunca sai
nem conversa com ningu�m. Por qu�?
Sabe como �...
cedo ou tarde chega a hora...
em que falar ou calar...
� a mesma coisa.
Ent�o � melhor ficar quieto.
Est� quente aqui.
Tot�, leve-me � praia.
Na festa de Natal,
um tenente beliscou uma garota.
Era a filha do coronel em comando.
O tenente disse, apavorado:
��Se tem o cora��o duro como
o que eu toquei, estou acabado!��
Tornou a v�-la?
N�o. E ningu�m sabe onde ela est�.
Ent�o tinha de ser assim.
Todos temos uma
estrela para seguir.
V� embora.
Esta terra � m�.
Quando voc� est� sempre aqui...
sente-se no centro do mundo.
Parece que nada muda, nunca.
A� voc� fica longe
um ano ou dois...
e, ao voltar, mudou tudo.
Algo se quebrou.
Voc� n�o acha a quem procura.
Tuas coisas n�o existem mais.
� preciso ir embora
por muito tempo...
por muitos e muitos anos,
para encontrar, na volta...
a tua gente...
a terra onde nasceu.
Agora n�o � poss�vel.
Voc� est� mais cego do que eu.
Quem disse isso? Gary Cooper,
James Stewart, Henry Fonda?
N�o, Tot�.
Ningu�m disse.
Isso sou eu que digo.
A vida n�o � como
voc� viu no cinema.
A vida � mais dif�cil.
V� embora!
Volte para Roma! Voc� � jovem!
O mundo � seu!
E eu sou velho.
N�o quero mais ouvir voc� falar.
Quero ouvir falar de voc�.
N�o volte mais!
Nunca pense em n�s!
N�o olhe para tr�s, n�o escreva!
N�o deixe a saudade ferrar
com voc�! Esque�a n�s todos!
Se n�o resistir e voltar, n�o me
procure. N�o entrar� l� em casa!
Entendeu?
Obrigado...
por tudo o que fez por mim.
Seja o que for que fizer, ame-o...
como amou a cabine do Paradiso...
quando era pequeno.
J� partiu? Tot�! Adeus!
Cheguei tarde, que pena.
� Tot�. Eu sabia.
-Tot�!
-Como vai, mam�e?
Viu como ficou bonita a casa?
Reformamos tudo.
Se n�o fosse por voc�... Venha.
Tenho uma surpresa para voc�.
Est� cansado?
Quer descansar?
D� tempo, antes do funeral.
N�o, m�e. � s� uma hora de avi�o.
N�o devia me dizer isso,
ap�s tantos anos.
Venha, coloquei todas
as suas coisas aqui.
Ele deve estar feliz
por voc� ter vindo, Tot�.
Falava sempre de voc�, sempre...
at� o final.
Gostava tanto de voc�!
Deixou duas coisas pra voc�...
antes de partir. V� � minha casa.
-Quem �?
-� ele, � ele.
Bom dia.
Quando fecharam?
Em maio faz seis anos.
N�o vinha mais ningu�m.
O senhor sabe. A crise, a televis�o,
o video cassete...
Hoje o cinema � s� um sonho.
A prefeitura o comprou,
far�o um estacionamento.
S�bado v�o demolir.
� uma pena.
Por que me chama de senhor?
N�o era assim antes.
� dif�cil tratar por ��voc괴
uma pessoa importante.
Mas, se voc� faz quest�o, Tot�...
Com licen�a.
Quem poderia dizer, Tot�?
Estas s�o as coisas
que ele deixou.
Ele nunca pensou em ir me ver?
N�o. Nunca.
Umavez, sua m�e disse a ele que,
se ele pedisse, voc� viria.
Ele ficou furioso.
Dizia: ��N�o! Tot� nunca deve voltar
para Giancaldo!��
N�o falava por maldade.
Era boa pessoa.
O que ser� que ele pensava?
Ultimamente dizia, tamb�m,
coisas sem sentido.
E, pouco antes de morrer...
pediu � sua m�e que
n�o avisasse voc�.
Por favor.
��TRANSGRESS�ES ER�TICAS��
Em que est� pensando?
Pensava...
que sempre tive medo de voltar.
Agora, ap�s tantos anos,
achei que estava mais forte...
que tinha esquecido muita coisa.
No entanto...
est� tudo diante de mim,
como se tivesse ficado aqui.
Mas olho ao meu redor,
e n�o conhe�o mais ningu�m.
E voc�, mam�e...
eu abandonei voc�.
Fugi como um bandido.
-Nunca dei nenhuma explica��o.
-E eu nunca pedi.
N�o precisa explicar.
Sempre achei certo o que
voc� fazia, e chega.
N�o se fala mais nisso.
Fez bem em ir embora.
Conseguiu fazer o que queria.
Cada vez que ligo,
responde uma mulher diferente.
Mas at� agora n�o ouvi uma voz...
que ame voc� de verdade.
Eu teria percebido, sabe?
Mas eu gostaria...
de ver voc� estabilizado...
apaixonado.
Mas sua vida est� l�.
Aqui h� s� fantasmas.
Deixe estar, Tot�.
A pra�a � minha.
� minha. � minha, � minha!
Olhe as emendas.
Quando terminar, pode passar.
Est� bem, doutor. E parab�ns
pelo filme, est� �timo.
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