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O Despertar de uma Paixão
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China, 1925
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Londres, 2 anos atrás
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Olá
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Olha, estive pensando...
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O quê?
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Desculpe. Estava pensando, você gostaria de dançar?
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Porquê não?
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Kitty, quem era aquele rapaz com quem você estava dançando ontem?
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Qual deles?
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O quieto, com cara de sério.
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Ah, ele.
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Acho que você o convidou, mamãe.
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Não sei do que está falando.
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Eu o convidei.
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O nome dele é Fane e ele é médico.
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Ele gerencia um laboratório do governo em Xangai.
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Um funcionário público?
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Em todo caso.
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Ele ligou no domingo, tivemos uma longa conversa.
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Disse-lhe pra vir sempre que quiser.
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Você nunca gosta dos meus rapazes.
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Você gosta dele?
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Acho que não
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- O que tem de errado com ele?
- Ele está apaixonado por você?
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Não sei.
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Nessa altura achei que saberia
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Quando um rapaz está apaixonado
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O importante é se estou apaixonada ou não.
E não estou.
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Melhor tomar cuidado, mocinha.
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O tempo está passando, sabe?
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Pare, mamãe. Honestamente.
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Essa ideia de que uma mulher deve casar-se...
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Sem importar os sentimentos, é pré-histórica.
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Por quanto tempo você acha que seu pai
vai te sustentar?
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Oi
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Oi. Eu...
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Eu estava vindo..
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Seu pai me convidou.
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Estou de saída.
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Posso acompanhar?
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Bem na hora.
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O quê exatamente você faz?
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Sou um bacteriologista.
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Deve ser fascinante.
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Você não tem ideia do que seja, não é?
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Não. Acho que não.
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Não há razão para saber disso.
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Eu estudo os microorganismos que contraem
doenças.
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Que charme.
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Não, não é. Pelo contrário.
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Vamos entrar?
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Você gosta de flores?
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Na verdade, não.
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Quero dizer, sim.
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Mas não as temos pela casa.
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Mamãe diz, "por quê comprar algo que
cultiva-se de graça?"
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Mas não as cultivamos também.
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Parece uma coisa tola.
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Se esforçar tanto para algo que simplesmente
morrerá.
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Gostaria de dizer-lhe algo.
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Vim ver-la para perguntar se gostaria de
casar-se comigo.
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Estou surpresa.
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Não percebe que estou apaixonado por você?
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Você nunca demonstrou.
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Eu...
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Eu queria, mas é difícil. Eu...
-
Mas aqui está.
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Certo.
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Não sei se foi uma boa maneira...
-
Não, não foi.
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Está vendo como sou desastrado?
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Sou terrível com esse tipo de coisa.
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Mas é que eu tenho que voltar logo pra China
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Não tenho tempo pra ser cuidadoso.
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Nunca pensei em você dessa maneira.
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Vai melhorar quando me conhece melhor.
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Acredito que sim.
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Farei de tudo para fazê-la feliz.
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Tudo mesmo.
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Eu acho que gostará de Xangai.
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É empolgante.
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Muita dança.
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Você não espera que eu responda agora,
não é?
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Não sei nada de você.
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Sim! Bem, tínhamos esperanças, mas...
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Não esperava que seria tão cedo.
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Sim. Um lindo casamento no fim do outono.
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Ela fez muito bem, a minha Doris.
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Pelo menos uma delas teve sucesso.
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Não, já desisti da Kitty há muito tempo.
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Sim.
-
Sim.
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Sei que você entende. Sim.
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Então?
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Menor do que imaginava?
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Não sei o que imaginava.
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Você não tinha um piano?
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Não, não toco piano.
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Quem é?
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Sou eu.
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Entre.
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Queria saber se está tudo bem.
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Está confortável?
-
Precisa de alguma coisa?
-
Não.
-
Estou bem.
-
Obrigada.
-
Ótimo.
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Estou feliz que esteja aqui.
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Desligo a luz?
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Pra quê?
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Vou desligar.
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Está chovendo muito.
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Eu disse, está chovendo muito.
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Sim, eu ouvi.
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Podia ter respondido.
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Desculpe-me.
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Me acostumei a não falar... A não ser que
tivesse algo a dizer.
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Se todo mundo só falasse quando tivesse
algo a dizer...
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...a raça humana perderia o poder do
discurso.
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Walter.
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Desculpe-me.
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Você está certa.
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O que vamos fazer? Que tal...
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Que tal jogar algo?
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Você não gosta dos meus jogos. Entediam
você.
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Bobagem.
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Vamos jogar cartas.
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Você gostaria de sair à noite?
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Temos um convite para sábado a noite.
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De quem?
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Dos Townsends.
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Dorothy Townsend.
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Não gosta dela?
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Bem, só a vi uma vez,
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não tem pra que ela se achar superior.
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Sério?
-
Sim. Não sei porquê.
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Ela é o quê?
Casada com um vice-cônsul?
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Honestamente, essa alta sociedade de Xangai,
São ridículos.
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Mamãe jamais sonharia em chamá-los pra
um jantar.
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Vou pegar esse cinco preto.
-
Tudo bem.
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Achei que gostaria,
-
certamente não precisamos ir.
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Não me importo.
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Ir onde?
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- Kitty Fane?
- Oi, Dorothy.
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Tão feliz que você veio.
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Esse é Walter.
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Prazer em conhecê-la.
-
Esse é meu marido.
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Charlie, pare de falar e venha
cumprimentá-los.
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- Você conhece Sr. Fane
- Charlie.
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É Dr. Fane, querida.
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Me perdoe, Dr. Fane.
-
Sem problemas.
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E essa é a esposa do Dr. Fane, Kitty.
-
Sra. Fane.
-
Sr. Townsend.
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Desculpe-me, Dr. Fane.
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Achei que trabalhava no consulado
com Charlie.
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Não. Nada tão glamuroso.
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Trabalho no Laboratório Civil.
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O laboratório do governo? Fascinante.
-
Está gostando?
-
Nunca vi nada assim antes.
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Cada gesto tem um significado.
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Vê como ela cobre o rosto com o pano?
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Está lamentando sua desgraça.
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O que houve com ela?
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Foi vendida como escrava.
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Condenada a uma vida de trabalhos forçados
e desespero...
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...em uma terra estranha e longe de casa
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Vê as correntes?
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Isso representa os grilhões de sua alma
aprisionada...
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...de onde não há escapatória.
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E ela chora.
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Chora pela menina vivaz e cheia de vida
que foi um dia...
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...e pela mulher solitária em que se tornou.
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E acima de tudo...
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ela chora pelo amor que nunca sentirá...
-
pelo amor que nunca dará.
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É isso mesmo que ela está dizendo?
-
Na verdade, não faço ideia do que ela diz.
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Não falo Chinês.
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O que foi isso?
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Acho que os amah, ou...
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Se foram.
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Ele nos ouviu.
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Quem?
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Walter.
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Walter. E se for?
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Tudo que ele sabe é que você foi tirar
um cochilo.
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Com as portas trancadas?
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Kitty, querida, você precisa de uma bebida.
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Mesmo se ele ouviu, acho que não faria nada.
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Que elogio.
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Ele sabe, assim como todo mundo...
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Ele só tem a perder com o escândalo.
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Já lhe ocorreu que meu marido é apaixonado
por mim?
-
Tenho a sensação que irá dizer algo
horrível.
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As mulheres geralmente têm a impressão que
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os homens estão mais apaixonados do que
realmente estão.
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Eu não me iludiria por um segundo que você
está apaixonado por mim.
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Agora você está errada.
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Gostou do presente?
-
Até que é bom.
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Charlie?
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Faço você feliz do jeito que você me faz?
-
Claro que sim, amor.
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(Saudades, papai)
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- Hassan?
- Sim?
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- Quem trouxe esse pacote?
- Dr. Fane.
-
Quando?
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Enquanto estava dormindo.
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É quase meio-dia.
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Poderíamos parar naquelas árvores...
-
mas eu gostaria de continuar,
se estiver de acordo.
-
Claro, que meu conforto
não seja problema.
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Certo. Então continuaremos.
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Charlie Townsend, por favor.
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Charles Townsend.
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Preciso ver você.
-
Kitty, não posso ver você.
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Tenho uma reunião em uma hora no clube
-
O que foi?
-
Tenho que ir.
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O que está fazendo em casa?
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Tem algo que eu preciso falar com você.
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Eu já estava indo pro banho.
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É muito importante, querida.
Não pode esperar.
-
Sente-se.
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Você conhece um lugar chamado
Mei-Tan-Fu?
-
Não.
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Bem, estava nos jornais dia desses.
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É uma cidadezinha na região do Rio Yangtze,
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No interior.
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Houve um surto de cólera lá.
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É a pior epidemia já vista.
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O Secretário de saúde chinês morreu.
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Um convento francês está tentando
administrar o hospital
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estão fazendo o melhor que podem,
-
mas as pessoas estão morrendo como moscas.
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Me ofereci pra ir e assumir o controle.
-
Por quê?
-
Porque precisam de um médico.
-
Mas você não é médico.
É um bacteriologista.
-
Sou médico formado.
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O fato de eu ser um cientista...
-
é na verdade essencial neste caso.
-
Não vai ser perigoso demais?
-
Acho que sim.
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Mei-Tan-Fu é uma viagem de dez dias.
-
Você pode ir de trem em uma parte,
mas depois só de carroça
-
e depois nós teremos que ir de liteira.
-
Nós, quem?
-
O quê? Eu e você, claro.
-
Você espera que eu vá também?
-
Achei que se eu iria,
você gostaria de ir também
-
Não é um lugar para uma mulher
-
Seria loucura se eu fosse.
Por quê eu iria?
-
Para me alegrar e me confortar?
-
Não.
-
Não. Eu não vou.
-
Na verdade, é monstruoso da sua parte
pedir isso a mim
-
Tudo bem. Então vou pedir os papéis do
divórcio amanhã.
-
Não sou tão tolo quanto você pensa que sou.
-
Não sei do que está falando.
-
Não sabe?
-
Estou me divorciando
por causa do seu adultério.
-
Charles Townsend é o seu amante.
-
Me perdoe, Walter.
-
Sei que é muito desagradável, mas,
-
não vamos piorar as coisas
mais do que o necessário.
-
O que você acha que deveríamos fazer?
-
Você poderia deixar eu me divorciar
discretamente.
-
Você se divorciar de mim?
-
- Em qual alegação?
- É o que um cavalheiro faria.
-
Me dê uma razão...
-
pela qual eu me colocaria em uma
situação em seu favor?
-
Por favor, Walter, não seja tão ofensivo
-
Não queríamos magoar ninguém. Mas...
-
Charlie e eu nos apaixonamos.
-
Ele quer se casar comigo.
-
Verdade?
-
Sabia que você não era inteligente...
-
mas não sabia que era uma tola.
-
Se você se sente melhor em me ofender,
-
então vá em frente.
-
Melhor você se acostumar com isso.
-
Nós nos amamos.
-
E estamos cansados de nos esconder...
-
e de nos arriscar e tudo o mais.
-
E agora você amaldiçoa o dia
em que nos conhecemos.
-
Pare de me zombar.
-
Não há outra maneira de lidar
com essa situação tão patética!
-
É cômico.
-
Quando penso que fiz de tudo
para fazê-la feliz.
-
Me diminuindo!
-
Agindo como se eu me interessasse...
-
pelas fofocas, como um alienado
-
- como você!
- Cala boca!
-
Se me interromper de novo,
te estrangulo.
-
Senta.
-
Eu sabia quando me casei com você
-
que era egoísta e mimada
-
Mas eu te amava.
-
Sei que só casou-se comigo...
-
pra ficar o mais longe possível da sua mãe...
-
e eu esperava que um dia...
-
teria algo a mais.
-
Estava errado.
-
Mas você não tem algo a mais.
-
Se um homem não tem o necessário
para fazer uma mulher amá-lo,
-
então é culpa dele...
-
e não dela.
-
De qualquer forma.
-
Amanhã de manhã vamos para Mei-Tan-Fu,
-
ou então darei entrada nos papéis.
-
Walter, não está falando sério que vai me levar pro meio de uma epidemia de cólera.
-
Você acha que não?
-
Meu deus.
-
É isso que você quer, não é?
-
Você acha que o Charlie
vai deixar você fazer isso?
-
Não acho que Charlie tenha
muito a dizer sobre isso.
-
Tudo que você disse é verdade.
-
Tudo.
-
Me casei com você, mesmo sem te amar.
-
Mas você sabia disso.
-
Você tem tanta culpa quanto eu, não?
-
Tudo bem.
-
Vou fazer o seguinte.
-
Senhores, todos nós temos
bens a proteger aqui
-
Infelizmente, as atitudes do Sr. Nagata...
-
geraram uma situação de urgência.
-
Foi um infeliz,
-
porém inevitável incidente.
-
Seu capataz atirou em um trabalhador.
-
Ele era um agitador
-
Era chinês.
-
Você pode ter suprimido uma pequena greve
-
mas, ao fazê-lo, originou
-
uma grande manisfestação.
-
Tem uma caneta, por favor?
-
Aqui, senhorita.
-
E sobre o apoio de Chiang Kai-shek?
-
Onde ele fica nisso?
-
Ele é um nacionalista. Apoia os chineses.
-
Por isso que chamam-se Nacionalistas.
-
Com licença.
-
Sr. Townsend.
-
Eu acho que o Sr. está subestimando
essa situação.
-
Tenho três moinhos parados por causa de faltas.
-
Há rumores sobre boicotes.
-
O que você propõe, então?
-
Um punhado de guardas municipais
não impõe força.
-
Se me derem licença.
-
Sra. Fane. Que surpresa agradável.
-
Me resgatou de um bando tedioso.
-
Eu não viria se não fosse necessário.
-
Você está bem?
-
Eu precisava vê-lo. Desculpe-me.
-
Kitty, essa não é uma boa hora...
-
Charlie, ele sabe.
-
Certo.
-
Depois de você. Sra. Fane.
-
Olá Charlie.
-
Oi, George.
-
Townsend.
-
Adam.
-
Ele quer o divórcio.
-
Você não se comprometeu, né?
-
Confirmou alguma coisa?
-
Não.
-
Tem certeza?
-
Tenho.
-
Bom.
-
Estamos numa enrascada.
-
Ele diz que tem provas.
-
Nós negaremos.
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Ele não pode provar nada.
-
Não seria bom pro Walter
iniciar um escândalo.
-
Mas não vai haver escândalo.
-
Ele concordou que eu me divorciasse dele,
discretamente.
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Então não é tão terrível, né?
-
Poderia me abraçar?
-
Claro que sim.
-
Oh, Deus.
-
Charlie?
-
A oferta dele tem uma condição.
-
Não sou um homem rico.
-
Ele não quer seu dinheiro.
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Ele concordou que eu me divorciasse dele...
-
se Dorothy se divorciar de você.
-
E se...
-
O quê?
-
E se você prometer que casará comigo.
-
Você sabe, querida, o que quer que aconteça,
-
temos que manter Dorothy fora disso.
-
O que quer dizer?
-
Não podemos pensar só em nós mesmos.
-
Eu conheço Dorothy.
-
Nada no mundo a fará se divorciar de mim.
-
Você não quer se divorciar.
-
O ponto não é meu casamento.
-
E o que é?
-
Você tem ideia da importância
do meu cargo aqui?
-
Se eu...
-
Está rindo de quê?
-
Acho que Walter não teve por um minuto
a intenção de se divorciar.
-
Ele sabia que você ia me magoar.
-
Tente entender.
-
Eu entendo, de verdade
-
Kitty! Kitty, Por favor.
-
Vamos consertar isso, prometo...
-
Eu vou com você.
-
Ótimo. Imaginei que sim.
-
Acho que preciso levar
apenas coisas de verão?
-
E uma manta?
-
Eu disse a Hassan o que você
vai precisar.
-
Ela já está arrumando.
-
Se eu fosse você não tocaria.
-
Talvez eles morreram aqui.
-
Este será o seu quarto.
-
Você é a esposa do Dr?
-
Acabei de conhecê-lo..
-
e me convidei pro jantar.
-
A cozinheira dos Watson será de vocês.
-
Ela até que é boa.
-
Ela servirá como seu amah também.
-
Temos pouca mão-de-obra aqui.
-
Perdoe-me, meu nome é Waddington.
-
Sim, claro. Kitty Fane.
-
Sou o vice-comissário.
-
Por favor.
-
Acredito que seja um dos nossos vizinhos.
-
Único vizinho, infelizmente.
-
Último que sobrou.
-
E Watson foi o missionário que morou aqui?
-
Sim. Bom sujeito.
-
Americano. Família adorável.
-
Se quiser, mostrarei seus túmulos amanhã.
-
Que gentil.
-
Espero que não tenha sido cansativo.
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Estávamos viajando por duas semanas.
-
Duas semanas? Que fizeram?
Vieram nadando?
-
Não, não viemos pelo rio.
Viemos por terra.
-
Por quê?
-
Queríamos conhecer um pouco a zona rural.
-
Pegamos um pouco de sol.
Não foi querida?
-
Alguém quer um drinque?
-
À sorte.
-
Disseram-me que eu teria
ajuda de um militar local.
-
Coronel Yu, não é?
-
Boa sorte com ele.
Ele não gosta de Ingleses.
-
Veja, vou avisá-lo,
-
as coisas estão pretas por aqui também.
-
Se a cólera não nos pegar,
-
os nacionalistas vão.
-
Tentei dispensar as freiras,
mas elas negaram.
-
Elas querem ser mártires,
que se danem.
-
E por quê você ficou?
-
Fui designado pra cá. Simples.
-
Fiquei impressionado que
você se voluntariou.
-
Oportunidade de pesquisas.
Não deixaria passar.
-
Sim. E você?
-
Não acho que tenha vindo para
Mei-Tan-Fu pela pesquisa.
-
Meu marido que é cientista.
-
De fato.
-
Teve alguma reação com a vacina?
-
Você foi vacinada?
-
É claro.
-
Sem garantias.
-
Os Watsons eram vacinados,
não adiantou de nada.
-
Vocês trouxeram algum disco?
-
Não, infelizmente não.
-
Que pena. Enjoei dos meus.
-
Ouçam.
-
O que é isso?
-
Do outro lado do rio.
-
Tentam espantar a morte.
-
Irei à cidade pela manhã.
Conhecer.
-
Acho que gostaria de descansar.
-
Vacino você a noite.
-
Você vai se vacinar?
-
Não, acho que não.
-
Então não se preocupe.
-
Como quiser.
-
Diga-me Walter.
-
Morrer de cólera é demorado e sofrível?
-
Não. Nas primeiras 36 horas
todos os fluidos saem de você.
-
Você morre com a desidratação,
na verdade.
-
Então é sujo e doloroso.
-
Mas é relativamente rápido.
-
Boa noite.
-
É bem infeliz.
-
Pensei que você e sua esposa
-
gostariam de se prevenir no caso
de precisar sair daqui.
-
Acha realmente necessário?
-
Veja a situação.
-
Achei que gostaria de tranquilizá-la...
-
caso algo aconteça.
-
Esse é o Coronel Yu.
Ele é do partido nacionalista.
-
Está colocando um guarda aqui.
-
Sou prisioneira?
-
Não. Foi ideia do Sr. Waddington.
-
Ele acha que temos que nos prevenir.
-
Se prevenir contra?
-
Poucos dias atrás, tropas britânicas
abriram fogo...
-
contra trabalhadores chineses
que protestavam em Xangai.
-
Onze morreram.
-
Acabamos de saber.
-
Isso estava sendo distribuído na cidade
-
(Morte aos assassinos estrangeiros)
-
Não devo preocupar-me.
-
Até os nacionalistas têm medo da cólera.
-
Bebem água daquele poço?
-
Coronel, de onde tiram água?
-
(Porco imperialista)
-
Pra começar, temos que impedi-los
-
de usar o poço até que eu teste.
-
Entendeu?
-
Sim, entendo, Dr. Fane.
-
Tive treinamento militar em Moscou.
-
Se não gosta de inglês,
-
podemos falamos russo.
-
Inglês está bom, obrigado.
-
Aqui.
-
Já viu a cólera antes, Dr.?
-
No laboratório, claro.
-
Não, digo em um paciente.
-
Não. Ainda não tive a chance.
-
Não sou um clínico.
-
Eles não lhe disseram?
-
Sou um especialista em doenças infecciosas.
-
Vamos?
-
Depois de você, Doutor.
-
(Charlie)
-
(sem você não suporto)
-
Não preciso.
-
Volte!
-
Sr. Waddington?
-
Estou procurando o Sr. Waddington.
-
Espere aqui. Ok?
-
Olá?
-
Sr. Waddington?
-
Sra. Fane?
-
Bom dia.
-
Que posso fazer pela Sra.?
-
Achei um disco pra você.
-
Stravinsky.
-
Muito moderno. Obrigado.
-
Algo mais?
-
Eu queria saber se poderia me dizer
quando o correio passa.
-
É para Xangai.
-
Infelizmente, desde o surto,
-
os covardes não se arriscam depois do rio
-
mas pode deixar comigo.
-
Um vendedor que conheço
vai pra lá na sexta.
-
Townsend.
-
Charlie Townsend?
-
Sim. É um conhecido do meu marido.
-
Você o conhece?
-
Anos atrás. Fomos designados
para o consulado de Xangai.
-
Esposa adorável?
-
Sim. Eles são bem populares, né?
-
Praticamente inventou a popularidade.
-
Então, conhece a família?
-
O suficiente. Gosto da Dorothy.
-
Sim, são muito dedicados um ao outro.
-
Ah, ele teve uns flertes.
-
Nada sério.
-
Uma vez a ouvi dizer que era
muito não lisonjeiro
-
que as mulheres com quem saía
-
eram tão segunda classe.
-
Bem, aproveite o disco.
-
Sra. Fane?
-
A carta.
-
Certo.
-
Me ocorreu que sexta é tarde demais.
-
Obrigada mesmo assim.
-
Podia passar o sal, por favor?
-
Perdão. Disse alguma coisa?
-
Podia passar o sal?
-
Obrigada.
-
Então é assim que vai ser?
-
Passando as noites tem silêncio.
-
Walter.
-
Walter!
-
Pergunto-me se você não ficou louco
-
- Ela não vai cozinhar.
- Deixe.
-
Deixe.
-
Obrigada.
-
Quer se matar?
-
O poço da cidade está contaminado.
-
Isso está sujo. Sujo.
-
O quê?
-
Sr. Waddington?
-
Sra. Fane?
-
Sra. Fane!
-
Afaste-se. Afaste-se.
-
O que há com Te-Ming?
-
Você tem o homem morto em você.
-
São muito supersticiosos, não?
-
Ela perdeu três filhos e o marido.
-
Então, não pode culpá-la.
-
Sabe,
-
isso não é lugar para uma mulher.
-
Quando me telegrafaram, dizendo
-
que você vinha, fiquei surpreso.
-
Imaginei que você fosse uma
enfermeira velha e austera
-
com pernas grossas e um bigode.
-
Entrei no bangalô, e ali você estava
-
frágil e cansada
-
e muito infeliz.
-
Foi uma longa viagem.
-
Mas você está infeliz agora.
-
Ocorreu-me que você e seu
marido são muito apaixonados
-
e que você apenas não quis
ficar para trás.
-
É uma explicação plausível.
-
Sim. Mas não a certa.
-
Sabe o que acho estranho?
-
Seu marido nunca olha pra você.
-
Olha pras paredes, pro chão, pros sapatos.
-
Ele tem muita coisa na cabeça
-
Sim, tenho certeza.
-
Dr. Fane!
-
Dr.Fane!
-
Meu Deus.
-
Tudo bem.
-
O que está fazendo?
-
Martini?
-
Sim?
-
Trago uma mensagem da Madre Superiora.
-
Quem?
-
A freira que supervisiona o orfanato
e o hospital.
-
Achei que não soubesse da minha existência.
-
Bem, aparentemente o Sr. waddington
falou de você.
-
Ela adoraria conhecer a amável
-
e leal esposa do misericordioso Dr. Fane.
-
Certo. Devo preparar-me para a piada.
-
Ela entende que você não quer
-
se aventurar no centro da epidemia.
-
Você não tem medo, por quê eu teria?
-
Eu esqueci.
-
Walter!
-
Meu deus!
-
Você está bêbado.
-
(estrangeiro)
-
(vá pra casa)
-
Não espere muita coisa.
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São muito pobres.
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Olá.
-
Prazer em conhecer
-
a esposa do nosso bom e corajoso doutor.
-
Prazer em conhecê-la.
-
Sr. Waddington.
-
Você tem que comer as madeleines.
-
Irmã St. Joseph fez essa manhã
pra você.
-
Diga-me Sra. Fane.
-
Qual a sua religião?
-
Perdão.
-
Íamos à missa
-
não muito frequentemente.
-
Pode-se dizer que sou da
Igreja Anglicana.
-
É um modo inofensivo de dizer
-
que você não acredita em muita coisa
-
Você é bonita.
-
E muito jovem
-
Garanto que não sou.
Me sinto uma anciã.
-
Se quiser conhecer
o convento e o orfanato
-
ficarei feliz em mostrá-la.
-
A sós.
-
Mantemos as mais velhas
atarefadas com costura
-
As mantém ocupadas.
-
E lucra para o convento.
-
Aquela não permite que nós a batizemos.
-
Nossa sala de música.
-
Irmã Maryse.
-
Irmã Dominique era nossa pianista.
-
Ela morreu semana passada. Cólera.
-
Por ali é a enfermaria.
-
É uma visão que não desejo a ninguém.
-
Ligo para o Dr. Fane para vê-la?
-
Não. Não precisa incomodá-lo.
-
Agora, com essa epidemia
-
temos muito o que fazer.
-
Esse bebê foi trazido hoje de manhã.
-
Outro órfão.
-
Ela diz que Dr. Fane adora bebês.
-
Ele passa o tempo que puder
cuidando deles no bercário.
-
Sra. Fane?
-
Sra. Fane?
-
Você está bem?
-
Sim.
-
Não é nada...
-
bobagem.
-
O que você quer?
-
Desculpe-me.
-
Trouxe seu jantar.
-
Certo. Deixe aí.
-
Algo mais?
-
O que está fazendo?
-
Estou testando os níveis de
nitrato num tomate
-
Por quê?
-
Por quê?
-
Não ia te interessar.
-
Bem, aproveite seu jantar.
-
Walter.
-
O que sugere que façamos se
conseguirmos sobreviver?
-
Não tenho ideia.
-
Não faz bem falar
-
sobre algo que é melhor que esqueçamos.
-
Mas você não esquece.
-
Por favor. Preciso trabalhar.
-
Por quê não ouve o que tenho a dizer?
-
Tudo bem. Se você insiste.
-
É que hoje, eu estava
-
no convento com aquelas freiras.
-
O que fizeram, te converteram?
-
Não.
-
Elas falaram de você.
E fez eu me sentir...
-
O quê?
-
Fez você sentir o quê?
- Acho que tenho medo de você.
-
É pra ter.
-
Licença.
-
Se eu não puder trabalhar, vou pra cama
-
Sei que está com raiva de mim.
Mas se nós tentássemos conversar...
-
De verdade, não entendo você.
-
O que você quer de mim?
-
Talvez apenas queira que sejamos
menos infelizes.
-
Está enganada se acha que sou infeiz.
-
Tenho muito o que fazer aqui
pra ficar pensando nisso
-
Exatamente o que quero dizer.
-
Me sinto inútil.
-
O que quer que eu faça?
-
Pelo amor de deus, Walter!
-
Pode parar de me castigar?
-
Você me despreza?
-
Não. Eu me desprezo.
-
Por quê?
-
Por um dia eu ter amado você.
-
Olá.
-
Espero não ter vindo
em uma hora inconveniente
-
Irmã Maryse morreu ontem a noite.
-
Acabei de escrever para os pais dela.
-
Sinto muito.
-
Seria pecado para mim o luto...
-
quando sei que sua alma boa e simples
voou para o céu.
-
Como posso ajudá-la?
-
Bem, sei que com a morte da irmã...
-
vocês devem estar com pouco pessoal.
-
Queria saber se eu poderia
vir para o convento
-
e fazer alguma coisa, para ajudá-las.
-
Minha querida, não acha que
fez o suficiente
-
vindo pra cá com seu marido?
-
Estou aqui a um mês.
-
Acredite, não tenho nada
pra fazer o dia todo
-
Talvez possa ajudar as irmãs no hospital.
-
Impossível, cólera é uma coisa
horrível de se ver
-
Além disso, o que aconteceria
se ficasse doente?
-
Eu poderia limpar o chão, qualquer coisa
-
apenas pra me sentir útil.
-
Não será necessário.
-
Os órfãos que lavam o chão.
-
É o nosso trabalho e um
privilégio fazer isso.
-
Mas sempre aparece mais coisa pra fazer.
-
Falou com o seu marido sobre isso?
-
Sim.
-
Não entendo o que diz
-
Encontrei vestígios no rio.
-
Rio abaixo, do cemitério.
-
Checou os resultados?
-
Testei três vezes.
-
Então é isso.
-
Recomendo por barricadas na área de banho.
-
bloquear todo o acesso ao rio.
-
Onde que as pessoas vão pegar água?
-
Não tenho ideia.
-
Rio acima, pelo menos a 800 metros
do cemitério.
-
Muito longe.
-
Não importa.
-
Concordo com Dr. Fane.
-
É necessário.
-
Concordamos em publicar um aviso
-
para as pessoas enterrarem os corpos logo.
-
Já fizemos isso, doutor.
-
Sim, mas se não os obrigar, não funciona.
-
As famílias ficam com os corpos por dias.
-
E os enterram perto do rio.
-
Entendo o problema.
Não precisa dizer duas vezes.
-
Coronel, respeitosamente peço
que ordene seus homens
-
a entrar nas casas
-
e remover os corpos, à força se necessário.
-
Está tudo bem.
-
Olá.
-
Sim, sim. Eu entendo.
-
Os espíritos têm que ter acesso à água.
Entendo.
-
Só quero mover alguns desses para que não
vivam dentro da água.
-
Disse que eles vivem sob a proteção
de seu Guerreiro.
-
Se ele quiser mover os corpos,
mandará seus soldados.
-
Essa não é a melhor época
para uma ocidental
-
sair explorando uma cidade chinesa sozinha.
-
Oh, cale-se.
-
Como se ligasse se eu morresse pelos
nacionalistas ou de tédio.
-
Até porque, eu não estava só.
-
Estava com o meu corajoso
protetor Sung Ching.
-
Por sinal...
-
ficará feliz em saber que
-
sou tão inútil para as freiras
quanto pra você.
-
Eu fechei hoje a única fonte
de água da cidade.
-
O que fará?
-
Não faço ideia.
-
Acho que somos dois inúteis.
-
Pelos menos algo em comum.
-
Dr. Fane. Fomos pegos pelo mau tempo.
-
Agora não.
-
Perdão?
-
Contando.
-
Contando?
-
Vamos acampar aqui, hoje.
-
O que faz você pensar que
o "Guerreiro" vai cooperar?
-
Não acho que vá.
-
O que dirá para convencê-lo?
-
Não sei.
-
Esses homens são como animais.
-
Não têm visão.
-
Apenas têm fome e força.
-
Homens como esses têm o poder nas mãos
na China desde que eu era criança.
-
Mas isso está chegando ao fim.
-
Não há espaço para eles na nova China.
-
Acho que não gosta da minha
presença aqui, não é?
-
Acho que a China pertence aos chineses...
-
mas o resto do mundo parece discordar.
-
Sim, mas eu não tenho nada a ver.
-
Não vim pra cá armado, sabe.
-
Vim com um microscópio.
-
Acredito em você.
-
Seria bom trabalharmos juntos...
-
sem que as armas do seu país estejam
apontadas pro nosso povo.
-
Nosso plano é desviar a água rio acima
para a cidade...
-
além do cemitério.
-
Com sua permissão e assistência
da sua tropa...
-
os túmulos serão movidos
para longe da água.
-
E o Coronel Yu e seus homens...
-
forçarão o imediato sepultamento
dos mortos
-
mantendo a integridade das
fontes.
-
e um saneamento adequado
nos próximos dias.
-
Fará a diferença entre algumas mortes
a mais ou possivelmente milhares.
-
(ele diz que se mantermos as fontes limpas)
-
(e um saneamento adequado,)
-
(em alguns dias,)
-
(as estatísticas)
-
(poderão ser reduzidas em mais de milhares.)
-
(ele terminou?)
-
(não sacrificarei meus homens nessa cólera)
-
(esqueça!)
-
(quando morrem...)
-
(é o destino! Não tenho nada a ver)
-
(você...)
-
(tire-o daqui!)
-
Ele disse não.
-
Ele não fala inglês, né?
-
Diga-lhe que esse é o traje mais
ridículo que já vi.
-
(O doutor o respeita muito)
-
(e você está certo.)
-
(é uma bagunça, essa epidemia)
-
(mas meu superior diz..)
-
(que se seus homens não controlarem...)
-
(então nosso exército ficará
feliz em ajudar.)
-
(E depois de verem esse lugar...)
-
(é tão impressionante...)
-
(que quando estiverem aqui...)
-
(não vão querer voltar)
-
Perdoe-me.
-
Não pare por minha causa...
-
Se Dr. Fane está gostando tanto.
-
Não, claro que não.
-
É muito bom. Estava passando
-
Não. Fique.
-
Devo ir.
-
Eu insisto.
-
Tudo bem.
-
Continue, Sra. Fane.
-
Mas quem sabe algo mais suave.
-
Sim, claro.
-
Trouxeram um novo bebê hoje.
-
As meninas a chamaram de Zan Xien.
-
Significa "nova em folha".
-
As freiras as chamaram de Katherine.
-
que, óbvio, nenhuma das meninas
saberão pronunciar.
-
Graças a deus por aquelas freiras.
-
Elas fazem tanto por tão pouco.
-
Acho pode-se enxergar dessa forma.
-
Você não acha?
-
Acho que é um pouco mais
complicado que isso.
-
Elas recolhem crianças desesperadas
e as dão uma chance na vida.
-
O que tem de complicado nisso?
-
Elas também vão para as casas
de jovens mães.
-
E pedem seus bebês para o convento.
-
E oferecem dinheiro em troca...
-
para convencê-las de dá-los.
-
Elas não estão aqui só pelo orfanato,
as suas freiras
-
Estão convertendo crianças
em pequenos católicos.
-
Nenhum de nós está na China
sem um propósito
-
Ainda assim, em todo caso...
-
Acho que estamos fazendo boas ações,
-
Não está?
-
Estou aqui para estudar.
-
Não preciso ter opinião formada
sobre o resto.
-
Bem, eu tenho, e as admiro.
-
Não precisa ser tão complicado
e melancólico.
-
E, a princípio, acho o que está fazendo
é muito nobre.
-
Você sentia desprezo por mim.
Ainda sente?
-
Walter. eu não acredito que você com
toda sua inteligência...
-
tenha um senso de proporção tão pequeno.
-
Nós humanos somos mais complexos
que os seus micróbios estúpidos.
-
Somos imprevisíveis.
Cometemos erros e decepcionamos.
-
Sim, certamente.
-
Perdoe-me.
-
Desculpe-me se não sou a mulher
perfeita que gostaria.
-
Sou apenas comum.
-
Nunca tentei fingir ser diferente.
-
Não, certamente não.
-
Eu gosto de teatro...
-
e dançar...
-
jogar tênis. Gosto de jogos.
gosto de homens que jogam.
-
Deus me perdoe, mas foi
assim que fui criada.
-
Bem, eu jogo um bridge feroz.
-
Ah sim, que empolgante.
-
E você me arrastou por aquelas galerias
intermináveis de Veneza...
-
tagarelando sobre os milagres dos canais
-
e a vazão do sistema de lagos...
-
ou alguma bobagem dessas.
-
Honestamente, teria sido mais feliz
jogando golfe em Sandwich.
-
Acho que está certa.
-
Fomos tolos em procurar qualidades
um no outro, que não tínhamos.
-
Sim.
-
Sim, foi.
-
Walter?
-
Por quê não derrubou aquela porta?
-
quando soube que eu estava lá
com Charlie?
-
Você poderia ao menos ter batido nele.
-
Não valia a pena.
-
Talvez eu seja orgulhoso demais.
-
Não sei disso.
-
(enterrem os corpos imediatamente)
-
(por favor não o leve)
-
(seu espírito nunca descansará!)
-
Eu disse à Madre Superiora para manter
as irmãs no convento.
-
Pus um guarda no portão.
-
Recomendo a todos os ocidentais para
ficarem em casa.
-
Certo.
-
Irmã, a Sra. Fane esteve no convento hoje?
-
Sim. Mas ela saiu a poucos minutos.
-
(Isso é um trabalho do Diabo Inglês)
-
(respeite nossas tradições)
-
Sung Ching.
-
Vamos!
-
Vamos!
-
Vamos!
-
Sung Ching. Onde está a Sra. Fane?
Onde ela está?!
-
Não estou entendendo!
-
Saia de perto dela.
-
- Você está bem?
- Sim.
-
Vamos.
-
Não tem whiskey.
-
Dr. Fane.
-
Posso incomodá-lo por uma bebida?
-
Olá, querida.
-
Eu fui designado para Hankow
durante a revolução...
-
quando estavam massacrando
os Manchus.
-
Ajudei uma família em particular.
-
Novos documentos, esse tipo de coisa.
-
Ela era a mais nova das filhas.
-
Não prestei muita atenção nela, no começo.
-
Bem, não prestei mais do que
deveria, acho.
-
Quando parti de Hankow, ela me seguiu.
-
Mandei ela embora duas, três vezes.
Mas ela...
-
sempre voltava.
-
Não sabia que você gostava tanto dela.
-
Por quê pensa isso?
-
Vejo nos seus olhos.
-
Os homens são incalculáveis.
-
Pensei que você fosse como os outros...
-
agora sinto que não sei nada de você.
-
Imagino o que ela vê em você.
-
Wan Xi.
-
Ela diz que sou um bom homem.
-
Como se uma mulher amasse um homem
por causa dessa virtude.
-
Bom dia.
-
Bom dia.
-
Acho melhor ficar longe da cidade
por hoje.
-
Tudo bem.
-
Vou caminhar.
-
Vamos, então.
-
Que diabos você está fazendo aqui?
-
Tentando curar ressaca com
uma caminhada.
-
O que está fazendo?
-
Estava tentando comprar
um caule de bambu.
-
Mas o preço é exorbitante.
-
Ou minha cabeça está...
-
muito destruída pra negociar.
-
Então...
-
Quer carona pra casa?
- Em quê?
-
O búfalo?
-
Veja, estamos desviando temporariamente
destes campos.
-
enviando para o centro
-
da cidade, onde pode-se ter acesso.
-
São 800 metros. Deu um grande trabalho
em alguns locais.
-
Mas valeu a pena.
-
Madre.
-
Eu vou morrer?
-
Ora, ora. Não seja boba.
-
Veja, minha querida...
-
é possível que esteja grávida?
-
- Não.
- Ah, sim.
-
- Não.
- Sim.
-
Digo...
-
Eu...
-
Acho que seja possível.
-
Não há dúvida.
-
Sim. Irmã St. Joseph logo soube.
-
Ela vem de uma família grande.
-
tem experiência nesse assunto.
-
Não acredito.
-
Por quê não?
-
Ter um filho é tão natural.
-
Sim.
-
Pense em como seu marido ficará feliz.
-
O que aconteceu?
-
Estou bem.
- Disseram que desmaiou.
-
Estou bem.
-
Deixe-me vê-la.
- Não é cólera.
-
Não. Não acho que é.
-
Sentiu náuseas?
Ou apenas desmaiou?
-
Walter, pare.
-
Estou grávida.
-
Um bebê?
-
Tem certeza?
-
Sim.
-
Isso é maravilhoso.
-
Por quanto tempo está assim?
-
Dois meses.
-
Talvez mais.
-
Kitty.
-
Eu sou o pai?
-
Sinceramente, não sei.
-
Sinto muito.
-
Bem.
-
Isso não importa agora.
-
Não é?
-
Não.
-
Não importa.
-
Dr. Fane!
-
Venha comigo.
-
O que foi? De onde estão vindo?
-
A cólera espalhou-se ao sul do rio.
-
Eles não têm médicos ou instalações lá.
-
Se vierem vão contaminar tudo.
-
Temos que mantê-los fora.
-
Dr. Fane!
-
Dr. Fane!
-
Pare! Pare!
-
Pare!
-
Pare agora!
Podemos ajudá-los aqui!
-
Coronel, diga-lhes para não
entrar na cidade.
-
Diga-lhes que ajudaremos aqui!
-
Sra. Fane. Reúna todas as crianças
na sala de música.
-
Esperem aqui.
-
Vamos.
-
Aquele menino. Traga-o aqui,
traga-o aqui.
-
Ele tem um corte.
-
Não entendo.
-
Por quê ele não me acordou?
-
Ele começou cedo.
Você precisava descansar.
-
Qual a distância do acampamento
dos refugiados?
-
Logo fora da cidade, no pé da colina.
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