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Jenny Holzer em "Protesto" - Temporada 4 - "Arte no Século XXI" | Art21

  • 0:10 - 0:15
    Eu gosto que minhas obras sejam curtas
    em certos momentos
  • 0:16 - 0:24
    e outras quero que sejam sustentadas
    e capazes de cativar as pessoas.
  • 0:27 - 0:31
    Tempo é especialmente importante
    considerando obras públicas,
  • 0:31 - 0:34
    por que sei que as pessoas que estão
    passando não terão muito tempo .
  • 0:34 - 0:38
    É por isso que costumo fazer coisas curtas.
  • 0:40 - 0:45
    Quando estou trabalhando em casa,
    quero ter uma recompensa.
  • 0:45 - 0:51
    Se alguém estiver disposto a deitar no chão,
    terá uma recompensa.
  • 0:52 - 1:00
    Foi um pouco intimidador trabalhar
    no edifício Van der Rohe em Berlim.
  • 1:00 - 1:04
    Levei um tempo, surpreendentemente longo,
  • 1:04 - 1:08
    para descobrir que o prédio
    é um teto com paredes de vidro.
  • 1:08 - 1:13
    Quando descobri isso, foquei no teto
    colocando os eletrônicos lá,
  • 1:13 - 1:17
    e deixei as paredes de vidro
    darem todos os reflexos.
  • 1:22 - 1:27
    Quero que as pessoas se concentrem
    no conteúdo escrito e não em quem fez.
  • 1:28 - 1:33
    Quero que a obra seja útil
    para o maior número de pessoas possíveis.
  • 1:33 - 1:38
    Acho que se fosse atribuido a mim,
    seria mais fácil de ignorar.
  • 1:40 - 1:44
    Há muitos "Eus" e "Vocês"
    na obra, mas não sou eu,
  • 1:44 - 1:48
    são vozes muito diferentes
    sobre vários assuntos não mencionáveis.
  • 1:49 - 1:52
    Alguém foi muito amavél
    por organizar os dez favoritos.
  • 1:52 - 1:54
    Vamos ver se são nossos.
  • 1:55 - 1:58
    Essa cor é a menos estragada...
  • 1:58 - 2:01
    que tal "Medo é a nossa arma
    mais elegante."
  • 2:01 - 2:02
    Vou procurar o próximo.
  • 2:02 - 2:04
    “Alegrai-vos, nossos tempos
    são intoleráveis.”
  • 2:04 - 2:07
    Engraçado como isso acontece
    de tempos em tempos. (RISOS)
  • 2:07 - 2:09
    DAVID Sempre volta.
    HOLZER: Aqui está.
  • 2:09 - 2:12
    HOLZER: "O fim dos EUA",
    talvez muito infame?
  • 2:12 - 2:12
    DAVID: Sim.
  • 2:12 - 2:15
    Ok. Esse foi até tirado do Canadá...
  • 2:15 - 2:17
    então acredito que não será possível.
  • 2:17 - 2:22
    HOLZER: David, eles começaram
    em tamanho pequeno.
  • 2:22 - 2:29
    Também podemos usá-los,
    por que foram os primeiros nos anos 80,
  • 2:29 - 2:33
    e isso faria um padrão diferente,
    se usarmos os menores.
  • 2:33 - 2:36
    Por que poderiamos fazer
    uma composição bem louca.
  • 2:36 - 2:37
    Tudo bem.
  • 2:37 - 2:41
    Vamos deixá-los no porão marinando
    e voltamos a eles mais tarde.
  • 2:41 - 2:42
    DAVID: Ok.
  • 2:43 - 2:47
    HOLZER: Os "Truísmos" foram talvez
    uma tentiva muito ambiciosa.
  • 2:47 - 2:50
    Eu queria ter quase
    todos os assuntos representados,
  • 2:51 - 2:54
    quase todos os pontos de vista possíveis.
  • 2:54 - 2:59
    E então tive que decidir
    aonde essas frases iriam aparecer.
  • 3:06 - 3:09
    Parei de escrever
    meu próprio texto em 2001.
  • 3:09 - 3:12
    Descobri que não conseguia dizer
    o suficiente de forma adequada.
  • 3:12 - 3:17
    E foi com muito prazer
    busquei o texto de outros.
  • 3:19 - 3:23
    Fui convidada para fazer algo
    no saguão do World Trade 7.
  • 3:23 - 3:30
    Depois de refletir bastante,
    veio a ideia de fazer um texto na parede.
  • 3:30 - 3:34
    Não um texto memorial, mas um texto
    sobre a alegria de estar em Nova Iorque.
  • 3:36 - 3:41
    Para fazer a obra,
    tive que fazer algumas visitas ao local,
  • 3:41 - 3:44
    não só para olhar,
  • 3:44 - 3:45
    mas para andar e sentir o espaço.
  • 3:46 - 3:51
    O espaço no World Trade 7 exigiu
    que eu ocupasse o saguão.
  • 3:52 - 3:55
    Especialmente a parede de vidro.
  • 3:56 - 4:00
    Pensei que aquele texto deveria circular,
    deveria flutuar.
  • 4:00 - 4:02
    E assim foi.
  • 4:03 - 4:08
    É impossível saber como as coisas de fato
    vão parecer até que estejam prontas.
  • 4:09 - 4:13
    Então, estou tão ansiosa
    quanto qualquer um para ver o resultado.
  • 4:17 - 4:22
    A poética vem da poesia
    de outros, não de mim mesma.
  • 4:22 - 4:26
    Mas posso contribuir
    em algo como a poética visual
  • 4:26 - 4:33
    que tem a ver com a cor,
    as pausas e as omissões.
  • 4:41 - 4:47
    HOLZER: Estava pensando, talvez depois
    podemos trabalhar na seleção do poema.
  • 4:47 - 4:50
    Se você topar, seria muito útil.
  • 4:51 - 4:55
    Henri Cole e eu somos compareiros
    na Academia Americana de Berlim.
  • 4:57 - 5:01
    COLE: Memórias de Adrien,
    pensei que poderia...
  • 5:01 - 5:04
    HOLZER: Esse poderia ser perfeito,
    se conseguirmos esse local.
  • 5:04 - 5:07
    COLE: Jenny projetou um poema meu
    chamado Blur.
  • 5:07 - 5:11
    É uma sequência de soneto,
    na sede da polícia de Veneza,
  • 5:11 - 5:14
    que fica em frente
    ao Museu Peggy Guggenheim.
  • 5:14 - 5:19
    Acredito que foi um edificio de medo
    para os Venezianos durante a guerra.
  • 5:19 - 5:26
    E meu poema foi...
    um tipo de poema de amor despido.
  • 5:26 - 5:32
    E projetá-lo nesse edifício assustador
    foi intrigante, significativo... e bonito.
  • 5:32 - 5:35
    HOLZER: Substituindo um tipo
    de medo por outro.
  • 5:35 - 5:35
    COLE: Sim.
  • 5:35 - 5:40
    HOLZER: Tínhamos dois projetores,
    então a luz cruzou o Grande Canal,
  • 5:40 - 5:45
    para que tivéssemos o mesmo poema
    no museu e na delegacia.
  • 5:55 - 6:01
    HOLZER: Comecei com as projeções em 1996
    e continuei trabalhando nelas desde então.
  • 6:02 - 6:07
    Esses projetores são excepcionalmente
    poderosos e por serem tão luminosos,
  • 6:07 - 6:13
    me permitem dispor textos em rios
    de certo tamanho e em prédios gigantes.
  • 6:13 - 6:17
    Parece correto ter o texto
    legível e reconhecível
  • 6:17 - 6:23
    e de repente desaparecer
    em reflexões fragmentadas
  • 6:23 - 6:24
    de forma quase irreconhecível.
  • 6:25 - 6:28
    COLE: Você consegue imaginar
    fazer arte sem palavras?
  • 6:30 - 6:34
    HOLZER: Já fiz algumas vezes
    e foi um prazer e um alívio.
  • 6:34 - 6:37
    Ou fiz com bem poucas palavras.
  • 6:37 - 6:40
    HOLZER: Quer me ajudar
    a escolher páginas de Orwell?
  • 6:43 - 6:48
    Queremos fazer uma impressão
    de algumas delas e algumas pinturas.
  • 6:48 - 6:50
    Então, gostaria da sua opinião nisso.
  • 6:50 - 6:51
    COLE: Entendo.
  • 6:51 - 6:55
    HOLZER: Por que estou
    ficando cega de tanto olhar.
  • 6:55 - 6:56
    COLE: Certo.
  • 6:58 - 6:58
    HOLZER: Ok.
  • 7:00 - 7:06
    As pinturas Redação incluem várias páginas
    quase completamente marcadas de preto,
  • 7:06 - 7:09
    que antes dos documentos serem
    divulgados o governo cobriu
  • 7:09 - 7:13
    ou eliminou porções por motivos
    de segurança ou desconhecidos.
  • 7:14 - 7:16
    HOLZER: A princípio iria usar
    essas páginas
  • 7:16 - 7:18
    e pensei que todos entenderiam.
  • 7:18 - 7:20
    COLE: Essas quatro páginas?
  • 7:20 - 7:20
    HOLZER: Sim.
  • 7:20 - 7:21
    COLE: Entendi.
  • 7:21 - 7:26
    HOLZER: Mas aí pensei talvez incluir
    o que estava no primeiro arquivo,
  • 7:26 - 7:31
    e ter uma quantidade desses
    apagado para iluminado.
  • 7:31 - 7:34
    Temos apenas algumas páginas com conteúdo.
  • 7:34 - 7:36
    Que diz...
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    "O livro de Orwell é um dos poucos
    com uma imagem politicamente clara
  • 7:40 - 7:43
    da situação complexa
    durante o primeiro ano de guerra."
  • 7:43 - 7:45
    Para que tenha alguma referencia à guerra.
  • 7:48 - 7:51
    HOLZER: Isso é mais do que disse
    em doze anos.
  • 7:51 - 7:53
    COLE: Sim. (RISOS)
  • 7:55 - 7:58
    HOLZER: Só trabalhei com materiais
    que já foram publicados.
  • 7:58 - 8:02
    Eu não solicitei nenhuma
    Lei de Acesso a Informação,
  • 8:03 - 8:06
    por que já há muito o que filtrar
    do que já foi publicado.
  • 8:11 - 8:14
    HOLZER: Eu me dedico para planejar,
    mas quando eu chego aqui,
  • 8:14 - 8:22
    cerca de 50% do que planejei permanece
    e o restante é novidade para mim.
  • 8:24 - 8:29
    Quase sempre pensamos que um trabalho
    será de duas ou dez páginas.
  • 8:29 - 8:35
    Isso tende a persistir.
    O que muda geralmente são as cores.
  • 8:37 - 8:39
    Esses são alguns dos mais editados
  • 8:39 - 8:43
    que nos deixará com apenas uma linha
    e o restante quase tudo coberto.
  • 8:45 - 8:49
    Isso foi retirado de uma pintura
    do ínicio da Renascença.
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    É um pouco do céu e você pode ver...
  • 8:51 - 8:53
    a fusão do escuro para o claro.
  • 8:53 - 8:57
    Algumas dessas pinturas
    terão a parte escura no topo,
  • 8:57 - 9:00
    por que vai ser um pouco mais sinisto,
    um pouco mais opressivo.
  • 9:00 - 9:04
    E em outros teremos a luz.
  • 9:05 - 9:07
    Sim, esse é... ousado.
  • 9:08 - 9:11
    Isso é uma carta de um pai
    apelando para os militares,
  • 9:11 - 9:15
    para que o filho não seja
    acusado criminalmente.
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    Azul parece correto. É digno.
  • 9:20 - 9:22
    Onde está a segunda página desse, Mark?
  • 9:37 - 9:39
    Vamos abordar essa parte.
  • 9:40 - 9:44
    MARK: Quer que eu vire,
    para ver como fica com a parte escura?
  • 9:44 - 9:44
    HOLZER: Sim.
  • 9:54 - 9:56
    HOLZER: É, parece com o céu escuro.
  • 9:59 - 10:02
    "Eu te imploro como pai
    pela vida do meu filho."
  • 10:05 - 10:09
    A maioria das pinturas são apenas
    três vezes o tamanho de uma página,
  • 10:09 - 10:12
    por que eu queria que lembrassem
    os documentos reais.
  • 10:12 - 10:19
    Outros eu fiz bem maiores para que fossem
    fisicamente estonteantes.
  • 10:20 - 10:22
    Além de ter todas as pinturas,
  • 10:22 - 10:25
    todas as obras paradas digamos,
  • 10:25 - 10:33
    queria ter uma mensagem se movendo,
    para que eu pudesse incluir mais texto...
  • 10:33 - 10:35
    do que nas pinturas.
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    Então, tinhamos uma quantidade
    de documentos plublicados transcritos,
  • 10:39 - 10:44
    que mostramos em luz LED
    para que fossem transmitidos...
  • 10:45 - 10:49
    como uma avalanche de más notícias
    insuportáveis.
  • 10:54 - 10:57
    Eu sempre admirei
    as pinturas negras de Goya.
  • 10:59 - 11:03
    Eu tenho passado por pinturas escuras
    por muitos anos,
  • 11:03 - 11:06
    e não conseguia decifrar
    o que significava para mim.
  • 11:06 - 11:11
    E quando esse material começou a sair
    sobre a guerra no Afeganistão e no Iraque
  • 11:11 - 11:15
    e as bases no Oriente Médio
    e em Guantánamo,
  • 11:15 - 11:17
    Goya serviu de inspiração.
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    Costumo criar obras
    que realcem a crueldade
  • 11:22 - 11:25
    na esperança que as pessoas recuem.
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    Minha avó foi uma especialista em cavalos.
  • 11:33 - 11:37
    Então eu sempre recorro
    aos pôneis para me acalmar.
  • 11:40 - 11:42
    Olá, amigo.
  • 11:44 - 11:47
    HOLZER: Geralmente, nada de terrível
    acontece no celeiro de noite.
  • 11:47 - 11:50
    E se acontecer,
    quase sempre podemos consertar.
  • 11:50 - 11:51
    O que poderia ser mais reconfortante?
  • 11:54 - 11:57
    E então, comentário. (RISOS)
  • 11:58 - 12:00
    Concordo, foi proveitoso.
  • 12:05 - 12:07
    Quero poder continuar trabalhando,
  • 12:07 - 12:12
    extrair de textos bons e medonhos,
  • 12:13 - 12:19
    oferecer isso às pessoas e apresentá-los
    de formas amáveis e minuciosas.
  • 12:21 - 12:24
    Legendas: Rebecca S.
Title:
Jenny Holzer em "Protesto" - Temporada 4 - "Arte no Século XXI" | Art21
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
13:29

Portuguese, Brazilian subtitles

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