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Rachel Botsman: A moeda da nova economia é a confiança

  • 0:00 - 0:02
    Se alguém vos perguntasse
  • 0:02 - 0:05
    que três palavras resumiriam
  • 0:05 - 0:09
    a vossa reputação, o que diriam?
  • 0:09 - 0:11
    Como é que as pessoas
    descreveriam o vosso juízo
  • 0:11 - 0:15
    o vosso conhecimento e comportamento,
    em diferentes situações?
  • 0:15 - 0:17
    Hoje, gostaria de explorar convosco
  • 0:17 - 0:19
    a razão porque
    a resposta a esta pergunta
  • 0:19 - 0:21
    será muito importante
  • 0:21 - 0:26
    numa época em que a reputação
    será o vosso bem mais valioso.
  • 0:26 - 0:28
    Gostaria de começar
    apresentando-vos uma pessoa
  • 0:28 - 0:32
    cuja vida foi alterada por um mercado
  • 0:32 - 0:34
    dirigido pela reputação.
  • 0:34 - 0:37
    Sebastian Sandys
    tem um bed and breakfast
  • 0:37 - 0:40
    registado no Airbnb desde 2008.
  • 0:40 - 0:42
    Encontrei-me com ele há pouco tempo
  • 0:42 - 0:45
    e depois de umas quantas chávenas de chá
    disse-me
  • 0:45 - 0:48
    que receber pessoas
    de todas as partes do mundo
  • 0:48 - 0:49
    enriqueceu a sua vida.
  • 0:49 - 0:53
    Mais de 50 pessoas já ficaram
    na sua casa do século XVIII
  • 0:53 - 0:56
    em que ele vive com o seu gato, Squeak.
  • 0:56 - 1:00
    Menciono o Squeak
    porque a primeira convidada do Sebastian
  • 1:00 - 1:04
    viu um rato bastante grande
    a correr pela cozinha
  • 1:04 - 1:07
    e ela prometeu não deixar
    uma crítica negativa
  • 1:07 - 1:10
    com uma condição:
    que ele arranjasse um gato.
  • 1:10 - 1:14
    Por isso o Sebastian comprou o Squeak
    para proteger a sua reputação.
  • 1:14 - 1:17
    Como muitos de vocês sabem,
    a Airbnb é um mercado peer-to-peer
  • 1:17 - 1:21
    que liga pessoas
    que têm espaços para alugar
  • 1:21 - 1:24
    a pessoas que procuram
    um lugar para ficar
  • 1:24 - 1:27
    em mais de 192 países.
  • 1:27 - 1:29
    Os lugares para aluguer
    são coisas previsíveis,
  • 1:29 - 1:32
    como quartos sobressalentes
    e casas de férias,
  • 1:32 - 1:35
    mas parte da magia são os lugares únicos
  • 1:35 - 1:39
    a que podem aceder:
    casas de árvore, teepees,
  • 1:39 - 1:41
    abrigos para aviões, iglus.
  • 1:41 - 1:44
    Se não gostam do hotel,
    há um castelo ao fim da rua
  • 1:44 - 1:47
    que podem alugar
    por 5000 dólares por noite.
  • 1:47 - 1:50
    É um exemplo fantástico
    de como a tecnologia
  • 1:50 - 1:52
    está a criar um mercado
  • 1:52 - 1:55
    para coisas que nunca tiveram um mercado.
  • 1:55 - 1:58
    Agora deixem-me mostrar-vos
    estes mapas de Paris
  • 1:58 - 2:00
    para verem o crescimento louco disto.
  • 2:00 - 2:03
    Esta imagem é de 2008.
  • 2:03 - 2:07
    Os pontos cor de rosa
    representam as propriedades anfitriãs.
  • 2:07 - 2:11
    Há quatro anos, deixar estranhos
    entrar nas nossas casas
  • 2:11 - 2:13
    parecia uma ideia louca.
  • 2:13 - 2:15
    Esta é de 2010.
  • 2:15 - 2:18
    E esta de 2012.
  • 2:18 - 2:23
    Há um anfitrião Airbnb
    em quase todas as ruas pricipais de Paris.
  • 2:23 - 2:28
    O que acontece
    é que as pessoas começam a perceber
  • 2:28 - 2:32
    o poder da tecnologia
    para aproveitar capacidades não utilizadas
  • 2:32 - 2:35
    e valorizar todos os tipos de bens,
  • 2:35 - 2:39
    de competências a espaços
    e bens materiais,
  • 2:39 - 2:42
    de formas e em escalas
    nunca antes possíveis.
  • 2:42 - 2:45
    É uma economia e cultura
    chamada consumo colaborativo
  • 2:45 - 2:48
    e, através dela,
    pessoas como o Sebastian
  • 2:48 - 2:50
    estão a tornar-se micro-empresários.
  • 2:50 - 2:53
    São capazes de fazer dinheiro
    e poupar dinheiro
  • 2:53 - 2:56
    graças aos seus bens existentes.
  • 2:56 - 2:58
    Mas a verdadeira magia
    e origem secreta
  • 2:58 - 3:01
    dos mercados de consumo
    colaborativo como Airbnb
  • 3:01 - 3:04
    não está no inventário ou no dinheiro.
  • 3:04 - 3:07
    Está em usar o poder da tecnologia
    para criar confiança
  • 3:07 - 3:09
    entre estranhos.
  • 3:09 - 3:12
    Este lado do Airbnb teve um grande impacto
    no Sebastian no verão passado
  • 3:12 - 3:13
    durante os motins em Londres.
  • 3:13 - 3:16
    Acordou por volta das 9
    e consultou o seu e-mail
  • 3:16 - 3:19
    e viu uma série de mensagens,
    todas a saber
  • 3:19 - 3:21
    se estava bem.
  • 3:21 - 3:23
    Antigos convidados
    de várias partes do mundo souberam
  • 3:23 - 3:25
    que os motins estavam a ocorrer
    no fim da rua e queriam
  • 3:25 - 3:27
    saber se ele precisava de alguma coisa.
  • 3:27 - 3:31
    O Sebastian disse-me:
    "Treze antigos convidados
  • 3:31 - 3:35
    entraram em contacto comigo
    antes da minha própria mãe". (Risos)
  • 3:35 - 3:39
    Esta história leva-nos ao centro da razão
  • 3:39 - 3:42
    porque sou uma apaixonada
    pelo consumo colaborativo
  • 3:42 - 3:45
    e porque,
    depois de acabar o livro, decidi
  • 3:45 - 3:48
    que vou tentar tornar isto
    num movimento global.
  • 3:48 - 3:52
    Porque, na sua essência,
    é sobre capacitação.
  • 3:52 - 3:56
    É sobre capacitar laços afetivos,
  • 3:56 - 3:59
    relações que nos permitem redescobrir
  • 3:59 - 4:02
    uma humanidade que perdemos
    algures pelo caminho
  • 4:02 - 4:07
    através de mercados
    como Airbnb, Kickstarter,
  • 4:07 - 4:10
    ou Etsy, que se baseiam
    em relações pessoais
  • 4:10 - 4:13
    em vez de transações vazias.
  • 4:13 - 4:16
    A ironia destas ideias
    é que estão a fazer-nos regressar
  • 4:16 - 4:20
    aos velhos princípios de mercado
    e do comportamento colaborativo
  • 4:20 - 4:21
    que nos são inatos.
  • 4:21 - 4:24
    Estão só a ser reinventados
  • 4:24 - 4:26
    para a era do Facebook.
  • 4:26 - 4:29
    Estamos a começara nos apercerber
    de que temos
  • 4:29 - 4:33
    o nosso mundo para partilhar,
    trocar, alugar
  • 4:33 - 4:37
    praticamente tudo. Estamos a partilhar
    os nossos carros no WhipCar,
  • 4:37 - 4:40
    as nossas bicicletas no Spinlister,
    os nossos escritórios no Loosecubes,
  • 4:40 - 4:43
    os nossos jardins no Landshare.
    Estamos a emprestar e pedir emprestado
  • 4:43 - 4:46
    dinheiro a estranhos
    no Zopa e no Lending Club.
  • 4:46 - 4:49
    Estamos a trocar lições
    desde com fazer sushi
  • 4:49 - 4:50
    a programação no Skillshare
  • 4:50 - 4:54
    e até partilhamos
    os nossos animais de estimação no DogVacay.
  • 4:54 - 4:59
    Bem-vindos ao maravilhoso mundo
    do consumo colaborativo
  • 4:59 - 5:02
    que nos deixa interligar
    desejos com posses
  • 5:02 - 5:04
    de forma mais democrática.
  • 5:04 - 5:08
    O consumo colaborativo é o início
  • 5:08 - 5:11
    de uma transformação na forma
    como vemos a procura e a oferta,
  • 5:11 - 5:15
    mas também faz parte
    de uma mudança enorme,
  • 5:15 - 5:18
    em que em vez de consumir
    para termos o mesmo nível do jet set,
  • 5:18 - 5:22
    as pessoas consomem
    para conhecer o jet set.
  • 5:22 - 5:26
    Mas a razão principal
    porque isto se passa muito rápido
  • 5:26 - 5:29
    é porque cada novo avanço tecnológico
  • 5:29 - 5:33
    aumenta a eficácia
    e a cola social da confiança
  • 5:33 - 5:36
    para que patilhar
    seja cada vez mais fácil.
  • 5:36 - 5:39
    Analisei milhares destes mercados
  • 5:39 - 5:44
    e a confiança e eficácia
    são sempre os ingredientes principais.
  • 5:44 - 5:46
    Deixem-me dar-vos outro exemplo.
  • 5:46 - 5:50
    Chris Mok tem 46 anos
    e aposto que tem
  • 5:50 - 5:54
    o melhor título de trabalho
    no SuperRabbit.
  • 5:54 - 5:58
    Há quatro anos, o Chris
    perdeu o emprego, infelizmente.
  • 5:58 - 6:02
    Era comprador de arte na Macy's
    e como muitas outras pessoas
  • 6:02 - 6:05
    tem-se esforçado
    para encontrar outro emprego.
  • 6:05 - 6:08
    Até que se deparou
    com um artigo sobre o
  • 6:08 - 6:10
    TaskRabbit.
  • 6:10 - 6:13
    A história por trás do TaskRabbit começa,
    como muitas outras,
  • 6:13 - 6:17
    com um cão muito fofo chamado Kobe.
  • 6:17 - 6:20
    O que aconteceu foi que,
    em Fevereiro de 2008,
  • 6:20 - 6:23
    a Leah e o marido iam jantar fora
    e estavam à espera de um táxi
  • 6:23 - 6:26
    quando o Kobe se aproxima deles
    e reparam que
  • 6:26 - 6:29
    e ele estava a salivar.
  • 6:29 - 6:31
    Aperceberam-se
    de que já não tinham comida de cão.
  • 6:31 - 6:35
    O Kevin teve de cancelar o táxi
    e deslocar-se através da neve.
  • 6:35 - 6:38
    Nessa noite,
    os dois entusiastas da tecnologia
  • 6:38 - 6:42
    começaram a falar
    sobre o quão fixe seria se houvesse
  • 6:42 - 6:44
    uma coisa tipo a eBay
    para tarefas domésticas.
  • 6:44 - 6:46
    Seis meses depois,
    a Leah despediu-se
  • 6:46 - 6:49
    e o TaskRabbit nasceu.
  • 6:49 - 6:53
    Na altura,
    ela não se apercebeu de que tinha
  • 6:53 - 6:57
    embatido numa ideia
    que mais tarde chamou rede de serviços.
  • 6:57 - 7:01
    É sobre como usamos
    as nossas relações online
  • 7:01 - 7:04
    para tratar de coisas na vida real.
  • 7:04 - 7:07
    No TaskRabbit as pessoas
    subcontratam outras
  • 7:07 - 7:09
    para as tarefas e dizem o valor
  • 7:09 - 7:12
    que estariam dispostos a pagar
    e depois os Rabbits
  • 7:12 - 7:14
    oferecem-se
    para realizar as tarefas.
  • 7:14 - 7:18
    E sim, há um processo
    de entrevistas rigorosas de quatro fases
  • 7:18 - 7:20
    desenhado para encontrar pessoas
    que poderiam ser
  • 7:20 - 7:24
    excelentes assistentes pessoais
    e para eliminar os Rabbits suspeitos.
  • 7:24 - 7:29
    Neste momento
    há mais de 4000 Rabbits nos EUA
  • 7:29 - 7:32
    e mais 5000 na lista de espera.
  • 7:32 - 7:34
    As tarefas são previsíveis,
  • 7:34 - 7:38
    como ajudar nas tarefas de casa
  • 7:38 - 7:40
    ou ir ao supermercado.
  • 7:40 - 7:43
    No outro dia descobri que 12,5 milhares
  • 7:43 - 7:46
    de peças de roupa
    foram lavadas e dobradas
  • 7:46 - 7:47
    através do TaskRabbit.
  • 7:47 - 7:51
    Adoro o facto de a tarefa mais solicitada,
  • 7:51 - 7:55
    centenas de vezes por dia,
    ser algo que muitos de nós
  • 7:55 - 7:57
    tiveram de sofrer para concluir:
  • 7:57 - 8:04
    sim, montar móveis da Ikea.
    (Risos) (Aplausos)
  • 8:04 - 8:07
    É brilhante.
    Podemo-nos rir, mas o Chris
  • 8:07 - 8:10
    está a ganhar 5000 dólares por mês
  • 8:10 - 8:13
    a fazer tarefas.
  • 8:13 - 8:16
    E 70% desta nova mão-de-obra
  • 8:16 - 8:20
    estava desempregada ou subempregada.
  • 8:20 - 8:23
    Penso que o TaskRabbit
    e outros exemplos de consumo colaborativo
  • 8:23 - 8:27
    são absolutamente brilhantes.
  • 8:27 - 8:31
    Agora que pensam nisso,é espetacular
  • 8:31 - 8:34
    que nos últimos 20 anos, evoluímos
  • 8:34 - 8:37
    de confiar nas pessoas online
    para partilhar informações
  • 8:37 - 8:40
    para confiar para que tratem
    dos dados do nosso cartão de crédito
  • 8:40 - 8:44
    e agora entramos numa terceira onda:
  • 8:44 - 8:47
    ligar estranhos dignos de confiança
    para criar todo o tipo
  • 8:47 - 8:50
    de mercados movidos pelas pessoas.
  • 8:50 - 8:52
    Encontrei um estudo fascinante
  • 8:52 - 8:54
    do Pew Center esta semana que revela
  • 8:54 - 8:58
    que a probabilidade
    de um utilizador ativo do Facebook acreditar
  • 8:58 - 9:03
    que a maioria das pessoas é digna de confiança
    é três vezes superior à dos não utilizadores.
  • 9:03 - 9:07
    A confiança virtual vai transformar
    a forma como confiamos uns nos outros
  • 9:07 - 9:08
    cara a cara.
  • 9:08 - 9:12
    Mas com todo o meu otimismo,
    e eu sou uma otimista,
  • 9:12 - 9:15
    vem uma dose saudável de cautela,
    ou melhor, uma necessidade urgente
  • 9:15 - 9:20
    de tratar algumas questões
    urgentes e complexas.
  • 9:20 - 9:22
    Como asseguramos
    que a nossa identidade digital reflete
  • 9:22 - 9:26
    a nossa identidade real?
    Queremos que sejam a mesma coisa?
  • 9:26 - 9:30
    Como é que imitamos online
    a forma como a confiança é criada cara a cara?
  • 9:30 - 9:31
    Como paramos pessoas
    que se portaram mal
  • 9:31 - 9:35
    numa comunidade
    com uma outra identidade?
  • 9:35 - 9:38
    Da mesma forma que as empresas
    usam uma espécie de
  • 9:38 - 9:42
    avaliação para decidir
    se nos dão um plano para o telemóvel
  • 9:42 - 9:45
    ou o valor da hipoteca,
    os mercados que dependem
  • 9:45 - 9:47
    das transações entre estranhos
  • 9:47 - 9:50
    precisam de algum tipo de dispositivo
    que vos diga que o Sebastian
  • 9:50 - 9:52
    e o Chris são boas pessoas,
  • 9:52 - 9:55
    e esse dispositivo é a reputação.
  • 9:55 - 10:00
    A reputação é a medida da confiança
    que uma comunidade tem em vocês.
  • 10:00 - 10:02
    Vejamos o caso do Chris.
  • 10:02 - 10:05
    Podem ver
    que mais de 200 pessoas deram-lhe
  • 10:05 - 10:09
    uma classificação ed 4.99 em 5.
  • 10:09 - 10:11
    Há mais de 20 páginas de comentários
    ao seu trabalho
  • 10:11 - 10:13
    a descrevê-lo
    como super amigável e rápido
  • 10:13 - 10:17
    e ele atingiu o nível 25,
    o nível máximo,
  • 10:17 - 10:19
    o que faz dele um SuperRabbit.
  • 10:19 - 10:22
    Então... (risos)
    Adoro essa palavra. SuperRabbit.
  • 10:22 - 10:26
    É interessante que o Chris
    apercebeu-se de que a sua reputação
  • 10:26 - 10:29
    aumentou, assim como a probabilidade
    de ganhar uma oferta
  • 10:29 - 10:31
    e quanto pode cobrar.
  • 10:31 - 10:33
    Noutras palavras,
    para os SuperRabbits, a reputação
  • 10:33 - 10:35
    tem um valor no mundo real.
  • 10:35 - 10:38
    Eu sei que devem de estar a pensar:
  • 10:38 - 10:40
    "Isto não é nada de novo.
    Basta pensar nos melhores vendedores
  • 10:40 - 10:44
    no eBay
    ou na avaliação de estrelas na Amazon.
  • 10:44 - 10:47
    A diferença é que,
    com todas as trocas que efetuamos,
  • 10:47 - 10:50
    comentários que fazemos, pessoas
    que sinalizamos, distintivos que ganhamos,
  • 10:50 - 10:52
    deixamos um rasto de reputação
  • 10:52 - 10:56
    de sermos ou não dignos de confiança.
  • 10:56 - 10:58
    E não é só a amplitude,
    mas a quantidade
  • 10:58 - 11:01
    dos dados de reputação
    que é impressionante.
  • 11:01 - 11:04
    Pensem nisto:
    cinco milhões de noites foram reservadas
  • 11:04 - 11:07
    no Airbnb só nos últimos seis meses.
  • 11:07 - 11:11
    30 milhões de viagens de carro
    foram partilhadas no Carpooling.com
  • 11:11 - 11:14
    Este ano, dois mil milhões
  • 11:14 - 11:16
    vão ser emprestados
    através de plataformas peer-to-peer.
  • 11:16 - 11:21
    Tudo isto somado
    equivale a milhões de dados de reputação
  • 11:21 - 11:24
    sobre como nos comportamos.
  • 11:24 - 11:28
    Captar e correlacionar
    os rastos de informação
  • 11:28 - 11:31
    que deixamos nos mais diversos sítios
    é um desafio enorme,
  • 11:31 - 11:33
    mas que nos estão a pedir para realizar.
  • 11:33 - 11:37
    Pessoas como o Sebastian
    começam a perguntar-se
  • 11:37 - 11:40
    se não deveriam possuir
    os seus respetivos dados de reputação.
  • 11:40 - 11:43
    A reputação que ele conseguiu
  • 11:43 - 11:46
    criar no Airbnb
    não deveria desloacar-se com ele
  • 11:46 - 11:48
    de uma comunidade para outra?
  • 11:48 - 11:51
    O que quero dizer é que se ele
    começar a vender livros usados
  • 11:51 - 11:55
    na Amazon,
    porque deveria começar do princípio?
  • 11:55 - 11:58
    É como quando me mudei
    de Nova Iorque para Sydney.
  • 11:58 - 12:01
    Foi ridículo. Não consegui arranjar
    um plano para o telemóvel
  • 12:01 - 12:05
    porque o meu histórico de crédito
    não me acompanha nas viagens.
  • 12:05 - 12:08
    Eu era um fantasma no sistema.
  • 12:08 - 12:11
    Não estou a sugerir que o próximo passo
  • 12:11 - 12:13
    na economia da reputação seja
  • 12:13 - 12:17
    juntar todas as classificações
    e chegar a um resultado.
  • 12:17 - 12:21
    As vidas das pessoas são complexas
    e quem quer fazer isso?
  • 12:21 - 12:23
    Também quero que fique claro
    que isto não é só juntar
  • 12:23 - 12:27
    tweets e gostos e amigos numa "nuvem".
  • 12:27 - 12:30
    Estes tipos estão a medir
    a influência, não o comportamento,
  • 12:30 - 12:32
    que indica se somos dignos de confiança.
  • 12:32 - 12:36
    O mais importante
    que temos de ter em mente
  • 12:36 - 12:40
    é que a reputação é contextual.
  • 12:40 - 12:42
    Lá porque o Sebastian
    é um anfitrião maravilhoso,
  • 12:42 - 12:46
    não significa que ele possa
    montar mobília da Ikea.
  • 12:46 - 12:50
    O desafio é perceber que informação
  • 12:50 - 12:52
    faz sentido usar, porque o futuro
  • 12:52 - 12:56
    vai ser guiado
    por uma junção inteligente da reputação,
  • 12:56 - 12:59
    não um único algoritmo.
  • 12:59 - 13:02
    É só uma questão de tempo
    sermos capazes de fazer
  • 13:02 - 13:05
    uma pesquisa no Facebook ou no Google
  • 13:05 - 13:08
    e ter uma visão completa
    do comportamento de alguém
  • 13:08 - 13:11
    em diferentes contextos
    ao longo do tempo.
  • 13:11 - 13:14
    Prevejo um fluxo
    de quem confiou em vocês,
  • 13:14 - 13:18
    quando, onde e porquê,
    a vossa fiabilidade no TaskRabbit
  • 13:18 - 13:20
    a vossa higiene
    como convidados no Airbnb,
  • 13:20 - 13:24
    o conhecimento que exibem no Quora.
  • 13:24 - 13:26
    Tudo isto num só sítio.
  • 13:26 - 13:30
    Isto vai estar
    numa espécie de painel de reputação
  • 13:30 - 13:34
    que vai exibir
    o vosso capital de reputação.
  • 13:34 - 13:37
    Este é um conceito
    que estou a investigar
  • 13:37 - 13:40
    e sobre o qual é o meu próximo livro,
    e que defino
  • 13:40 - 13:44
    como o valor da vossa reputação,
    das vossas intenções,
  • 13:44 - 13:48
    capacidade e valores
    entre comunidades e mercados.
  • 13:48 - 13:51
    Isto não está muito longe de acontecer.
  • 13:51 - 13:54
    Há uma série de redes como o Connect.Me
  • 13:54 - 13:57
    e Legit e TrustCloud,
    que estão a começar a perceber como
  • 13:57 - 14:02
    podem adicionar, monitorizar e usar
    a vossa reputação online.
  • 14:02 - 14:06
    Eu sei que este conceito
    pode parecer um pouco
  • 14:06 - 14:10
    como o Big Brother,
    e sim, há uma série de
  • 14:10 - 14:13
    problemas de transparência
    e privacidade a resolver,
  • 14:13 - 14:17
    mas se podemos recolher
    a nossa reputação pessoal,
  • 14:17 - 14:20
    podemos controlá-la melhor e aproveitar
  • 14:20 - 14:23
    as vantagens que possam daí advir.
  • 14:23 - 14:25
    E, mais do que
    o nosso histórico de crédito,
  • 14:25 - 14:28
    podemos moldar a nossa reputação.
  • 14:28 - 14:29
    Pensem no Sebastian
  • 14:29 - 14:32
    e em como ele comprou um gato
    para influenciá-la.
  • 14:32 - 14:37
    Se pusermos a questão da privacidade
    de lado, também é interessante
  • 14:37 - 14:39
    ver como podemos capacitar
    os fantasmas digitais,
  • 14:39 - 14:43
    as pessoas que, por alguma razão,
    não são activas online
  • 14:43 - 14:46
    mas que são pessoas dignas de confiança.
  • 14:46 - 14:49
    Como levamos as suas contribuições
    aos seus trabalhos,
  • 14:49 - 14:51
    às suas comunidades e famílias,
  • 14:51 - 14:55
    e as convertemos
    num capial de reputação?
  • 14:55 - 14:59
    Se fizermos isto bem,
    o capital de reputação
  • 14:59 - 15:01
    pode provocar
    uma ruptura positva enorme
  • 15:01 - 15:05
    em quem tem poder,
    confiança e influência.
  • 15:05 - 15:09
    Um resultado de três dígitos,
    o histórico de crédito tradicional,
  • 15:09 - 15:12
    que só 30% de nós
    sabe realmente o que é,
  • 15:12 - 15:15
    não será mais um fator determinante
  • 15:15 - 15:18
    no preço das coisas,
    naquilo a que temos acesso
  • 15:18 - 15:21
    e, em muitos casos,
    não irá limitar o que fazemos no mundo.
  • 15:21 - 15:25
    Acredito que a reputação
    é de facto a moeda que se irá tornar
  • 15:25 - 15:30
    mais valiosa do que o nosso
    historial de crédito do século XXI.
  • 15:30 - 15:33
    A reputação vai ser a moeda que diz
  • 15:33 - 15:35
    que podem confiar em mim.
  • 15:35 - 15:39
    E o que é interessante é que a reputação
  • 15:39 - 15:41
    é o lubrificante socioeconómico
  • 15:41 - 15:45
    que faz com que
    o cosumo colaborativo funcione,
  • 15:45 - 15:47
    mas as fontes em que se gera
  • 15:47 - 15:52
    e as suas aplicações,
    são muito grandes para este espaço.
  • 15:52 - 15:55
    Deixem-me dar-vos outro exemplo
    do mundo do recrutamento,
  • 15:55 - 15:59
    onde os dados de reputação
    fazem o vosso currículo
  • 15:59 - 16:03
    parecer uma relíquia arcaica
    do passado
  • 16:03 - 16:07
    Há quatro anos,
    os bloggers de tecnologia e empresários
  • 16:07 - 16:12
    Joel Spolsky e Jeff Atwood
    decidiram criar algo
  • 16:12 - 16:14
    chamado Stack Overflow.
  • 16:14 - 16:18
    Stack Overflow é uma plataforma onde
  • 16:18 - 16:20
    programadores experientes
    pode fazer perguntas
  • 16:20 - 16:25
    altamente técnicas
    a outros programadores
  • 16:25 - 16:29
    sobre coisas como pixéis
    e extensões para o chrome.
  • 16:29 - 16:33
    Este site recebe
    entre cinco a meio milhar de perguntas por dia,
  • 16:33 - 16:36
    e 80% delas recebem respostas precisas.
  • 16:36 - 16:39
    Os utilizadores ganham reputação
    de formas muito diversas,
  • 16:39 - 16:42
    mas basicamente
    têm de convencer os seus colegas
  • 16:42 - 16:44
    de que sabem do que estão a falar.
  • 16:44 - 16:47
    Alguns meses depois
    deste site ter sido criado, os fundadores
  • 16:47 - 16:50
    descobriram uma coisa interessante,
  • 16:50 - 16:51
    mas que não os surpreendeu.
  • 16:51 - 16:55
    Descobriram que os utilizadores
    estavam a pôr
  • 16:55 - 16:58
    os seus resultados de reputação
    no topo dos seus currículos
  • 16:58 - 17:01
    e que os recrutadores
    os procuravam na plataforma
  • 17:01 - 17:03
    para encontrar pessoas
    com talentos únicos.
  • 17:03 - 17:06
    Hoje em dia milhares de programadores
    estão a encontrar
  • 17:06 - 17:10
    empregos melhores desta forma,
    porque o Stack Overflow
  • 17:10 - 17:13
    e os painéis de reputação
    fornecem uma forma de saber
  • 17:13 - 17:16
    como alguém realmente se comporta
  • 17:16 - 17:18
    e o que os seus colegas pensam deles.
  • 17:18 - 17:20
    Mas o que está realmente a acontecer
    e que ultrapassa o Stack Overflow
  • 17:20 - 17:23
    é, na minha opinião, muito excitante.
  • 17:23 - 17:26
    As pessoas começam a aperceber-se
    de que a reputação
  • 17:26 - 17:30
    que criam num sítio tem um valor
  • 17:30 - 17:32
    que ultrapassa o ambiente
    em que foi criado.
  • 17:32 - 17:34
    Sabem, é muito interessante.
  • 17:34 - 17:37
    Quando falam com super-utilizadores,
    quer sejam SuperRabbits
  • 17:37 - 17:42
    ou programadores no Stack Overflow
    ou Uberhosts,
  • 17:42 - 17:45
    todos falam de
    como ter uma reputação elevada
  • 17:45 - 17:48
    desbloqueia
    uma sensação de poder próprio.
  • 17:48 - 17:51
    O Stack Overflow
    cria um espaço que permite
  • 17:51 - 17:54
    que pessoas com talento
    subam até ao topo.
  • 17:54 - 17:57
    No Airbnb, as pessoas
    tornam-se mais importantes
  • 17:57 - 18:00
    do que os espaços.
    No TaskRabbit
  • 18:00 - 18:03
    as pessoas podem controlar
    as suas atividades económicas.
  • 18:03 - 18:06
    Quando acabei o meu chá com o Sebastian,
    ele contou-me que,
  • 18:06 - 18:10
    naqueles dias, de chuva,
    em que ele não teve nenhum cliente
  • 18:10 - 18:13
    na sua livraria,
    pensa em todas as pessoas
  • 18:13 - 18:16
    espalhadas pelo mundo
    que disseram algo de bom sobre ele,
  • 18:16 - 18:19
    e o que isso diz da pessoa que ele é.
  • 18:19 - 18:22
    Ele vai fazer 50 anos este ano
    e está convencido
  • 18:22 - 18:26
    de que a reputação
    que ele ganhou no Airbnb
  • 18:26 - 18:29
    levá-lo-á a fazer algo de interessante
  • 18:29 - 18:31
    com o resto da sua vida.
  • 18:31 - 18:35
    Sabem, há só umas quantas
    janelas para a história
  • 18:35 - 18:38
    onde há a oportunidade para reinventar
  • 18:38 - 18:42
    parte de como
    o nosso sistema económico funciona.
  • 18:42 - 18:44
    Estamos a viver um desses momentos.
  • 18:44 - 18:48
    Acredito que estamos no início
    de uma revolução colaborativa
  • 18:48 - 18:52
    que será tão significativa
    quanto a Revolução Industrial.
  • 18:52 - 18:55
    No século XX,
    a invenção do crédito tradicional
  • 18:55 - 18:58
    transformou o nosso sistema de consumo,
    e em vários aspetos
  • 18:58 - 19:01
    controlou quem teve acesso a quê.
  • 19:01 - 19:04
    No século XXI,
    as novas redes de confiança,
  • 19:04 - 19:08
    e o capital da reputação que geram,
    irá reinventar
  • 19:08 - 19:12
    a forma como vemos a riqueza,
    os mercados, o poder
  • 19:12 - 19:16
    e a identidade pessoal,
    de formas que ainda não podemos imaginar.
  • 19:16 - 19:19
    Muito obrigada.
  • 19:19 - 19:25
    (Aplausos)
Title:
Rachel Botsman: A moeda da nova economia é a confiança
Speaker:
Rachel Botsman
Description:

Deu-se uma explosão de consumo colaborativo – a partilha de carros, apartamentos, competências através da web. Rachel Botsman explora a moeda que faz funcionar sistemas como o Airbnb e TaskRabbit: confiança, influência e o que ela chama de "capital de reputação".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:46

Portuguese subtitles

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