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Mike Kelley in “Memory” - Season 3 | “Art in the Twenty-First Century"

  • 0:16 - 0:19
    MIKE KELLEY: No momento
    estou trabalhando na 30ª fita de
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    uma série projetada de 365.
  • 0:22 - 0:26
    E então deveria ser uma
    fita para cada dia do ano.
  • 0:26 - 0:44
    [batidas rítmicas e palmas]
  • 0:44 - 0:50
    [as mulheres gritam]
  • 0:50 - 0:59
    [batidas rítmicas e palmas]
  • 0:59 - 1:01
    Eu... eu sabia na época Eu
  • 1:01 - 1:03
    era adolescente
    e ia ser artista.
  • 1:03 - 1:05
    Não havia nenhuma
    dúvida sobre isso.
  • 1:05 - 1:07
    Não havia mais nada para eu ser.
  • 1:07 - 1:11
    Acho que saindo do catolicismo,
  • 1:11 - 1:14
    tenho um interesse
    real em rituais.
  • 1:14 - 1:15
    Quer dizer, o ritual é lindo,
  • 1:16 - 1:19
    mas eu nunca fui um crente.
  • 1:26 - 1:27
    Ainda...
  • 1:27 - 1:30
    Acho que meu interesse
    pela arte sempre foi
  • 1:30 - 1:33
    tentar desenvolver uma
    espécie de ritual materialista.
  • 1:34 - 1:37
    E vejo toda arte como uma
    espécie de ritual materialista.
  • 1:45 - 1:48
    Quando comecei a
    trabalhar com bichos de
  • 1:48 - 1:50
    pelúcia, estava respondendo a...
  • 1:50 - 1:53
    muito do diálogo dos anos 80
    sobre a cultura da mercadoria.
  • 1:55 - 1:57
    Mas fiquei realmente surpreso quando
  • 1:57 - 1:59
    todos olharam para
    esses trabalhos que
  • 1:59 - 2:02
    fiz e pensaram que se
    tratava de abuso infantil.
  • 2:02 - 2:04
    Agora, isso não foi nada Eu esperava e eles não
  • 2:05 - 2:07
    apenas pensaram que
    se tratava de abuso infantil,
  • 2:07 - 2:09
    eles pensaram que
    era sobre meu abuso.
  • 2:11 - 2:13
    Então eu disse, bem,
    isso é realmente interessante.
  • 2:13 - 2:14
    Eu tenho que ir com isso.
  • 2:15 - 2:19
    Eu tenho que fazer todo o
    meu trabalho sobre o meu abuso,
  • 2:20 - 2:24
    E não só isso--
    sobre o abuso de todos,
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    assim, esta é a nossa
    cultura compartilhada.
  • 2:31 - 2:32
    Esta é a presunção
  • 2:32 - 2:38
    que toda motivação é baseada
    em algum tipo de trauma reprimido.
  • 2:39 - 2:41
    Meu trabalho é muito reativo.
  • 2:41 - 2:42
    Eu faria alguma coisa,
  • 2:43 - 2:45
    Recebo uma resposta
    de que não sou...
  • 2:45 - 2:47
    Eu... eu não tinha ideia
    Eu ia conseguir--
  • 2:47 - 2:49
    Eu não rejeito isso; Eu abraço isso.
  • 2:49 - 2:51
    Eu corro com isso,
  • 2:51 - 2:54
    você sabe. Isso me diz o que fazer.
  • 2:54 - 2:57
    Decidi voltar ao meu
    trauma originário,
  • 2:57 - 2:59
    que foi minha formação estudantil,
  • 2:59 - 3:02
    e então peguei todos esses desenhos
  • 3:02 - 3:06
    que fiz na faculdade como
    estudante de graduação
  • 3:06 - 3:08
    que são perversões
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    dos princípios
    composicionais de Hoffman,
  • 3:11 - 3:14
    e reaprendi a
    pintar dessa forma.
  • 3:20 - 3:21
    E eu fiz essa série.
  • 3:21 - 3:23
    Esta é a primeira
    série de pinturas que fiz
  • 3:23 - 3:25
    desta forma regressiva.
  • 3:26 - 3:29
    Eles são chamados
    "As Treze Estações."
  • 3:29 - 3:31
    Eles são
  • 3:31 - 3:34
    ovais.
  • 3:34 - 3:36
    .
  • 3:36 - 3:39
    .
  • 3:43 - 3:45
    Eu quebrei a forma
  • 3:45 - 3:48
    retangular porque o
  • 3:48 - 3:50
    oval, novamente,
    não tem fim.
  • 3:54 - 3:58
    E então é eterno. É um abuso eternamente recorrente. Nesse tipo de literatura sobre traumas, as partes que você não consegue
    lembrar são chamadas de “tempo perdido” e então você o recupera. Porque eu trabalho muito com vários tipos de tropos--
  • 3:58 - 4:00
    e são tropos de imagem ou tropos
  • 4:00 - 4:02
    musicais ou tropos performativos--
  • 4:03 - 4:05
    me interessa tentar trazê-los
  • 4:05 - 4:07
    para o meu sistema de certas
  • 4:08 - 4:11
    maneiras, você sabe,
    incorporá-los.
  • 4:13 - 4:16
    Faz parte de todo esse
    processo de trabalhar as coisas.
  • 4:21 - 4:24
    As coisas começam simples
    e ficam mais complexas.
  • 4:27 - 4:30
    O sentido sempre vem depois
    do fato em meu trabalho -
  • 4:31 - 4:34
    fazer com que, à primeira
    vista, aceitável, como se eu
  • 4:34 - 4:37
    já tivesse visto algo disso
    antes ou eu entendesse isso.
  • 4:38 - 4:40
    Portanto, tem que
    operar em vários níveis.
  • 4:40 - 4:43
    Tem que estar
    disponível para o
  • 4:43 - 4:46
    espectador mais preguiçoso
    em um certo nível...
  • 4:48 - 4:52
    e também em um
    visualizador mais sofisticado.
  • 5:00 - 5:02
    Acho lindo o que eu faço.
  • 5:03 - 5:06
    Eu acho lindo, porque
    os termos são confusos e
  • 5:06 - 5:09
    as divisões entre categorias
    começam a diminuir.
  • 5:10 - 5:14
    E isso
    produz, hum...
  • 5:14 - 5:16
    o que Acho que é um
    efeito sublime, ou produz
  • 5:16 - 5:18
    humor, e ambas as
    coisas me interessam.
  • 5:19 - 5:22
    E eu...
    eu...
  • 5:22 - 5:26
    Acho que estou interessado em uma espécie
    de peça sublime ou de humor sublime.
  • 5:26 - 5:30
    —Bem, atrás...
    atrás... atrás da mula
  • 5:30 - 5:33
    está um homem e
    depois o cavalo falso.
  • 5:33 - 5:34
    —Ah, assim
    está melhor.
  • 5:34 - 5:36
    Isso é ainda melhor.
    -Sim.
  • 5:36 - 5:38
    Você tem um homem lá para
    preencher a lacuna - isso é melhor.
  • 5:38 - 5:40
    —O homem é o demônio forcado?
  • 5:40 - 5:41
    KELLEY: É o
    cara do forcado.
  • 5:41 - 5:42
    —Stan? É Stan, se
    você pudesse pegá-lo.
  • 5:42 - 5:43
    -Sim.
  • 5:43 - 5:45
    —E diga a ele para
    não balançar o forcado.
  • 5:45 - 5:47
    —Sim, faça algo assim.
  • 5:47 - 5:49
    Pise, pise,
    pise. — Entre.
  • 5:49 - 5:51
    [relincha]
    E então vá.
  • 5:51 - 5:52
    KELLEY: "Day
    is Done" - o
  • 5:52 - 5:54
    projeto no qual estou
    trabalhando agora -
  • 5:54 - 5:56
    é construído em torno
    de um mito que se
  • 5:56 - 5:58
    relaciona com uma
    escultura anterior que
  • 5:58 - 6:00
    fiz chamada "O Complexo
    Educacional", que
  • 6:01 - 6:04
    é um modelo de
    cada escola Eu já
  • 6:04 - 6:05
    visitei a casa onde
    cresci, com todas as
  • 6:06 - 6:09
    partes Não me lembro
    de ter deixado em branco.
  • 6:14 - 6:15
    —Acho que quero
    tentar quando essas
  • 6:15 - 6:17
    líderes de torcida
    chegarem aqui, para me
  • 6:17 - 6:22
    dar um grande grito,
    você sabe, tipo, "Uau!"
  • 6:22 - 6:24
    Como se isso fosse a coisa
    mais maravilhosa que você já viu.
  • 6:24 - 6:26
    —O público deveria dar um grande grito?
    -Sim.
  • 6:26 - 6:28
    —Eles deveriam
    levantar os braços assim?
  • 6:28 - 6:29
    —Não, não, só...
    só... bem, deixe-me...
  • 6:29 - 6:30
    Não sei,
    deixe-me ver.
  • 6:30 - 6:31
    Vamos ouvir um
    grande "O quê!"
  • 6:31 - 6:34
    TODOS:
    Uau!
  • 6:34 - 6:35
    —Sim, braços
    são bons.
  • 6:35 - 6:36
    Levante os
    braços. Uau!
  • 6:36 - 6:38
    TODOS:
    Uau!
  • 6:38 - 6:41
    [cadência de
    bateria tocando]
  • 6:41 - 6:42
    -Ação.
    -Ação.
  • 6:42 - 6:45
    [cadência de
    bateria tocando]
  • 6:45 - 6:46
    KELLEY: Todos
    esses vídeos são
  • 6:46 - 6:49
    baseados em anuários
    do ensino médio.
  • 6:49 - 6:50
    Não é porque Tenho
    algum interesse no
  • 6:50 - 6:52
    ensino médio ou
    na cultura do ensino
  • 6:52 - 6:54
    médio, mas é um dos
    poucos lugares onde
  • 6:54 - 6:57
    você pode encontrar
    fotos desse tipo de ritual.
  • 6:58 - 6:58
    — MULHER:
    Corta.
  • 6:58 - 7:00
    Fique assim um pouco.
  • 7:00 - 7:03
    Sim, vamos
    em frente.
  • 7:03 - 7:03
    HOMEM:
    OK.
  • 7:03 - 7:05
    Está muito
    perto.
  • 7:05 - 7:06
    Não será a
    mesma coisa.
  • 7:06 - 7:07
    Ok, está
    tudo bem.
  • 7:07 - 7:08
    A... a imagem
    é a mesma.
  • 7:08 - 7:09
    HOMEM: A
    imagem é...
  • 7:10 - 7:11
    KELLEY:
    Os
  • 7:11 - 7:12
    relacionamentos
    são os mesmos.
  • 7:13 - 7:15
    Quase tudo isso
  • 7:15 - 7:16
    vem da
    escrita, e...
  • 7:16 - 7:19
    e depois Tentei
    dizer, bem, como
  • 7:19 - 7:22
    pode ser visualmente
    interessante?
  • 7:22 - 7:26
    Tem elementos narrativos,
    mas não é uma narrativa direta.
  • 7:30 - 7:30
    KELLEY:
    Corta.
  • 7:30 - 7:32
    [ri]
  • 7:34 - 7:35
    MULHER: Bom
    trabalho, Stan.
  • 7:38 - 7:40
    Toda a escrita é... é
    associativo e vem da minha
  • 7:40 - 7:42
    própria experiência,
    mas é muito difícil,
  • 7:43 - 7:45
    digamos, para separar
    memórias de filmes, livros,
  • 7:45 - 7:53
    desenhos animados ou peças
    de teatro da "experiência real".
  • 7:53 - 7:55
    Tudo se
    confunde.
  • 7:55 - 7:58
    Então, de certa forma,
    não faço tais distinções.
  • 7:58 - 8:00
    E vejo tudo isso como
    uma espécie de ficção.
  • 8:01 - 8:03
    —Não consigo andar sozinho.
  • 8:03 - 8:05
    Eu não sou responsável.
  • 8:06 - 8:07
    KELLEY: Quando eu era mais jovem, toda a
  • 8:07 - 8:10
    minha escrita foi gerada
    para trabalhos performáticos.
  • 8:10 - 8:18
    —Eu sou o marinheiro, mas não
    tenho pernas de mar, pernas de mar.
  • 8:18 - 8:23
    Mas eu não ando e não falo.
  • 8:24 - 8:27
    [assobios]
  • 8:27 - 8:30
    Portanto, este projeto é uma
  • 8:30 - 8:32
    maneira de voltar a escrever e--
  • 8:32 - 8:34
    porque não tenho
    tempo só para fazer isso.
  • 8:34 - 8:36
    Eu tenho que incluir isso no
    meu trabalho de alguma forma.
  • 8:36 - 8:38
    É como música.
  • 8:38 - 8:39
    Eu não tinha mais
    tempo para tocar música,
  • 8:39 - 8:41
    então tive que fazer um
    projeto onde eu tivesse...
  • 8:41 - 8:45
    que tinha que ter música, então
    Eu me forcei a fazer música.
  • 8:45 - 8:54
    [Kelley tocando uma melodia
    misteriosa no órgão elétrico]
  • 8:54 - 8:56
    KELLEY: Nunca tive
    formação musical.
  • 8:57 - 9:00
    Eu cresci em uma casa onde havia
  • 9:01 - 9:03
    muito pouco interesse por música
  • 9:03 - 9:06
    e não ensinavam
    música na escola.
  • 9:06 - 9:08
    E, uh... eu cresci ouvindo
  • 9:08 - 9:11
    rock and roll, e todos os
  • 9:11 - 9:13
    músicos que conheci
    eram autodidatas.
  • 9:14 - 9:17
    Tenho tocado música barulhenta
    há muitos e muitos anos.
  • 9:18 - 9:19
    Mas este projeto é
    realmente diferente
  • 9:19 - 9:21
    porque esta é diferente
    de qualquer outra
  • 9:21 - 9:23
    música que eu já fiz,
    porque é toda baseada
  • 9:23 - 9:26
    em formas realmente, uh... típicas, mas eu
  • 9:26 - 9:29
    sei o suficiente sobre
    isso para poder fingir.
  • 9:30 - 9:33
    E, quero dizer, não sei o que estou fazendo. Diga, não posso
  • 9:33 - 9:36
    dizer, ah, esse é esse acorde ou essa nota, mas eu sei o que parece.
  • 9:36 - 9:38
    E assim podemos
  • 9:38 - 9:40
    juntar tudo e é verossímil.
  • 9:41 - 9:43
    —Eu vou ouvir o, uh...
  • 9:44 - 9:45
    o...
  • 9:45 - 9:47
    amostra de orquestra também?
  • 9:47 - 9:48
    — HOMEM: Uh, sim, você vai ouvir,
  • 9:48 - 9:49
    você vai ouvir o
    que acabou de fazer.
  • 9:49 - 9:49
    -OK.
  • 9:49 - 9:50
    -Aqui vamos nós.
  • 9:52 - 9:53
    KELLEY: Com o computador
  • 9:54 - 9:55
    podemos fazer tudo sozinhos.
  • 9:55 - 9:57
    Não precisamos de uma
  • 9:57 - 9:58
    orquestra; pudermos...
  • 9:59 - 10:04
    faça toda a edição aqui.
    Podemos fazer filmes sozinhos.
  • 10:10 - 10:15
    [pratos ressoando]
  • 10:15 - 10:20
    [cadência de bateria tocando]
  • 10:20 - 10:22
    TODOS: Uau!
  • 10:22 - 10:28
    [cadência de bateria tocando]
  • 10:28 - 10:30
    KELLEY: Meu sonho
    é apresentá-la ao vivo.
  • 10:32 - 10:35
    HOMEM: Que comece
    a procissão final.
  • 10:36 - 10:37
    KELLEY:
    Para que tudo
  • 10:37 - 10:38
    seja realizado, digamos,
  • 10:38 - 10:40
    em um período de 24 horas,
  • 10:40 - 10:43
    então o dia representa o ano.
  • 10:43 - 10:49
    [a cadência do tambor continua]
  • 10:49 - 10:51
    É muito parecido com
    uma peça de paixão.
  • 10:51 - 10:56
    Embora seja uma
    peça de paixão um tanto
  • 10:56 - 10:58
    formalizada e ridícula, embora
    seu ridículo seja proposital.
  • 11:00 - 11:05
    CAST (harmonização):
    ♪ Maria...♪ ♪ Maria...♪
  • 11:05 - 11:10
    ♪ Maria... ♪
  • 11:10 - 11:15
    ♪ Maria... ♪
  • 11:15 - 11:20
    ♪ Maria... ♪
  • 11:20 - 11:25
    ♪ Maria... ♪
  • 11:25 - 11:30
    ♪ Maria... ♪
  • 11:31 - 11:33
    KELLEY: Acho que
  • 11:33 - 11:35
    essa é a alegria disso.
  • 11:37 - 11:41
    Mas então é humor negro; é um
  • 11:41 - 11:43
    humor cruel, então é uma alegria crítica.
  • 11:44 - 11:45
    É, você sabe...
  • 11:45 - 11:47
    é uma alegria negativa.
  • 11:47 - 11:50
    [ri]
  • 11:50 - 11:53
    Mas isso é arte, eu acho, você
    sabe, pelo menos para mim.
  • 11:53 - 11:54
    É isso que a separa da arte
  • 11:54 - 11:57
    popular que vou estudar -
  • 11:57 - 11:59
    que ainda acho que a função
  • 11:59 - 12:00
    social da arte é esse tipo de...
  • 12:01 - 12:03
    estética negativa.
  • 12:03 - 12:07
    Caso contrário, não há
    função social para isso.
  • 12:07 - 12:10
    [mulheres gritando]
  • 12:21 - 12:27
    [música jazzística
    animada tocando]
Title:
Mike Kelley in “Memory” - Season 3 | “Art in the Twenty-First Century"
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
13:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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