< Return to Video

How Walton Ford’s Large-Scale Watercolors Satirize the History of Colonialism | Art21

  • 0:08 - 0:10
    Eu comecei pintando o que
  • 0:10 - 0:11
    pareciam ser Audubons.
  • 0:11 - 0:12
    Elas eram Audubons falsas,
  • 0:12 - 0:15
    mas eu distorci um pouco a ideia,
  • 0:15 - 0:18
    e entrei na cabeça dele e tentei pintar
  • 0:18 - 0:20
    como se realmente fosse sua
    alma torturada,
  • 0:20 - 0:22
    como se sua mão o traísse e ele
  • 0:22 - 0:24
    pintasse o que não queria expor sobre si.
  • 0:24 - 0:26
    Então, eu comecei por essas
  • 0:26 - 0:27
    e era muito importante
    para mim
  • 0:27 - 0:29
    que parecessem com suas obras,
  • 0:29 - 0:31
    que parecessem ter cem anos,
  • 0:31 - 0:33
    fazer parecer que ele as pintou,
  • 0:33 - 0:35
    mas que elas escaparam dele sem
  • 0:35 - 0:39
    quase como O Retrato de Dorian Gray
    mas você sabe,
  • 0:39 - 0:40
    uma imagem de história natural.
  • 0:43 - 0:46
    Todo o projeto de impressão parecia
    o resultado natural
  • 0:46 - 0:48
    de todo o resto que eu faço.
  • 0:52 - 0:54
    Veja só isso
    PETER: É, tá legal.
  • 0:54 - 0:55
    Lindo.
  • 0:56 - 0:59
    Todos os fólios das impressões
    de história natural
  • 0:59 - 1:01
    começaram como aquarelas feitas
  • 1:01 - 1:03
    no campo ou a partir da natureza
  • 1:03 - 1:04
    e acabaram como impressões
  • 1:04 - 1:06
    que foram unidas e vendidas
    por assinatura,
  • 1:06 - 1:09
    e faz sentido fazê-las da maneira que
  • 1:09 - 1:10
    Peter e eu fazemos.
  • 1:11 - 1:15
    Nós estamos trabalhando nessas
    impressões há mais de 5 anos,
  • 1:15 - 1:18
    e a ideia de fazer impressões
    nesse tamanho
  • 1:18 - 1:20
    veio de querermos o máximo possível
  • 1:20 - 1:27
    imitar o livro de Audubon de fólio duplo
    "Birds of America".
  • 1:30 - 1:34
    E queríamos trabalhar com algumas
    daquelas mesmas técnicas
  • 1:34 - 1:38
    que Audubon teria usado para
    fazer aquelas impressões.
  • 1:41 - 1:47
    Todas as nossas impressões são
    feitas em seis ou sete chapas,
  • 1:47 - 1:49
    e cores separadas em cada chapa
  • 1:49 - 1:51
    e cores provavelmente mais saturadas
  • 1:51 - 1:53
    do que Audubon usaria.
  • 1:58 - 1:59
    (estalos)
  • 2:01 - 2:04
    Isso faz parte, eu acho, da maneira de
    Walton se inspirar
  • 2:04 - 2:08
    no que Audubon fez, mas também alterar
  • 2:08 - 2:09
    e distorcer um pouco,
  • 2:09 - 2:13
    meio que evidenciando
    um pouco a ironia. (risos)
  • 2:15 - 2:16
    Walton: Uau.
  • 2:16 - 2:17
    Isso ficou bom
  • 2:17 - 2:19
    Sim, ficou maneiro!
  • 2:19 - 2:20
    Psicodélico.
  • 2:20 - 2:22
    Ficou legal.
  • 2:24 - 2:26
    O alinhamento ficou excelente.
  • 2:26 - 2:27
    Ficou bom.
  • 2:27 - 2:29
    Sim, é animador porque
  • 2:30 - 2:32
    acho que começamos a pegar
    o espírito da coisa
  • 2:32 - 2:35
    É uma impressão muito legal,
    tipo, no geral, só...
  • 2:37 - 2:38
    O azul é realmente
  • 2:38 - 2:40
    mais intenso, não é?
  • 2:40 - 2:41
    Sim, é legal.
  • 2:41 - 2:42
    (Peter ri) Eu curti!
    Gostei.
  • 2:42 - 2:43
    Sim, tem estilo.
  • 2:46 - 2:49
    Quando eu era criança eu amava desenhar.
  • 2:49 - 2:51
    E eu era meio que um naturalista amador,
  • 2:51 - 2:55
    identificando pássaros e pegando
    cobras e criando pets estranhos.
  • 2:56 - 2:58
    Este museu era um paraíso para mim.
  • 2:59 - 3:03
    Para mim os dioramas daqui
    são obras de arte.
  • 3:03 - 3:07
    Para um artista era muito bom que
    os animais não se mexessem.
  • 3:07 - 3:11
    Eu olhava para eles de um jeito que não
    se pode olhar para os animais no zoológico
  • 3:11 - 3:13
    ou animais em programas de natureza.
  • 3:14 - 3:16
    Eu podia ver como eles eram reunidos.
  • 3:22 - 3:26
    Pombos passageiros eram os pássaros em
    maior número no planeta Terra.
  • 3:26 - 3:29
    Um único bando podia conter
    2 bilhões de pássaros.
  • 3:33 - 3:35
    Havia tantos desses pássaros
  • 3:35 - 3:36
    que era assustador.
  • 3:37 - 3:38
    Quando pousavam em florestas,
  • 3:38 - 3:40
    eles quebravam árvores grandes na metade.
  • 3:42 - 3:46
    E o cocô caía como neve o tempo todo.
  • 3:47 - 3:49
    E se pensava que eles eram inesgotáveis,
  • 3:49 - 3:51
    então eles eram caçados pra valer.
  • 3:58 - 3:59
    Esta é uma série de fotografias
  • 3:59 - 4:02
    tiradas em 1898.
  • 4:02 - 4:04
    Gosto de fazer essas viagens de pesquisa.
  • 4:04 - 4:07
    Para mim é como uma atuação
    fingir ser um desses
  • 4:08 - 4:12
    caras da história natural inglesa
    que são tanto heróis como vilões.
  • 4:13 - 4:15
    Há uma imagem aqui
  • 4:15 - 4:18
    de um pombo passageiro adulto
  • 4:18 - 4:22
    em uma bela pose, um pássaro bem distinto.
  • 4:22 - 4:25
    Para mim ele meio que
    prediz um desastre.
  • 4:25 - 4:27
    Por ser sob iluminado, parece que
  • 4:27 - 4:30
    é um fantasma ou um monstro
    ou de alguma forma
  • 4:31 - 4:33
    há uma sensação de obscuridade
  • 4:33 - 4:35
    nesta foto que é bem bonita.
  • 4:36 - 4:38
    Há muitas narrativas insanas
  • 4:38 - 4:40
    sobre o pombo passageiro.
  • 4:40 - 4:43
    Eram tantos que
  • 4:43 - 4:46
    todos que os viam ficavam impressionados.
  • 4:46 - 4:47
    E eu tenho algumas citações que
  • 4:47 - 4:50
    transformei em pintura. Aqui estão.
  • 4:50 - 4:54
    Esta é uma das descrições
    mais antigas de 1637.
  • 4:54 - 4:57
    "Milhões de rolinhas sobre ramos verdes,
  • 4:57 - 5:00
    "bicando os fartos e agradáveis frutos
  • 5:00 - 5:03
    ´"sustentados pelas vigorosas árvores,
  • 5:03 - 5:06
    "cujo peso dos frutos fazia os
    galhos se curvarem."
  • 5:09 - 5:11
    O que mais procuro em meu trabalho
  • 5:11 - 5:13
    é um tipo de atração e repulsa,
  • 5:13 - 5:18
    onde tudo é lindo até
    você notar
  • 5:18 - 5:21
    que algo muito violento
    está para acontecer
  • 5:21 - 5:23
    ou está acontecendo.
  • 5:23 - 5:25
    A ideia inicial era criar tipo
  • 5:25 - 5:28
    um desenho underground,
    meio provocativo, em grande escala.
  • 5:28 - 5:31
    Eu me diverti bastante
    fazendo estas ilustrações.
  • 5:31 - 5:32
    Eles satisfazem seus desejos,
  • 5:32 - 5:35
    vontades e loucuras
  • 5:35 - 5:36
    enquanto estão caindo,
  • 5:36 - 5:39
    e pra mim há um tipo de humor negro nisso.
  • 5:39 - 5:41
    Tem esses caras - os ovos estão saindo
  • 5:41 - 5:43
    e enquanto saem, são roubados.
  • 5:43 - 5:47
    E aí é divertido fazer eles
    defecarem uns nos outros
  • 5:47 - 5:49
    e matarem uns aos outros.
  • 5:50 - 5:52
    O pequeno está caindo do ninho.
  • 5:52 - 5:56
    É um humor negro, mas me faz rir
    enquanto estou fazendo.
  • 5:56 - 5:58
    Há um rio parecido com o rio Hudson,
  • 5:58 - 6:00
    uma bela paisagem.
  • 6:00 - 6:03
    E aqui há uma indicação
  • 6:03 - 6:06
    de talvez uma destruição prévia,
  • 6:06 - 6:08
    galhos que quebraram.
  • 6:08 - 6:11
    E aí vêm os grandes bandos, sabe?
  • 6:11 - 6:13
    E esta é a parte assustadora,
  • 6:13 - 6:15
    esse tipo de frente climática se formando
  • 6:15 - 6:16
    com grandes bandos de aves.
  • 6:17 - 6:19
    Quando comecei a fazer esboços disso,
  • 6:19 - 6:23
    e percebi que o ângulo em
    que eu a pintaria,
  • 6:23 - 6:24
    e como eu a pintaria,
  • 6:24 - 6:26
    parecia que ela estava flutuando,
  • 6:27 - 6:29
    como um tipo de sonho estranho,
  • 6:29 - 6:32
    uma queda em câmera lenta.
  • 6:32 - 6:34
    E essa qualidade meio onírica
    me deu espaço
  • 6:34 - 6:36
    pra encher tudo com uma narrativa
  • 6:36 - 6:40
    que parece acontecer meio que
    independente do fato
  • 6:40 - 6:41
    de que isto está desmoronando.
  • 6:46 - 6:48
    A pintura em que estou trabalhando agora,
  • 6:48 - 6:51
    é basicamente um Banquete dos Macacos.
  • 6:51 - 6:53
    E faz parte de uma série que tem a ver com
  • 6:53 - 6:58
    um explorador de meados do século XIX,
    Sr. Richard Burton.
  • 6:59 - 7:02
    Uma das histórias que li a respeito dele
  • 7:02 - 7:04
    que me marcou foi sobre
  • 7:04 - 7:06
    macacos que ele mantinha
    em seus quartéis
  • 7:06 - 7:08
    quando era um jovem oficial britânico
  • 7:08 - 7:10
    e eu vou ler uma citação:
  • 7:11 - 7:14
    "Ele reuniu quarenta macacos
    de várias idades
  • 7:14 - 7:16
    e espécies e os acomodou em sua casa
  • 7:16 - 7:21
    em uma tentativa de compilar um
    vocabulário de linguagem de macaco.
  • 7:22 - 7:26
    E uma macaca pequena, muito bonita,
    de aparência sedosa
  • 7:26 - 7:28
    ele costumava chamar de esposa."
  • 7:29 - 7:32
    Eu pintei a esposa individualmente,
  • 7:32 - 7:34
    e a nomeei 'A Abandonada.'
  • 7:34 - 7:37
    Ela está sentada em uma árvore e
    parece inconsolável e desolada
  • 7:37 - 7:40
    porque foi abandonada pelo seu amante.
  • 7:42 - 7:45
    "Todos eles sentavam em suas cadeiras
    durante as refeições
  • 7:45 - 7:47
    e os servos aguardavam
  • 7:47 - 7:52
    e cada um tinha sua tigela e prato com
    comida e bebida apropriadas para eles.
  • 7:52 - 7:54
    Ele sentava na cabeceira da mesa
  • 7:54 - 7:59
    e a pequena macaca sentava-se
    ao lado dele numa cadeirinha de bebê."
  • 7:59 - 8:00
    Isso é maravilhoso.
  • 8:00 - 8:04
    "Ele possuía uma lista de
    aproximadamente 60 palavras
  • 8:04 - 8:05
    antes da conclusão do experimento."
  • 8:05 - 8:09
    E para mim é o que estou procurando
  • 8:09 - 8:10
    quando faço essa leitura.
  • 8:10 - 8:15
    Eu faço muita pesquisa e isso
    daqui tem quase tudo.
  • 8:15 - 8:19
    Tem uma espécie de fascínio erótico.
  • 8:19 - 8:21
    Há algo que me parece engraçado,
  • 8:21 - 8:25
    de um jeito tipicamente britânico,
    super excêntrico.
  • 8:30 - 8:32
    Quando essas obras saem do meu estúdio,
  • 8:32 - 8:35
    por diversas vezes eu nunca mais as vejo.
  • 8:36 - 8:39
    Eu pintei este quadro há aproximadamente
    dois anos,
  • 8:39 - 8:42
    e eu fiquei feliz que ainda gostei dele
  • 8:42 - 8:44
    porque diversas vezes você revisita
  • 8:44 - 8:47
    um trabalho feito há algum tempo
    e não consegue suportá-lo.
  • 8:47 - 8:50
    O desenho que eu fiz primeiro
    foi deste elefante,
  • 8:50 - 8:52
    este glorioso elefante.
  • 8:52 - 8:55
    E então eu dividi tudo
    de uma forma meio Mondrian,
  • 8:55 - 8:57
    em várias partes diferentes —
  • 8:57 - 9:02
    numa composição de retângulos, para mim,
    muito abstrata e elegante.
  • 9:02 - 9:06
    E em cada retângulo decidi o que fazer.
  • 9:06 - 9:09
    A ideia de dividi-lo em pequenos pedaços
    teve a ver com
  • 9:09 - 9:12
    a parábola sobre o homem cego
    e o elefante,
  • 9:12 - 9:16
    onde cada homem cego segura
    uma parte diferente do elefante,
  • 9:16 - 9:17
    e o cego que segura a presa diz
  • 9:17 - 9:22
    "eu sei o que é um elefante: ele é liso,
    duro, como madeira polida."
  • 9:22 - 9:25
    Aí um outro segura a perna e diz:
    "Não, não, não…
  • 9:25 - 9:28
    um elefante é como uma árvore,
    como um tronco."
  • 9:28 - 9:32
    O que segura o rabo diz:
    "Parece um pincel."
  • 9:32 - 9:36
    E o que está com a tromba diz:
    "É como uma cobra."
  • 9:36 - 9:41
    Então eu tive a ideia de dividir
    o elefante em pedaços
  • 9:41 - 9:46
    que, sozinhas, não seriam
    reconhecidas como um elefante,
  • 9:46 - 9:48
    e enquadrar cada uma dessas
    partes individualmente.
  • 9:48 - 9:52
    E aí colocar uma espécie diferente
    de pássaro habitando cada quadrinho,
  • 9:52 - 9:54
    fazendo o seu papel nele.
  • 9:54 - 9:57
    E é como se ele não… enxergasse nenhum dos
    outros elementos,
  • 9:57 - 9:59
    então não consegue montar o quadro todo.
  • 9:59 - 10:02
    É vasto demais para uma
    só pessoa imaginar.
  • 10:03 - 10:06
    Eu queria fazer tipo as maiores
    aquarelas de todas.
  • 10:07 - 10:10
    No fim das contas, isso acaba sendo
    divertido por si só.
  • 10:10 - 10:13
    Demorou cerca de nove meses para pintar.
  • 10:15 - 10:19
    Tudo isso faz parecer que
    eu tenho um grande
  • 10:19 - 10:21
    motivo intelectual pra fazer essas coisas,
  • 10:21 - 10:24
    mas no fim das contas, eu só quero
    pintar um macaco sexy,
  • 10:24 - 10:29
    e um elefante enorme, sabe,
    com uma ereção.
  • 10:29 - 10:31
    Por que sinto a necessidade
    de fazer essas coisas?
  • 10:31 - 10:34
    Por que você quer deixá-las
    o mais perturbadoras possível?
  • 10:34 - 10:37
    Ou torná-las tão violentas e
    fora de controle quanto conseguir?
  • 10:38 - 10:42
    Eu gosto de emoções exageradas, melodrama,
  • 10:42 - 10:44
    modos bem século XIX de se comunicar.
  • 10:44 - 10:47
    Não sou minimalista, sou maximalista.
  • 10:48 - 10:51
    Quanto mais coisa você joga, melhor.
  • 10:51 - 10:53
    Lá fora é meio que um deserto, um vazio.
  • 10:53 - 10:55
    Quero fazer coisas ricas,
  • 10:55 - 10:58
    quero criar pratos elaborados
    e colocá-los no mundo.
Title:
How Walton Ford’s Large-Scale Watercolors Satirize the History of Colonialism | Art21
Description:

more » « less
Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
12:06

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions