Com Amor, Hadi Falapishi | Art21 "New York Close Up"

Ao mesmo tempo profundamente sincero e completamente brincando, o artista Hadi Falapishi não tem medo de bancar o palhaço em seus quadros, performances e esculturas se isso lhe der permissão para compartilhar verdades universais. Aceitando as contradições, Falapishi justapõe a encantadora infantilidade com o magistralmente construido ao andar por entre a criação de quadros cartunescos e autorretratos meticulosos em seu estúdio. “Ela tenta resistir esse desejo da sociedade de ter ver como um só, de te enquadrar como um só", diz o artista. “Eu não quero ser isso.” Esse curta documentário acompanha Falapishi enquanto ele trabalha em seu estúdio no Brooklyn explorando a tensão entre comédia e critica.

Hadi Falapishi nasceu em 1987, em Tehran, Iran e atualmente vive e trabalha em New York City.

Aprenda mais sobre o artista em: art21.org/hadifalapishi

CRÉDITOS |
"New York Close Up" Produtor da Série: Nick Ravich
Direção & Produção: Lydia Cornett
Produtor Executivo: Tina Kukielski
Edição: Lydia Cornett, Brian Redondo
Cinematografia: Bradley Credit
Cinematografia Adicional: Lindsay Jackson
Assistantes de Câmeras : Asia Li, Indi Aufranc
Técnico de Iluminação: Réal Gill
Som: Brit Fryer, Caroline May
Produtor Associado: Andrea Chung
Assistente de Curadoria: Jurrell Lewis
Correção de Cor: Cédric von Niederhäusern
Design & Mixagem de Som: Micah Garrido
Design & Gráficos: Andy Cahill, Chips
Música: Simon Berggren, A Carousing Consort, Francesco DAndrea, Jerusalem Symphony Orchestra, Martin Puehringer, Sean Nicholas Savage, Sémø
Assistente de Editor: Michelle Hanks
Obras Courtesia de: Hadi Falapishi, Andrew Kreps Gallery
Agradecimentos: Art&Newport, Kylen & China, Phoebe Derlee, Joe Fusaro, Miranda Holmes, Dodie Kazanjian, Connor Kreagan, César Martínez Barba, Kevin O’Leary, Preservation Society of Newport County, Rodrigo Valenzuela, Masha Vlasova

© Art21, Inc. 2024. All rights reserved.

“New York Close Up” is made possible with support from The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts, public funds from the New York City Department of Cultural Affairs in partnership with the City Council, the New York State Council on the Arts with the support of the Office of the Governor and the New York State Legislature, the Henry Nias Foundation, and individual contributors.

TRADUÇÕES
Translated subtitles are generously contributed by our volunteer translation community. Visit our translation team at Amara for the full list of contributors:

#HadiFalapishi #Art21 #Art21NewYorkCloseUp

(música etérea)

Posso me sentar aqui?

Belo dia, não?

(música alegre)

Você quer um?

(música continua)

Se você falar
aos seus pais "Quero ser um palhaço",

a reação seria tipo, "Ah, não".

É possível desse também
ser o caso com ser artista,

tipo, "ah, não,
não siga esse caminho."

Tem esse risco de se o seu trabalho
é divertido ou cômico,

as pessoas não o levam a sério.

(música alegre)

Esqueça o artista sério,

não te acham artista,

acham que você é um palhaço, sabe?

(música alegre)
(caixas de papelão batem)

Então, acho que esse é o medo que,

eventualmente, reconheci

que talvez estivesse me impedindo
de fazer o que eu queria fazer.

Então eu fiquei: "O que aconteceria
se eu for o palhaço?"

Como artista, você não pode fugir,

de apontar a câmera
ou o dedo para si mesmo.

Então tento exagerar esse traço,

para que eu possa
exagerar também

tudo mais sobre a sociedade.

(música alegre)

Ao fazer isso,
espero que a obra possa

ser vista não como eu mesmo,
mas como o que está ao meu redor,

os espectadores desse circo.
(música alegre)

Eu amo a tensão de
quem pode dizer mais verdades,

É um palhaço de circo
que pode criticar a sociedade

ou um artista sério, digamos assim,
ou um político sério?

(música animada)

Quando você vem ao meu estúdio,
tem trabalhos muito distintos,

diferentes trabalhos existindo
lado a lado.

Algo na pintura realista

é que demanda mais tempo,
o trabalho é mais intenso,

em contraste a este rápido

estágio de esboço do desenho.

Elas estão em dois
estágios diferentes.

muito lento, muito rápido

extremamente detalhado,
extremamente simples,

versões extremamente habilidosas, e muito
desajeitadas deles

em forma de desenho.

Esse tipo de analogia encontrou
seu caminho por todo o meu trabalho.

Há a sensação de

contraste entre duas coisas

Tem duas energias, tem um choque

de duas coisas totalmente diferentes

resistindo uma á outra,

e é como o efeito do
que estou produzindo é feito.

Meio que tenta resistir a isso,

talvez o desejo da sociedade de te ver
como um,

de te enquadrar como um.

E eu não quero ser isso.
(música suave)

Em 2008, eu estava vivendo no Iran,
meu caminho era outro.

(pistola de pulverização assoviando)

Crescendo em Teerão,

com o sistema
educacional pelo qual passei,

existem limitações, sabe?

O que você pode ser, o que
você pode fazer, sabe?

É quase como apenas se contente
com o que lhe é dado.

Eu deveria ser engenheiro espacial

e eu me lembro eu me apaixonei pelo cinema

e pela criação de filmes.

Os cinegrafistas Iranianos
nos quais eu pensava,

Eu tinha imaginado, tipo, como
os diretores estão escrevendo

e criando estas histórias,

contando as nossas histórias para nós.

(música suave)

Eu percebi, ai meu Deus,

tem um mundo ainda
mais livre do que o cinema,

que é a arte visual.

E eu soube na hora

que eu iria ser um artista visual.

Você quer?

Aqui.

Lemme apenas faça por você.
(barulho do isqueiro)

Gosto de imaginar

isso é tudo que eu faço no estúdio,
a arte ganha vida.

Dá uma alma para aquilo

quando está em exibição.

Oh, isso é ruim.

Oh, isso é ruim.

É ruim para sua saúde também.

(música suave)

The Breakers é uma das
maiores mansões de Newport.

Foi transformada num museu

e é a primeira vez que
uma exibição contemporânea

é feita lá dentro.

(música suave)

Eu pego a cabeça, pedirei
para que você a segure,

ou qualquer um de vocês
que está ai.

Você vai segurar, e eu
terei o meu martelo.

-Então ele coloca

-Sim.
-os pedaços de baixo,

ai nós saímos e comemos.

-Exatamente.
-Exatamente.

-Servindo as pessoas

você só fica entre eles e
você usa sua lanterna.

Não tem problema sentar do nada

e olhar embaixo da mesa

ou olhar o elefante.
-Ok.

Procurando algo

-Sim, buscando algo

Exatamente.

Muito da minha arte

tem esta sensação de tipo
um cenário de sonho.

Coisas sendo engraçadinhas,
E coisas sendo um pouco tristes

ou deslocadas.

Você quer rir ou se sentir mal

por rir do artista.

E tem tipo aquela confusão
de, ei, o que está acontecendo?

Forçando todos os presentes na sala

a interpretar um papel
como parte da noite.

O jantar é algo constante nas exibições

depois da abertura, e eu
queria que aquele jantar realmente

fosse a parte central da exibição.

Eu fiz uma cabeça de cerâmica

de todos os convidados
com os rostos deles,

para transformar suas cabeças em
pratos e tigelas para a noite.

Vou abrir as cabeças dos convidados

É hora de darmos sequencia

(martelo batendo)

Parece que é só o vento

Todos farão alguma coisa

que talvez eles não esperassem

fazer, sabe?

(pessoas conversando)

-[Hadi] Mais que uma crítica á sociedade

a crítica ao mundo artístico,

é uma crítica ao artista,
ou seja á mim mesmo também.

Eu sou sempre o alvo
da piada também, sabe?

(música suave)

Quando você está em público,
você está correndo o risco

das pessoas agirem ou responderem

de forma inesperada.

-Posso estar no filme?
-Claro que pode.

Parece com ele, não?

Você ganhar esse aqui?
-Mm-hmm.

(música animada)

-[Hadi] Tchau.

Isso meio que te liberta,

te dando a chance de interpretar um papel.

Permite que aquela falta de jeito,

que aquela imperfeição reapareça.

(música animada)