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Antidepressão | David Burns | TEDxReno

  • 0:13 - 0:14
    Bem,
  • 0:14 - 0:17
    minha fala é sobre depressão e ansiedade.
  • 0:20 - 0:21
    Às vezes,
  • 0:21 - 0:28
    alguns de nós caem em buracos negros
    de insegurança, ansiedade, inferioridade,
  • 0:28 - 0:30
    sentindo que não somos bons o suficiente,
  • 0:30 - 0:32
    e nos cobrando muito.
  • 0:32 - 0:35
    Quantos de vocês se sentem assim às vezes?
  • 0:35 - 0:40
    Levantem a mão se já lidaram
    com depressão, ansiedade ou insegurança.
  • 0:40 - 0:42
    É uma das piores formas
    de sofrimento humano.
  • 0:42 - 0:45
    Já tive pacientes que me disseram
  • 0:45 - 0:51
    que rezavam a Deus à noite
    para que desenvolvessem um câncer
  • 0:51 - 0:56
    para que morressem com dignidade,
    sem que precisassem cometer suicídio.
  • 0:56 - 1:02
    Quantos de vocês já sentiram
    que, talvez, viver não valesse à pena
  • 1:02 - 1:07
    ou já conheceram um amigo, um ente querido
    ou um colega que tentou suicídio?
  • 1:07 - 1:10
    Levante a mão, quem se sentiu tocado.
  • 1:10 - 1:13
    É uma das coisas mais horríveis.
  • 1:14 - 1:18
    Comecei na Faculdade de Medicina
    da Universidade da Pensilvânia.
  • 1:18 - 1:23
    Terminei minha residência, e obtive
    uma bolsa de pesquisa sobre depressão,
  • 1:23 - 1:26
    e sempre tive curiosidade sobre:
    o que nos deixa deprimidos?
  • 1:26 - 1:27
    Por que caímos nesses buracos negros?
  • 1:27 - 1:29
    O que causa tudo isso?
  • 1:29 - 1:32
    O que podemos fazer
    para mudarmos esses humores?
  • 1:32 - 1:35
    E comecei, como muitos jovens psiquiatras,
  • 1:35 - 1:37
    com o que chamamos
    de psiquiatria biológica.
  • 1:37 - 1:40
    Eu estava pesquisando
    sobre química cerebral,
  • 1:40 - 1:42
    a ideia de que depressão e ansiedade
  • 1:42 - 1:45
    ocorrem por conta de um desequilíbrio
    químico no cérebro.
  • 1:45 - 1:46
    Eu tratava os pacientes
  • 1:46 - 1:49
    com antidepressivos e outros medicamentos,
  • 1:50 - 1:53
    mas havia dois problemas,
    do meu ponto de vista.
  • 1:53 - 1:57
    O primeiro era a pesquisa em si,
  • 1:57 - 2:01
    que não parecia confirmar
    que depressão e ansiedade
  • 2:01 - 2:04
    eram realmente causadas
    por um desequilíbrio químico no cérebro.
  • 2:04 - 2:06
    Na verdade, nossa pesquisa indicou
  • 2:06 - 2:10
    que provavelmente essa não é a causa
    da depressão e ansiedade.
  • 2:10 - 2:15
    Além disso, eu estava dando baldes
    de antidepressivos aos pacientes.
  • 2:15 - 2:16
    Havia centenas de pacientes,
  • 2:16 - 2:19
    e enquanto poucos estavam sendo ajudados,
  • 2:19 - 2:21
    a maioria não estava.
  • 2:21 - 2:27
    A cada semana que passava, eles diziam:
    "Eu quero morrer", "Me sinto inútil".
  • 2:27 - 2:29
    E eu dizia: "Meu Deus,
    deve ter um jeito melhor".
  • 2:29 - 2:34
    Se os comprimidos tivessem funcionado,
    eu teria ficado muito satisfeito.
  • 2:34 - 2:37
    Então pensei: "Talvez exista
    algum tipo de psicoterapia
  • 2:37 - 2:41
    que eu possa combinar
    com os medicamentos".
  • 2:41 - 2:43
    Pois eu queria que as pessoas
    pudessem acordar e dizer:
  • 2:43 - 2:45
    "É muito bom estar vivo",
  • 2:46 - 2:49
    ter alegria e estar cheio de amor:
    "Estou cheio de vida".
  • 2:49 - 2:51
    E eu raramente via isso.
  • 2:51 - 2:56
    Tentei diferentes tipos de psicoterapia,
    que não pareciam funcionar.
  • 2:56 - 2:59
    Então, um colega me disse:
    "Sabe, tem uma coisa nova...
  • 2:59 - 3:02
    que um colega aqui da faculdade
    está desenvolvendo, Aaron Beck,
  • 3:02 - 3:07
    que ele chama de 'terapia cognitiva'
    e, em teoria, é relativamente simples,
  • 3:07 - 3:11
    talvez você pudesse testar
    com alguns de seus pacientes".
  • 3:11 - 3:15
    Cognição é um pensamento, é só
    uma palavra sofisticada para pensamento,
  • 3:15 - 3:19
    e existem três ideias básicas
    por trás da terapia cognitiva.
  • 3:19 - 3:25
    A primeira é a de que nossos pensamentos
    criam todos os nossos humores,
  • 3:27 - 3:29
    e quando você está deprimido e ansioso,
  • 3:29 - 3:32
    você envia mensagens negativas a si mesmo,
  • 3:32 - 3:33
    você se culpa,
  • 3:33 - 3:36
    você diz a si mesmo
    que algo terrível irá acontecer.
  • 3:36 - 3:38
    No entanto, essa ideia não é nova,
  • 3:38 - 3:42
    ela vem do tempo
    do filósofo grego Epiteto.
  • 3:42 - 3:44
    Por volta de 2 mil anos atrás, ele disse:
  • 3:44 - 3:47
    "As pessoas não são
    perturbadas pelas coisas"...
  • 3:47 - 3:49
    em outras palavras, não são
    os acontecimentos da vida,
  • 3:49 - 3:52
    mas o que entendemos deles,
  • 3:52 - 3:55
    que cria todas as nossas emoções,
    positivas e negativas,
  • 3:55 - 3:57
    a todos os momentos, todos os dias
  • 3:57 - 4:01
    através de nossas interpretações
    do que está acontecendo.
  • 4:01 - 4:04
    Até mesmo antes de Epiteto,
  • 4:04 - 4:09
    nos tempos de Buda,
    que disse o mesmo há 2,5 mil anos.
  • 4:09 - 4:13
    Bem, a segunda ideia é a de que
    quando você está deprimido e ansioso,
  • 4:13 - 4:14
    os pensamentos negativos:
  • 4:14 - 4:17
    "Não sou bom o suficiente", "Sou inútil",
  • 4:17 - 4:20
    "Eu estraguei tudo",
    "Eu poderia ser melhor",
  • 4:20 - 4:23
    esses pensamentos não são realistas.
  • 4:23 - 4:24
    Eles estão distorcidos,
  • 4:24 - 4:29
    depressão e ansiedade são os problemas
    mais antigos do planeta,
  • 4:29 - 4:33
    e há sempre várias distorções
    que você sempre vê
  • 4:33 - 4:36
    nos pensamentos dos indivíduos
    que estão deprimidos ou ansiosos.
  • 4:36 - 4:38
    É preto ou branco:
  • 4:38 - 4:42
    "Se eu não for bem-sucedido hoje,
    serei um grande fracasso".
  • 4:42 - 4:44
    Tons de cinza não existem.
  • 4:44 - 4:46
    Ou generalização excessiva,
  • 4:46 - 4:50
    vendo um evento negativo
    como um padrão interminável de derrota.
  • 4:50 - 4:52
    Sempre dizendo "deveria" ou culpando-se.
  • 4:53 - 4:54
    E a terceira ideia
  • 4:54 - 5:00
    é que você poderia treinar as pessoas
    a mudarem seu modo de pensar
  • 5:00 - 5:04
    e, assim, a forma como se sentem.
  • 5:04 - 5:08
    Bem, eu ouvi essa teoria e falei:
    "Nunca ouvi tanta baboseira".
  • 5:08 - 5:10
    (Risos)
  • 5:10 - 5:13
    Sei que meus pacientes
    têm pensamentos negativos.
  • 5:13 - 5:15
    Sei que é o caso.
  • 5:15 - 5:20
    Mas você não pode ajudar
    uma séria depressão suicida
  • 5:20 - 5:23
    com a força de um pensamento positivo.
  • 5:23 - 5:24
    E eu disse isso a um colega.
  • 5:24 - 5:29
    Ele disse: "Bem, David, por que você
    não vai ao seminário semanal do Beck?
  • 5:29 - 5:33
    E, como parte de sua pesquisa, faz
    um teste com alguns de seus pacientes,
  • 5:33 - 5:36
    assim você prova a si mesmo
    que não funciona".
  • 5:36 - 5:40
    Então, pensei: "É uma ótima ideia.
    Acho que vou tentar".
  • 5:41 - 5:45
    Bem, a primeira paciente...
    fiz o teste com uma mulher
  • 5:45 - 5:50
    encaminhada pela UTI
    do hospital universitário.
  • 5:50 - 5:54
    Ela quase obteve sucesso
    em sua tentativa de suicídio,
  • 5:54 - 5:57
    uma imigrante letã idosa,
  • 5:57 - 5:59
    e eles a encaminharam para mim.
  • 5:59 - 6:03
    E eu disse: "Martha, existe
    uma nova forma de terapia,
  • 6:03 - 6:07
    que eu estou investigando.
  • 6:07 - 6:11
    Tudo bem se eu apresentar seu caso
    no seminário semanal,
  • 6:11 - 6:13
    e então te falo o que eles dizem,
  • 6:13 - 6:16
    e talvez possamos encontrar
    novas técnicas?"
  • 6:16 - 6:18
    Ela concordou e me deu a permissão.
  • 6:18 - 6:22
    Então, apresentei seu caso
    para Dr. Beck, e disse:
  • 6:22 - 6:27
    "Como você usaria esta técnica de terapia
    cognitiva com um paciente suicida?"
  • 6:27 - 6:30
    Ele respondeu: "Bem, nossos pensamentos
    criam nossas emoções,
  • 6:30 - 6:32
    então, pergunte a ela:
  • 6:32 - 6:37
    "O que você dizia a si mesma no momento
    em que tentou cometer suicídio?"
  • 6:37 - 6:41
    Reencontrei a paciente, que me perguntou:
    "O que descobriu no seminário?"
  • 6:41 - 6:43
    Eu disse: "Bem, devo lhe perguntar
  • 6:43 - 6:47
    o que você dizia a si mesma
    no momento que tentou suicídio.
  • 6:47 - 6:49
    Quais eram seus pensamentos negativos?"
  • 6:49 - 6:54
    Ela respondeu: "Ah, eu dizia
    que era um ser humano inútil,
  • 6:54 - 7:00
    pois nunca conquistei
    algo relevante em minha vida".
  • 7:01 - 7:03
    Ela perguntou:
  • 7:03 - 7:04
    "Agora, o que devo fazer sobre isso?"
  • 7:04 - 7:07
    Respondi: "Não sei ao certo.
    Você deve aguardar uma semana".
  • 7:07 - 7:08
    (Risos)
  • 7:08 - 7:11
    "Vou voltar e perguntar no seminário".
  • 7:11 - 7:13
    Então voltei e disse:
  • 7:13 - 7:15
    "É isso o que eu descobri.
    O que devo fazer?"
  • 7:15 - 7:20
    Dr. Beck disse: "Bem, uma das técnicas
    que usamos se chama 'examine a evidência'.
  • 7:20 - 7:24
    Veja se o que você diz
    a si mesmo é verdade ou não.
  • 7:24 - 7:28
    Peça a ela para que faça uma lista
    de todas as suas conquistas".
  • 7:29 - 7:31
    Pensei: "Faz sentido".
  • 7:31 - 7:34
    Voltei, e ela perguntou:
    "O que descobriu no seminário?"
  • 7:34 - 7:38
    Respondi: "Você deve fazer uma lista
    com feitos que já conquistou".
  • 7:38 - 7:42
    Ela disse: "Bem, essa é a questão.
    Não consigo pensar em nada".
  • 7:43 - 7:47
    E não sei, talvez alguns de vocês
    já tenham se sentido assim às vezes,
  • 7:47 - 7:49
    olham para trás e dizem:
  • 7:49 - 7:52
    "O que eu já fiz que foi
    realmente importante,
  • 7:52 - 7:53
    que foi significativo?
  • 7:53 - 7:55
    De que valeu a minha vida?"
  • 7:56 - 8:00
    Então, eu disse: "Bem, faça
    isso como lição de casa.
  • 8:00 - 8:02
    Talvez você possa pensar em algo".
  • 8:02 - 8:06
    Bem, na semana seguinte, eu esqueci
    que havia pedido a lição de casa.
  • 8:06 - 8:10
    Eu fiz aquele meu bate-papo casual:
    "Como você está se sentindo?",
  • 8:10 - 8:13
    "Precisa de mais antidepressivos?",
  • 8:13 - 8:14
    esse tipo de coisa,
  • 8:14 - 8:17
    e no meio da sessão,
  • 8:17 - 8:22
    ela disse: "Bem, você não vai
    perguntar sobre a minha lição de casa?"
  • 8:22 - 8:24
    Eu disse: "Ah, eu esqueci.
    Você se lembrou de algo?"
  • 8:24 - 8:29
    Ela me entregou uma lista
    de sete ou oito coisas
  • 8:29 - 8:31
    que ela conquistou durante a vida,
  • 8:31 - 8:36
    e na primeira, ela disse:
    "Eu tinha relevado o fato de...
  • 8:38 - 8:42
    eu fugi com meus filhos
    da Alemanha nazista.
  • 8:43 - 8:46
    Meu marido morreu
    nos campos de concentração.
  • 8:46 - 8:49
    Todos os nossos parentes
    morreram nos campos de concentração,
  • 8:49 - 8:55
    mas eu tirei as crianças de lá,
    e conseguimos chegar aos EUA.
  • 8:56 - 9:02
    E eu trabalhei esfregando pisos
    e limpando as casas dos outros,
  • 9:02 - 9:07
    para que tivéssemos comida na mesa,
    e um teto sobre nossas cabeças.
  • 9:08 - 9:11
    E, esta semana, meu filho se graduou
    como melhor aluno da turma
  • 9:11 - 9:14
    na faculdade de administração em Harvard,
  • 9:14 - 9:16
    então pensei: 'Bem, talvez isso
    seja uma conquista'."
  • 9:16 - 9:19
    (Risos)
  • 9:19 - 9:24
    Então, ela disse: "E eu esqueci
    que falo cinco línguas fluentemente,
  • 9:24 - 9:25
    e também sou chef gourmet".
  • 9:25 - 9:27
    E ela tinha tantas coisas incríveis.
  • 9:27 - 9:30
    Então, disse: "Martha,
    como você concilia isso
  • 9:30 - 9:32
    com sua afirmação de que é
    um ser humano inútil
  • 9:32 - 9:35
    que nunca conquistou algo importante?"
  • 9:35 - 9:37
    Ela respondeu: "Dr. Burns,
    não consigo entender.
  • 9:37 - 9:39
    Não faz o menor sentido.
  • 9:39 - 9:42
    Não sei como eu podia pensar aquilo".
  • 9:42 - 9:44
    Então, eu disse: "Como se sente?"
  • 9:44 - 9:47
    Ela disse: "Me sinto muito melhor".
  • 9:47 - 9:50
    Ela perguntou: "Conhece mais técnicas?"
  • 9:50 - 9:52
    Respondi: "Não, é a única
    que aprendi até agora.
  • 9:52 - 9:56
    Espere até a próxima semana.
    Vou aprender outra técnica".
  • 9:56 - 9:58
    E foi assim que tudo começou,
  • 9:58 - 10:02
    e passei a atender um por um dos pacientes
    com que eu havia tido dificuldades,
  • 10:02 - 10:04
    alguns que diziam estar deprimidos,
  • 10:04 - 10:07
    para quem a terapia
    tinha falhado por mais de 50 anos,
  • 10:07 - 10:12
    outros que diziam nunca terem tido
    momentos de felicidade em toda sua vida
  • 10:12 - 10:16
    e que, de repente, tiveram a experiência
    de alegria e autoestima.
  • 10:16 - 10:20
    Então, eu disse: "É a isto
    que quero dedicar minha vida".
  • 10:20 - 10:23
    Eu tinha acabado de receber
    um subsídio do governo, de cinco anos,
  • 10:23 - 10:29
    para desenvolver uma pesquisa
    sobre química cerebral na faculdade.
  • 10:29 - 10:31
    Eu devolvi o dinheiro a eles.
  • 10:31 - 10:33
    E disse: "Não quero passar minha vida
  • 10:33 - 10:37
    pesquisando sobre uma teoria
    que não dará frutos.
  • 10:37 - 10:39
    Isto é o que quero fazer".
  • 10:39 - 10:42
    Assim, a pesquisa começou a tomar forma.
  • 10:42 - 10:46
    Primeiro, um estudo piloto na faculdade
    que mostrava esta nova forma de terapia
  • 10:46 - 10:50
    ser eficaz, se não mais,
    que os melhores antidepressivos.
  • 10:50 - 10:52
    Então, estudo após estudo,
  • 10:52 - 10:59
    e agora se tornou a forma de psicoterapia
    mais pesquisada na história.
  • 11:01 - 11:03
    Ficamos muito empolgados,
    e Dr. Beck disse:
  • 11:03 - 11:05
    "David, você gostaria de ser o coautor
  • 11:05 - 11:08
    do manual para terapeutas
    que estamos escrevendo
  • 11:08 - 11:11
    para que as pessoas aprendam
    como praticar esta forma de terapia?"
  • 11:11 - 11:15
    Então, eu disse: "Sabe,
    você tem pessoas suficientes:
  • 11:15 - 11:17
    Brian Shaw, Gary Emery e outras
  • 11:17 - 11:20
    que podem ser coautoras do livro.
  • 11:20 - 11:25
    Minha missão é escrever um manual
    para os pacientes e o público em geral
  • 11:25 - 11:28
    para mostrar às pessoas,
    dar ferramentas a elas,
  • 11:28 - 11:31
    para começarem a usá-las
    em suas próprias vidas,
  • 11:31 - 11:34
    e talvez os pacientes possam ler
    o livro entre uma sessão e outra
  • 11:34 - 11:38
    para acelerar sua recuperação".
  • 11:44 - 11:48
    Então, escrevi o livro "Antidepressão".
  • 11:48 - 11:51
    Outra pesquisa veio em seguida:
  • 11:51 - 11:57
    um colega da Universidade do Alabama
    iniciou uma pesquisa
  • 11:57 - 12:00
    sobre qual é a forma mais rápida e barata
  • 12:00 - 12:02
    de tratar pessoas com depressão.
  • 12:02 - 12:04
    E ele fez uma pesquisa que eu desconhecia.
  • 12:04 - 12:08
    Ele pegou as pessoas que vinham
    à Universidade do Alabama
  • 12:08 - 12:10
    pedindo terapia para depressão severa
  • 12:10 - 12:14
    e disse: "Você deve entrar em uma fila
    de espera por quatro semanas
  • 12:14 - 12:16
    antes de ir ao psiquiatra,
  • 12:16 - 12:20
    mas, enquanto isso, queremos que você
    leia este livro, 'Antidepressão'".
  • 12:20 - 12:23
    E então ele pesquisava
    sobre eles a cada semana para ver
  • 12:23 - 12:25
    se haveria mudanças de humor.
  • 12:25 - 12:29
    Ele relatou que 69% dos pacientes
  • 12:29 - 12:34
    estavam recuperados em quatro semanas
    e não precisavam de terapias adicionais.
  • 12:34 - 12:37
    Ele repetiu e realizou
    pelo menos oito estudos de resultados
  • 12:37 - 12:43
    com os cidadãos mais velhos
    e adolescentes, pessoas de todas as idades
  • 12:43 - 12:46
    e chegava sempre à mesma conclusão.
  • 12:46 - 12:49
    E eu meio que sabia que era verdade
  • 12:49 - 12:53
    porque eu recebia, pelo menos,
    cerca de 50 mil e-mails e cartas de fãs
  • 12:53 - 12:59
    que diziam: "Eu li seu livro,
    e minha vida mudou".
  • 13:00 - 13:03
    Agora, em meu grupo de desenvolvimento
    em psicoterapia em Stanford,
  • 13:03 - 13:05
    está cada vez melhor,
  • 13:05 - 13:09
    estamos desenvolvendo técnicas
    mais novas e ainda mais poderosas.
  • 13:10 - 13:14
    Acredito que existam diferenças
    entre um técnico e alguém que cura,
  • 13:15 - 13:17
    e uma das diferenças é:
  • 13:17 - 13:20
    você pode usar suas ferramentas
    em sua própria vida?
  • 13:20 - 13:22
    Você pratica aquilo que prega?
  • 13:22 - 13:25
    Eu meio que acredito na ideia
    de "Médico, cura-te ti mesmo".
  • 13:25 - 13:28
    E eu certamente conheço
    meus próprios momentos de ansiedade,
  • 13:29 - 13:34
    como quando fui convidado a falar aqui,
  • 13:35 - 13:37
    e o desespero também.
  • 13:37 - 13:42
    E fui colocado à prova
    quando nosso filho nasceu.
  • 13:43 - 13:48
    Eu estava lá em seu nascimento,
    e depois que ele nasceu, o médico falou:
  • 13:48 - 13:53
    "Você tem um filho lindo, saudável,
  • 13:53 - 13:55
    mas o problema é
    que ele não consegue respirar".
  • 13:56 - 13:59
    Então olhamos para ele,
    e ele estava levemente azulado.
  • 13:59 - 14:01
    Seus lábios e unhas estavam azuis,
  • 14:01 - 14:04
    e ele tinha dificuldade em respirar.
  • 14:04 - 14:08
    Então o médico disse: "Vamos colocá-lo
    na unidade de tratamento intensivo".
  • 14:09 - 14:12
    Eu pensei: "Meu Deus, que coisa horrível".
  • 14:13 - 14:15
    Ele nasceu por volta das dez da noite,
  • 14:15 - 14:21
    voltei para casa, me sentindo
    ansioso, deprimido e apavorado.
  • 14:21 - 14:24
    Então, pensei: "Lembre-se,
    não são os acontecimentos,
  • 14:24 - 14:26
    mas seus pensamentos que te chateiam".
  • 14:26 - 14:28
    Então, eu disse: "Ah não,
    não pode ser verdade.
  • 14:29 - 14:30
    Isso é real".
  • 14:31 - 14:33
    Eu disse: "É o que os pacientes dizem.
  • 14:33 - 14:34
    Por que não escreve seus pensamentos
  • 14:34 - 14:37
    e vê se existem distorções neles?".
  • 14:38 - 14:39
    Então, pensei: "Está bem".
  • 14:39 - 14:41
    E o primeiro pensamento foi:
  • 14:41 - 14:46
    "Bem, meu filho precisa de oxigênio
    e ele terá danos cerebrais".
  • 14:46 - 14:48
    Então, o segundo pensamento:
  • 14:48 - 14:51
    "Vamos levá-lo a clínicas
    pelo resto de sua vida".
  • 14:51 - 14:54
    Então eu fiz a chamada "seta descendente".
  • 14:54 - 14:56
    Se fosse verdade, o que isso significaria?
  • 14:56 - 14:57
    Veio o terceiro pensamento:
  • 14:57 - 15:01
    "Bem, então as pessoas vão me desprezar
    por ter um filho com deficiência mental".
  • 15:02 - 15:04
    Então, eu disse:
    "Existem distorções aqui?"
  • 15:04 - 15:06
    Pensei: "Caramba, parece adivinhação.
  • 15:06 - 15:09
    Eu não sei se ele vai ter
    algum dano cerebral.
  • 15:10 - 15:14
    O médico nunca falou isso, ele disse:
    'Vamos colocá-lo na UTI'.
  • 15:14 - 15:15
    E então,
  • 15:16 - 15:21
    as pessoas vão me desprezar
    por eu ter um filho com dano cerebral?"
  • 15:21 - 15:22
    Eu disse: "Isso é ridículo.
  • 15:22 - 15:25
    O que as pessoas pensam sobre mim,
    depende de como eu as trato.
  • 15:25 - 15:31
    Se eu as amo e trato com carinho
    e compaixão, elas irão corresponder".
  • 15:31 - 15:34
    De repente, toda minha ansiedade passou.
  • 15:34 - 15:38
    Então, eu disse: "Olhe
    como você está sendo egoísta.
  • 15:38 - 15:42
    Seu filho precisa de você,
    ele está sofrendo no hospital".
  • 15:42 - 15:45
    Eu disse: "Vou lá para ver meu filho".
  • 15:45 - 15:48
    Eu era docente, então pensei:
    "Eu posso entrar na UTI".
  • 15:48 - 15:50
    Fui ao hospital perto das três da manhã
  • 15:50 - 15:52
    e perguntei: "Posso ver meu filho?"
  • 15:52 - 15:55
    Eles responderam: "Claro que sim, Doutor".
  • 15:55 - 16:00
    E ele estava em uma incubadora,
    assim: (respiração ofegante),
  • 16:00 - 16:03
    e seu corpo inteiro tremia
    para conseguir respirar,
  • 16:03 - 16:05
    ele ainda estava azul,
  • 16:05 - 16:07
    era tão triste, e eu disse:
    "Posso tocá-lo?"
  • 16:07 - 16:09
    Eles disseram: "Você deve vestir as luvas
  • 16:09 - 16:12
    e colocar sua mão através
    do buraco da incubadora,
  • 16:12 - 16:15
    então eu enfiei a minha mão,
    e a coloquei em sua testa,
  • 16:15 - 16:18
    e disse: "Erik, quero
    que saiba que nós te amamos.
  • 16:18 - 16:20
    Sua mamãe e papai te amam,
  • 16:20 - 16:23
    e estaremos com você
    em todos os momentos".
  • 16:24 - 16:27
    Então me senti melhor,
    fui para casa e me senti em paz,
  • 16:27 - 16:29
    e o telefone tocou.
  • 16:29 - 16:31
    Era a enfermeira da UTI,
  • 16:31 - 16:35
    ela falou: "Sabe, Dr. Burns,
    algo muito estranho aconteceu.
  • 16:35 - 16:38
    Assim que você foi embora,
  • 16:38 - 16:44
    Erik se acalmou, começou a respirar,
    e o médico o liberou.
  • 16:44 - 16:48
    Ele está no colo de sua mãe
    pela primeira vez".
  • 16:49 - 16:53
    Bem, isso é tudo.
  • 16:53 - 16:58
    Erik propôs que eu contasse esta história.
    Eu nunca havia contato em público antes.
  • 16:58 - 17:01
    Eu disse: "Só a contarei
    se você vier a Reno comigo
  • 17:01 - 17:04
    para que eu possa apresentá-lo ao grupo".
  • 17:05 - 17:07
    (Aplausos)
  • 17:14 - 17:19
    Erik: Uau. Acho que se meus olhos
    estivessem secos, eu não seria seu filho.
  • 17:20 - 17:21
    Eu só queria dizer,
  • 17:21 - 17:23
    caso não tenham entendido,
  • 17:23 - 17:25
    que vocês não precisam ficar azuis.
  • 17:25 - 17:28
    Certo? Todos nós podemos ser felizes.
  • 17:28 - 17:32
    Eu só quero te dizer, pai, é uma honra
    ter me convidado ao palco.
  • 17:32 - 17:34
    Estou tão orgulhoso. Uau, tão orgulhoso.
  • 17:34 - 17:37
    Sua fala é simplesmente fenomenal,
    e o trabalho de sua vida.
  • 17:37 - 17:40
    Quero dizer que sou muito grato
  • 17:40 - 17:44
    que você teve fé suficiente em si mesmo
    para ter fé em mim, para me dar a vida.
  • 17:44 - 17:46
    Então, obrigado.
  • 17:46 - 17:48
    (Aplausos)
Title:
Antidepressão | David Burns | TEDxReno
Description:

Muitos de nós caíram em buracos negros de depressão, ansiedade e insegurança. Dr. David Burns compartilha sua compreensão de como nossos pensamentos podem criar essas situações, bem como nos ajudar a sair delas.

Além da pesquisa acadêmica, Dr. Burns escreveu uma série de livros populares sobre humor e problemas de relacionamento. Seu livro best-seller, "Antidepressão. A Revolucionária Terapia do Bem-Estar" vendeu mais de 4 milhões de cópias somente nos Estados Unidos. "Antidepressão" é o livro mais freqüentemente "prescrito" por psiquiatras e psicólogos para pacientes deprimidos nos Estados Unidos e Canadá. Dr. Burns foi nomeado professor do ano três vezes pela classe de graduandos residentes na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford. Ele se sente muito orgulhoso por este prêmio.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:57

Portuguese, Brazilian subtitles

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