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Humanizando a crise de refugiados | Brian Sokol | TEDxSanDiego

  • 0:19 - 0:22
    Em agosto de 2012,
    eu estava em uma barraca
  • 0:22 - 0:26
    perto da fronteira
    entre o Sudão e o Sudão do Sul.
  • 0:26 - 0:29
    Foi a primeira vez em que estive
    em um campo de refugiados.
  • 0:31 - 0:32
    Passava da meia-noite
  • 0:32 - 0:35
    e, à esquerda da tela do computador,
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    havia meia garrafa de vodka muito quente
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    e, na tela, estava esta fotografia.
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    Fui enviado lá para tirar esta foto.
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    Escalei um poste para conseguir
    um bom ponto de observação
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    de onde fosse possível
    ver a extensa fila de pessoas.
  • 0:58 - 1:03
    Milhares de rostos esperando
    para receber mosquiteiros,
  • 1:03 - 1:06
    suplementos de pasta
    de amendoim, lentilhas secas...
  • 1:08 - 1:10
    Olhando para aquela fotografia,
  • 1:11 - 1:12
    eu me sentia nauseado.
  • 1:12 - 1:16
    Pensei que ia vomitar na tela
    e que talvez fosse culpa da vodka.
  • 1:16 - 1:21
    Mas acho que foi esse amplo
    abismo, essa grande separação
  • 1:21 - 1:26
    entre tudo o que eu vi
    e vivenciei naquela semana
  • 1:27 - 1:29
    e essa imagem que me encarava.
  • 1:31 - 1:36
    Existe um tipo específico de fotografia
    que é a "foto de refugiados".
  • 1:37 - 1:39
    Vocês sabem o que é só de olhar
  • 1:40 - 1:43
    e, se você for um fotógrafo, saberá
    que foi bem-sucedido ao tirar uma
  • 1:43 - 1:49
    se ela for exatamente igual a todas
    as fotos de refugiados que já viram.
  • 1:51 - 1:54
    São fotos muito evidentes.
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    É possível reconhecê-las
    pela presença de poeira ou chuva.
  • 1:59 - 2:03
    Geralmente há pessoas cansadas
    carregando embrulhos,
  • 2:03 - 2:05
    às vezes há barcos com vazamentos
  • 2:05 - 2:10
    e geralmente há cercas
    ou rolos de arame farpado.
  • 2:11 - 2:14
    Essas fotografias não são
    necessariamente ruins;
  • 2:14 - 2:17
    na verdade, podem ser muito poderosas.
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    O problema é que são unilaterais.
  • 2:23 - 2:24
    Elas existem por uma razão.
  • 2:25 - 2:31
    Elas podem possuir, e possuem, o poder
    de nos chocar e chamar nossa atenção,
  • 2:31 - 2:35
    de iluminar crises que, caso contrário,
    poderiam continuar sendo ignoradas.
  • 2:35 - 2:37
    Mas o que elas não fazem
  • 2:37 - 2:41
    é desafiar nossas crenças e percepções.
  • 2:44 - 2:48
    Se eu olhasse para as fotos que tirei,
  • 2:48 - 2:50
    eu poderia lhes dizer que os refugiados
  • 2:50 - 2:55
    geralmente estão com fome e cansados.
  • 2:55 - 2:58
    Não sei se posso dizer mais que isso.
  • 2:58 - 3:03
    Não sei se eu conseguiria perceber
    que refugiados também se casam,
  • 3:04 - 3:06
    vão a festas de aniversário
  • 3:07 - 3:10
    e, sim, refugiados têm contas no Facebook.
  • 3:13 - 3:15
    Porém, a narrativa ocidental sobre eles,
  • 3:15 - 3:20
    que se tornou a narrativa
    dominante e exclusiva,
  • 3:21 - 3:25
    acaba limitando as pessoas a vítimas,
  • 3:25 - 3:31
    reduzindo as histórias a meros relatos
    unidimensionais de sofrimento e pena.
  • 3:32 - 3:37
    Somos alimentados com imagens repetitivas
    que combinam com os estereótipos,
  • 3:37 - 3:42
    mas, como a autora nigeriana
    Chimamanda Ngozi Adichie diz:
  • 3:43 - 3:47
    "O problema com estereótipos
    não é que eles sejam inverídicos,
  • 3:48 - 3:50
    é que são incompletos".
  • 3:52 - 3:58
    A ONU, várias ONGs e a mídia
    também amam estatísticas.
  • 3:58 - 4:00
    Estatísticas existem
  • 4:00 - 4:05
    para dar peso e ressaltar a seriedade
    das crises, nos ajudando a entendê-las.
  • 4:05 - 4:07
    Mas com que frequência usamos números
  • 4:07 - 4:12
    para descrever as coisas
    ou pessoas que amamos?
  • 4:13 - 4:16
    Digamos que estamos
    em um universo paralelo horrível
  • 4:16 - 4:20
    em que não fazemos ideia
    do que seja um filhote de cachorro
  • 4:21 - 4:25
    e alguém nos explica o que ele é
    por meio de números.
  • 4:25 - 4:28
    Então, é importante saber
    que o filhote tem 17 vértebras no rabo,
  • 4:28 - 4:30
    a altura de seu ombro é de cerca de 28 cm
  • 4:30 - 4:34
    e a circunferência
    de suas patas é de 34,32 mm.
  • 4:35 - 4:38
    Agora sabemos o que é um filhote?
  • 4:39 - 4:43
    Comparem isso a brincar
    com um cachorro por 30 segundos
  • 4:43 - 4:46
    ou a ler o relato de uma garotinha
  • 4:46 - 4:50
    que levou seu filhote ao parque
    ou à neve pela primeira vez.
  • 4:52 - 4:53
    O que quero dizer é:
  • 4:54 - 4:58
    nós aprendemos mais
    com histórias e experiências
  • 4:58 - 5:01
    do que com dados ou estatísticas.
  • 5:02 - 5:05
    E sim, caso estejam se perguntando,
    esse é meu novo filhote.
  • 5:05 - 5:06
    (Risos)
  • 5:06 - 5:08
    O nome dela é Repolho. Ela é ótima.
  • 5:10 - 5:12
    Outra coisa que deveríamos
    saber sobre a estatística
  • 5:12 - 5:16
    é que, embora seja destinada
    a quantificar a humanidade,
  • 5:17 - 5:19
    geralmente desumaniza
  • 5:19 - 5:22
    as pessoas a quem se refere.
  • 5:23 - 5:27
    Ela já nos disse que, em 2017,
    2,1 milhões de pessoas fugiram
  • 5:27 - 5:31
    pela fronteira do Sudão do Sul pra Uganda.
  • 5:31 - 5:33
    São 2,1 milhões.
  • 5:33 - 5:37
    Talvez seu cérebro seja maior que o meu
    e vocês realmente consigam visualizar isso
  • 5:37 - 5:39
    mas, para mim, é inconcebível.
  • 5:39 - 5:43
    A não ser que eu consiga ligá-lo a um ser
    humano de verdade, de carne e osso,
  • 5:43 - 5:45
    isso não significa nada.
  • 5:46 - 5:50
    Isso porque existe uma grande diferença
    entre conhecimento e informação.
  • 5:53 - 5:54
    E acho que o que precisamos
  • 5:54 - 5:57
    para entender algo dessa escala,
  • 5:57 - 5:59
    como a crise de refugiados,
  • 5:59 - 6:01
    não é de estatística;
    eles não são números.
  • 6:02 - 6:05
    Precisamos de histórias,
    histórias de indivíduos.
  • 6:07 - 6:08
    Então voltemos àquela barraca.
  • 6:08 - 6:10
    Eram duas da manhã,
  • 6:10 - 6:12
    só sobrou um terço da garrafa de vodka.
  • 6:12 - 6:15
    Estou sentado colocando
    legendas nas fotos dramáticas
  • 6:15 - 6:17
    que acabei de tirar.
  • 6:17 - 6:22
    Escrevo que 234 mil pessoas
    cruzaram a fronteira.
  • 6:22 - 6:25
    E, embora o número seja
    completamente verdadeiro,
  • 6:25 - 6:30
    há algo que me parece desonesto
    no que estou fazendo.
  • 6:32 - 6:35
    Acho que, quando eu estava lá,
  • 6:35 - 6:40
    a escala do número de refugiados
    não era tão impressionante assim.
  • 6:40 - 6:41
    Não se tratava de quantos eram
  • 6:41 - 6:43
    ou do quanto sofriam,
  • 6:44 - 6:48
    mas sim que, enquanto
    eu passava o dia fotografando,
  • 6:48 - 6:51
    era seguido por risadas e sorrisos,
  • 6:51 - 6:55
    nesse lugar onde eu não podia
    imaginar que isso aconteceria,
  • 6:56 - 7:01
    que haveria crianças brincando
    por onde quer que eu passasse,
  • 7:01 - 7:03
    como em qualquer outro lugar.
  • 7:03 - 7:07
    As crianças achavam pedaços
    de sandálias e pegavam varas
  • 7:07 - 7:08
    para construir carros
  • 7:08 - 7:10
    que elas dirigiam pelos campos,
  • 7:10 - 7:15
    ou juntavam pedaços descartados de telas
    para fazer bolas de futebol e jogar.
  • 7:17 - 7:21
    E a emoção que senti
    ao interagir com essas pessoas
  • 7:21 - 7:22
    não era pena.
  • 7:23 - 7:25
    Não era sequer compaixão.
  • 7:25 - 7:27
    Era respeito.
  • 7:28 - 7:29
    Fiquei impressionado
  • 7:29 - 7:33
    por descobrir que aquilo não era
    um show de horrores unidimensional
  • 7:33 - 7:36
    e que aquelas pessoas
    não eram meras vítimas,
  • 7:37 - 7:41
    mas sim indivíduos dignos.
  • 7:42 - 7:47
    Só haviam me contado uma história
    sobre os campos de refugiados antes
  • 7:47 - 7:49
    e era uma história de terror.
  • 7:50 - 7:53
    E não era verdade, não totalmente.
  • 7:55 - 8:01
    O incrível é que, naquele lugar
    onde as pessoas perderam tanto;
  • 8:01 - 8:04
    pessoas que perderam seus filhos,
    a casa delas, seus rebanhos,
  • 8:04 - 8:07
    suas terras e que agora viviam
    em barracas em outro país,
  • 8:07 - 8:09
    cercados por estranhos;
  • 8:10 - 8:13
    essas pessoas não apenas
    mantinham sua dignidade,
  • 8:13 - 8:15
    o coração humano é tão grande
  • 8:15 - 8:18
    que elas mantinham a habilidade de amar.
  • 8:21 - 8:25
    A essa altura, eu estava
    muito envergonhado.
  • 8:25 - 8:28
    Tinha vergonha das fotografias que tirava,
  • 8:28 - 8:31
    que reduziam essas pessoas a estereótipos,
  • 8:31 - 8:34
    e as transformavam exatamente nas coisas
  • 8:34 - 8:37
    que só haviam gerado medo e pena em mim.
  • 8:39 - 8:42
    Então, o que eu fiz?
  • 8:42 - 8:43
    Eu mudei.
  • 8:47 - 8:54
    Decidi que, em vez de contar a história
    de 234 mil refugiados sem nome ou rosto,
  • 8:54 - 8:58
    eu simplesmente contaria
    a história de uma pessoa.
  • 8:59 - 9:02
    E a contaria de forma
    que as pessoas em todo o mundo,
  • 9:02 - 9:04
    independentemente de qual cultura fossem
  • 9:05 - 9:07
    ou de qual a cor da sua pele,
  • 9:07 - 9:10
    pudessem sentir empatia por aquela pessoa
  • 9:10 - 9:13
    e, com sorte, pudessem se colocar
    no lugar de um refugiado
  • 9:13 - 9:15
    por apenas um instante.
  • 9:16 - 9:17
    E a ideia era muito simples:
  • 9:17 - 9:21
    pedi aos refugiados
    para me contarem sua história,
  • 9:21 - 9:25
    dizendo qual era o objeto mais importante
  • 9:25 - 9:29
    que eles trouxeram quando
    abandonaram a casa e o país deles.
  • 9:30 - 9:33
    O projeto que surgiu disso
    se chama "A coisa mais importante"
  • 9:33 - 9:37
    e eu gostaria de mostrar alguma
    das histórias das pessoas que conheci.
  • 9:42 - 9:43
    Essa é Dowla.
  • 9:43 - 9:46
    Eu a conheci no Sudão do Sul.
  • 9:46 - 9:51
    Ela havia fugido do vilarejo
    de Gabanit várias semanas antes,
  • 9:51 - 9:53
    após sua casa ter sido bombardeada.
  • 9:54 - 9:56
    Dowla é mãe de seis filhos
  • 9:56 - 9:58
    e a coisa mais importante que ela levou
  • 9:58 - 10:01
    foi a vara apoiada nos seus ombros
  • 10:02 - 10:03
    com as duas cestas.
  • 10:03 - 10:07
    Às vezes, ela precisou carregar
    duas crianças em cada cesta,
  • 10:07 - 10:10
    com outra pendurada nas suas costas
  • 10:10 - 10:12
    e mais uma andando ao seu lado
  • 10:12 - 10:15
    quando fez a jornada de dez dias
    por trilhas de montanha.
  • 10:28 - 10:29
    Esta é Leila.
  • 10:30 - 10:34
    Eu a conheci no norte do Iraque,
    quando o inverno estava começando.
  • 10:34 - 10:37
    Ela, com a sua família e três outras,
  • 10:37 - 10:40
    vivia em uma estrutura
    de concreto sem teto.
  • 10:41 - 10:43
    E Leila me disse
  • 10:43 - 10:46
    que a coisa mais assustadora
    na Síria era a voz dos tanques:
  • 10:47 - 10:49
    "Era ainda mais assustador
    do que o som dos aviões
  • 10:49 - 10:52
    porque parecia que os tanques
    vinham especificamente por mim".
  • 10:54 - 10:56
    A coisa mais importante que ela levou
  • 10:57 - 10:59
    foi a calça jeans mostrada na foto.
  • 10:59 - 11:01
    Ela disse: "Fui às compras com meus pais
  • 11:01 - 11:04
    e procurei por horas sem achar
    nada de que gostasse,
  • 11:04 - 11:07
    mas, quando vi essa calça, soube
    instantaneamente que era perfeita
  • 11:07 - 11:10
    porque tem flores e eu adoro flores".
  • 11:12 - 11:15
    Ela só usou a calça três vezes
    na vida, todas na Síria:
  • 11:15 - 11:19
    em dois casamentos
    e quando seu avô os visitou.
  • 11:20 - 11:23
    Ela me disse que só queria voltar a usá-la
  • 11:23 - 11:24
    para ir a outro casamento,
  • 11:24 - 11:27
    que ela esperava
    que também fosse na Síria.
  • 11:45 - 11:46
    Este é Sebastian.
  • 11:47 - 11:52
    Ele tinha sete anos quando sua família
    fugiu da Guerra de Independência da Angola
  • 11:52 - 11:55
    e foi para a República
    Democrática do Congo.
  • 11:55 - 11:57
    Isso foi há mais de 60 anos.
  • 11:58 - 12:01
    Sebastian me disse:
    "Eu lembro que estava frio
  • 12:01 - 12:04
    e que meu pai me deu
    seu paletó para me esquentar.
  • 12:05 - 12:07
    Eu o usava quando cruzamos a fronteira
  • 12:07 - 12:10
    e toda vez que olho para ele,
    até mesmo agora, contando essa história,
  • 12:11 - 12:13
    me lembro de meu pai e de Angola.
  • 12:14 - 12:17
    O dia em que voltarmos
    para Angola, levarei o paletó
  • 12:18 - 12:19
    e me lembrarei do meu pai.
  • 12:20 - 12:24
    Eu vestirei o paletó
    porque agora também sou pai".
  • 12:24 - 12:27
    Duas semanas depois,
    Sebastian voltou para Angola.
  • 12:28 - 12:31
    Mas nem todos têm essa sorte.
  • 12:31 - 12:35
    Hoje, há mais de 65 milhões de pessoas
  • 12:36 - 12:38
    forçadas pela guerra
    a abandonar seus lares.
  • 12:39 - 12:40
    São 65 milhões de pessoas.
  • 12:40 - 12:43
    Mais do que durante
    a Segunda Guerra Mundial.
  • 12:43 - 12:47
    É o maior número
    já registrado na História.
  • 12:48 - 12:54
    Em outras palavras, é quase
    uma em cada cem pessoas na Terra.
  • 12:56 - 12:58
    Eu queria compartilhar mais uma história,
  • 12:58 - 13:02
    mais uma história
    de 65 milhões de pessoas.
  • 13:02 - 13:04
    É a história do meu amigo Fayiz.
  • 13:05 - 13:11
    Fayiz é uma pessoa
    como qualquer outra aqui nesta sala
  • 13:11 - 13:14
    e acho que, em vez
    de eu lhes contar sobre Fayiz,
  • 13:14 - 13:17
    ele deveria fazer isso
    em suas palavras e com sua própria voz.
  • 13:20 - 13:24
    (Vídeo) Fayiz: A situação na Síria
    era muito complicada.
  • 13:24 - 13:26
    Eles mataram crianças.
  • 13:27 - 13:32
    Imagine que você está chegando
    em casa e encontra seus filhos...
  • 13:34 - 13:36
    Eu não conseguia dormir.
  • 13:38 - 13:39
    Deixei tudo para trás.
  • 13:41 - 13:45
    Meu nome é Fayiz. Sou de um pequeno
    vilarejo na Síria.
  • 13:45 - 13:47
    Sou professor de inglês.
  • 13:48 - 13:51
    [CAMPO DE REFUGIADOS
    DE KAWERGOSK, NORTE DO IRAQUE]
  • 13:53 - 13:55
    Eu não escolhi ser um refugiado.
  • 13:59 - 14:03
    Neste campo, eu sinto
    que meus filhos estão seguros
  • 14:03 - 14:08
    porque sei que ninguém
    irá chegar e matá-los.
  • 14:09 - 14:12
    Antes do conflito começar na Síria,
  • 14:13 - 14:16
    nós víamos os refugiados no mundo inteiro,
  • 14:17 - 14:18
    especialmente na África,
  • 14:19 - 14:22
    mas eu nunca imaginei que seria um deles.
  • 14:24 - 14:26
    Um refugiado é uma pessoa.
  • 14:28 - 14:29
    Ele não é daqui.
  • 14:30 - 14:32
    Sua tradição é diferente da nossa.
  • 14:33 - 14:36
    Mas um refugiado também é um ser humano.
  • 14:37 - 14:40
    Ele tem amigos, tem sentimentos,
  • 14:40 - 14:44
    tem tudo que Deus dá a um ser humano.
  • 14:45 - 14:48
    Refugiado é só um nome político.
  • 14:50 - 14:55
    Sonhamos todos os dias com a nossa casa,
    com os amigos que deixamos.
  • 14:57 - 15:01
    O futuro foi totalmente destruído
    para mim e minha esposa.
  • 15:01 - 15:03
    Mas meus filhos...
  • 15:03 - 15:09
    Talvez, em cinco anos, possamos
    construir um futuro para eles.
  • 15:11 - 15:14
    E eles têm tempo para esquecer,
    para se prepararem,
  • 15:15 - 15:18
    para reconstruírem e consertarem.
  • 15:19 - 15:20
    Então os sonhos deles,
  • 15:21 - 15:23
    é melhor cuidar dos sonhos deles.
  • 15:26 - 15:30
    Brian Sokol: As histórias que ouviram
    neste evento foram todas sobre guerras,
  • 15:31 - 15:34
    mas guerra não é a única coisa
    que tira alguém de sua casa.
  • 15:36 - 15:41
    Muitos refugiados em todo o mundo
    fugiram por causa de quem amam,
  • 15:41 - 15:44
    deixaram sua casa e seu país
  • 15:44 - 15:48
    por causa da cor da sua pele
    ou do grupo étnico no qual nasceram.
  • 15:48 - 15:50
    Então, nessa época
  • 15:50 - 15:55
    em que o medo e a xenofobia podem
    rapidamente virar programas de governo,
  • 15:56 - 15:58
    é mais importante do que nunca lembrar
  • 15:58 - 16:02
    que não são só tanques e bombas
    que podem nos expulsar de casa.
  • 16:04 - 16:08
    Então, na próxima vez em que virem
    uma fotografia comovente
  • 16:08 - 16:12
    de um grande número de pessoas
    tristes, carregando embrulhos,
  • 16:12 - 16:14
    ou que ouvirem uma história,
  • 16:14 - 16:17
    talvez simples e cheia
    de números chocantes,
  • 16:17 - 16:20
    sobre um grupo sobre o qual talvez
    vocês não entendam muito,
  • 16:21 - 16:22
    exijam mais.
  • 16:23 - 16:26
    Pensem em Leila e em Fayiz.
  • 16:27 - 16:30
    E, lembrem-se, não são números;
  • 16:31 - 16:32
    são pessoas.
  • 16:34 - 16:36
    Gostaria de deixá-los com uma pergunta:
  • 16:38 - 16:42
    se tivessem 30 segundos para fugir,
  • 16:43 - 16:44
    carregando o que pudessem,
  • 16:44 - 16:46
    pulando a janela nos fundos de casa
  • 16:46 - 16:49
    e saindo à noite para talvez
    nunca mais retornar,
  • 16:49 - 16:51
    o que levariam com vocês?
  • 16:51 - 16:54
    Qual é a coisa mais importante para vocês?
  • 16:58 - 17:00
    Obrigado.
  • 17:00 - 17:02
    (Aplausos)
Title:
Humanizando a crise de refugiados | Brian Sokol | TEDxSanDiego
Description:

Atualmente, há mais de 65 milhões de pessoas no mundo expulsas de casa por conflitos e perseguições, mais do que em qualquer outro momento na história humana. Como fotógrafo que passou um tempo em campos de refugiados e conheceu as pessoas que foram forçadas a deixar suas casas, Brian Sokol passou por uma transformação pessoal ao compreender as histórias, sonhos e a humanidade dessas pessoas. É hora de desafiarmos nossas crenças e preconceitos sobre a crise de refugiados.

Brian Sokol é artista, fotógrafo e autor dedicado a documentar temas de direitos humanos e crises humanitárias em todo o mundo. Desde 2012, seu foco está em contar as histórias de refugiados, deslocados internos e apátridas na África, Ásia e América Latina e no Oriente Médio. Seu objetivo é gerar empatia e ação no público para além da linguagem, raça, religião ou cultura.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:14

Portuguese, Brazilian subtitles

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