< Return to Video

Uma educação olímpica | Kevin McMahon | TEDxBellarmineCollegePreparatory

  • 0:09 - 0:12
    Quando eu tinha 15 anos,
  • 0:12 - 0:15
    senti pela primeira vez
    um chamado profundo da vida.
  • 0:16 - 0:18
    Graças ao grupo de atletas olímpicos
  • 0:18 - 0:22
    que treinavam as crianças
    gratuitamente aqui em São José,
  • 0:22 - 0:24
    eu me apaixonei
  • 0:24 - 0:28
    por um dos esportes
    mais desconhecidos do mundo:
  • 0:28 - 0:29
    o lançamento de martelo.
  • 0:29 - 0:33
    Acredito que você conheça
    o lançamento de peso, de disco,
  • 0:33 - 0:35
    e até mesmo de dardos.
  • 0:35 - 0:37
    Então este é o momento
    que você tem esperado:
  • 0:37 - 0:40
    o lançamento de martelo 101.
  • 0:40 - 0:42
    Imagine-se pegando uma bola
    de boliche de uns 7,5kg
  • 0:42 - 0:45
    e prendendo-a em um cabo de vassoura.
  • 0:45 - 0:49
    Aí você começa a rodá-la tão rápido
    que a bola chega a uns 100 km/h,
  • 0:49 - 0:52
    formando uma força centrífuga
  • 0:52 - 0:54
    de até 227 quilos.
  • 0:54 - 0:57
    Depois você a solta no momento exato
  • 0:57 - 1:00
    para que ela consiga voar
    mais alto que um prédio de oito andares
  • 1:00 - 1:03
    e pela extensão aproximada
    de um campo de futebol.
  • 1:03 - 1:05
    Isso dá uma noção
  • 1:05 - 1:08
    da dificuldade e encantamento
    do lançamento de martelo.
  • 1:08 - 1:11
    Mas, apesar de ter
    os melhores professores do mundo,
  • 1:11 - 1:14
    meu primeiro dia não foi bom.
  • 1:15 - 1:17
    Na verdade, eu caí.
  • 1:17 - 1:19
    Não poderia ter sido pior.
  • 1:19 - 1:23
    Mas me levantei,
  • 1:23 - 1:24
    tentei milhares de vezes,
  • 1:24 - 1:26
    e assim fui melhorando.
  • 1:26 - 1:28
    Eu comecei do zero,
  • 1:28 - 1:30
    e quando eu estava no último ano,
  • 1:30 - 1:34
    consegui o arremesso de maior distância
    no país como aluno do ensino médio;
  • 1:34 - 1:36
    e ganhei uma bolsa de estudos
    em Georgetown.
  • 1:36 - 1:37
    Vamos, Hoyas!
  • 1:37 - 1:40
    Em 1996 montei meu primeiro time olímpico;
  • 1:40 - 1:42
    e por fim arremessei 80 metros,
  • 1:42 - 1:46
    o lançamento mais longo
    da história norte-americana.
  • 1:46 - 1:48
    (Aplausos)
  • 1:53 - 1:54
    Obrigado.
  • 1:54 - 1:56
    Mas, para ser honesto,
  • 1:56 - 2:00
    o benefício real desta atividade...
  • 2:01 - 2:03
    foi que isso pagou meus estudos,
  • 2:03 - 2:05
    me permitiu conhecer o mundo
  • 2:05 - 2:08
    e construir relacionamentos
    de uma vida inteira
  • 2:08 - 2:11
    com pessoas maravilhosas.
  • 2:11 - 2:14
    Mas, como educador pelos últimos 20 anos,
  • 2:14 - 2:15
    eu sempre penso
  • 2:15 - 2:18
    o que teria acontecido
    com meu sonho olímpico,
  • 2:18 - 2:21
    se eu tivesse sido classificado
  • 2:21 - 2:24
    do mesmo modo que classificamos
    as crianças hoje na sala de aula.
  • 2:24 - 2:27
    Breve história do sistema de notas
    dos Estados Unidos.
  • 2:27 - 2:30
    O sistema de notas
    na verdade começou em 1897
  • 2:30 - 2:32
    em Mount Holyoke College,
  • 2:32 - 2:37
    onde decidiram dar notas
    de A até E para os alunos.
  • 2:37 - 2:42
    Um ano depois, perceberam que E
    estava sendo confundido com "Excelente".
  • 2:42 - 2:43
    (Risos)
  • 2:43 - 2:46
    E é por isso que hoje temos o F
    que todos nós conhecemos e tememos.
  • 2:46 - 2:48
    (Risos)
  • 2:48 - 2:54
    Estamos falando de uma forma
    de avaliação de 120 anos.
  • 2:54 - 2:55
    Vejam, avaliação é algo ótimo.
  • 2:55 - 3:00
    Eu provavelmente passei mais tempo
    assistindo vídeos de arremesso de martelo
  • 3:00 - 3:02
    do que praticando, na verdade.
  • 3:02 - 3:05
    Mas esse sistema de notas
    apresenta uma série de problemas.
  • 3:05 - 3:06
    Número um:
  • 3:06 - 3:09
    essas notas são,
    inexplicavelmente, permanentes.
  • 3:09 - 3:11
    Voltando um pouco
    para minha história olímpica.
  • 3:11 - 3:13
    No primeiro dia, eu teria tirado um F.
  • 3:14 - 3:16
    Até o final do semestre,
    provavelmente um D.
  • 3:16 - 3:20
    Agora, como veterano,
    eu estava liderando o país;
  • 3:20 - 3:22
    teria tirado um A.
  • 3:22 - 3:26
    Mas tudo isso é usado
    no cálculo de uma média.
  • 3:26 - 3:30
    Provavelmente eu ficaria com média 2,5
    no lançamento de martelo.
  • 3:30 - 3:34
    E com essa média, a universidade diria
    que não estou pronto para o próximo nível,
  • 3:34 - 3:38
    e meu sonho olímpico
    estaria acabado antes de começar.
  • 3:38 - 3:42
    Vocês devem estar pensando: "Bem, isso
    é esporte, é diferente da vida acadêmica".
  • 3:42 - 3:46
    Bem, vamos analisar um típico
    calouro do ensino médio.
  • 3:46 - 3:48
    Vamos chamá-lo de Doug.
  • 3:48 - 3:49
    Então Doug,
  • 3:49 - 3:54
    por qualquer explicação lógica,
  • 3:54 - 3:57
    leva pau na primeira prova
    de biologia do primeiro ano.
  • 3:57 - 3:59
    Talvez ele esteja gripado.
  • 3:59 - 4:02
    Ou esteja com algum problema em casa.
  • 4:02 - 4:04
    Então ele começa tirando um F.
  • 4:04 - 4:06
    Mas vai melhorando com o tempo.
  • 4:06 - 4:11
    Até o fim do semestre,
    Doug é o melhor aluno de biologia da sala.
  • 4:11 - 4:14
    Mas tudo isso vai formar uma média,
  • 4:14 - 4:16
    então Doug tira um C+,
  • 4:16 - 4:19
    e esse C+ é pra sempre.
  • 4:19 - 4:23
    Então Doug, como veterano,
    poderia continuar pesquisando
  • 4:23 - 4:27
    e ser merecedor
    de um Prêmio Nobel em biologia,
  • 4:27 - 4:28
    mas não atingiria a média máxima.
  • 4:28 - 4:31
    Analisem a situação de Doug.
  • 4:31 - 4:33
    Quantos de nós,
    se fôssemos para uma corrida
  • 4:33 - 4:35
    e caíssemos logo no início,
  • 4:35 - 4:39
    vendo que não tínhamos a menor chance
    de ganhar ou de ter uma boa colocação,
  • 4:39 - 4:42
    teríamos voltado e desistido?
  • 4:42 - 4:44
    Isso é muito difícil.
  • 4:44 - 4:46
    Ou pense se fosse o contrário.
  • 4:46 - 4:50
    Eu conheço centenas de professores,
    acredito que nenhum deles
  • 4:50 - 4:54
    gostaria de ser avaliado
    no seu primeiro ano de ensino.
  • 4:54 - 4:57
    Isso o marcaria por toda a carreira.
  • 4:57 - 4:58
    Eu particularmente não gostaria.
  • 4:58 - 5:01
    Nós estamos esquecendo da segunda chance.
  • 5:01 - 5:03
    Tudo o que fazemos na vida,
  • 5:03 - 5:05
    como nossas aptidões básicas, por exemplo;
  • 5:05 - 5:07
    no começo somos péssimos.
  • 5:07 - 5:10
    Seja andar, falar ou andar de bicicleta,
  • 5:10 - 5:13
    vamos nos aprimorando com a repetição.
  • 5:13 - 5:14
    Ou considere o design.
  • 5:14 - 5:16
    Afinal, esse é um evento TED.
  • 5:16 - 5:19
    O logotipo que todos conhecem
  • 5:19 - 5:22
    por causa da flecha bacana
    que tem no espaço em branco,
  • 5:22 - 5:24
    o logotipo da FedEx,
  • 5:24 - 5:28
    foi modificado umas 200 vezes
    até chegar a esta versão.
  • 5:28 - 5:32
    Não quer dizer que falhou 199 vezes
    para depois obter o sucesso.
  • 5:32 - 5:34
    Foi uma evolução.
  • 5:34 - 5:37
    Considere os paradigmas
    de sucesso que admiramos:
  • 5:37 - 5:38
    Thomas Edison,
  • 5:38 - 5:42
    conhecido por descobrir mil maneiras
    de não inventar a lâmpada incandescente
  • 5:42 - 5:44
    antes da luz chegar;
  • 5:44 - 5:46
    ou Walt Disney,
  • 5:46 - 5:48
    cuja primeira empresa
    de animação foi à falência;
  • 5:48 - 5:50
    ou Maya Angelou,
  • 5:50 - 5:54
    que sobreviveu a uma das infâncias
    mais duras que você possa imaginar
  • 5:54 - 5:58
    e chegou a se tornar uma das vozes
    mais influentes do século 20.
  • 5:59 - 6:01
    O que essas pessoas têm em comum?
  • 6:02 - 6:04
    Não é educação.
  • 6:04 - 6:06
    Não é dinheiro.
  • 6:06 - 6:08
    Não é nenhum privilégio, nem talento.
  • 6:08 - 6:10
    É resiliência.
  • 6:10 - 6:14
    E quando não temos essa segunda chance
    não construímos essa característica
  • 6:14 - 6:19
    que é mais comum nas pessoas
    que alcançaram grandes êxitos.
  • 6:20 - 6:22
    As pontuações estressam.
  • 6:22 - 6:25
    Se falamos do estresse
    dos alunos deveríamos ouvi-los,
  • 6:25 - 6:27
    pois o que eles têm a nos dizer
    é absolutamente chocante.
  • 6:27 - 6:29
    Em 2015,
  • 6:29 - 6:31
    uma pesquisa da California Healthy Kids
  • 6:31 - 6:36
    revelou que de cada três estudantes
    um sofria de tristeza crônica...
  • 6:37 - 6:38
    depressão.
  • 6:39 - 6:41
    E um ano antes,
  • 6:41 - 6:45
    a associação norte-americana de psicologia
    perguntou aos alunos:
  • 6:45 - 6:47
    "Qual é a principal causa
    de estresse na sua vida?"
  • 6:47 - 6:51
    E eles apontaram a escola como número um.
  • 6:51 - 6:55
    E de cada quatro alunos, um afirmou
    que a escola lhe causava extremo estresse.
  • 6:55 - 6:59
    E não é só a permanência das notas
    que causa o estresse.
  • 6:59 - 7:01
    Existe algo intrínseco às notas em si.
  • 7:02 - 7:05
    Imagine o pior videogame do mundo.
  • 7:05 - 7:07
    Vamos chamá-lo de Level Down.
  • 7:07 - 7:10
    No Level Down você inicia o jogo
    com tudo desbloqueado.
  • 7:10 - 7:14
    Você tem todos os superpoderes,
    todos os equipamentos.
  • 7:14 - 7:17
    Mas você só piora, com o passar do tempo.
  • 7:17 - 7:20
    Duas coisas aconteceriam
    se você jogasse Level Down:
  • 7:20 - 7:22
    você perderia o interesse rápido,
  • 7:22 - 7:25
    e focaria somente as coisas
    que poderiam dar errado.
  • 7:25 - 7:27
    Porque não tem nada pelo que se esforçar.
  • 7:27 - 7:31
    E essa é uma situação parecida
    com a dos alunos do ensino médio.
  • 7:31 - 7:37
    Mesmo que nosso amigo Doug
    tirasse A em biologia na primeira prova,
  • 7:37 - 7:40
    ou ele mantém essa nota ou ele cai.
  • 7:40 - 7:43
    Então, basicamente,
    ele fica numa corda bamba,
  • 7:43 - 7:47
    e se no fim do semestre ele tirar outro A,
  • 7:47 - 7:50
    a emoção principal vai ser de alívio.
  • 7:52 - 7:55
    A emoção de aprender e melhorar
    não deveria ser de alívio
  • 7:55 - 7:56
    e sim de alegria.
  • 7:56 - 8:00
    Você pode dizer: "Tudo bem,
    o ensino não é um jogo, é coisa séria".
  • 8:00 - 8:01
    E eu discordo totalmente.
  • 8:01 - 8:03
    É um jogo.
  • 8:03 - 8:08
    Um jogo bem estressante
    e muitas vezes entediante.
  • 8:08 - 8:10
    E os estudantes conhecem
    as regras deste jogo.
  • 8:10 - 8:11
    Regra número um:
  • 8:11 - 8:14
    descobrir o que o professor
    realmente quer que eu saiba.
  • 8:14 - 8:16
    Regra número dois:
  • 8:16 - 8:20
    queimar as pestanas na noite anterior,
    ou durante o almoço ou no intervalo.
  • 8:20 - 8:22
    Regra número três:
  • 8:22 - 8:24
    dar a resposta que o professor quer.
  • 8:24 - 8:26
    E repetir tudo de novo.
  • 8:26 - 8:28
    Esse não é um jogo divertido.
  • 8:28 - 8:30
    É bem estressante.
  • 8:30 - 8:32
    E precisamos mudar as regras.
  • 8:32 - 8:34
    As notas são desmotivadoras.
  • 8:34 - 8:36
    O que quero dizer com isso
  • 8:36 - 8:40
    é que elas literalmente estimulam traços
    que não queremos desenvolver.
  • 8:40 - 8:43
    Tudo certo. Temos três caminhos aqui.
  • 8:43 - 8:45
    O da esquerda leva três horas.
  • 8:45 - 8:47
    O do meio leva uma hora.
  • 8:47 - 8:49
    E o da direita leva cinco horas.
  • 8:49 - 8:52
    Se tiver US$ 100 no fim do caminho,
  • 8:52 - 8:55
    qual caminho você vai tomar?
  • 8:55 - 8:58
    Estudantes não são bobos.
  • 8:58 - 8:59
    Eles farão a mesma coisa.
  • 8:59 - 9:02
    Ou seja, as aulas mais fáceis,
  • 9:02 - 9:06
    os professores mais fáceis,
    e os projetos menos complexos,
  • 9:06 - 9:08
    porque o pagamento é o mesmo.
  • 9:08 - 9:10
    E, como resultado,
  • 9:10 - 9:14
    o que estamos incentivando na verdade?
  • 9:14 - 9:16
    Um ética de mínimo esforço.
  • 9:17 - 9:18
    Conformismo no saber:
  • 9:18 - 9:21
    não pergunte nada ao professor;
    isso vai afetar suas notas.
  • 9:21 - 9:24
    E, para mim o mais triste de todos,
    a falta de criatividade.
  • 9:24 - 9:28
    Por que você surgiria com uma solução
    diferente do trabalho nota A
  • 9:28 - 9:30
    que o professor deu como exemplo?
  • 9:31 - 9:33
    Eu ressalto
  • 9:33 - 9:35
    que essas são as características
  • 9:35 - 9:39
    que buscamos nos inovadores da sociedade:
  • 9:39 - 9:42
    pessoas incrivelmente dedicadas,
  • 9:42 - 9:44
    pessoas que pensam diferente,
  • 9:44 - 9:46
    que são criativas.
  • 9:46 - 9:52
    Alguns podem dizer: "Bem,
    as crianças de hoje são preguiçosas".
  • 9:52 - 9:53
    Mas elas não são.
  • 9:53 - 9:55
    Nosso amigo Doug trabalha duro
  • 9:55 - 9:57
    depois das aulas,
  • 9:57 - 10:00
    fazendo esporte,
    passando de nível no videogame,
  • 10:00 - 10:02
    descobrindo um truque no skate
  • 10:02 - 10:05
    ou aprendendo uma música nova na guitarra.
  • 10:05 - 10:07
    Eles gastariam horas nisso,
  • 10:07 - 10:08
    em aprender.
  • 10:08 - 10:11
    De que estamos privando-os na escola,
  • 10:11 - 10:13
    que eles recebem quando saem dela?
  • 10:14 - 10:19
    Daniel Pink escreveu um livro
    revolucionário, chamado "Drive",
  • 10:19 - 10:21
    em que ele descreve
    que o que realmente nos motiva
  • 10:21 - 10:24
    é autonomia, domínio e objetivo.
  • 10:24 - 10:28
    Na essência, queremos liberdade
    para escolher o que estamos fazendo.
  • 10:28 - 10:31
    Queremos descobrir coisas difíceis.
  • 10:32 - 10:34
    E queremos saber que isso importa,
  • 10:34 - 10:37
    tanto para nosso futuro,
    como para o mundo.
  • 10:37 - 10:39
    Resumindo, os alunos querem liberdade
  • 10:39 - 10:43
    para desenvolver
    competências que valem a pena.
  • 10:43 - 10:45
    Quatro:
  • 10:45 - 10:48
    notas distraem do verdadeiro
    objetivo de aprender.
  • 10:48 - 10:51
    Tudo bem. Esta é Ernie Sheldon.
  • 10:51 - 10:56
    Ernie queria quebrar o recorde
    de 2,13m de salto em altura.
  • 10:56 - 11:00
    Isso era uma grande coisa nos anos 50.
    Ninguém tinha conseguido.
  • 11:00 - 11:02
    Foi como uma milha em quatro minutos.
  • 11:02 - 11:03
    Ernie estava tão empolgado
  • 11:03 - 11:08
    que colocou no seu quarto
    uma marca nos 2,13m de altura.
  • 11:08 - 11:09
    Ficou obcecado por esse número.
  • 11:10 - 11:15
    Ernie saltou 1,86m dezenas de vezes
  • 11:15 - 11:16
    mas nunca 2,13.
  • 11:16 - 11:19
    Ele estava muito focado
    no resultado final,
  • 11:19 - 11:23
    e não no processo de saltar melhor,
  • 11:23 - 11:26
    que daria para ele o resultado final.
  • 11:26 - 11:29
    Se substituirmos essa marca pela nota,
  • 11:29 - 11:31
    você vê o problema.
  • 11:31 - 11:33
    Há pesquisas que comprovam isso.
  • 11:33 - 11:36
    Ruth Butler pegou três grupos de crianças
  • 11:36 - 11:39
    e disse que iriam fazer
    duas tarefas de escola.
  • 11:39 - 11:42
    Grupo número um, iremos avaliar com notas.
  • 11:42 - 11:45
    Grupo número dois,
    só vamos fazer comentários.
  • 11:45 - 11:47
    Grupo número três,
    vamos fazer as duas coisas.
  • 11:47 - 11:50
    Adivinhe qual grupo
    ultrapassou todos os outros
  • 11:50 - 11:55
    tanto no desempenho escolar
    como no interesse pelos projetos.
  • 11:57 - 11:58
    O grupo número dois.
  • 11:58 - 12:02
    Em outras palavras, só saber
    que estavam recebendo notas
  • 12:02 - 12:05
    fez com que tivessem um mau desempenho.
  • 12:05 - 12:09
    Sabendo de tudo isso,
    por que ainda estamos fazendo isso?
  • 12:09 - 12:10
    Para que servem estas notas?
  • 12:10 - 12:13
    A única resposta
    que me vem é: universidades.
  • 12:13 - 12:14
    Elas precisam diferenciar os alunos.
  • 12:14 - 12:16
    Entendo isso.
  • 12:16 - 12:20
    Mas considere que dois professores,
    no mesmo departamento e na mesma escola,
  • 12:20 - 12:23
    podem discordar na avaliação dos alunos.
  • 12:23 - 12:26
    Ou o fato de que as escolas
    usam diferentes escalas de notas.
  • 12:26 - 12:31
    O mesmo aluno tira 4,4
    em uma escola e 3,8 em outra.
  • 12:31 - 12:33
    O mesmo aluno.
  • 12:34 - 12:37
    Ou o fato de as letras
    não significarem mais nada.
  • 12:37 - 12:42
    Houve um tempo em que um C significava
    literalmente a média matemática.
  • 12:42 - 12:47
    Desconheço hoje em dia algum lugar
    em que ainda seja assim.
  • 12:47 - 12:49
    Então, o que faremos?
  • 12:49 - 12:51
    Vou dar alguns exemplos do tipo "E se..."
  • 12:51 - 12:55
    E se as universidades aderissem
    ao perdão aos calouros?
  • 12:55 - 13:00
    Nossas escolas estaduais, o sistema da UC
    e algumas escolas privadas fazem isso.
  • 13:00 - 13:02
    Mas isso deveria ser padrão.
  • 13:02 - 13:05
    E se as universidades
    focassem mais os portfólios:
  • 13:05 - 13:07
    o que os alunos criaram,
  • 13:07 - 13:10
    quais histórias eles contaram,
  • 13:10 - 13:12
    quais pesquisas eles têm feito,
  • 13:12 - 13:14
    e o que eles têm escrito?
  • 13:14 - 13:19
    Você vai ter uma ideia bem mais clara
    de quem realmente é essa pessoa.
  • 13:20 - 13:24
    Quem sabe o que esses
    três estudantes têm em comum?
  • 13:26 - 13:28
    Eles têm a mesma média de notas.
  • 13:29 - 13:31
    E isso é uma loucura.
  • 13:31 - 13:37
    Se tivesse um cálculo de declive
    que seguisse a média de notas...
  • 13:39 - 13:41
    algo que nos desse um pouco do histórico,
  • 13:41 - 13:44
    um indicador de movimento.
  • 13:44 - 13:47
    Poderíamos entender
    que o estudante número dois
  • 13:47 - 13:50
    está se destacando e deve estar
    apto para a universidade.
  • 13:50 - 13:52
    Ele só teve um começo difícil.
  • 13:52 - 13:55
    Deveríamos conhecer essa história,
    e isso não é tão difícil.
  • 13:55 - 13:57
    O que os professores podem fazer?
  • 13:57 - 13:58
    Converter as aulas em jogos.
  • 13:58 - 14:01
    Os alunos subiriam de nível
    ao invés de cair.
  • 14:01 - 14:03
    Podemos dar a eles um senso de poder.
  • 14:03 - 14:07
    Assim, um aluno de matemática
    dominaria álgebra primeiro.
  • 14:07 - 14:08
    Podemos mudar as salas de aula.
  • 14:08 - 14:11
    Dar recursos para que os alunos
    possam acessar as aulas em casa.
  • 14:11 - 14:13
    Eles não ficariam tão estressados.
  • 14:13 - 14:15
    Dar-lhes uma segunda chance,
  • 14:15 - 14:17
    assim o trabalho deles
    melhoraria com o tempo.
  • 14:17 - 14:21
    E, por último, unir o aprendizado.
  • 14:21 - 14:23
    Trabalhar com um profissional
  • 14:23 - 14:26
    que usa as habilidades
    que você está aprendendo na escola,
  • 14:26 - 14:28
    dá sentido a elas.
  • 14:28 - 14:30
    Nos últimos cinco anos,
  • 14:30 - 14:32
    eu tentei tudo isto
  • 14:32 - 14:34
    e posso dizer que funcionou.
  • 14:34 - 14:38
    Meus alunos estão menos estressados,
  • 14:38 - 14:39
    mais comprometidos
  • 14:39 - 14:42
    e produzindo um trabalho melhor.
  • 14:43 - 14:45
    Assim, não confundam:
  • 14:45 - 14:49
    existem alternativas
    para o tradicional sistema de notas,
  • 14:49 - 14:54
    e em um mundo que está mudando
    mais rápido do que nunca,
  • 14:54 - 14:58
    que enfrenta desafios sem precedentes,
  • 14:58 - 15:01
    vamos confiar na educação
    mais do que nunca.
  • 15:01 - 15:03
    E depois de 120 anos,
  • 15:03 - 15:05
    espero que concordem comigo:
  • 15:05 - 15:06
    estamos prontos para nos atualizar.
  • 15:06 - 15:08
    Obrigado.
  • 15:08 - 15:09
    (Aplausos)
Title:
Uma educação olímpica | Kevin McMahon | TEDxBellarmineCollegePreparatory
Description:

Kevin nos conta como sua experiência como atleta olímpico o ajudou a entender como o sistema de notas está deficiente. Faz uma comparação da natureza da tecnologia em constante evolução e da desnecessária permanência do sistema de notas e transmite que a nossa moderna concepção de notas não é tão moderna quanto pensamos.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:15

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions