Quebrando a barreira da língua | Tim Doner | TEDxTeen
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0:27 - 0:30Cerca de dois anos atrás, fui assunto
de um artigo do "The New York Times" -
0:30 - 0:33chamado "Aventuras
de um poliglota adolescente", -
0:33 - 0:36que destacou minha paixão
por aprender línguas, -
0:36 - 0:38um hobby peculiar que tenho.
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0:38 - 0:40E, a princípio, achei muito legal.
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0:40 - 0:43Adorei o aprendizado de línguas
receber mais atenção -
0:43 - 0:46e de não soar como um hobby isolador
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0:46 - 0:49que, de repente, havia me colocado
em contato com pessoas do mundo todo. -
0:49 - 0:52Mas, ao passar mais tempo
nos holofotes da mídia, -
0:52 - 0:55o foco da minha história começou a mudar.
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0:56 - 0:59Meu interesse foi sempre falar
da razão e do modo: -
0:59 - 1:02por que e como eu aprendia línguas,
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1:02 - 1:05mas, em vez disso, a coisa virou um circo,
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1:05 - 1:09com a mídia querendo fazer
sensacionalismo com minha história. -
1:09 - 1:12Então, era mais ou menos assim:
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1:12 - 1:15"Olá! Estamos aqui hoje
com Timothy Doner, 17 anos, -
1:15 - 1:17que é fluente em 20 línguas.
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1:17 - 1:21Ou melhor, na verdade, ele consegue
insultar as pessoas em 25 línguas, -
1:21 - 1:23e é fluente em outras 10.
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1:23 - 1:28Tim, você poderia falar 'Bom-dia'
e 'Obrigado pela audiência' em muçulmano? -
1:29 - 1:32(Risos)
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1:32 - 1:35"Ah... árabe."
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1:36 - 1:39(Fala em árabe)
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1:40 - 1:45"Ótimo, Tim. Você poderia se apresentar
e, em alemão, dizer que fala 23 línguas?" -
1:45 - 1:47"Não é verdade, mas..."
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1:47 - 1:49"Não, não, fala aí pra gente".
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1:49 - 1:52(Fala em alemão)
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1:58 - 2:01"Perfeito. E que tal agora
um trava-língua em chinês?" -
2:01 - 2:02(Risos)
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2:02 - 2:06"Bem... que tal falar sobre o chinês?
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2:06 - 2:09Hoje muitos estadunidenses
aprendem chinês, e é importante"... -
2:09 - 2:11"Não, não, não. Queremos o trava-língua."
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2:11 - 2:13(Risos)
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2:13 - 2:15(Fala em chinês)
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2:19 - 2:22"Esse é o cara! Tim, pode nos dar
outro trava-língua em chinês?" -
2:22 - 2:27"Prefiro falar sobre a China
e a vantagem de aprender outra língua." -
2:27 - 2:29"Ah, desculpe, Tim,
mas nosso tempo acabou." -
2:29 - 2:31(Risos)
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2:31 - 2:34(Aplausos)
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2:34 - 2:36(Vivas)
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2:37 - 2:40"Agora, que tal dar 'tchau'
em turco para nosso público -
2:40 - 2:42e 'Vamos ficando por aqui'?"
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2:42 - 2:44"Ainda não falamos de nada importante."
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2:44 - 2:46"Turco, por favor."
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2:46 - 2:49(Fala em turco)
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2:52 - 2:55"Olha esse cara... me pergunto
se ele pega alguma menina... -
2:55 - 2:58(Risos)
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2:58 - 3:03Agora, não saiam daí, porque, a seguir,
um bulldog skatista de maiô!" -
3:03 - 3:05(Risos)
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3:05 - 3:08(Aplausos) (Vivas)
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3:11 - 3:14Então, apesar de engraçado,
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3:14 - 3:18posso destacar dois grandes problemas
na cobertura da minha história. -
3:18 - 3:19No nível pessoal,
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3:20 - 3:24senti que aprender línguas
agora tinha virado quase uma tarefa. -
3:24 - 3:30algo que, de repente, tinha de fazer
de forma rigidamente organizada. -
3:30 - 3:33Algo que tinha de ser compartimentalizado,
racionalizado, expresso em números: -
3:33 - 3:37falo "tantas" línguas,
conheço "tantas" línguas. -
3:37 - 3:40Era o oposto do que sempre fiz,
que era estudar línguas por diversão, -
3:40 - 3:44para me comunicar com as pessoas
e aprender sobre outras culturas. -
3:44 - 3:48Num âmbito maior, isso banalizou
o significado de aprender uma língua, -
3:48 - 3:49ou conhecer uma língua.
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3:49 - 3:52Portanto, a mensagem que gostaria
de deixar aqui no TEDxTeen hoje -
3:52 - 3:57é que saber uma língua é muito mais
do que saber palavras do dicionário. -
3:57 - 4:00É muito mais do que conseguir
perguntar onde fica o banheiro, -
4:00 - 4:02ou saber informar as horas.
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4:02 - 4:05Mas estou me adiantando.
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4:05 - 4:08Para quem não conhece minha história -
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4:08 - 4:10talvez muitos não saibam
o que significa "poliglota", -
4:10 - 4:13uma palavra bastante estranha -,
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4:15 - 4:16comecei aqui.
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4:17 - 4:20Este pirralho sou eu, em 2001,
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4:20 - 4:22no início do aprendizado de línguas.
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4:22 - 4:25Na verdade, antes de estudar línguas,
eu era um ator mirim. -
4:25 - 4:28E sempre tive um dom para sotaques,
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4:28 - 4:32daí, eu ia a audições
para comerciais de rádio ou TV -
4:32 - 4:35e imitava o Austin Powers;
mas não vou fazer agora. -
4:35 - 4:37(Plateia) Ah...
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4:37 - 4:40(Risos)
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4:40 - 4:42Ou fazia o Apu, de "Os Simpsons".
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4:42 - 4:45Uma vez, me pediram
pra deixar uma audição, -
4:45 - 4:47pois me pediram pra falar
com a língua presa, -
4:47 - 4:50e eu queria fazer o Darth Vader
com sotaque francês. -
4:50 - 4:53(Risos)
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4:53 - 4:58Mas isso me ensinou o básico
sobre como separar os sons. -
4:58 - 5:01A pegar um sotaque
ou um padrão de fala estrangeiro -
5:01 - 5:03e entrar no papel.
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5:03 - 5:05Vamos avançar um pouco.
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5:05 - 5:09Na terceira série, comecei a aprender
francês pela primeira vez. -
5:09 - 5:13Passados seis meses, um ano, dois anos,
eu não conseguia conversar com ninguém. -
5:13 - 5:15Francês era apenas uma matéria na escola,
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5:15 - 5:19e embora pudesse falar palavras
como "cotovelo", "joelho" e "cadarço", -
5:19 - 5:23não conseguia manter
uma conversa fluente com ninguém. -
5:24 - 5:27Avançando um pouco mais,
comecei a estudar latim na sétima série. -
5:27 - 5:30Trata-se de uma língua morta,
mas, ao estudar latim, -
5:30 - 5:34aprendi a analisar uma língua,
a vê-la como um sistema com regras, -
5:34 - 5:36quase como um quebra-cabeça.
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5:36 - 5:40Isso foi ótimo, mas ainda não sentia
que aprender línguas era pra mim. -
5:40 - 5:42Avançando um pouco mais,
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5:42 - 5:47por volta dos 13 anos,
interessado no conflito Israel-Palestina, -
5:47 - 5:48comecei a estudar hebraico.
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5:48 - 5:51Não sabia como começar,
não tinha ideia do que estava fazendo, -
5:51 - 5:54então decidi escutar Rap.
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5:54 - 5:57Decorava as letras,
simplesmente repetindo, -
5:57 - 6:01e tentava conversar com falantes nativos
uma vez por semana ou por mês, -
6:01 - 6:05e assim fui melhorando,
e comecei a entender cada vez mais. -
6:05 - 6:08Eu não falava como um nativo,
não articulava bem as frases, -
6:08 - 6:10e certamente não sabia a gramática,
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6:10 - 6:13mas tinha feito o que nunca fiz na escola,
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6:13 - 6:16que foi pegar o básico do idioma,
e tudo isso por conta própria. -
6:17 - 6:19Avançando um pouco mais,
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6:19 - 6:23comecei a estudar árabe aos 14 anos,
no programa de verão do 9º ano, em 2010. -
6:23 - 6:26Após um mês, eu conseguia
ler e escrever sem problema. -
6:26 - 6:30Aprendi o básico do idioma
e um de seus principais dialetos. -
6:30 - 6:34E fiquei empolgado quando percebi
que aquilo podia se tornar um hobby. -
6:35 - 6:39Então, finalmente chegamos
a 24 de março de 2011. -
6:39 - 6:41Eu tinha uma insônia grave,
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6:41 - 6:46e estudar mais línguas
com gramáticas ou séries de TV, -
6:46 - 6:50como o árabe ou o hebraico,
se tornou um modo de usar o tempo. -
6:50 - 6:56Então, naquela noite, acordado até tarde,
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6:56 - 6:59gravei um vídeo meu falando árabe,
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6:59 - 7:03legendei e carreguei no YouTube
com o título "Tim fala árabe". -
7:03 - 7:05(Árabe) "Tim fala árabe".
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7:05 - 7:07No dia seguinte, a mesma coisa:
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7:07 - 7:09(Hebraico) "Tim fala hebraico".
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7:09 - 7:12E os comentários, à medida
que chegavam, eram fantásticos. -
7:12 - 7:16Coisas do tipo: "Nossa, nunca tinha visto
um estadunidense falando árabe". -
7:16 - 7:19(Risos)
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7:20 - 7:22Quem pode culpá-los?
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7:23 - 7:27Além disso, havia coisas como: "Acho
que você devia corrigir suas vogais aqui". -
7:27 - 7:29ou "Talvez tal palavra
seja pronunciada assim". -
7:29 - 7:33De repente, aprender línguas tinha saído
das páginas solitárias de um livro -
7:33 - 7:36ou da tela do computador, para o mundo.
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7:36 - 7:37Aí, fiquei viciado.
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7:37 - 7:40Eu tinha uma comunidade
de falantes com quem interagir, -
7:40 - 7:44e praticamente um professor
ou um parceiro de conversação -
7:44 - 7:45para cada língua.
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7:45 - 7:48Vou mostrar uma montagem rápida disso.
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7:48 - 7:54(Vídeo) Tim Doner: (Árabe) Comecei
a estudar árabe há cerca de seis meses. -
7:54 - 7:59(Indonésio) Isso começou...
um, dois, três, quatro... -
7:59 - 8:00talvez quatro dias atrás.
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8:00 - 8:06(Hebraico) Sinto que ler e escrever
em árabe é mais fácil... -
8:06 - 8:10(Ojíbua) Certamente acho ojíbua difícil!
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8:10 - 8:14(Suahili) Cheguei em casa anteontem...
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8:14 - 8:17(Pachto) Como está minha pronúncia?
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8:17 - 8:18Muito obrigado.
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8:18 - 8:22Tenha um ótimo dia. Tchau!
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8:22 - 8:23(Fim do vídeo)
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8:24 - 8:26(Aplausos)
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8:29 - 8:31(No palco) TD: Foi assim
que ganhei o mundo. -
8:31 - 8:34Mas enfrentei muitos obstáculos
para aprender essas línguas. -
8:34 - 8:36Primeiro, não sabia como aprender sozinho.
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8:36 - 8:40Se alguém diz que temos de aprender
pachto até o fim do mês, -
8:40 - 8:41a gente não sabe o que fazer.
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8:41 - 8:43Então, fui experimentando.
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8:44 - 8:46Mais uma coisa.
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8:46 - 8:48Nas minhas aulas de latim,
li algo que Cícero descreveu, -
8:48 - 8:51o chamado "método de loci",
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8:51 - 8:53tecnicamente "locorum", mas...
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8:53 - 8:55É uma técnica de memorização.
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8:55 - 8:58Digamos que queiram aprender
dez palavras de uma lista. -
8:58 - 9:01Pega-se cada palavra
e, em vez de memorizá-las em blocos, -
9:01 - 9:03associamos cada a uma memória espacial.
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9:03 - 9:07Por exemplo, esta é a Union Square,
uma praça onde passo todo dia. -
9:07 - 9:10Ao fechar os olhos,
consigo visualizá-la claramente. -
9:10 - 9:13Então, me imagino andando
na Union Square, -
9:13 - 9:18e começo a associar cada palavra
com um determinado local. -
9:19 - 9:21Por exemplo, estou andando
pela Park Avenue -
9:21 - 9:24e, em Japonês, "andar" é "iku".
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9:24 - 9:28Ando mais um pouco, viro à direita,
sento nas escadas, onde posso "suwaru". -
9:28 - 9:30Ao norte, está a estátua
de George Washington, -
9:30 - 9:33que pensei ser uma fonte,
então penso em "nomu", "beber". -
9:33 - 9:36Depois, há uma árvore,
que posso "Kiru", "cortar". -
9:36 - 9:39Se decidir ir à livraria Barnes & Noble,
lá posso "yomu", "ler". -
9:39 - 9:42Ou, se estiver com fome
e quiser ao meu falafel preferido, -
9:42 - 9:45ando a um lugar perto dali,
onde posso "taberu", "comer". -
9:45 - 9:47Esqueci uma?
(Alguém na plateia) Duas. -
9:47 - 9:49Tudo bem, oito em dez. Nada mal!
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9:49 - 9:53Descobri que, geralmente, métodos assim
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9:53 - 9:56fazem do aprendizado
uma experiência mais interativa, -
9:56 - 9:59facilitam a memorização,
e, além de tudo, me divirto muito. -
9:59 - 10:03Mas talvez não funcione
para todos. Eis um outro. -
10:03 - 10:04Muita gente me pergunta:
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10:04 - 10:07"Você não se confunde ao estudar
tantas línguas juntas? -
10:07 - 10:09Como aprende tantas palavras?
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10:09 - 10:12Em espanhol, aprendo a falar 'mesa',
e 'livro' sai pelo outro ouvido". -
10:12 - 10:14O que faço é incluir as palavras.
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10:14 - 10:18Então, por exemplo, peguemos
essas 3 palavras em indonésio -
10:18 - 10:22que estão entre as 50 que aprendi:
"Kepala", "Kabar", "Kantor". -
10:22 - 10:24Lexicalmente, não têm relação entre si:
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10:24 - 10:27"Kepala" é cabeça; "Kabar" é notícia;
"Kantor" é escritório. -
10:27 - 10:30Mas elas soam parecidas: "k", "a", certo?
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10:30 - 10:35Então, eu memorizava palavras
com grupos sonoros semelhantes. -
10:35 - 10:39Se escuto a palavra "Kepala" em indonésio,
logo penso em "Kebar" e "Kentor". -
10:39 - 10:42O mesmo em árabe:
"Iktissad", "Istiklal" e "Sokot". -
10:42 - 10:45Nenhuma relação entre si: respectivamente
"economia", "independência" e "queda". -
10:45 - 10:48Mas, se escuto uma, relaciono...
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10:48 - 10:51(Risos)
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10:51 - 10:53relaciono com as demais.
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10:53 - 10:56Idem em hebraico (Fala em hebraico)
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10:56 - 10:58Mesmo que sejam "retornar",
"recordar" e "brilhar". -
10:58 - 11:01Ou em farsi, em que são relacionadas.
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11:01 - 11:03Se escuto "Pedar", que significa "pai",
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11:03 - 11:06penso nas palavras
"Madar", "Barodar" e "Dokhtar", -
11:06 - 11:09respectivamente "mãe", "irmão", "filha".
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11:09 - 11:13É só um método, e não significa
que vai nos deixar fluentes, -
11:13 - 11:16mas foi uma das maneiras
de superar aqueles obstáculos. -
11:17 - 11:21Vocês devem estar se perguntando:
mas qual o objetivo disso? -
11:21 - 11:24Por que aprender pachto ou ojíbua
quando se vive em Nova York? -
11:24 - 11:26Mas há uma razão.
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11:27 - 11:29Morei a vida toda em Nova York,
-
11:29 - 11:32e sempre me impressionou o número
de línguas que se pode ouvir lá. -
11:32 - 11:36Pela cidade, vejo anúncios
em chinês ou espanhol. -
11:36 - 11:39Livrarias russas, restaurantes
indianos, casas de banho turco. -
11:39 - 11:41E, nessa imensa diversidade linguística,
-
11:41 - 11:45o núcleo da cultura estadunidense
permanece monoglota. -
11:45 - 11:46Se não concordam,
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11:46 - 11:49vejam a reação aos vídeos
da Coca-Cola no Super Bowl. -
11:51 - 11:55Quando comecei a brincar
com o aprendizado de línguas, -
11:55 - 11:57descobri minha comunidade
linguística em Nova York. -
11:57 - 11:59Ia a bairros mais afastados
-
11:59 - 12:02e, na falta de palavra melhor,
me fazia passar vergonha. -
12:02 - 12:05Tentava falar com pessoas o dia todo,
ouvir seus pontos de vista, -
12:05 - 12:07e usar minhas habilidades linguísticas.
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12:07 - 12:10(Vídeo) TD: (Russo) Seu nome?
Natan: Meu nome é Natan. -
12:10 - 12:11Mulher: Bom dia. TD: Bom dia.
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12:11 - 12:14Natan: Qual o seu nome?
TD: Tim. Eu sou o Tim. -
12:14 - 12:17Natan: Muito prazer.
TD: Prazer. De onde você é? -
12:17 - 12:20Homem: (Urdu) Este livro foi escrito
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12:20 - 12:23pelo próprio Qudratullah Shanab.
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12:23 - 12:25Tim: O que é "nawist"?
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12:25 - 12:28Homem: (Fala em urdu)
TD: (Inglês) Significa foi escrito... -
12:28 - 12:30Homem: (Fala em urdu)
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12:30 - 12:34TD: Khod-Nawist, escrita própria.
Vem de Khod-nevashtan, em persa! -
12:34 - 12:37(No palco) TD: Talvez tenham
de usar muito inglês, -
12:37 - 12:41ou seu papo não seja interessante,
mas o objetivo é sair e se expor. -
12:41 - 12:44Não falo bem urdu,
foi uma conversa meio estranha, -
12:44 - 12:48mas, a partir dela, aprendi
uma palavra nova: "Khod-Nawist". -
12:48 - 12:50Nunca vou esquecê-la.
-
12:50 - 12:55Continuando, talvez vocês se perguntem
qual o objetivo disso tudo? -
12:55 - 12:58Já tentei explicar às pessoas
minhas motivações diversas, -
12:58 - 13:02mas sinto que esta citação
do Nelson Mandela é a melhor delas: -
13:02 - 13:06"Se falar com um homem numa língua
que ele entende, o recado vai pra cabeça. -
13:06 - 13:09Se falar com um homem na língua dele,
o recado vai pro coração". -
13:09 - 13:14Comecei a perceber que há enormes
conexões entre língua e cultura, -
13:14 - 13:16língua e pensamento.
-
13:16 - 13:19Mas vejam só, tem gente que,
quando quer aprender persa, -
13:19 - 13:23pega um dicionário e diz: "Sei falar
'Obrigado','Quanto custa?' e 'Tchau'; -
13:23 - 13:25então eu falo persa".
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13:25 - 13:28Provavelmente não, vejamos.
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13:28 - 13:32Ao comprar algo numa livraria persa,
vai perguntar: "Quanto custa isto?" -
13:33 - 13:36Normalmente, a resposta
será "Ghabeli nadaareh", -
13:36 - 13:38que significa: "Não é nada".
-
13:38 - 13:39(Risos)
-
13:39 - 13:43Na verdade, essa é uma prática
cultural chamada "Taaraf", -
13:43 - 13:47em que, numa conversa, um tenta ser
mais humilde do que o outro. -
13:47 - 13:50Ao comprar um livro,
soa rude o vendedor falar: "São US$ 5". -
13:50 - 13:56Ele deve dizer "Não é nada.
Você é tão bonito, talentoso, tão... -
13:56 - 13:59Leve de graça, sou humilde, pode levar".
-
13:59 - 14:01(Risos)
-
14:01 - 14:06Ou uma situação assim:
ao agradecer alguém, -
14:06 - 14:09mostrar gratidão, ou dizer "muito prazer",
-
14:09 - 14:12talvez diga: "Sei falar 'obrigado'
em farsi. Eu falo farsi". -
14:12 - 14:14Será?
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14:14 - 14:17Escuto muito esta frase
de iranianos: "Ghorbanet beram", -
14:17 - 14:20que significa literalmente:
["Posso sacrificar minha vida por você"] -
14:20 - 14:22(Risos)
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14:22 - 14:27É poético, podem chamar de melodramático,
-
14:27 - 14:32mas temos de conhecer
a cultura para entender. -
14:32 - 14:36Não é tão exótico assim,
pois, em inglês, fazemos muito isso. -
14:36 - 14:39Quando perguntamos a alguém:
"Como vai?", o que esperamos ouvir? -
14:39 - 14:40"Tudo bem."
-
14:40 - 14:43Se me disser algo mais,
não estou interessado. -
14:43 - 14:44Mas dizemos assim mesmo.
-
14:44 - 14:47Dizemos: "Deus te crie",
mesmo sem conotação religiosa, -
14:47 - 14:50quando alguém espirra, certo?
-
14:50 - 14:52Então,
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14:53 - 14:56é interessante pensar
que a maioria dos linguistas acredita -
14:56 - 14:59que a língua não afeta
nosso modo de pensar. -
14:59 - 15:01Não há língua que te faça
um gênio da matemática, -
15:01 - 15:05nem língua que torne problemas lógicos
difíceis de entender. -
15:05 - 15:08Mas há uma ligação entre língua e cultura.
-
15:08 - 15:11As línguas dizem muito da visão
de mundo das culturas. -
15:11 - 15:14E, no planeta Terra, a cada duas semanas,
-
15:15 - 15:16uma língua morre.
-
15:16 - 15:21Não há mais falantes delas, devido
a guerras, fomes, ou a assimilação. -
15:21 - 15:26Talvez seja melhor não usar a língua
da vila, mas falar, digamos, árabe. -
15:26 - 15:29Ou talvez eu seja
de uma tribo na Amazônia, -
15:29 - 15:33meu habitat foi destruído,
e faça mais sentido aprender português -
15:33 - 15:34e perder minha cultura.
-
15:35 - 15:36Pensem nisso.
-
15:36 - 15:38Em dois meses, será 1º de abril.
-
15:38 - 15:40Para alguns, talvez uma data estressante,
-
15:40 - 15:43por ser o prazo de um trabalho,
dia de pagar o aluguel. -
15:43 - 15:45Mas, para dois grupos
no mundo, duas culturas, -
15:45 - 15:47vai significar a morte de sua língua,
-
15:47 - 15:50de sua mitologia,
sua história, seu folclore, -
15:50 - 15:52sua visão de mundo.
-
15:52 - 15:57Praticar espanhol, ir pra aula de japonês,
-
15:57 - 15:59isso não vai deter a morte das línguas.
-
15:59 - 16:03Mas isso começa a abrir
sua mente para a ideia -
16:03 - 16:08de que a língua, em sua essência,
representa uma visão cultural de mundo. -
16:09 - 16:11Se eu puder transmitir algo
hoje aqui no TEDxTeen, -
16:11 - 16:13gostaria que fosse isto:
-
16:13 - 16:15é fácil traduzir palavras,
-
16:15 - 16:17mas não significado.
-
16:17 - 16:19Obrigado.
-
16:19 - 16:21(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- Quebrando a barreira da língua | Tim Doner | TEDxTeen
- Description:
-
Nesta palestra, Timothy Doner, um hiperpoliglota de 17 anos de idade, nos mostra sua jornada rumo ao aprendizado de línguas, recontando suas aventuras com a mídia e como ele superou os obstáculos para avançar em tal aprendizado. Ele nos encoraja a estudar não somente línguas, mas as culturas que elas refletem.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 16:27
Raissa Mendes approved Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Breaking the language barrier | Tim Doner | TEDxTeen |