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A prática perfeita leva à perfeição | Claire Tueller | TEDxRexburg

  • 0:04 - 0:05
    Muito obrigada!
  • 0:05 - 0:08
    Quando fui convidada
    a me apresentar no TEDxRexburg,
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    pensava somente em me sentar
    e tocar minha música,
  • 0:11 - 0:14
    receber os aplausos e terminar
    a apresentação sem dizer nada.
  • 0:14 - 0:18
    Como pianista, prefiro
    que minhas mãos falem por mim.
  • 0:18 - 0:22
    Mas, quando ouvi o tema do TEDxRexburg,
    que era "Repensando o Ordinário",
  • 0:22 - 0:26
    decidi que queria falar a todos sobre
    a coisa mais ordinária na minha vida,
  • 0:26 - 0:28
    que é praticar piano.
  • 0:28 - 0:30
    Eu fiz uma pequena estimativa
  • 0:30 - 0:31
    e, em toda a minha vida,
  • 0:31 - 0:36
    dediquei aproximadamente 6.440 horas
  • 0:36 - 0:38
    na banqueta, praticando.
  • 0:38 - 0:41
    Foi-nos dito, em algum
    momento da nossa vida,
  • 0:41 - 0:43
    que "A prática leva à perfeição".
  • 0:43 - 0:46
    Bem, estou aqui nesta noite
    para contestar isso.
  • 0:46 - 0:47
    Não é verdade.
  • 0:47 - 0:49
    A prática não leva à perfeição.
  • 0:50 - 0:52
    A prática perfeita leva à perfeição.
  • 0:52 - 0:58
    E nesta noite quero compartilhar com vocês
    meus três passos para a prática perfeita.
  • 0:58 - 0:59
    Agora, uma rápida observação,
  • 0:59 - 1:03
    sei que a palavra perfeição,
    intimida um pouco.
  • 1:03 - 1:07
    Gosto de pensar no ex-patinador artístico
    russo Evgeni Plushenko,
  • 1:07 - 1:10
    que, depois de desistir
    das Olimpíadas de Inverno,
  • 1:10 - 1:12
    disse numa entrevista, num inglês ruim:
  • 1:12 - 1:14
    "Não sou robô".
  • 1:14 - 1:17
    Não estou sugerindo que deveríamos
    tentar nos tornar robôs,
  • 1:17 - 1:22
    só que deveríamos lutar pela excelência
    que cada um pode alcançar.
  • 1:22 - 1:26
    Isso não soa tão bem como:
    "A prática perfeita leva à perfeição".
  • 1:27 - 1:32
    Então, o primeiro passo
    neste processo é consistência.
  • 1:33 - 1:36
    Eu tive uma lição no piano
    quando era caloura.
  • 1:36 - 1:38
    Isso realmente me desencorajou;
  • 1:38 - 1:40
    sentia que cometia muitos erros
  • 1:40 - 1:44
    e não estava progredindo,
  • 1:44 - 1:46
    então eu disse para o meu professor:
  • 1:46 - 1:49
    "Estou tão desanimada,
    sinto que estou indo tão mal".
  • 1:49 - 1:52
    E ele disse: "Você precisa aumentar
    seu tempo de banqueta".
  • 1:52 - 1:54
    E eu perguntei: "Tempo de banqueta?".
  • 1:54 - 1:58
    Ele explicou dizendo: "Tempo de banqueta
    significa que está no caminho certo,
  • 1:58 - 2:02
    que você está fazendo o correto,
    mas não está fazendo o suficiente".
  • 2:02 - 2:06
    Quando aumentamos o tempo de banqueta,
    desenvolvemos a paciência e perseverança,
  • 2:06 - 2:07
    para sentar e trabalhar em algo.
  • 2:07 - 2:09
    Agora, por outro lado,
  • 2:09 - 2:11
    eu reconheço que a maioria de vocês
  • 2:11 - 2:14
    não irão para casa amanhã
    praticar um instrumento musical.
  • 2:14 - 2:16
    Eu sei que faço parte da minoria.
  • 2:16 - 2:19
    No entanto, isso se aplica
    a tudo que fazemos
  • 2:19 - 2:21
    que seja comum ou ordinário.
  • 2:21 - 2:23
    E, quando revemos
    a maneira como o fazemos,
  • 2:23 - 2:25
    como eu praticando piano,
  • 2:25 - 2:27
    nossos resultados
    tornam-se extraordinários.
  • 2:27 - 2:29
    Então, tempo de banqueta.
  • 2:30 - 2:32
    Eu fiz mais alguns cálculos.
  • 2:32 - 2:34
    No ano passado,
  • 2:34 - 2:38
    passei 828 horas ao piano, praticando.
  • 2:38 - 2:42
    O tempo mínimo de prática exigido
    para uma apresentação pela BYU-Idaho
  • 2:42 - 2:45
    é de três horas por dia,
    seis dias por semana.
  • 2:45 - 2:48
    Agora, admito que sou da geração Y,
  • 2:49 - 2:51
    e gostamos da informação
    resumida e direto ao ponto.
  • 2:51 - 2:55
    Somos famosos por
    nossa falta de investimento
  • 2:55 - 2:57
    e nossa mania de ficarmos
    entediados facilmente
  • 2:57 - 2:59
    e não investir em coisas.
  • 2:59 - 3:03
    No entanto, a excelência nunca foi
    alcançada na rapidez de um tuíte,
  • 3:03 - 3:06
    e é por isso que acho
    tão importante o tempo de banqueta.
  • 3:06 - 3:10
    Quando somos capazes de fazer coisas
    que não temos vontade,
  • 3:10 - 3:13
    sentar, trabalhar e investir tempo nelas,
  • 3:13 - 3:15
    é neste momento que produzimos mais.
  • 3:15 - 3:19
    Então, o próximo passo é avaliação.
  • 3:19 - 3:22
    Somente tempo de banqueta
    não é o suficiente.
  • 3:22 - 3:25
    Eu poderia tocar piano oito horas por dia
  • 3:25 - 3:27
    mas, se estivesse praticando erros,
  • 3:27 - 3:30
    praticar faria mais mal do que bem.
  • 3:31 - 3:37
    Meu professor, me refiro a ele
    carinhosamente como perfeccionista louco,
  • 3:37 - 3:39
    no seu momento mais exigente,
  • 3:39 - 3:43
    uma vez fiquei a lição inteira
    tocando três acordes.
  • 3:43 - 3:46
    Eu tocaria para vocês, mas não quero
    me sentar e levantar de novo,
  • 3:46 - 3:48
    e é um pouco precário aqui em cima.
  • 3:48 - 3:51
    Nunca esquecerei aqueles acordes.
  • 3:51 - 3:53
    Foi uma lição difícil.
  • 3:54 - 3:58
    Mas é aí que a perfeição
    e a luta por ela na minha rotina
  • 3:58 - 4:01
    realmente acontece
    nesse passo da avaliação.
  • 4:01 - 4:03
    Eu poderia me sentar
    ao piano todos os dias
  • 4:03 - 4:07
    e, se tocasse uma peça do início ao fim,
    erraria um pouco, é inevitável,
  • 4:07 - 4:11
    então daria um tapinha nas minhas costas
    por ter acertado uns 80%
  • 4:11 - 4:13
    e então faria isso várias vezes
  • 4:13 - 4:15
    até chegar nas minhas três horas por dia,
  • 4:15 - 4:17
    pois isso é exigido de mim
    para créditos no curso,
  • 4:17 - 4:21
    que nunca me beneficiaram.
  • 4:21 - 4:26
    Em vez disso, você tem
    que dividir suas atividades.
  • 4:26 - 4:28
    Então, há coisas que sei que são boas,
  • 4:28 - 4:30
    coisas que eu posso fazer,
  • 4:30 - 4:34
    e acabo colocando isso na caixa
    do "não preciso praticar muito isso".
  • 4:34 - 4:37
    E também há coisas que não são tão boas.
  • 4:37 - 4:41
    E, neste passo da avaliação,
    me faço duas perguntas.
  • 4:41 - 4:44
    A primeira é: "Ficou perfeito?"
  • 4:44 - 4:45
    Lá vem aquela palavra de novo.
  • 4:45 - 4:47
    "Mas aquilo estava certo? Correto?
  • 4:47 - 4:50
    Toquei o que o compositor propôs?"
  • 4:50 - 4:51
    Isso pode se aplicar a cada um de nós.
  • 4:51 - 4:53
    "Respondi certo naquele teste?"
  • 4:53 - 4:56
    "Realizei aquele trabalho
    da maneira correta?"
  • 4:56 - 4:58
    Se a resposta for sim,
  • 4:58 - 5:01
    a próxima pergunta seria: "Foi fácil?"
  • 5:01 - 5:03
    "Tive sorte?"
  • 5:03 - 5:05
    "Estava apreensiva por causa disso
  • 5:05 - 5:07
    ou eu realmente fui bem
  • 5:07 - 5:09
    e foi natural pra mim, foi fácil?"
  • 5:09 - 5:12
    Se a resposta para ambas
    as perguntas for sim,
  • 5:12 - 5:14
    pode pegar o que está fazendo
  • 5:14 - 5:17
    e colocar na caixa do "não preciso
    praticar isso tanto assim".
  • 5:17 - 5:21
    No entanto, se a resposta for não,
    e quase sempre é, isso nos leva
  • 5:21 - 5:23
    para o último passo do processo,
  • 5:23 - 5:25
    que é a repetição.
  • 5:25 - 5:27
    Quando eu era jovem,
  • 5:27 - 5:30
    minha professora dava o que
    chamava de "pontos de habilidade".
  • 5:30 - 5:31
    Ela pegava uma partitura
  • 5:31 - 5:34
    e escolhia um compasso
    ou uma pequena parte
  • 5:34 - 5:36
    que sabia que era difícil ou desafiador,
  • 5:36 - 5:39
    e colocava um pequeno adesivo
    com uma estrela sorridente
  • 5:39 - 5:41
    e me mandava treinar em casa.
  • 5:41 - 5:42
    Quantas vezes eu devia repetir?
  • 5:42 - 5:44
    O número da minha idade.
  • 5:44 - 5:47
    Na época, cinco repetições
    não eram problema.
  • 5:47 - 5:48
    Doze repetições, tudo bem.
  • 5:49 - 5:52
    Dezesseis repetições,
    tanto faz, não é tanto.
  • 5:52 - 5:54
    Cheguei num ponto na vida
  • 5:54 - 5:56
    em que 21 repetições
    não surtiam mais efeito,
  • 5:56 - 5:58
    então, desenvolvi um sistema
  • 5:58 - 6:03
    para me responsabilizar
    por minhas repetições.
  • 6:03 - 6:07
    Isso é somente um esquema
    de uma das minhas peças,
  • 6:07 - 6:10
    e vocês podem ver esses números nos lados.

  • 6:10 - 6:14
    Basicamente, eu divido
    cada parte da música que toco
  • 6:14 - 6:18
    em, sabem, 50 ou 60 pontos de habilidades.
  • 6:18 - 6:20
    Eu uso a peça toda agora
  • 6:20 - 6:22
    em vez de uma pequena parte dela,
  • 6:22 - 6:24
    como minha professora fazia.
  • 6:24 - 6:25
    Então, uma vez feito isso,
  • 6:25 - 6:27
    sei que está um pouco pequeno,
  • 6:27 - 6:28
    mas eu faço uma planilha
  • 6:28 - 6:30
    coloco a data na parte de cima
  • 6:30 - 6:32
    e as seções na lateral,
  • 6:32 - 6:37
    e, à medida que pratico, acompanho
    o número de repetições que faço.
  • 6:37 - 6:43
    Então, se eu estava tocando 50 vezes
    por dia de maneira incorreta,
  • 6:43 - 6:45
    estava implementando um mau hábito.
  • 6:45 - 6:48
    No entanto, quando toco algo
    muitas vezes por semana,
  • 6:48 - 6:50
    45 ou 50 vezes por dia,
  • 6:50 - 6:52
    e estou tocando corretamente,
  • 6:52 - 6:56
    estou construindo,
    no meu caso, uma base tátil.
  • 6:56 - 7:00
    Estou treinando minha memória muscular,
    para sentir como é fazer certo.
  • 7:00 - 7:04
    Então, quando fico nervosa
    ou quando estou tocando mais rápido,
  • 7:04 - 7:05
    ou se tenho um lapso de memória,
  • 7:05 - 7:08
    contorno com a base tátil que desenvolvi,
  • 7:08 - 7:11
    e eu sei como fazer algo correto.
  • 7:11 - 7:13
    Agora, vamos aplicar
    o sistema a um esquiador.
  • 7:13 - 7:15
    Alguém que no percurso
  • 7:15 - 7:19
    não pensa em cada mudança
    anatômica que precisar fazer
  • 7:19 - 7:20
    para realizar a manobra.
  • 7:20 - 7:22
    Ele faz porque é natural.
  • 7:22 - 7:26
    Então, na essência, seja o que for
    que vocês estejam fazendo todos os dias,
  • 7:27 - 7:28
    reconsiderem.
  • 7:28 - 7:30
    Façam contato com
    seu perfeccionista interior,
  • 7:30 - 7:31
    como meu professor.
  • 7:31 - 7:33
    Aumentem o tempo de banqueta.
  • 7:33 - 7:34
    Trabalhem bem mais duro.
  • 7:34 - 7:37
    E treinem seus instintos
    para fazer algo excelente.
  • 7:37 - 7:39
    Lembrem-se de que,
    em tudo que vocês fazem,
  • 7:39 - 7:41
    a prática não leva à perfeição.
  • 7:41 - 7:43
    A prática perfeita leva à perfeição.
  • 7:43 - 7:45
    Obrigada!
  • 7:45 - 7:47
    (Aplausos)
Title:
A prática perfeita leva à perfeição | Claire Tueller | TEDxRexburg
Description:

Claire Tueller ensina três passos para a prática perfeita - em qualquer coisa que façamos.
Claire começou a estudar piano aos cinco anos de idade. Recentemente, recebeu seu diploma de mestrado da Escola de Música Thornton, na Universidade do Sul da Califórnia, e ganhou a competição na categoria jovens artistas na "MTNA Northwest Division" em 2015, competindo também em âmbito nacional.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
07:51

Portuguese, Brazilian subtitles

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