O cérebro tem sexo? | Catherine Vidal | TEDxParis
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0:15 - 0:17O cérebro tem um sexo?
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0:17 - 0:21Esta é uma questão fundamental
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0:21 - 0:23que todo mundo se pergunta.
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0:23 - 0:26A primeira ideia difundida:
as mulheres têm um cérebro -
0:26 - 0:30menor do que o dos homens,
logo elas seriam menos inteligentes. -
0:30 - 0:33Esta ideia vem do século XIX,
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0:33 - 0:37durante a época da craniometria
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0:37 - 0:40quando os médicos se
interessavam em pesquisar -
0:40 - 0:44as relações entre o tamanho do crânio,
o peso do cérebro e a inteligência. -
0:44 - 0:46É necessário dizer que
para a maioria deles -
0:46 - 0:49era bastante claro e natural que os homens
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0:49 - 0:51tinham um cérebro maior
do que o das mulheres, -
0:51 - 0:53o dos brancos maior do que o dos negros,
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0:53 - 0:55e o dos chefes maior
que dos empregados. -
0:55 - 0:58Um grande defensor dessas teses
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0:58 - 1:00foi o médico francês Paul Broca
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1:00 - 1:04que mediu uma diferença de
150 gramas entre o peso médio -
1:04 - 1:06do cérebros dos homens e das mulheres,
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1:06 - 1:09o peso dos homens era de 1,350 kg
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1:09 - 1:10e o das mulheres era de 1,200 kg.
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1:10 - 1:16Em 1861, Broca declarou: "Nos perguntamos
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1:16 - 1:19se o cérebro menor da mulher
não depende exclusivamente -
1:19 - 1:22da pequenez de seu corpo.
Porém, não podemos ignorar -
1:22 - 1:25que a mulher é um pouco
menos inteligente que o homem." -
1:25 - 1:29Assim, em todo caso,
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1:29 - 1:31esta questão da ligação
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1:31 - 1:35entre o tamanho do cérebro
e a inteligência não se sustenta, -
1:35 - 1:37pois não há relação alguma entre os dois
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1:37 - 1:40e sabemos disso graças
a vários homens célebres, -
1:40 - 1:43e nenhuma mulher, que doaram
seus cérebros para ciência. -
1:43 - 1:46Por exemplo, uma pessoa
famosa como Anatole France -
1:46 - 1:50tinha um cérebro que pesava 1 kg,
e Tourgueniev tinha um cérebro de 2 kg, -
1:50 - 1:54enquanto Einstein tinha
um pequeno cérebro de 1,250 kg, -
1:54 - 1:57ou seja, da mesma ordem
de grandeza das mulheres. -
1:57 - 2:00Outra ideia difundida: as mulheres
têm a habilidade de fazer -
2:00 - 2:03várias coisas ao mesmo
tempo, pois a comunicação -
2:03 - 2:06entre os hemisférios de seu cérebro
é mais desenvolvida que nos homens. -
2:06 - 2:08Como sabemos, elas são multitarefas.
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2:08 - 2:13Esta ideia vem de um
estudo publicado em 1982, -
2:13 - 2:16sobre 20 cérebros conservados no formol
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2:16 - 2:19mostrando que o corpo caloso,
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2:19 - 2:21este aqui na cor vermelha,
que é um feixe de fibras -
2:21 - 2:24que conectam os dois
hemisférios cerebrais, -
2:24 - 2:27o corpo caloso era mais denso
nas mulheres do que nos homens, -
2:27 - 2:30e talvez por isso tenha
uma comunicação melhor. -
2:30 - 2:36Desde então muita coisa aconteceu,
e muitas tecnologias surgiram, -
2:36 - 2:38em especial as novas técnicas
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2:38 - 2:40de imageamento cerebral como o MRI,
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2:40 - 2:43que permitiram realizar um sonho,
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2:43 - 2:46que era estudar um cérebro vivo
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2:46 - 2:48em vez de um cérebro dentro do formol.
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2:48 - 2:50E se reunirmos os estudos
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2:50 - 2:53feitos sobre o corpo
caloso desde que o MRI chegou, -
2:53 - 2:55veremos que não há nenhuma diferença
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2:55 - 2:57entre homens e mulheres
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2:57 - 2:58na densidade do corpo caloso.
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2:58 - 3:00Mais outra ideia difundida:
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3:00 - 3:02"As mulheres são melhores na linguagem
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3:02 - 3:04pois elas usam seus dois hemisférios
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3:04 - 3:07para falar".
Descobrimos de onde veio isso: -
3:07 - 3:11de um estudo que foi publicado em 1994,
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3:11 - 3:15um estudo de MRI durante
um teste de linguagem -
3:15 - 3:17mostrando que, durante o teste,
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3:17 - 3:21os homens ativavam um hemisfério
e as mulheres ativavam os dois. -
3:21 - 3:24Assim, este estudo que foi
realizado com 19 homens -
3:24 - 3:27e mulheres, intrigou vários pesquisadores
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3:27 - 3:29que tentaram reproduzir este resultado.
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3:29 - 3:32E se juntarmos hoje
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3:32 - 3:37todos os estudos
publicados entre 1995 e 2009 -
3:37 - 3:41como este, no total,
de 700 homens e mulheres testados, -
3:41 - 3:45veremos que não há diferença estatística
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3:45 - 3:46entre homens e mulheres
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3:46 - 3:49dentro da divisão das áreas de linguagem.
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3:49 - 3:52E com efeito, quando
um grande número de sujeitos -
3:52 - 3:56é analisado, as diferenças
entre os sexos desaparecem. -
3:56 - 3:57Vamos ver porquê.
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3:57 - 4:02Vamos usar este estudo de MRI,
em que pedimos -
4:02 - 4:04aos sujeitos para fazer um cálculo mental
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4:04 - 4:07que todos sabem fazer.
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4:07 - 4:10Podemos observar que no grupo das mulheres
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4:10 - 4:13há uma grande variação
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4:13 - 4:16na divisão das áreas cerebrais
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4:16 - 4:18que são ativadas durante este cálculo.
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4:18 - 4:20Esta variação também é encontrada
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4:20 - 4:22dentro do grupo dos homens.
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4:22 - 4:26Finalmente, para chegar ao
mesmo resultado no cálculo mental, -
4:26 - 4:30cada indivíduo tem sua própria
maneira de ativar seu cérebro, -
4:30 - 4:34que corresponde a várias
estratégias distintas -
4:34 - 4:37para realizar este cálculo mental.
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4:37 - 4:41Em consequência, a variação
que podemos observar -
4:41 - 4:44entre os indivíduos do
mesmo sexo é igual ou maior -
4:44 - 4:46que a variação entre os sexos.
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4:49 - 4:51Mais outra ideia difundida: as diferenças
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4:51 - 4:53de aptidão mental entre os sexos
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4:53 - 4:55teriam uma origem biológica.
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4:55 - 4:58Existe realmente
um grande número de testes -
4:58 - 5:00nos quais as mulheres são
consideradas melhores. -
5:00 - 5:04Por exemplo, em testes de
percepção visual de detalhes, -
5:04 - 5:08em que é necessário reconhecer
duas casas idênticas. -
5:08 - 5:12As mulheres também são melhores
em testes de fluência verbal, -
5:12 - 5:15em que é preciso falar
o máximo de palavras -
5:15 - 5:16que começam com a mesma letra.
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5:16 - 5:19Em resumo, isto não é muito complicado.
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5:19 - 5:22Quanto aos homens,
eles são considerados melhores -
5:22 - 5:25em testes de rotação mental
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5:25 - 5:28de um objeto entre as três
dimensões do espaço. -
5:28 - 5:31E também são melhores em focar um alvo.
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5:31 - 5:36Vamos pensar no significado
dessas diferenças de desempenho. -
5:36 - 5:38Podemos nos perguntar:
Elas são inatas ou adquiridas? -
5:38 - 5:43Com efeito, vamos notar que
as diferenças em questão -
5:43 - 5:47não são detectáveis antes
da adolescência, -
5:47 - 5:49e desaparecem com a aprendizagem.
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5:49 - 5:52Então, podemos supor que a educação
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5:52 - 5:54e a cultura desempenham
um papel importante -
5:54 - 5:56na origem dessas diferenças.
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5:56 - 5:58Há também outro fator importante,
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5:58 - 6:00que é o contexto
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6:00 - 6:03no qual são realizados
estes testes famosos. -
6:03 - 6:07Vamos reproduzir esse
teste da rotação mental -
6:07 - 6:12em 3D, em que devemos
dizer se os objetos mostrados -
6:12 - 6:14são os mesmos ou são diferentes.
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6:14 - 6:18Se fizermos o teste numa sala de aula
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6:18 - 6:22em que o professor afirma
que faz parte de um teste de geometria, -
6:22 - 6:25nesta situação, os rapazes
serão um pouco melhores que as moças. -
6:25 - 6:28Porém, se antes o professor afirmar
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6:28 - 6:32que faz parte de um teste de desenho,
nesta situação, os rapazes e as moças -
6:32 - 6:35vão ter os mesmos resultados.
Este é um dado interessante -
6:35 - 6:40que mostra a que ponto a autoestima
e o estereótipo de gênero -
6:40 - 6:43influenciam os resultados desses testes.
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6:45 - 6:49Mais outro exemplo,
dessa vez sobre a diferença de desempenho -
6:49 - 6:52em matemática entre as moças
e os rapazes, nos Estados Unidos. -
6:52 - 6:57Um grande levantamento
com 10 milhões de alunos -
6:57 - 7:00em 1990 mostrou que os rapazes
-
7:00 - 7:03eram um pouco melhores que
as moças nos testes matemáticos, -
7:03 - 7:06e alguns interpretaram
este resultado dizendo que -
7:06 - 7:08é porque as moças não tinham um cérebro
-
7:08 - 7:11feito para a matemática.
Mas o mesmo levantamento -
7:11 - 7:14foi realizado em 2008,
mostrando dessa vez -
7:14 - 7:17que as pontuações são
iguais para rapazes e moças. -
7:17 - 7:19Então, em 20 anos desapareceu
-
7:19 - 7:23as diferenças de desempenho
matemático entre rapazes e moças, -
7:23 - 7:26mostrando que é a educação
-
7:26 - 7:30e não a biologia que explica
essas diferenças de pontuação. -
7:30 - 7:32Agora, vamos nos perguntar:
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7:32 - 7:35"Como a educação age sobre o cérebro?"
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7:35 - 7:40Nosso cérebro humano é composto
por 100 bilhões de neurônios -
7:40 - 7:42que são ligados entre si
-
7:42 - 7:47graças às conexões
que são da ordem de trilhões. -
7:47 - 7:5290% dessas conexões
são formadas depois do nascimento. -
7:52 - 7:55E é exatamente sobre a maneira
como as conexões são formadas -
7:55 - 7:59e as redes de neurônios são fabricadas,
-
7:59 - 8:03que a educação e a cultura
desempenham seu papel. -
8:03 - 8:06Primeiro exemplo: o cérebro
dos pianistas profissionais, -
8:06 - 8:09e isso também é válido
para os violinistas, -
8:09 - 8:13podemos observar no MRI
dessas pessoas um espessamento -
8:13 - 8:17das regiões cerebrais que
controlam a coordenação -
8:17 - 8:20dos dedos e também a audição.
Com efeito, este fenômeno -
8:20 - 8:24de espessamento é devido à
formação de conexões -
8:24 - 8:27entre os neurônios suplementares,
e é proporcional -
8:27 - 8:31ao tempo gasto na aprendizagem do piano
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8:31 - 8:33durante a infância. E usamos o termo
-
8:33 - 8:38plasticidade cerebral para
descrever esta capacidade do cérebro -
8:38 - 8:42de se modificar em função
da experiência vivida. -
8:42 - 8:45Outro exemplo de plasticidade
cerebral na idade adulta: -
8:45 - 8:48Pedimos para um grupo de jovens
estudantes de vinte anos -
8:48 - 8:51que aprendessem a fazer
malabarismo com três bolas. -
8:51 - 8:53E apenas três meses depois,
encontramos este fenômeno -
8:53 - 8:57de espessamento do córtex
nas regiões que controlam -
8:57 - 9:00a coordenação motora e
a visão. Por outro lado, -
9:00 - 9:02o mais interessante do experimento é que
-
9:02 - 9:05assim que os estudantes
pararam de fazer malabarismos, -
9:05 - 9:09as regiões que eram espessas
começaram a diminuir. -
9:09 - 9:12Depois, de forma mais intensa,
fizemos este experimento -
9:12 - 9:15com pessoas um pouco mais velhas,
com sessenta anos de idade, -
9:15 - 9:18resultou no mesmo fenômeno
de espessamento dos jovens. -
9:18 - 9:21Com isso, ao menos é bom saber
-
9:21 - 9:25que a plasticidade cerebral
persiste com a idade. -
9:26 - 9:28Aqui temos um exemplo
absolutamente extraordinário -
9:28 - 9:31de plasticidade cerebral.
Trata-se de um homem -
9:31 - 9:34de 44 anos, casado, pai de duas crianças,
-
9:34 - 9:37com uma vida profissional
totalmente normal, -
9:37 - 9:40que sofre de uma fraqueza leve na perna.
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9:40 - 9:44Fizemos um exame de MRI nele,
e - surpresa - descobrimos -
9:44 - 9:48que seu crânio estava praticamente cheio
-
9:48 - 9:52de líquido, e o cérebro
estava reduzido a uma capa minúscula -
9:52 - 9:54achatada contra a parede do crânio.
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9:54 - 9:56Fizemos a ele algumas perguntas.
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9:56 - 9:59Com efeito, esta pessoa sofria
disso desde seu nascimento, -
9:59 - 10:03de hidrocefalia, e por isso fizeram
um dreno na base de seu crânio -
10:03 - 10:07para retirar o líquido em excesso,
mas o dreno entupiu -
10:07 - 10:11e finalmente a pressão do líquido
empurrou -
10:11 - 10:14o cérebro contra a parede do crânio.
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10:14 - 10:17E tudo isso se passou sem provocar
nenhum problema na vida -
10:17 - 10:19deste paciente, que sequer
suspeitava disso. -
10:19 - 10:24Agora que vocês sabem tudo
sobre a plasticidade cerebral, -
10:24 - 10:27que faz com que a estrutura
e o funcionamento -
10:27 - 10:29do cérebro se modifiquem
de acordo com a história -
10:29 - 10:32vivida por cada pessoa,
vocês podem compreender -
10:32 - 10:35porque todos temos cérebros diferentes,
independente do sexo, -
10:35 - 10:38No entanto, temos em comum
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10:38 - 10:41este córtex cerebral
dotado de plasticidade, -
10:41 - 10:43que foi desenvolvido ao longo da evolução
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10:43 - 10:47para enrugar-se e caber
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10:47 - 10:49dentro da caixa craniana.
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10:49 - 10:52Veem aqui representado,
à esquerda, um cérebro real, -
10:52 - 10:54e à direita, um cérebro modelado
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10:54 - 10:59por meios digitais, que podemos
desdobrar virtualmente. -
11:00 - 11:02E vou fazer essa experiência.
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11:03 - 11:06Vejam, eu descubro o cérebro,
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11:06 - 11:08e retiro o crânio.
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11:09 - 11:11Eu abro a caixa craniana
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11:11 - 11:13e desdobro o córtex cerebral
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11:13 - 11:17que mede 2 m² sobre 3 mm de espessura,
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11:17 - 11:21e graças a este córtex cerebral
que todos temos, homens e mulheres, -
11:21 - 11:26somos capazes de raciocinar,
pensar, sonhar e imaginar -
11:26 - 11:27finalmente o futuro da humanidade.
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11:27 - 11:29Obrigada.
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11:29 - 11:34(Aplausos)
- Title:
- O cérebro tem sexo? | Catherine Vidal | TEDxParis
- Description:
-
Esta palestra foi dada num evento TEDx local, produzido independentemente das Conferências TED.
Catherine Vidal mostra as ideias difundidas e os preconceitos a respeito do cérebro, para confrontá-los com a realidade dos fatos.
- Video Language:
- French
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 11:38
Tulio Leao approved Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Wanderley Jesus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Wanderley Jesus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Wanderley Jesus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 | ||
Wanderley Jesus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Le cerveau a-t-il un sexe ? - Catherine Vidal à TEDxParis 2011 |