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A verdade sobre a não concordância da excitação

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    [Esta palestra apresenta conteúdo adulto.
    Recomenda-se critério ao espectador]
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    Como educadora sexual,
    minha especialidade é trazer a ciência.
  • 0:10 - 0:14
    Mas meu primeiro e mais importante
    trabalho é permanecer neutra
  • 0:14 - 0:17
    ao falar sobre qualquer coisa
    relacionada a sexo,
  • 0:17 - 0:21
    sem constrangimento, provocação,
    julgamento ou vergonha,
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    não importa onde eu esteja.
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    Não importa qual pergunta me façam.
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    Após uma conferência
    num saguão de hotel uma vez,
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    eu estava a caminho da porta
    e uma colega me parou:
  • 0:32 - 0:34
    "Emily, eu só tenho
    uma pergunta muito rápida.
  • 0:35 - 0:36
    Uma amiga minha...
  • 0:36 - 0:37
    (Risos)
  • 0:37 - 0:41
    quer saber se é possível
    ficar viciada no vibrador".
  • 0:42 - 0:45
    A resposta é não,
    mas é possível ficar mimada.
  • 0:46 - 0:50
    Uma conferência diferente,
    num paraíso tropical ao ar livre,
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    estava no bufê de café da manhã
    e um casal se aproxima de mim.
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    "Oi, Emily, lamento interromper você,
  • 0:56 - 1:00
    mas só queríamos fazer uma pergunta
    rápida sobre a ejaculação precoce".
  • 1:01 - 1:05
    "Claro, deixem-me falar
    sobre a técnica de parar e recomeçar."
  • 1:05 - 1:06
    Essa é minha vida.
  • 1:07 - 1:10
    Fico neutra quando outras pessoas
    podem sentir "repulsa".
  • 1:11 - 1:14
    Repulsa é uma emoção que combina surpresa
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    com constrangimento e um pouco de nojo,
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    e tipo, não saber o que fazer com as mãos.
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    Então, é um produto.
  • 1:23 - 1:27
    Sentimos isso porque passamos
    as duas primeiras décadas da vida
  • 1:27 - 1:32
    aprendendo que o sexo é uma fonte perigosa
    e repugnante de vergonha eterna,
  • 1:32 - 1:35
    e que se não formos bons nisso,
    ninguém jamais nos amará.
  • 1:35 - 1:37
    (Risos)
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    Então, podem sentir repulsa,
    me ouvindo falar sobre sexo
  • 1:39 - 1:42
    enquanto estão sentados numa sala
    cheia de estranhos; é normal.
  • 1:42 - 1:44
    Eu convido vocês a respirar.
  • 1:44 - 1:46
    Sentimentos são túneis.
  • 1:46 - 1:49
    Fazemos nosso caminho
    pela escuridão até a luz no final.
  • 1:49 - 1:50
    E prometo que vale a pena.
  • 1:50 - 1:52
    Quero compartilhar hoje
    um pouco da ciência
  • 1:52 - 1:55
    que mudou o que eu penso sobre tudo,
  • 1:55 - 1:59
    do comportamento dos neurotransmissores
    em nosso cérebro emocional,
  • 1:59 - 2:03
    à dinâmica das relações interpessoais.
  • 2:03 - 2:05
    Até o nosso sistema judicial.
  • 2:06 - 2:07
    E começa com o nosso cérebro.
  • 2:07 - 2:10
    Há uma área do cérebro
    que já devem ter ouvido falar,
  • 2:10 - 2:11
    o "centro de recompensa".
  • 2:11 - 2:16
    Acho que chamar de centro de recompensa
    é um pouco como chamar o rosto de nariz.
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    Ele é uma característica proeminente,
  • 2:18 - 2:22
    mas ignora algumas outras partes
    e vai deixar vocês realmente confusos
  • 2:22 - 2:25
    se tentarem entender
    como um rosto funciona.
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    Na verdade, são três sistemas
    interligados, mas separáveis.
  • 2:29 - 2:30
    O primeiro sistema é o "gostar".
  • 2:30 - 2:32
    Que é como a recompensa,
  • 2:32 - 2:34
    são os pontos opiáceos cruciais
    no cérebro emocional.
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    Avalia o impacto hedônico:
    "Esse estímulo é bom? Quão bom?
  • 2:39 - 2:42
    Este estímulo é ruim? Quão ruim?"
  • 2:42 - 2:45
    Se pingarmos água com açúcar
    na língua de um recém-nascido,
  • 2:45 - 2:48
    o sistema opioide do "gostar"
    dispara fogos de artifício.
  • 2:49 - 2:50
    E depois há o sistema "querer".
  • 2:50 - 2:54
    O querer é mediado
    por uma vasta rede dopaminérgica
  • 2:54 - 2:56
    dentro e além do cérebro emocional.
  • 2:56 - 3:01
    Ela nos motiva a nos aproximarmos
    ou afastarmos de um estímulo.
  • 3:01 - 3:06
    O querer é parecido com seu filhinho
    te seguindo por aí, pedindo um biscoito.
  • 3:06 - 3:08
    Então, querer e gostar estão relacionados.
  • 3:08 - 3:10
    Eles não são idênticos.
  • 3:10 - 3:12
    E o terceiro sistema é "aprender".
  • 3:12 - 3:15
    Aprender é como os cães de Pavlov.
    Vocês se lembram dele?
  • 3:15 - 3:17
    Ele fazia cachorros salivarem com um sino.
  • 3:17 - 3:20
    É fácil, damos comida
    para o cachorro e ele saliva.
  • 3:20 - 3:22
    E tocamos um sino. Comida, saliva, sino.
  • 3:22 - 3:27
    Comida, sino, saliva. Sino, saliva.
  • 3:27 - 3:31
    Essa salivação significa
    que o cachorro quer comer o sino?
  • 3:33 - 3:36
    Significa que o cachorro
    acha o sino delicioso?
  • 3:36 - 3:38
    Não.
  • 3:38 - 3:42
    O que Pavlov fez foi
    relacionar o sino à comida.
  • 3:43 - 3:46
    Quando vemos essa separação
    de querer, gostar e aprender,
  • 3:46 - 3:49
    é aí que encontramos um quadro explicativo
  • 3:49 - 3:53
    para entender o que os pesquisadores
    chamam de não concordância da excitação.
  • 3:53 - 3:54
    Não concordância, simplesmente,
  • 3:54 - 3:57
    é quando há uma falta de relação preditiva
  • 3:57 - 4:00
    entre a resposta fisiológica,
    como a salivação,
  • 4:00 - 4:03
    e a experiência subjetiva
    de prazer e desejo.
  • 4:04 - 4:09
    Isso acontece em todo sistema
    emocional e motivacional que temos,
  • 4:09 - 4:10
    incluindo sexo.
  • 4:10 - 4:12
    Pesquisas nos últimos 30 anos descobriram
  • 4:12 - 4:15
    que o fluxo sanguíneo
    genital pode aumentar
  • 4:15 - 4:18
    em resposta a estímulos
    relacionados ao sexo,
  • 4:18 - 4:21
    mesmo que esses estímulos
    também não estejam associados
  • 4:21 - 4:24
    com a experiência subjetiva
    de querer e gostar.
  • 4:24 - 4:26
    Na verdade, a relação preditiva
  • 4:26 - 4:28
    entre resposta genital
    e experiência subjetiva
  • 4:28 - 4:32
    está entre 10 e 50%.
  • 4:32 - 4:35
    O que é uma gama enorme.
  • 4:35 - 4:38
    Você não pode estimar necessariamente
  • 4:38 - 4:41
    como uma pessoa se sente sobre
    esse estímulo relacionado ao sexo
  • 4:41 - 4:44
    apenas vendo o fluxo sanguíneo genital.
  • 4:44 - 4:47
    Quando expliquei isso ao meu marido,
    ele me deu o melhor exemplo.
  • 4:47 - 4:53
    Foi assim: "Isso poderia explicar uma vez,
    quando estava no ensino médio, eu...
  • 4:53 - 4:56
    tive uma ereção em resposta
    à frase "buraco da rosquinha".
  • 4:56 - 4:57
    (Risos)
  • 4:57 - 5:00
    Ele queria fazer sexo com a rosquinha?
  • 5:00 - 5:01
    Não.
  • 5:01 - 5:04
    Era um adolescente cheio de testosterona,
  • 5:04 - 5:07
    o que faz tudo parecer relacionado a sexo.
  • 5:07 - 5:08
    E pode ir em ambas as direções.
  • 5:08 - 5:12
    Alguém com um pênis pode ter dificuldade
    em conseguir uma ereção uma noite,
  • 5:12 - 5:15
    e depois acordar na manhã
    seguinte com uma ereção,
  • 5:15 - 5:17
    quando não é nada além de um incômodo.
  • 5:17 - 5:20
    Recebi um telefonema de uma amiga
    de uns 30 anos, ela disse:
  • 5:20 - 5:24
    "Meu parceiro e eu estávamos fazendo
    algumas coisas e eu falava:
  • 5:24 - 5:25
    'quero você agora'.
  • 5:25 - 5:29
    E ele disse: 'Não, você ainda está seca,
    você está apenas sendo legal'.
  • 5:30 - 5:32
    E eu estava pronta.
  • 5:32 - 5:35
    Qual é o problema, é hormonal,
    falo com um médico, o que acontece?"
  • 5:35 - 5:36
    A resposta?
  • 5:36 - 5:42
    Não concordância da excitação. Se estiver
    com dor indesejada, fale com um médico.
  • 5:42 - 5:44
    Senão: não concordância da excitação.
  • 5:44 - 5:47
    O comportamento genital
    não prevê necessariamente
  • 5:47 - 5:51
    a experiência subjetiva
    de gostar e querer.
  • 5:51 - 5:52
    Outra amiga, na faculdade,
  • 5:52 - 5:56
    me contou as primeiras experiências
    de dominação sexual.
  • 5:56 - 5:58
    Ela me disse que o parceiro a amarrou
  • 5:58 - 6:01
    com os braços sobre a cabeça,
    ela de pé e ele a posiciona,
  • 6:01 - 6:04
    ela estava encaixada numa barra,
    pressionando o clitóris dela, assim.
  • 6:04 - 6:07
    Então, minha amiga está
    ali parada e o cara sai.
  • 6:07 - 6:09
    É uma dominação, deixá-la sozinha.
  • 6:10 - 6:12
    Então, minha amiga está lá e pensa:
  • 6:12 - 6:14
    "Estou entediada."
  • 6:14 - 6:15
    (Risos)
  • 6:15 - 6:18
    O cara volta e ela diz: "Estou entediada".
  • 6:19 - 6:23
    E ele olha para ela e para a barra
    e diz: "Então por que você está molhada?"
  • 6:24 - 6:26
    Por que estava molhada?
  • 6:27 - 6:30
    É relacionado ao sexo ter pressão
    diretamente contra o clitóris?
  • 6:30 - 6:32
    Sim.
  • 6:32 - 6:35
    Isso diz a ele se ela quer
    ou gosta do que está acontecendo?
  • 6:36 - 6:37
    Não.
  • 6:37 - 6:41
    O que diz a ele se ela quer
    ou gosta do que está acontecendo?
  • 6:42 - 6:43
    Ela diz!
  • 6:43 - 6:47
    Ela reconheceu e articulou
    o que queria e gostava.
  • 6:47 - 6:50
    Tudo o que ele tinha que fazer
    era escutar as palavras dela.
  • 6:50 - 6:54
    Minha amiga no telefone: qual é a solução?
  • 6:54 - 6:57
    Você diz ao parceiro:
    "Escute as suas palavras".
  • 6:57 - 6:59
    Também compre lubrificante.
  • 7:00 - 7:02
    (Risos)
  • 7:02 - 7:03
    (Aplausos)
  • 7:03 - 7:05
    Aplausos pro lubrificante, sem dúvida.
  • 7:05 - 7:06
    (Aplausos)
  • 7:06 - 7:08
    Todos, em todo lugar.
  • 7:09 - 7:12
    Quero contar uma história sombria
    sobre "escutar as palavras dela".
  • 7:12 - 7:14
    Esta vem de um bilhete
    que uma estudante me enviou
  • 7:14 - 7:17
    numa palestra sobre a não
    concordância da excitação.
  • 7:17 - 7:21
    Ela estava com um novo parceiro,
    feliz por estar fazendo coisas,
  • 7:21 - 7:23
    estava em um ponto
    tão longe quanto queria ir
  • 7:23 - 7:25
    e, então, ela disse não.
  • 7:25 - 7:30
    E o parceiro disse: "Você está molhada,
    você está tão pronta, não seja tímida".
  • 7:30 - 7:32
    Tímida?
  • 7:32 - 7:35
    Como se já não tivesse custado
    toda a coragem e confiança que tinha
  • 7:35 - 7:38
    dizer não a alguém de quem ela gostava.
  • 7:38 - 7:40
    Cujos sentimentos ela não queria ferir.
  • 7:41 - 7:42
    Mas ela disse de novo.
  • 7:43 - 7:45
    Ela disse não.
  • 7:46 - 7:48
    Ele escutou as palavras dela?
  • 7:50 - 7:54
    Na época do "eu também" e
    "o tempo acabou", as pessoas me perguntam:
  • 7:54 - 7:56
    "Como sei o que meu parceiro quer e gosta?
  • 7:56 - 7:59
    Todo o consentimento
    é verbal e contratual agora?"
  • 7:59 - 8:01
    Às vezes, o consentimento é ambíguo
  • 8:01 - 8:05
    e precisamos de uma conversa cultural
    em larga escala sobre isso.
  • 8:05 - 8:09
    Mas podemos ter certeza de que estamos
    percebendo como o consentimento é claro
  • 8:09 - 8:11
    se eliminarmos esse mito?
  • 8:11 - 8:13
    Em todos os exemplos que descrevi aqui,
  • 8:13 - 8:17
    a parceira reconheceu e articulou
    o que queria e gostava:
  • 8:17 - 8:19
    "Eu quero você agora".
  • 8:19 - 8:20
    "Não."
  • 8:21 - 8:23
    E o parceiro delas disse
    que estavam erradas.
  • 8:24 - 8:25
    É um abuso psicológico.
  • 8:25 - 8:27
    Profundo e degradante.
  • 8:27 - 8:32
    Você diz que se sente de um jeito,
    mas seu corpo prova que se sente de outro.
  • 8:32 - 8:35
    E só fazemos isso em torno da sexualidade,
    porque a não concordância da excitação
  • 8:35 - 8:39
    acontece em todo sistema emocional
    e motivacional que temos.
  • 8:39 - 8:43
    Se minha boca salivar
    ao morder uma maçã bichada,
  • 8:43 - 8:45
    alguém vai me dizer:
  • 8:45 - 8:47
    "Você disse não, mas seu corpo disse sim"?
  • 8:47 - 8:49
    (Risos)
  • 8:49 - 8:51
    E não são só nossos parceiros que erram.
  • 8:52 - 8:55
    O Programa Nacional de Educação Judiciária
    publicou um documento
  • 8:55 - 8:59
    chamado: "Juízes contam: o que eu
    gostaria de saber antes de presidir
  • 8:59 - 9:02
    um caso de uma vítima
    adulta de agressão sexual".
  • 9:02 - 9:04
    Número 13:
  • 9:04 - 9:08
    "A vítima, feminina ou masculina,
    pode experimentar uma resposta física,
  • 9:08 - 9:12
    mas isso não é uma resposta sexual
    no sentido de desejo ou reciprocidade".
  • 9:12 - 9:15
    Isso me leva um passo
    mais perto da escuridão,
  • 9:15 - 9:17
    depois prometo que acharemos
    o caminho pra luz.
  • 9:17 - 9:20
    Me lembro de um caso judicial
    envolvendo várias instâncias
  • 9:20 - 9:22
    de contato sexual não consensual.
  • 9:22 - 9:24
    Imaginem que vocês estão no júri
  • 9:24 - 9:27
    e ouvem que a vítima teve orgasmos.
  • 9:27 - 9:30
    Isso altera sua intuição sobre o caso?
  • 9:30 - 9:33
    Deixem-me lembrá-los,
    o orgasmo é fisiológico;
  • 9:33 - 9:35
    é uma liberação de tensão
    espontânea e involuntária,
  • 9:35 - 9:38
    gerada em resposta a estímulos
    relacionados ao sexo.
  • 9:39 - 9:44
    Mas o advogado do agressor garantiu
    que o júri soubesse desses orgasmos
  • 9:44 - 9:48
    porque achou que os orgasmos podiam
    ser interpretados como consentimento.
  • 9:48 - 9:52
    Acrescento que se tratava de uma criança
    sendo abusada por um adulto da família.
  • 9:53 - 9:54
    Eu convido vocês a respirarem.
  • 9:55 - 9:57
    Esse tipo de história pode
    despertar vários sentimentos,
  • 9:57 - 10:01
    de raiva, vergonha, ou excitação confusa
  • 10:01 - 10:03
    porque é relacionado ao sexo,
  • 10:03 - 10:05
    mesmo que seja terrível.
  • 10:07 - 10:12
    Mas, mesmo sabendo que é difícil
    ter esses sentimentos entre estranhos,
  • 10:12 - 10:16
    se pudermos encontrar um caminho
    através de todos os sentimentos confusos,
  • 10:16 - 10:20
    acredito que encontraremos
    nosso caminho para a luz da compaixão
  • 10:20 - 10:22
    por aquela criança,
  • 10:22 - 10:25
    cuja relação com o próprio
    corpo foi estragada
  • 10:25 - 10:27
    por um adulto que devia protegê-la.
  • 10:29 - 10:33
    E nós vamos encontrar esperança
    de que havia um adulto confiável
  • 10:33 - 10:34
    que poderia dizer: resposta genital
  • 10:34 - 10:38
    significa que foi um estímulo relacionado
    ao sexo; não desejado ou apreciado,
  • 10:38 - 10:41
    certamente não significa
    que foi consentido.
  • 10:41 - 10:43
    (Aplausos)
  • 10:46 - 10:51
    Essa compaixão e esperança são
    a razão de eu viajar por toda parte,
  • 10:51 - 10:53
    falando sobre isso para quem quiser ouvir.
  • 10:53 - 10:57
    Posso ver isso ajudando as pessoas,
    mesmo quando eu digo as palavras.
  • 10:59 - 11:02
    Eu convido vocês a dizer as palavras.
  • 11:04 - 11:06
    Você não precisa dizer "clitóris"
    na frente de mil estranhos.
  • 11:07 - 11:10
    Mas tenham uma conversa corajosa.
  • 11:10 - 11:13
    Digam isso para um conhecido
    que sofreu violência sexual;
  • 11:13 - 11:15
    certamente conhecem alguém.
  • 11:15 - 11:17
    Nos EUA, é uma em cada três mulheres.
  • 11:17 - 11:19
    Um em cada seis homens.
  • 11:19 - 11:22
    Quase metade dos transgêneros.
  • 11:22 - 11:25
    Digam: "A resposta genital é
    um estímulo relacionado ao sexo.
  • 11:25 - 11:27
    Não significa desejado ou apreciado".
  • 11:28 - 11:30
    Digam a um juiz ou advogado que conheçam,
  • 11:30 - 11:34
    um policial ou qualquer pessoa que possa
    estar no júri num caso de agressão sexual.
  • 11:34 - 11:37
    Digam: "Algumas pessoas pensam
    que o corpo não responde
  • 11:37 - 11:40
    se você não quer ou gosta
    do que está acontecendo;
  • 11:40 - 11:41
    se isso fosse verdade..."
  • 11:41 - 11:44
    Mas há a não concordância da excitação.
  • 11:44 - 11:47
    Digam isso para o adolescente
    confuso em sua vida,
  • 11:47 - 11:51
    que está apenas tentando
    descobrir as coisas.
  • 11:51 - 11:57
    Digam: se você mordesse
    uma fruta mofada e salivar,
  • 11:57 - 11:58
    ninguém diria a você:
  • 11:58 - 12:02
    "Bem, você simplesmente não quer
    admitir o quanto você gosta".
  • 12:02 - 12:05
    O mesmo vale lá para baixo,
    não concordância da excitação.
  • 12:05 - 12:07
    Digam isso ao seu parceiro.
  • 12:07 - 12:10
    Meus genitais não dizem
    o que eu quero ou gosto.
  • 12:11 - 12:12
    Eu digo.
  • 12:13 - 12:16
    (Aplausos)
  • 12:18 - 12:20
    As raízes desse mito são profundas
  • 12:20 - 12:23
    e estão emaranhadas com algumas
    forças muito obscuras em nossa cultura.
  • 12:23 - 12:27
    Mas a cada conversa corajosa que temos,
  • 12:27 - 12:29
    fazemos o mundo um pouquinho melhor,
    um pouco mais simples
  • 12:29 - 12:31
    para o adolescente confuso.
  • 12:31 - 12:35
    Mais fácil para a amiga no telefone,
    preocupada se ela está "quebrada".
  • 12:36 - 12:39
    Um pouco mais fácil e seguro
  • 12:39 - 12:42
    para os sobreviventes,
    uma em cada três mulheres.
  • 12:42 - 12:44
    Um em cada seis homens.
  • 12:44 - 12:46
    Metade dos transgêneros.
  • 12:47 - 12:48
    Eu também.
  • 12:49 - 12:51
    Então, para cada conversa
    corajosa que tiverem,
  • 12:53 - 12:54
    obrigada.
  • 12:54 - 12:56
    (Aplausos)
  • 13:01 - 13:02
    Obrigada.
  • 13:03 - 13:05
    Obrigada.
  • 13:05 - 13:07
    (Aplausos)
  • 13:08 - 13:10
    Helen Walters: Emily, venha aqui.
  • 13:10 - 13:11
    Muito obrigada.
  • 13:12 - 13:14
    Eu sei que você faz isso o tempo todo,
  • 13:14 - 13:17
    e, ainda assim, sou muito grata
    a você por ter a coragem
  • 13:17 - 13:19
    de vir e falar sobre isso nesse palco.
  • 13:19 - 13:21
    Realmente valeu muito
    e estamos muito gratos.
  • 13:21 - 13:22
    Então, obrigada.
  • 13:22 - 13:25
    Emily Nagoski: Estou grata por estar aqui.
  • 13:25 - 13:26
    HW: No seu trabalho normal,
  • 13:26 - 13:30
    como você falou no início da palestra,
    muitas perguntas lhe são feitas.
  • 13:30 - 13:34
    Mas qual é a única pergunta
    que lhe fazem o tempo todo
  • 13:34 - 13:38
    que você pode compartilhar com todos aqui,
    para não precisar responder mil vezes
  • 13:38 - 13:40
    durante o resto da semana?
  • 13:40 - 13:41
    PT: A pergunta que mais me fazem
  • 13:41 - 13:45
    é na verdade a questão subjacente
    a praticamente todas as outras questões:
  • 13:45 - 13:48
    você pode ficar viciado em seu vibrador,
    me ajude com minha disfunção erétil?
  • 13:49 - 13:53
    Por trás de toda pergunta está realmente
    a pergunta: "Eu sou normal?"
  • 13:53 - 13:55
    Para o que minha resposta é:
  • 13:55 - 13:59
    o que é normal e por que quer
    isso para sua sexualidade?
  • 14:00 - 14:02
    Por que só queremos
    ser normais na sexualidade?
  • 14:02 - 14:04
    Não queremos ser extraordinários?
  • 14:04 - 14:08
    Tipo, você só quer sexo normal
    ou quer sexo incrível na vida?
  • 14:08 - 14:11
    Eu acho que há muito medo
  • 14:11 - 14:13
    em torno de ser diferente sexualmente.
  • 14:13 - 14:16
    Quando as pessoas me perguntam:
    "O que estou fazendo é normal?",
  • 14:16 - 14:20
    o que elas estão realmente
    me perguntando é: "Eu me encaixo?"
  • 14:20 - 14:22
    Eu me encaixo neste relacionamento,
  • 14:22 - 14:24
    eu me encaixo nesta comunidade de pessoas,
  • 14:24 - 14:27
    eu me encaixo na Terra
    como uma pessoa sexual?
  • 14:27 - 14:31
    Para o que a resposta
    é sempre um retumbante sim.
  • 14:31 - 14:35
    As únicas barreiras ou limites são:
  • 14:35 - 14:38
    um, se sentir dor sexual indesejada,
  • 14:38 - 14:40
    fale com um médico.
  • 14:40 - 14:44
    E, dois: enquanto os envolvidos
    estiverem livres e felizes por estarem lá,
  • 14:44 - 14:46
    e livres para sairem quando quiserem,
  • 14:46 - 14:49
    você tem permissão para fazer
    qualquer coisa que quiser.
  • 14:49 - 14:52
    Não há roteiro ou uma caixa
    em que tenha que se ajustar,
  • 14:52 - 14:55
    você está autorizado, desde que haja
    consentimento e sem dor indesejada,
  • 14:55 - 14:58
    você é totalmente livre
    para fazer o que quiser.
  • 14:58 - 15:00
    HW: Fantástico. Muito obrigada.
    EN: Obrigada.
  • 15:00 - 15:02
    HW: Obrigada, você é incrível.
  • 15:02 - 15:03
    (Aplausos)
Title:
A verdade sobre a não concordância da excitação
Speaker:
Emily Nagoski
Description:

A educadora sexual Emily Nagoski derruba um dos mitos mais perigosos sobre sexo e nos apresenta a ciência por trás da não concordância da excitação: quando há uma desconexão entre a resposta física e a experiência do prazer e do desejo. Falar de tais momentos íntimos e privados pode parecer constrangedor ou difícil, mas nesta palestra direta, Nagoski pede a todos nós que compartilhemos essa informação crucial com alguém - juízes, advogados, parceiros, crianças. "A cada conversa corajosa que temos, tornamos o mundo um pouco melhor", diz Nagoski. (Esta palestra contém conteúdo adulto.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:16

Portuguese, Brazilian subtitles

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