< Return to Video

Arlene Shechet em "Segredos" - Temporada 7 - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21

  • 0:12 - 0:15
    ARLENE SHECHET: A argila é extremamente elementar.
  • 0:15 - 0:19
    Não há nada nela que seja atraente
    ou interessante.
  • 0:19 - 0:22
    É simplesmente muito, muito básico.
  • 0:24 - 0:32
    A ausência de beleza em seu estado bruto é importante para mim,
  • 0:32 - 0:33
    porque isso me dá muita liberdade.
  • 0:35 - 0:37
    Porque ela não tem caráter, eu posso fazer qualquer coisa.
  • 0:38 - 0:41
    Ela apenas existe para ser inventada.
  • 0:43 - 0:45
    Isso é chamado de "wedging".
  • 0:46 - 0:49
    É um termo em argila para amassar.
  • 0:52 - 0:54
    Se você aprende como fazer isso,
  • 0:54 - 0:58
    ela balança para frente e para trás e forma essa espiral.
  • 0:59 - 1:00
    O visual é bem legal.
  • 1:02 - 1:05
    Não sou uma pessoa dedicada a um material.
  • 1:06 - 1:09
    Mas eu dediquei os últimos seis ou sete anos
  • 1:09 - 1:10
    ao trabalho com argila.
  • 1:23 - 1:30
    A argila é um desses materiais que permite
    que alguém esteja tanto no controle quanto fora dele.
  • 1:31 - 1:34
    É como uma verdadeira conversa com o trabalho.
  • 1:34 - 1:40
    Uma das melhores coisas de fazer arte
    é que você pode fazer coisas
  • 1:40 - 1:43
    e depois ouvir essas coisas e
    prestar atenção a essas coisas.
  • 1:59 - 2:01
    Eu sempre quis trabalhar em uma fábrica.
  • 2:02 - 2:06
    Eu dizia aos meus pais que queria ser
    um fazendeiro ou um operário de fábrica.
  • 2:07 - 2:10
    Meus pais me ignoraram completamente com relação a isso.
  • 2:11 - 2:15
    Crescendo em Nova York, você meio que vê tudo pronto.
  • 2:15 - 2:18
    Você não vê nada sendo feito.
  • 2:18 - 2:20
    Então, eu queria saber de onde
    tudo veio.
  • 2:31 - 2:34
    - Acho que é melhor eu cobrir isso de novo.
  • 2:39 - 2:43
    Se eu adicionar um pedaço de argila muito cedo, desmorona.
  • 2:43 - 2:45
    Muito tarde, não vai fixar.
  • 2:46 - 2:48
    Existe um momento perfeito para fazer tudo.
  • 2:48 - 2:52
    E então, quando o momento passa, ele se foi
    e não tem o que fazer sobre isso.
  • 2:54 - 2:56
    Intelectualmente e talvez espiritualmente,
  • 2:56 - 2:59
    É algo interessante de se trabalhar com.
  • 3:24 - 3:27
    Construo quatro ou cinco coisas ao mesmo tempo.
  • 3:28 - 3:30
    Todas essas peças estão no começo.
  • 3:30 - 3:36
    Então, essas peças provavelmente serão muito maiores
    e terão outros elementos
  • 3:36 - 3:38
    que eu ainda não sei.
  • 3:57 - 4:05
    Ontem, eu descobri que precisava
    adicionar algumas partes a isso,
  • 4:05 - 4:08
    porque isso vai ser apenas um rolo de fios
  • 4:08 - 4:12
    e esses só podem ser adicionados um pouco de
    de cada vez.
  • 4:26 - 4:32
    Tenho esses pinos para me lembrar que esses
    não foram unidos,
  • 4:32 - 4:36
    porque as vezes eu simplesmente esquecia.
  • 4:40 - 4:44
    Eu estava pensando, eu tenho que ter um apetite real
    para o feio.
  • 4:46 - 4:50
    Há muitos pontos em que essa coisa
    é simplesmente horrível
  • 4:50 - 4:53
    e, ainda assim, preciso acreditar nela.
  • 4:53 - 4:55
    E eu preciso continuar com ela.
  • 4:56 - 4:59
    Mas pode ser algo bom.
  • 5:11 - 5:13
    O cubo é o próximo.
  • 5:14 - 5:25
    E, em cerca de quinze minutos, vamos despejar
    a barbotina extra que você vê por cima.
  • 5:26 - 5:32
    E o gesso permitirá que as coisas se tornem
    argila seca então
  • 5:33 - 5:35
    quando o retirarmos em algumas horas.
  • 5:41 - 5:46
    Esta é uma moldura de barbotina modelada de um tijolo refratário.
  • 5:46 - 5:51
    E você pode ver que o molde pega cada
    parte do tijolo refratário.
  • 5:51 - 5:55
    Cada nuance, quando estão molhados assim,
  • 5:55 - 6:02
    Às vezes eu aproveito a oportunidade para, você sabe,
    fazer algo com ele.
  • 6:03 - 6:06
    Se essa coisa não tivesse o ar pressionando para fora,
  • 6:06 - 6:07
    ele simplesmente desmancharia.
  • 6:07 - 6:09
    Não comportaria todas essas formas.
  • 6:09 - 6:11
    Ou, se fosse sólido, você não conseguiria fazer nada.
  • 6:11 - 6:14
    Isso já está em uma prateleira do forno, certo?
  • 6:20 - 6:27
    A parte realmente fora de controle é
    essa coisa com a qual eu me escravizo ou com a qual brinco,
  • 6:28 - 6:35
    vai secar por vários meses e depois
    vai entrar em um forno de mais de 2.000 graus
  • 6:35 - 6:36
    e isso é loucura.
  • 6:36 - 6:38
    Você sabe.....
  • 6:38 - 6:40
    E então todas as apostas estão canceladas.
  • 6:43 - 6:47
    Venho aqui e escolho da árvore de esmaltes.
  • 6:49 - 6:55
    Eu tenho um livro referência que tem
    fotografias de cada trabalho e
  • 6:55 - 6:57
    depois anotações sobre o que fiz.
  • 6:59 - 7:02
    Se um esmalte estiver sob outro esmalte ou
    por cima dele,
  • 7:02 - 7:06
    ele será quimicamente completamente diferente
    e a queima completamente diferente.
  • 7:11 - 7:17
    Nós colocamos fogo com um computador em um grau muito exato com base no tipo de esmalte.
  • 7:18 - 7:21
    Esta peça passou por cinco ou seis queimas.
  • 7:22 - 7:26
    Serão alguns dias de queima e
    depois
  • 7:26 - 7:27
    dois dias e meio de resfriamento.
  • 7:33 - 7:35
    O fato de você ter que tornar as coisas ocas
  • 7:35 - 7:38
    é algo que me atrai.
  • 7:39 - 7:43
    Essa substância pastosa se torna estrutural.
  • 7:44 - 7:45
    Você pode pressionar contra ela,
  • 7:45 - 7:51
    você pode criar formas de uma maneira que algo
    que é sólido nunca poderia criar forma.
  • 7:55 - 7:57
    Ok, vamos carregar isso muito em
    breve.
  • 7:58 - 8:02
    Se for uma coisa completamente sólida, então
    não pode ser queimada.
  • 8:08 - 8:17
    Um dia, senti o quanto estava feliz aqui e
    como eu estava realmente vivendo minha fantasia.
  • 8:17 - 8:21
    Que ser um artista, trabalhar em um estúdio,
  • 8:21 - 8:26
    Eu havia criado uma fazenda e uma fábrica.
  • 8:26 - 8:28
    E quando pensei sobre isso,
  • 8:28 - 8:33
    a essência desse desejo era realmente
    querer saber como as coisas eram feitas.
  • 8:53 - 8:57
    Estou sempre dizendo sim a novas situações.
  • 8:57 - 9:00
    Se eu continuar criando um sistema fechado,
  • 9:01 - 9:06
    então eu não estou desconfortável o suficiente para desafiar algum limite.
  • 9:07 - 9:09
    -Aqui vamos nós.
  • 9:09 - 9:13
    Eu só quero estar ultrapassando limites
    e resolvendo problemas.
  • 9:21 - 9:23
    Fui convidada para Meissen.
  • 9:23 - 9:25
    Foi muito, muito aberto.
  • 9:25 - 9:29
    Recebi um estúdio e não precisei
    definir um projeto.
  • 9:29 - 9:31
    Não precisei dizer o que eu ia fazer.
  • 9:31 - 9:35
    E eu não precisava projetar algo que
    faria parte da produção deles.
  • 9:37 - 9:39
    Noventa e nove por cento das coisas lá são moldadas.
  • 9:39 - 9:41
    Então, trabalhar com moldes era algo
  • 9:41 - 9:46
    que eu não havia incorporado na
    minha prática regular com argila.
  • 9:47 - 9:50
    A infraestrutura de como as coisas eram feitas lá
  • 9:50 - 9:54
    entrou para o meu vocabulário
  • 9:54 - 10:00
    em termos das esculturas que eu realmente
    acabei fazendo para a exposição da RISD.
  • 10:02 - 10:07
    O que eu trouxe para Meissen foi tudo o que eu sabia.
  • 10:07 - 10:09
    Eu só queria me permitir.
  • 10:11 - 10:15
    Adoro todo tipo de arquitetura industrial.
  • 10:15 - 10:18
    Indústria em geral, ferramentas.
  • 10:18 - 10:22
    O que algumas pessoas podem ver como
    mecanizado e assustador,
  • 10:22 - 10:26
    Eu vejo como mecanizado e fascinante.
  • 10:26 - 10:30
    Também é uma coisa muito particular em um lugar
    como
  • 10:30 - 10:34
    a fábrica de Meissen, que começou em 1710.
  • 10:34 - 10:39
    As origens de todo o mundo da porcelana estão
    bem ali.
  • 10:39 - 10:44
    Foi o primeiro lugar na Europa
    onde descobriram como fazer porcelana.
  • 10:45 - 10:52
    Dentro desse lugar tem uma fábrica,
    mas dedicada ao feito à mão,
  • 10:52 - 11:00
    a essa habilidade diligente que,
    de muitas formas eu sou a antítese.
  • 11:02 - 11:13
    Pegar emprestado de sua necessidade insana por perfeição,
    empoderou meu desejo por imperfeição.
  • 11:15 - 11:20
    Eu andei pela fábrica sem parar e
    percebi que
  • 11:20 - 11:22
    que o que eu realmente amava eram os moldes.
  • 11:23 - 11:26
    As formas dos moldes estavam muito mais próximas da minha estética do que
  • 11:26 - 11:30
    as coisas que estavam saindo desses moldes
  • 11:30 - 11:33
    que eram os objetos tradicionais de Meissen.
  • 11:36 - 11:43
    Eu acabei fazendo uma proposta de que eu faria moldes dos moldes deles
  • 11:43 - 11:52
    e moldar em meus moldes com barbotina de porcelana, criando
    versões de porcelana de seus objetos industriais.
  • 11:54 - 11:55
    Quando eu moldava em seus moldes,
  • 11:55 - 12:00
    Eu deixava todas as marcas e
    todos os pequenos sinais e símbolos que
  • 12:00 - 12:06
    indicavam como montar a peça e
    nunca seriam vistos fora da fábrica.
  • 12:08 - 12:12
    Eu coloquei as assinaturas como uma espécie de celebração
    do trabalhador.
  • 12:12 - 12:15
    Os trabalhadores, quando os viam,
    eles apenas riam.
  • 12:16 - 12:22
    Eu estava pegando pedaços de tudo
    que era fiel a Meissen,
  • 12:22 - 12:27
    historicamente e tudo o que era
    verdadeiro para mim como uma artista contemporânea
  • 12:27 - 12:31
    trabalhando em uma fábrica do século 18
    e tentando juntar tudo isso.
  • 13:08 - 13:10
    ANDREW MOLLEUR: Essa é a maior coisa
    aqui em cima também.
  • 13:10 - 13:12
    ARLENE SHECHET: Sim, é, bem aqui.
  • 13:14 - 13:16
    eu acho que bem perto ali é ótimo.
  • 13:18 - 13:19
    Eu realmente gosto disso.
  • 13:20 - 13:22
    É como se estivesse vindo de dentro.
  • 13:31 - 13:33
    Ok, bem, sem dúvida nós vamos queimá-lo de novo.
  • 13:35 - 13:40
    Mas talvez eu comece, comece a trabalhar com isso.
  • 13:49 - 13:51
    Eu vou virar isso.
  • 13:51 - 13:57
    Precisávamos fazer versões em escala de cada escultura para a galeria.
  • 13:57 - 14:06
    Aqui embaixo, eu posso ver mais ou menos como eu veria as coisas entrando na galeria.
  • 14:07 - 14:09
    Não quero tudo na mesma altura.
  • 14:09 - 14:13
    Não quero muitas coisas com metal ali,
  • 14:13 - 14:15
    muitas coisas com concreto aqui.
  • 14:15 - 14:20
    Portanto, estou balanceando todas essas preocupações muito,
    muito intencionalmente.
  • 14:22 - 14:25
    A peça completa não é apenas a cerâmica.
  • 14:25 - 14:30
    A peça completa é algo que permite
    a cerâmica
  • 14:30 - 14:35
    para viver no mundo na altura que eu quiser,
  • 14:35 - 14:39
    no formato que eu quiser e na combinação de materiais
    que eu quiser.
  • 14:39 - 14:40
    E na cor que eu quiser.
  • 14:41 - 14:44
    O que é conhecido como o pedestal,
  • 14:44 - 14:46
    Às vezes eu chamo de arquitetura da peça.
  • 14:51 - 14:55
    Eu tenho uma apreciação real por como ele é complexo
  • 14:55 - 14:58
    para fazer algo que é atraente
  • 14:58 - 15:00
    e que muda com cada visão.
  • 15:01 - 15:08
    Essa é uma preocupação escultural antiquada
    que eu adoro
  • 15:08 - 15:11
    E que eu acredito que se deve ao fato de
  • 15:11 - 15:14
    pessoas andando em volta das peças na galeria.
  • 15:15 - 15:17
    As esculturas criam movimento.
  • 15:18 - 15:21
    Eu fiz dança improvisada no meu início ensinando
  • 15:21 - 15:26
    com os alunos, porque eu acho que é a
    a mesma coisa.
  • 15:37 - 15:41
    A argila é um excelente material de desenho tridimensional.
  • 15:41 - 15:47
    Ele deixa um registro da mesma forma que
    um desenho deixa um registro muito direto da
  • 15:47 - 15:48
    mão do artista.
  • 15:56 - 16:00
    A instalação é a coisa toda e essa é
    uma ideia muito grande.
  • 16:01 - 16:04
    Na verdade, eu acho que sou um artista de instalações
    que faz objetos.
  • 16:18 - 16:20
    Quero fazer algo mais do que uma ideia.
  • 16:20 - 16:25
    Não quero que ninguém seja capaz de descrever
    as peças com muita facilidade.
  • 16:26 - 16:29
    Quero fazer coisas que sejam mais ambíguas do que isso.
  • 16:43 - 16:48
    Quero fazer comédia física e humor intelectual
  • 16:48 - 16:52
    que tem um tipo de reação visceral
  • 16:52 - 16:59
    que acaba criando algum tipo de sentimento complexo.
  • 16:59 - 17:03
    Para que a reação não seja, eu entendo isso,
  • 17:03 - 17:07
    A reação é: o que é isso e por quê?
Title:
Arlene Shechet em "Segredos" - Temporada 7 - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21
Description:

more » « less
Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
17:48

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions