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A arte de ser você mesmo |Caroline McHugh | TEDxMiltonKeynesWomen

  • 0:07 - 0:08
    São grandes as chances
  • 0:08 - 0:11
    de vocês terem se olhado ao menos
    uma vez no espelho hoje.
  • 0:11 - 0:15
    Você teve que se barbear,
    ou penteou seu cabelo,
  • 0:15 - 0:18
    ou talvez checou se tinha espinafre
    nos dentes depois do almoço.
  • 0:18 - 0:19
    Mas o que você não sabia
  • 0:19 - 0:21
    é que o rosto olhando de volta para você
  • 0:21 - 0:24
    não é o rosto que todos os outros veem.
  • 0:24 - 0:26
    É meio que invertido, distorcido,
  • 0:26 - 0:28
    uma imagem de trás para a frente.
  • 0:28 - 0:30
    Há alguns anos, eu estava
    em um voo para Nova York,
  • 0:30 - 0:32
    e li um artigo no Financial Times,
  • 0:32 - 0:36
    sobre o fenômeno chamado
    Espelho Verdadeiro
  • 0:36 - 0:39
    e para os americanos
    ouvindo, isso é um espelho.
  • 0:39 - 0:42
    O Espelho Verdadeiro foi inventado
  • 0:42 - 0:44
    por dois irmãos em Nova York,
  • 0:44 - 0:46
    chamados John e Catherine Walters.
  • 0:46 - 0:49
    Eles descobriram que se você
    pegar dois espelhos,
  • 0:49 - 0:51
    e colocá-los juntos nos ângulos certos,
  • 0:51 - 0:52
    e retirar a junção,
  • 0:52 - 0:54
    a imagem reflete um no outro.
  • 0:54 - 0:56
    O que você vê quando olha
    em um Espelho Verdadeiro
  • 0:56 - 1:00
    é exatamente o que outras pessoas
    veem quando olham para você.
  • 1:00 - 1:02
    Então, aterrissei em Nova York,
    liguei para o John,
  • 1:02 - 1:04
    perguntei se podia ir vê-lo,
  • 1:04 - 1:07
    e fui parar na sua galeria no Brooklyn.
  • 1:07 - 1:10
    Foi como estar em um espetáculo no circo.
  • 1:10 - 1:11
    Havia Espelhos Verdadeiros,
  • 1:11 - 1:15
    de corpo inteiro e pequenos,
    por toda a galeria.
  • 1:15 - 1:18
    Quando me aproximei do Espelho
    Verdadeiro pela primeira vez,
  • 1:18 - 1:19
    e olhei no espelho,
  • 1:19 - 1:24
    foi uma das experiências mais
    desorientadoras que já tive na vida.
  • 1:24 - 1:27
    A primeira coisa que se nota
    ao olhar num Espelho Verdadeiro
  • 1:27 - 1:29
    é que a sua cabeça não é reta.
  • 1:29 - 1:31
    Ela meio que pende para lá,
  • 1:31 - 1:33
    e a sua é bem reta, na verdade,
  • 1:33 - 1:35
    a sua inclina um tiquinho para lá.
  • 1:35 - 1:38
    Parece que muitos de nós inclinamos
    a cabeça para um lado.
  • 1:38 - 1:41
    Quando se vê no Espelho Verdadeiro,
    a primeira coisa que você faz
  • 1:41 - 1:43
    é endireitar a cabeça
    mas, porque está invertido,
  • 1:43 - 1:47
    você inclina para o lado errado.
    É muito desorientador.
  • 1:47 - 1:51
    Mas, mais importante,
    eu tive um flashback.
  • 1:51 - 1:53
    Um flashback de quando era criança.
  • 1:53 - 1:54
    Eu cresci em Glasgow,
  • 1:54 - 1:57
    caso vocês não tenham
    notado, eu sou escocesa.
  • 1:57 - 1:59
    Eu cresci em Glasgow, e minha mãe,
  • 1:59 - 2:01
    quando estava se maquiando,
  • 2:01 - 2:05
    eu costumava adorar sentar
    e observá-la se maquiando,
  • 2:05 - 2:06
    apoiando meu queixo com as mãos.
  • 2:06 - 2:09
    E eu costumava falar para ela:
  • 2:09 - 2:12
    "Não é engraçado como um lado
    do seu lábio superior
  • 2:12 - 2:15
    é mais alto que o outro?"
  • 2:15 - 2:18
    Ela se olhava no espelho
    e falava: "Não é não".
  • 2:18 - 2:20
    E eu dizia: "Não, são só
    uns dois milímetros,
  • 2:20 - 2:24
    mas aquele lado do seu lábio
    é definitivamente mais alto que o outro".
  • 2:24 - 2:27
    Ela dizia: "Carolina, você
    está falando bobagem".
  • 2:27 - 2:29
    Quando eu olhei no Espelho Verdadeiro,
  • 2:29 - 2:31
    lá estava o lábio
  • 2:31 - 2:35
    que eu estava usando, naquela
    época, por talvez 45 anos,
  • 2:35 - 2:37
    e eu nunca tinha visto.
  • 2:38 - 2:41
    A diferença é que quando você
    olha num espelho regular,
  • 2:41 - 2:43
    você procura por reafirmação.
  • 2:43 - 2:46
    Você procura por reafirmação
    que você é bonito,
  • 2:46 - 2:50
    que é jovem, ou está arrumado,
    ou que seu bumbum não parece tão grande.
  • 2:50 - 2:52
    Mas quando você olha
    em um Espelho Verdadeiro,
  • 2:52 - 2:54
    você não olha para você mesmo,
  • 2:54 - 2:55
    você procura por você mesmo.
  • 2:55 - 2:58
    Você procura revelação, não reafirmação.
  • 2:58 - 3:01
    E isso foi profundamente
    interessante para mim
  • 3:01 - 3:04
    porque o que faço na vida é ajudar
    pessoas a serem elas mesmas.
  • 3:04 - 3:07
    Não de uma forma narcisista ou solipsista,
  • 3:07 - 3:10
    mas porque acredito
    que a reforma social se inicia,
  • 3:10 - 3:13
    sempre começa com o indivíduo.
  • 3:13 - 3:16
    Quando vocês olham
    para indivíduos notáveis,
  • 3:16 - 3:19
    e quando eu digo notáveis
    ou bem-sucedidos
  • 3:19 - 3:22
    não quero dizer bem-sucedidos
    financeiramente;
  • 3:22 - 3:24
    quero dizer pessoas
    que foram bem-sucedidas
  • 3:24 - 3:27
    em alcançar o que quer que seja
    que se propuseram a fazer,
  • 3:27 - 3:31
    vocês verão que o que eles têm em comum
    é que eles não têm nada em comum.
  • 3:32 - 3:36
    Essas são as pessoas que trabalham
    em muitos dos campos em que eu trabalho.
  • 3:36 - 3:39
    Eu trabalho com pessoas em corporações,
  • 3:39 - 3:42
    com capitães da indústria,
    com políticos selecionados.
  • 3:42 - 3:44
    Eu trabalhei com geofísicos.
  • 3:44 - 3:46
    Eu trabalhei com orquestras de câmara
  • 3:46 - 3:50
    e bailarinos e estrelas do pop
    e cantores de ópera,
  • 3:50 - 3:54
    e identifiquei o fio que os liga.
  • 3:54 - 3:57
    Esses são indivíduos que conseguiram
    descobrir o presente único
  • 3:57 - 4:00
    que o universo deu para eles
    quando eles encarnaram,
  • 4:00 - 4:03
    e colocar aquilo a serviço
    dos seus objetivos.
  • 4:03 - 4:06
    Eu acho que todos nós viemos completos.
  • 4:06 - 4:09
    Viemos completos com uma nota verdadeira
    que estamos destinados a cantar,
  • 4:09 - 4:12
    e essas são pessoas que conseguiram
    descobrir como fazer isso.
  • 4:13 - 4:16
    Isso não determina
    a sua escolha de emprego.
  • 4:16 - 4:19
    O que isso determina é como você o faz.
  • 4:19 - 4:23
    Quando vemos essas pessoas,
    dizemos que são extraordinárias.
  • 4:23 - 4:26
    Você vai ver alguém como Roberto
    Benigni, e dizer: "Oh meu Deus!"
  • 4:26 - 4:29
    Eve Ensler, ela é maior
    do que a própria vida,
  • 4:29 - 4:31
    o que sempre me faz sorrir
  • 4:31 - 4:34
    porque como você poderia
    ser maior que a vida?
  • 4:35 - 4:36
    A vida é grande.
  • 4:37 - 4:41
    Mas a maioria de nós quase não ocupa
    o espaço que o universo nos designou.
  • 4:41 - 4:44
    Ocupamos esse pequeno espaço
    em volta dos nossos pés,
  • 4:44 - 4:47
    e é por isso que quando vemos alguém
    no comando da sua humanidade,
  • 4:47 - 4:49
    é notável.
  • 4:49 - 4:51
    Eles são pelo menos um pé
    maior em cada direção
  • 4:51 - 4:54
    do que os seres humanos normais,
    e eles brilham,
  • 4:54 - 4:56
    eles cintilam,
  • 4:56 - 4:57
    eles irradiam.
  • 4:57 - 4:59
    É como se tivessem engolido a Lua.
  • 4:59 - 5:02
    E todo o trabalho que tenho
    feito me levou a acreditar
  • 5:02 - 5:06
    que a individualidade é realmente
    tudo que deveria ser.
  • 5:06 - 5:09
    De fato, as pessoas que têm
    medo de ser elas mesmas
  • 5:09 - 5:11
    vão trabalhar para aquelas
    que não têm medo.
  • 5:12 - 5:16
    Agora, o seu trabalho é não ser
    nada como aquelas pessoas
  • 5:16 - 5:18
    que eu mostrei atrás de mim.
  • 5:18 - 5:22
    De fato, o seu trabalho é ser tão
    diferente deles quanto possível.
  • 5:22 - 5:26
    O seu único trabalho enquanto
    você estiver aqui no planeta
  • 5:26 - 5:29
    é ser tão bom em ser você
    quanto eles são em serem eles.
  • 5:29 - 5:31
    Esse é o acordo.
  • 5:32 - 5:35
    Então eu quero começar hoje
    perguntando para vocês
  • 5:35 - 5:37
    uma pergunta incrivelmente pessoal.
  • 5:37 - 5:39
    Não aquela que diz:
  • 5:39 - 5:43
    "Por que há tantas sílabas
    na palavra 'monossilábica'?" Não!
  • 5:43 - 5:44
    Nem mesmo aquela que diz:
  • 5:44 - 5:48
    "Vocês sabiam que Britney Spears é
    um anagrama para 'Presbyterians?'" Não.
  • 5:48 - 5:49
    (Risos)
  • 5:49 - 5:51
    Alguma coisa um pouco mais essencial.
  • 5:51 - 5:55
    De fato, essa é uma pergunta que vem
    procurando por você por toda a sua vida.
  • 5:55 - 5:57
    É provavelmente a mais simples
  • 5:57 - 6:00
    e a mais complicada pergunta
    que você vai perguntar.
  • 6:01 - 6:03
    Quantas vezes na sua vida
  • 6:03 - 6:05
    alguém te ofereceu um
    conselho bem-intencionado
  • 6:05 - 6:07
    que você deveria apenas ser você mesmo?
  • 6:07 - 6:10
    Quantas vezes você disse
    isso para outra pessoa?
  • 6:10 - 6:12
    Um dos seus filhos vem até você,
    ou alguém da sua equipe,
  • 6:12 - 6:15
    e eles dizem que estão nervosos, com medo.
  • 6:15 - 6:18
    Eles têm que fazer alguma coisa
    e não têm coragem
  • 6:18 - 6:20
    e você diz: "Querido,
    apenas seja você mesmo,
  • 6:20 - 6:23
    porque quando você é você
    mesmo, você é fabuloso".
  • 6:23 - 6:26
    Isso sempre faz efeito porque
    é tudo que nós queremos fazer.
  • 6:26 - 6:30
    Se você disser para o John ser ele
    mesmo, ele não quer ser a Mary.
  • 6:30 - 6:31
    Ele está feliz sendo ele mesmo,
  • 6:31 - 6:35
    mas é o uso da palavra "apenas"
    que eu acho interessante
  • 6:35 - 6:37
    porque sugere duas coisas.
  • 6:37 - 6:39
    Número um, que aquilo
    foi algo fácil de fazer.
  • 6:39 - 6:41
    Número dois, que era um conselho original.
  • 6:41 - 6:44
    O John nunca tinha pensado nisso sozinho.
  • 6:46 - 6:50
    Quando se trata de ser
    você mesmo e estar no mundo,
  • 6:50 - 6:54
    no minuto que você apareceu,
    que você encarnou,
  • 6:54 - 6:57
    você recebeu uma sentença de vida.
  • 6:57 - 6:59
    Você não sabe quanto tempo você tem.
  • 7:00 - 7:03
    Talvez você tenha 70 anos, e eu tenha 62.
  • 7:03 - 7:06
    Nós não temos ideia
    de quanto tempo temos.
  • 7:06 - 7:08
    Apesar de que, onde você nasceu,
  • 7:08 - 7:10
    quando você nasceu, de quem você nasceu,
  • 7:10 - 7:14
    todas essas coisas têm certa influência
  • 7:14 - 7:16
    ou impacto em como você
    se torna quem você é.
  • 7:16 - 7:17
    Se você nasceu na Suíça,
  • 7:17 - 7:20
    você deve ter bastante tempo
    para descobrir como isso funciona.
  • 7:20 - 7:25
    Se você nasceu no Zimbábue,
    ou em algumas partes de Glasgow,
  • 7:25 - 7:29
    e eu não estou brincando,
    você tem bem menos tempo.
  • 7:29 - 7:33
    Então o que quero que você pense
    não é sobre a sua expectativa de vida,
  • 7:33 - 7:35
    mas o que você espera da vida?
  • 7:35 - 7:37
    E o que a vida espera de você?
  • 7:37 - 7:39
    Essas são perguntas mais interessantes.
  • 7:40 - 7:45
    E os dois lugares na vida onde
    você é ótimo em ser você mesmo,
  • 7:45 - 7:48
    você é fantástico em ser você mesmo,
  • 7:48 - 7:50
    um deles é quando você é uma criança.
  • 7:50 - 7:53
    Quando é criança, você é fantástico
    em ser você mesmo
  • 7:53 - 7:57
    porque não sabe como disfarçar
    as suas diferenças.
  • 7:57 - 8:01
    É por isso que você vê crianças
    na praia, peladas, até os cinco anos,
  • 8:01 - 8:03
    e de repente com seis ou sete anos
  • 8:03 - 8:05
    elas querem uma roupa
    de banho, um biquíni.
  • 8:05 - 8:09
    Alguém aqui tem um filho de quatro anos?
  • 8:09 - 8:11
    Eu aceito um de três anos.
  • 8:11 - 8:14
    Jose, você tem um filho de três anos.
  • 8:14 - 8:17
    Quero que você imagine que vou
    até a sala de aula do Eduardo na escola,
  • 8:17 - 8:20
    e é uma turma de meninos
    de três anos de idade,
  • 8:20 - 8:23
    e digo aos meninos: "Quem é
    o menino mais forte da sala?"
  • 8:23 - 8:24
    O que vai acontecer?
  • 8:25 - 8:26
    Todas as mãos, certo?
  • 8:26 - 8:28
    Todas as mãos da sala vão se levantar.
  • 8:28 - 8:30
    Eles são competitivamente fortes.
  • 8:30 - 8:32
    Se eu for na mesma sala,
  • 8:32 - 8:36
    mas está cheia de meninos de sete anos,
    e fizer a mesma pergunta,
  • 8:36 - 8:39
    eles vão falar: "Ele", porque
    eles já sabem quando têm sete anos.
  • 8:40 - 8:41
    Ele é o forte,
  • 8:41 - 8:43
    ele é o corredor mais rápido,
  • 8:43 - 8:44
    ele é o engraçado,
  • 8:44 - 8:45
    ele é o brigão.
  • 8:45 - 8:49
    Os arquétipos da sociedade
    emergem dos cinco aos oito anos.
  • 8:49 - 8:51
    Isso é o que os jesuítas dizem:
  • 8:51 - 8:54
    "Dê-me um menino até os sete anos
    e eu te mostrarei o homem",
  • 8:54 - 8:56
    porque é o nascimento da consciência.
  • 8:56 - 8:59
    E a partir daí você se torna mais inibido
  • 8:59 - 9:02
    e, consequentemente,
    pior em ser você mesmo.
  • 9:03 - 9:05
    O outro lugar em que você é
    fantástico em ser você mesmo
  • 9:05 - 9:07
    é quando você é velho,
  • 9:07 - 9:09
    porque não pode ser incomodado.
  • 9:09 - 9:10
    Você chega naquele ponto da vida
  • 9:10 - 9:14
    em que percebe que há mais verões
    às suas costas do que na sua frente,
  • 9:14 - 9:16
    e tudo se intensifica.
  • 9:16 - 9:19
    Você se torna mais honesto
    e menos conciliador.
  • 9:19 - 9:21
    Então você vai dizer:
  • 9:21 - 9:24
    "Eu não quero o espinafre,
    não vou comer isso, não gosto".
  • 9:24 - 9:27
    "E não gosto de jazz, então
    você pode desligar esse barulho."
  • 9:27 - 9:29
    "E já que estamos falamos
    disso, não gosto de você!"
  • 9:29 - 9:30
    (Risos)
  • 9:30 - 9:33
    Chamamos essas pessoas de "excêntricas".
  • 9:33 - 9:35
    Nós chamamos nossos
    velhinhos de "excêntricos".
  • 9:35 - 9:38
    Na verdade, eles estão é sendo autênticos.
  • 9:38 - 9:39
    É como se fosse um efeito de ampulheta,
  • 9:39 - 9:42
    quando jovem, você é ótimo
    em ser você mesmo;
  • 9:42 - 9:44
    quando é velho, você é ótimo
    em ser você mesmo;
  • 9:44 - 9:47
    mas a parte do meio é algumas
    vezes a mais problemática.
  • 9:47 - 9:52
    É quando você tem que socializar;
    você tem que concordar e se adaptar.
  • 9:52 - 9:55
    Então eu desenvolvi o "Complexo do Eu".
  • 9:55 - 9:58
    O "Complexo do Eu" é um
    modelo para ajudá-lo a descobrir
  • 9:58 - 10:01
    qual "eu" você quis dizer quando diz "eu".
  • 10:02 - 10:05
    Você está bem familiarizado
    com o complexo de superioridade.
  • 10:05 - 10:10
    Se tem um complexo de superioridade, você
    se acha a pessoa mais importante da sala.
  • 10:10 - 10:13
    Se você tem um complexo de inferioridade
  • 10:13 - 10:17
    você sofre de um amor-próprio
    modesto demais.
  • 10:17 - 10:21
    Esses são ambos sinais de um ego frágil.
  • 10:21 - 10:25
    Um deles é sobre ilusões de grandeza,
    e o outro ilusões de insignificância.
  • 10:25 - 10:30
    Existe um terceiro jeito de ser no mundo,
    que chamo de "interioridade";
  • 10:31 - 10:32
    essa é uma das palavras que inventei.
  • 10:32 - 10:35
    A palavra "interioridade" descreve
    um temperamento específico,
  • 10:35 - 10:38
    e há dois motivos porque
    pode ser útil para você.
  • 10:38 - 10:40
    Número um, é completamente sem comparação.
  • 10:40 - 10:44
    Se você tem um complexo
    de superioridade ou de inferioridade,
  • 10:44 - 10:46
    você precisa de pessoas a sua volta.
  • 10:46 - 10:49
    No complexo de superioridade
    você precisa que os outros sejam menores.
  • 10:49 - 10:53
    No complexo de inferioridade, você sofre
    da síndrome de "eu-vou-ser-descoberto",
  • 10:53 - 10:55
    então alguém precisa te descobrir.
  • 10:56 - 10:58
    Interioridade é inteiramente
    sem relatividade,
  • 10:58 - 11:01
    então operar dessa
    posição de interioridade,
  • 11:01 - 11:04
    é como um ponto de vantagem emocional.
  • 11:04 - 11:05
    É uma sensibilidade.
  • 11:05 - 11:07
    É uma orientação.
  • 11:09 - 11:11
    E é o único lugar na sua vida,
  • 11:11 - 11:13
    o único lugar na sua vida,
  • 11:13 - 11:16
    em que você não tem competição.
  • 11:16 - 11:21
    Tente achar uma comparação
    para si mesmo, e não vai conseguir.
  • 11:21 - 11:25
    Eu poderia falar sobre interioridade
    até que a minha língua sangre,
  • 11:25 - 11:27
    ou poderia simplesmente mostrar o que é.
  • 11:27 - 11:30
    Quero apresentar uma mulher
    chamada Jill Scott.
  • 11:30 - 11:32
    Vocês podem tê-la
    na sua playlist do iTunes,
  • 11:32 - 11:36
    Jill é uma cantora que está prestes
    a subir no palco e se apresentar,
  • 11:36 - 11:40
    e caso você tenha perdido a pergunta,
    tem um cineasta francês filmando-a.
  • 11:40 - 11:42
    Ela vai subir ao palco
    depois da Erykah Badu,
  • 11:42 - 11:47
    e ele diz para ela: "Você está nervosa,
    entrando depois da Erykah?"
  • 11:48 - 11:51
    E eu quero que vocês ouçam o que ela diz.
  • 11:52 - 11:54
    (Vídeo) Jill Scott: Aquela moça ali
  • 11:54 - 11:57
    definitivamente mostrou o caminho
    para mim e muitas outras irmãs.
  • 11:57 - 11:59
    Estou agradecida.
  • 12:00 - 12:03
    Entrevistador: Você está nervosa
    por se apresentar depois dela?
  • 12:03 - 12:05
    (Risos)
  • 12:08 - 12:10
    JS: Você já me viu me apresentando?
  • 12:11 - 12:13
    Eu sou a senhorita Jill Scott.
  • 12:13 - 12:16
    Eu sou poeta, eu sou cantora,
  • 12:16 - 12:18
    e muitas outras coisas.
  • 12:18 - 12:21
    Todos nós temos a nossa
    própria coisa, essa é a mágica:
  • 12:21 - 12:25
    todos vem com seu próprio senso de força,
    e seu próprio reinado.
  • 12:25 - 12:29
    O meu nunca poderia se comparar ao dela
    e o dela nunca poderia se comparar ao meu.
  • 12:30 - 12:33
    Caroline McHugh: Veja, você nem sabia
    que você tinha um reinado.
  • 12:33 - 12:35
    É assim que funciona.
  • 12:35 - 12:37
    Quando você descobre como ser você mesmo
  • 12:37 - 12:40
    é um jeito incrivelmente libertador
    de seguir pela vida.
  • 12:41 - 12:45
    Você não desenvolve uma identidade baseada
    em uma personalidade feita de remendos.
  • 12:45 - 12:47
    Você não é um composto, um amálgama,
  • 12:47 - 12:50
    de todas as suas experiências
    e influências.
  • 12:50 - 12:54
    Você não é só o chefe ou mãe de alguém,
  • 12:54 - 12:56
    ou nada de ninguém.
  • 12:56 - 12:58
    Você é você mesmo.
  • 12:58 - 13:01
    Porém, é possível que haja
    ao menos quatro de você
  • 13:01 - 13:03
    sentados em cada uma daquelas cadeiras.
  • 13:03 - 13:05
    Então, deixe-me apresentá-los.
  • 13:06 - 13:09
    O "você" mais visível que você
    representa para o mundo lá fora
  • 13:10 - 13:12
    é o que todo mundo pensa sobre você,
  • 13:12 - 13:15
    e existem tantas opiniões
    sobre você quanto existem pessoas.
  • 13:15 - 13:18
    Eu quero que se imagine
    como um grande pen drive
  • 13:18 - 13:20
    que você pluga no mundo.
  • 13:20 - 13:23
    Você aparece na área de trabalho do mundo.
  • 13:23 - 13:25
    Esse é o poder do contexto.
  • 13:25 - 13:29
    Se você não entende essa parte,
    ser você mesmo pode ser perigoso.
  • 13:29 - 13:32
    É claro que é importante
    que você entenda percepção.
  • 13:32 - 13:35
    Mas uma das coisas que notei,
    em termos de gênero,
  • 13:35 - 13:38
    e sou terrivelmente, afortunadamente,
    mulher, por sinal.
  • 13:38 - 13:41
    Eu não me considero tragicamente mulher.
  • 13:41 - 13:46
    Eu me descrevo como "mulherista"
    ao invés de feminista,
  • 13:46 - 13:49
    mas também sou feminista de carteirinha.
  • 13:49 - 13:52
    Acho que existem poucas coisas
    específicas de um gênero
  • 13:52 - 13:56
    mas uma delas é algo que chamo
    de "vício de aprovação".
  • 13:56 - 13:59
    A necessidade de ser amada,
    a necessidade de aprovação,
  • 13:59 - 14:03
    ou reconhecimento, ou de alguém
    te dizer que vai ficar tudo bem.
  • 14:03 - 14:06
    Eu encontro mais mulheres
    sofrendo disso do que homens,
  • 14:06 - 14:09
    e eu acho que é uma das debilitantes.
  • 14:09 - 14:13
    Quando se trata de ser você mesmo,
    precisar da aprovação de outra pessoa,
  • 14:13 - 14:16
    amar a opinião de outra pessoa,
    e se iludir achando que é a sua,
  • 14:16 - 14:20
    é uma das piores coisas que você vai fazer
    no caminho para ser você mesmo.
  • 14:20 - 14:24
    Você nunca deixará de ter percepção,
  • 14:24 - 14:26
    mas é importante ser livre da percepção.
  • 14:27 - 14:31
    Uma das coisas que vai te ajudar
    a ser livre da percepção
  • 14:31 - 14:35
    é sintonizar no próximo
    círculo do "Complexo do Eu".
  • 14:35 - 14:36
    Essa é a imagem que você deseja.
  • 14:36 - 14:40
    Isso é o que você gostaria
    que todos pensassem de você,
  • 14:40 - 14:44
    e não é sobre ser falso,
    afetado ou fingir.
  • 14:44 - 14:49
    Tem a ver com movimento, possibilidade,
    tem a ver com potencial e suposição.
  • 14:49 - 14:53
    Enquanto tem uma parte de você
    que é como a sua espinha dorsal,
  • 14:53 - 14:55
    essa parte de você
    é como o seu osso do desejo.
  • 14:55 - 14:59
    Essa é a sua personalidade
    adaptativa, o seu eu construído,
  • 14:59 - 15:02
    e mesmo isso é único,
    porque ninguém no mundo
  • 15:02 - 15:06
    teve as mesmas experiências
    ou influências que você tem.
  • 15:06 - 15:09
    Mas esse é o seu "você"
    que continua se movendo,
  • 15:09 - 15:11
    que continua mudando todo o tempo.
  • 15:11 - 15:14
    E te ajuda a evitar ser
    uma daquelas pessoas,
  • 15:14 - 15:17
    aquelas pessoas que te dizem
    que têm 15 anos de experiência
  • 15:17 - 15:20
    quando elas querem dizer um ano, 15 vezes?
  • 15:20 - 15:24
    Elas, literalmente, repetem
    a si próprias, ano após ano.
  • 15:24 - 15:27
    O que eu quero que vocês pensem
    é que, a cada ano que passa,
  • 15:27 - 15:32
    seu trabalho é ser cada vez melhor
    em ser quem você já é.
  • 15:32 - 15:34
    Esse não é um exercício cosmético.
  • 15:34 - 15:36
    Você já é diferente.
  • 15:36 - 15:40
    O seu trabalho é descobrir como,
    e daí ser mais daquilo.
  • 15:41 - 15:45
    Existem alguns momentos em sua vida
    que se prestam a mudanças,
  • 15:46 - 15:48
    que fazem as mudanças
    mais rápidas, mais profundas.
  • 15:50 - 15:53
    Eu os chamo de intervalos
    de possibilidade.
  • 15:54 - 15:57
    Eles não estão sempre tão
    bem sinalizados como este aqui,
  • 15:57 - 15:59
    mas sabe aqueles momentos na vida
  • 15:59 - 16:02
    quando você chega
    numa bifurcação no caminho,
  • 16:02 - 16:05
    e você sente que o potencial
    para mudança é intensificado?
  • 16:05 - 16:08
    Você conhece um estranho num bar,
  • 16:08 - 16:11
    você precisa decidir o que fazer.
  • 16:11 - 16:13
    Seu chefe te oferece um novo emprego.
  • 16:13 - 16:17
    Você quer continuar fazendo
    a mesma coisa ou quer esse emprego?
  • 16:17 - 16:20
    E você sabe que, se fizer aquela mudança,
  • 16:20 - 16:23
    a velocidade da sua vida vai mudar.
  • 16:23 - 16:26
    Infelizmente, algumas dessas intervenções,
  • 16:26 - 16:29
    alguns desses intervalos
    de possibilidade, são catastróficos.
  • 16:29 - 16:31
    Na verdade, muitos são catastróficos
  • 16:31 - 16:35
    porque a maioria de nós prefere
    ser sonâmbulo até que algo nos acorde.
  • 16:35 - 16:40
    Mas pode acontecer que alguém
    que você ama adoeça, ou mesmo você,
  • 16:40 - 16:42
    ou você vai ser demitido.
  • 16:42 - 16:44
    Ou talvez seja algo impessoal.
  • 16:44 - 16:48
    Talvez aconteça o 11 de setembro,
    ou um tsunami, ou o terremoto Caxemira.
  • 16:48 - 16:53
    Mas algo acontece que vai te empurrar
    de volta para o seu eu interior,
  • 16:53 - 16:56
    e fazer você se perguntar
    o que perguntei no começo da palestra.
  • 16:56 - 16:59
    O problema é que quando
    acontece algo catastrófico,
  • 16:59 - 17:02
    você está vulnerável, fraco.
  • 17:03 - 17:05
    E a minha pergunta é:
  • 17:05 - 17:09
    "Por que não se fazer essas perguntas
    quando está forte, saudável,
  • 17:09 - 17:12
    quando você está empregado,
    quando você é amado.
  • 17:12 - 17:15
    É nesses momentos que as perguntas
    se tornam mais úteis.
  • 17:15 - 17:17
    Então a questão aqui é:
  • 17:17 - 17:20
    "Se você pudesse ser a mulher
    dos seus sonhos, quem você seria?"
  • 17:20 - 17:24
    E não estou sendo irônica
    quando faço essa pergunta.
  • 17:24 - 17:27
    O que poderia te impedir
    de ser a mulher dos seus sonhos
  • 17:27 - 17:30
    está no próximo círculo,
    e é o que você pensa de você.
  • 17:30 - 17:32
    Você tem o que os outros pensam de você,
  • 17:32 - 17:36
    o que você gostaria que eles pensassem,
    e isso é o que você pensa de você.
  • 17:36 - 17:38
    E você tem dias bons e dias ruins, certo?
  • 17:38 - 17:41
    Têm dias em que você acorda
    e se sente maravilhosa.
  • 17:41 - 17:45
    E em outros dias, você acorda
    e não consegue nem dizer seu nome.
  • 17:45 - 17:47
    Até mesmo o seu celular
    parece muito pesado.
  • 17:47 - 17:50
    Nos dias em que você acorda
    e se sente maravilhosa
  • 17:50 - 17:52
    não é como se você tivesse um motivo.
  • 17:52 - 17:57
    É como uma energia fluindo pelo seu corpo
    apenas procurando por um alvo.
  • 17:57 - 18:00
    E você sabe como se sente nesses dias.
    [Som de chiado ao fogo]
  • 18:00 - 18:03
    Você só pensa: "Alguém me dê
    um público, eu estou com tudo!
  • 18:03 - 18:05
    Rápido, aponte-me para algum lugar!"
  • 18:06 - 18:11
    E o seu cabelo está fabuloso,
    e tudo simplesmente funciona nesses dias.
  • 18:11 - 18:14
    Mas em outros dias nada funciona.
  • 18:14 - 18:16
    Suas pernas não funcionam,
    sua boca não funciona.
  • 18:16 - 18:20
    O ladrão de palavras vem
    e rouba todo o seu vocabulário.
  • 18:20 - 18:22
    Esses são dois extremos do seu ego,
  • 18:22 - 18:27
    e um deles é sobre autocongratulação,
    e o outro é sobre autopunição.
  • 18:27 - 18:31
    Na sua vida toda, não me importa
    quem você é ou a sua idade,
  • 18:31 - 18:35
    sua vida inteira, do nascimento até agora
  • 18:35 - 18:39
    tem sido sobre construir
    uma relação estável com o seu ego.
  • 18:39 - 18:42
    Você precisa de um ego para viver
    no mundo capitalista ocidental.
  • 18:42 - 18:45
    Se você não tivesse um ego,
    estaria em maus lençóis.
  • 18:46 - 18:49
    Mas o seu desafio é tirar o ego
    da sua posição dominante
  • 18:49 - 18:53
    e colocá-lo no seu lugar,
    para que esteja a seu serviço.
  • 18:53 - 18:56
    É aí que ele se torna útil,
    e para fazer isso,
  • 18:56 - 19:00
    você tem que encontrar aquele ponto
    bem no meio daqueles dois extremos.
  • 19:00 - 19:03
    É o que eu chamaria
    de equanimidade ou equilíbrio,
  • 19:03 - 19:07
    é como um estado de espírito
    que não pode ser perturbado,
  • 19:07 - 19:10
    por qualquer coisa
    que aconteça fora de você.
  • 19:10 - 19:14
    Esse tipo de confiança que vem de lá
    é como a confiança do céu.
  • 19:14 - 19:16
    Nesse instante está escuro lá fora,
  • 19:16 - 19:20
    mas você sabe que se subisse
    num avião, mesmo no dia mais chuvoso,
  • 19:20 - 19:23
    o céu brilharia azul através das nuvens.
  • 19:24 - 19:28
    Quando você olha para o céu,
    e vê um arco-íris, absolutamente lindo,
  • 19:28 - 19:31
    não há dúvidas que o céu
    lá em cima está pensando:
  • 19:31 - 19:33
    "Você viu meu arco-íris?"
  • 19:33 - 19:36
    Ou quando está um dia terrível,
    sombrio, cinza, nublado,
  • 19:36 - 19:38
    que o céu vai pedir desculpas?
  • 19:38 - 19:43
    Não, o céu simplesmente é,
    pois ele vê a impermanência das nuvens,
  • 19:43 - 19:45
    e a impermanência do arco-íris,
  • 19:45 - 19:48
    e você tem que desenvolver
    um estado de espírito interior
  • 19:48 - 19:52
    que seja impermeável a todas as coisas
    boas e ruins que acontecem com você
  • 19:52 - 19:54
    assim como o céu é para o clima.
  • 19:55 - 19:58
    Nós também chamaríamos isso,
    num contexto ocidental,
  • 19:58 - 20:00
    de um sentimento de humildade.
  • 20:00 - 20:05
    E um dia na semana passada,
    quando trabalhei com a UK Sport,
  • 20:05 - 20:09
    e particularmente, trabalhei
    com técnicos incríveis,
  • 20:09 - 20:11
    que trabalharam com
    atletas olímpicos incríveis,
  • 20:11 - 20:15
    que conseguiram todos aqueles resultados
    incríveis nas Olimpíadas de Verão.
  • 20:15 - 20:18
    Foi incrível estar lá na mesma
    sala que 400 dessas pessoas.
  • 20:19 - 20:22
    A mulher responsável pela UK Sport,
    chamada Baronesa Campbell,
  • 20:22 - 20:26
    deu uma definição de humildade
    tão boa quanto qualquer outra que já vi.
  • 20:26 - 20:30
    Ela disse: "Humildade não é
    pensar menos de você mesmo,
  • 20:30 - 20:33
    humildade é pensar menos em você".
  • 20:35 - 20:38
    E lembro de aprender essa lição
    quando era criança
  • 20:38 - 20:40
    com provavelmente sete ou oito anos.
  • 20:40 - 20:43
    Foi a mulher com a boca assimétrica
    que me ensinou essa lição.
  • 20:43 - 20:47
    Minha mãe não tinha ideia do que estava
    fazendo comigo enquanto eu crescia.
  • 20:47 - 20:49
    Mas eu cresci em Glasgow,
  • 20:49 - 20:53
    particularmente na classe trabalhadora,
    na indústria de aço de Glasgow.
  • 20:53 - 20:54
    Ninguém tinha dinheiro,
  • 20:54 - 20:57
    então ninguém podia se dar
    ao luxo de sair e se divertir.
  • 20:57 - 21:00
    A vida social das pessoas
    acontecia em casa,
  • 21:00 - 21:03
    então nos finais de semana,
    os idosos e as crianças
  • 21:03 - 21:06
    apareciam nas casas das pessoas,
    e elas bebiam até cair e coisa assim.
  • 21:06 - 21:11
    Mas todo mundo, em algum momento,
    tinha que se apresentar.
  • 21:11 - 21:14
    E era uma piada, porque eles eram
    motoristas de ônibus,
  • 21:14 - 21:19
    soldadores, e carpinteiros durante
    o dia, mas daí eles apareciam de noite
  • 21:19 - 21:23
    e vinham ser o Frank Sinatra,
    e Dean Martin, e Sarah Vaughan,
  • 21:23 - 21:24
    e Billy Eckstine.
  • 21:24 - 21:29
    E viver na minha casa era
    como estar num palco cheio de estrelas.
  • 21:29 - 21:31
    E todas as crianças também
    aprendiam a se apresentar.
  • 21:31 - 21:35
    Eu sou a mais velha de quatro garotas;
    minha mãe tinha quatro filhas.
  • 21:35 - 21:37
    E curiosamente, meu pai também.
  • 21:37 - 21:41
    Mas fomos criadas desde
    qualquer idade para nos apresentarmos.
  • 21:41 - 21:43
    Éramos agrupadas nessas festas de família,
  • 21:43 - 21:46
    eu com meu violão e minhas irmãs
    em volta, e tínhamos que cantar.
  • 21:46 - 21:49
    Éramos literalmente posicionadas,
    como os Von Trapps.
  • 21:49 - 21:52
    Você sabe, meu pai dizia:
    "Beneda ali, Louise ali",
  • 21:52 - 21:54
    e daí nós cantávamos. E éramos horríveis!
  • 21:54 - 21:56
    Nós éramos um lixo!
  • 21:56 - 21:57
    (Risos)
  • 21:57 - 22:01
    Uma noite minha mãe veio nos pegar
    e estávamos lutando com travesseiros.
  • 22:01 - 22:04
    Ela apareceu e disse: "Certo,
    meninas, todo mundo pronto.
  • 22:04 - 22:05
    Desçam e cantem para eles".
  • 22:05 - 22:08
    E nessa noite eu estava
    simplesmente exausta.
  • 22:08 - 22:10
    Eu disse: "Eu não quero cantar".
  • 22:10 - 22:12
    Ela disse: "Por que você não quer cantar?"
  • 22:13 - 22:14
    Eu disse: "Eu estou com vergonha".
  • 22:14 - 22:17
    Ela disse: "Você está com vergonha de quê?
  • 22:17 - 22:19
    Eu disse: "Bem, todo mundo
    vai estar olhando pra mim".
  • 22:19 - 22:21
    E nunca me esquecerei da cara dela.
  • 22:21 - 22:25
    Ela olhou para mim e disse: "Caroline,
    não seja convencida, querida.
  • 22:25 - 22:26
    (Risos)
  • 22:26 - 22:29
    Acha que alguém lá embaixo
    está interessado em você? Não.
  • 22:29 - 22:32
    Seu trabalho é animá-los,
    então vá e cante".
  • 22:32 - 22:35
    Então peguei o meu violão
    e minhas irmãs e sabem o quê?
  • 22:36 - 22:39
    Esse conselho nunca me deixou.
  • 22:39 - 22:41
    Mas isso me deixou
  • 22:41 - 22:45
    com uma enorme indiferença sobre
    onde minhas habilidades terminam,
  • 22:45 - 22:49
    e uma enorme indiferença
    por ser o centro das atenções.
  • 22:49 - 22:53
    Na verdade, desde aquele dia,
    nunca fui o centro das atenções.
  • 22:53 - 22:57
    Vocês são o centro da minha,
    e esse é um sentimento muito diferente.
  • 22:57 - 23:00
    Então por último, seu último você,
  • 23:00 - 23:02
    não menos importante,
  • 23:02 - 23:05
    é o "você" sempre presente e imutável.
  • 23:05 - 23:08
    Esse é o "você" que você
    tem sido desde os sete anos,
  • 23:08 - 23:12
    e o que será aos 107, por favor, Deus.
  • 23:12 - 23:15
    Eu passo muito tempo na Índia,
  • 23:15 - 23:19
    e lá você é educado com esse sentimento
  • 23:19 - 23:22
    de que é um ser espiritual
    que por um acaso está em um corpo físico,
  • 23:22 - 23:26
    enquanto nós no Ocidente focamos
    mais os nossos corpos físicos,
  • 23:26 - 23:30
    e se ficarmos velhos o suficiente,
    nos interessamos no espírito.
  • 23:31 - 23:34
    Mas, se já esteve no museu de Gandhi,
    em Nova Delhi você sabe
  • 23:34 - 23:36
    que essa é a frase acima da porta,
  • 23:36 - 23:40
    e é, na verdade, uma resposta de Gandhi
    para a pergunta de um jornalista.
  • 23:40 - 23:44
    Gandhi estava entrando num trem
    quando o jornalista o chamou:
  • 23:44 - 23:48
    "Gandhiji, qual é a sua
    mensagem para o mundo?"
  • 23:48 - 23:50
    E Gandhi se virou e disse:
  • 23:50 - 23:52
    "Minha vida.
  • 23:52 - 23:54
    Minha vida é a minha mensagem".
  • 23:54 - 23:57
    E a sua vida é a sua mensagem, também.
  • 23:57 - 24:00
    Pode não ser tão grande quanto
    a de Gandhi; a minha certamente não é.
  • 24:00 - 24:05
    Mas sua vida tem que ser sua mensagem.
    Senão, por que você está aqui?
  • 24:05 - 24:09
    Não é como se você tivesse uma de reserva.
  • 24:09 - 24:11
    Então quando você pensa
    sobre a sua identidade,
  • 24:11 - 24:14
    quando pensa sobre
    o que significa estar vivo,
  • 24:14 - 24:17
    e por que merece existir,
  • 24:17 - 24:22
    você não é os seus pensamentos,
    porque você os pensa.
  • 24:22 - 24:27
    E não pode ser seus sentimentos, porque
    senão, quem é o "você" que os sente?
  • 24:27 - 24:31
    Você não é o que você tem;
    você não é o que você faz;
  • 24:31 - 24:34
    você não é nem quem você ama,
    ou quem ama você.
  • 24:34 - 24:37
    Tem que haver alguma
    coisa abaixo disso tudo.
  • 24:38 - 24:43
    Quando você olha para as pessoas
    que conseguiram transcender
  • 24:43 - 24:46
    todos esses julgamentos
    que impusemos a elas.
  • 24:46 - 24:51
    Esse homem aqui, ele não poderia
    ser julgado como um homem,
  • 24:51 - 24:55
    ou um homem negro, ou jovem, ou velho,
    ou democrata, ou republicano,
  • 24:55 - 24:56
    nem gay, nem hétero.
  • 24:56 - 25:01
    Realmente não teria importado
    porque ele sabia porque estava aqui.
  • 25:02 - 25:04
    "Sim, nós podemos."
  • 25:04 - 25:07
    Então, você vê, ele parecia ser um verbo.
  • 25:08 - 25:09
    Mesmo quando você nasce
  • 25:09 - 25:13
    sem muitos dos atributos que alguns
    dos seus colegas podem ter,
  • 25:13 - 25:17
    mesmo quando você nasce de um jeito
    que pode te levar a se sentir impotente,
  • 25:17 - 25:24
    se você conseguir se conectar com aquela
    voz interior sobre a qual tenho falado,
  • 25:24 - 25:26
    você poderia simplesmente acabar sendo,
  • 25:26 - 25:29
    aos 12 anos de idade, a pessoa mais nova
  • 25:29 - 25:33
    que já foi chamada para o time
    nacional de natação campeão do mundo.
  • 25:33 - 25:37
    Você poderia até com 13 anos acabar sendo
  • 25:37 - 25:41
    o mais jovem ganhador
    de uma medalha de ouro olímpica.
  • 25:41 - 25:45
    Você poderia até ser, com 14 anos,
    a pessoa mais jovem a conseguir um MBE.
  • 25:45 - 25:49
    Isso é o que acontece quando você
    liga para o pronome pessoal.
  • 25:49 - 25:51
    Então se você puder fazer isso,
  • 25:51 - 25:54
    não apenas a velocidade
    da sua vida ficará mais rápida,
  • 25:54 - 25:58
    não apenas a essência
    da sua vida ficará mais rica,
  • 25:58 - 26:02
    mas você nunca mais se sentirá
    supérfluo novamente.
  • 26:02 - 26:05
    (Aplausos)
  • 26:10 - 26:12
    Obrigada.
Title:
A arte de ser você mesmo |Caroline McHugh | TEDxMiltonKeynesWomen
Description:

Nessa palestra inspiradora, Caroline McHugh explica que o nosso único trabalho nessa vida é ser tão bom quanto conseguirmos em sermos nós mesmos.

Caroline é fundadora e CEO do IDEOLOGIA, um movimento dedicado a ajudar indivíduos e organizações a serem completamente distribuídos, versões originais de si mesmos e autora de um livro chamado "Nunca Não uma Lua Adorável".

Essa palestra foi dada em um evento TEDx, usando o formato de conferências TED, mas organizado independentemente pela comunidade local. Aprenda mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
26:24

Portuguese, Brazilian subtitles

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