A arte de ser você mesmo |Caroline McHugh | TEDxMiltonKeynesWomen
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0:07 - 0:08São grandes as chances
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0:08 - 0:11de vocês terem se olhado ao menos
uma vez no espelho hoje. -
0:11 - 0:15Você teve que se barbear,
ou penteou seu cabelo, -
0:15 - 0:18ou talvez checou se tinha espinafre
nos dentes depois do almoço. -
0:18 - 0:19Mas o que você não sabia
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0:19 - 0:21é que o rosto olhando de volta para você
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0:21 - 0:24não é o rosto que todos os outros veem.
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0:24 - 0:26É meio que invertido, distorcido,
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0:26 - 0:28uma imagem de trás para a frente.
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0:28 - 0:30Há alguns anos, eu estava
em um voo para Nova York, -
0:30 - 0:32e li um artigo no Financial Times,
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0:32 - 0:36sobre o fenômeno chamado
Espelho Verdadeiro -
0:36 - 0:39e para os americanos
ouvindo, isso é um espelho. -
0:39 - 0:42O Espelho Verdadeiro foi inventado
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0:42 - 0:44por dois irmãos em Nova York,
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0:44 - 0:46chamados John e Catherine Walters.
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0:46 - 0:49Eles descobriram que se você
pegar dois espelhos, -
0:49 - 0:51e colocá-los juntos nos ângulos certos,
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0:51 - 0:52e retirar a junção,
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0:52 - 0:54a imagem reflete um no outro.
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0:54 - 0:56O que você vê quando olha
em um Espelho Verdadeiro -
0:56 - 1:00é exatamente o que outras pessoas
veem quando olham para você. -
1:00 - 1:02Então, aterrissei em Nova York,
liguei para o John, -
1:02 - 1:04perguntei se podia ir vê-lo,
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1:04 - 1:07e fui parar na sua galeria no Brooklyn.
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1:07 - 1:10Foi como estar em um espetáculo no circo.
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1:10 - 1:11Havia Espelhos Verdadeiros,
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1:11 - 1:15de corpo inteiro e pequenos,
por toda a galeria. -
1:15 - 1:18Quando me aproximei do Espelho
Verdadeiro pela primeira vez, -
1:18 - 1:19e olhei no espelho,
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1:19 - 1:24foi uma das experiências mais
desorientadoras que já tive na vida. -
1:24 - 1:27A primeira coisa que se nota
ao olhar num Espelho Verdadeiro -
1:27 - 1:29é que a sua cabeça não é reta.
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1:29 - 1:31Ela meio que pende para lá,
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1:31 - 1:33e a sua é bem reta, na verdade,
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1:33 - 1:35a sua inclina um tiquinho para lá.
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1:35 - 1:38Parece que muitos de nós inclinamos
a cabeça para um lado. -
1:38 - 1:41Quando se vê no Espelho Verdadeiro,
a primeira coisa que você faz -
1:41 - 1:43é endireitar a cabeça
mas, porque está invertido, -
1:43 - 1:47você inclina para o lado errado.
É muito desorientador. -
1:47 - 1:51Mas, mais importante,
eu tive um flashback. -
1:51 - 1:53Um flashback de quando era criança.
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1:53 - 1:54Eu cresci em Glasgow,
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1:54 - 1:57caso vocês não tenham
notado, eu sou escocesa. -
1:57 - 1:59Eu cresci em Glasgow, e minha mãe,
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1:59 - 2:01quando estava se maquiando,
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2:01 - 2:05eu costumava adorar sentar
e observá-la se maquiando, -
2:05 - 2:06apoiando meu queixo com as mãos.
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2:06 - 2:09E eu costumava falar para ela:
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2:09 - 2:12"Não é engraçado como um lado
do seu lábio superior -
2:12 - 2:15é mais alto que o outro?"
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2:15 - 2:18Ela se olhava no espelho
e falava: "Não é não". -
2:18 - 2:20E eu dizia: "Não, são só
uns dois milímetros, -
2:20 - 2:24mas aquele lado do seu lábio
é definitivamente mais alto que o outro". -
2:24 - 2:27Ela dizia: "Carolina, você
está falando bobagem". -
2:27 - 2:29Quando eu olhei no Espelho Verdadeiro,
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2:29 - 2:31lá estava o lábio
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2:31 - 2:35que eu estava usando, naquela
época, por talvez 45 anos, -
2:35 - 2:37e eu nunca tinha visto.
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2:38 - 2:41A diferença é que quando você
olha num espelho regular, -
2:41 - 2:43você procura por reafirmação.
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2:43 - 2:46Você procura por reafirmação
que você é bonito, -
2:46 - 2:50que é jovem, ou está arrumado,
ou que seu bumbum não parece tão grande. -
2:50 - 2:52Mas quando você olha
em um Espelho Verdadeiro, -
2:52 - 2:54você não olha para você mesmo,
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2:54 - 2:55você procura por você mesmo.
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2:55 - 2:58Você procura revelação, não reafirmação.
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2:58 - 3:01E isso foi profundamente
interessante para mim -
3:01 - 3:04porque o que faço na vida é ajudar
pessoas a serem elas mesmas. -
3:04 - 3:07Não de uma forma narcisista ou solipsista,
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3:07 - 3:10mas porque acredito
que a reforma social se inicia, -
3:10 - 3:13sempre começa com o indivíduo.
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3:13 - 3:16Quando vocês olham
para indivíduos notáveis, -
3:16 - 3:19e quando eu digo notáveis
ou bem-sucedidos -
3:19 - 3:22não quero dizer bem-sucedidos
financeiramente; -
3:22 - 3:24quero dizer pessoas
que foram bem-sucedidas -
3:24 - 3:27em alcançar o que quer que seja
que se propuseram a fazer, -
3:27 - 3:31vocês verão que o que eles têm em comum
é que eles não têm nada em comum. -
3:32 - 3:36Essas são as pessoas que trabalham
em muitos dos campos em que eu trabalho. -
3:36 - 3:39Eu trabalho com pessoas em corporações,
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3:39 - 3:42com capitães da indústria,
com políticos selecionados. -
3:42 - 3:44Eu trabalhei com geofísicos.
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3:44 - 3:46Eu trabalhei com orquestras de câmara
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3:46 - 3:50e bailarinos e estrelas do pop
e cantores de ópera, -
3:50 - 3:54e identifiquei o fio que os liga.
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3:54 - 3:57Esses são indivíduos que conseguiram
descobrir o presente único -
3:57 - 4:00que o universo deu para eles
quando eles encarnaram, -
4:00 - 4:03e colocar aquilo a serviço
dos seus objetivos. -
4:03 - 4:06Eu acho que todos nós viemos completos.
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4:06 - 4:09Viemos completos com uma nota verdadeira
que estamos destinados a cantar, -
4:09 - 4:12e essas são pessoas que conseguiram
descobrir como fazer isso. -
4:13 - 4:16Isso não determina
a sua escolha de emprego. -
4:16 - 4:19O que isso determina é como você o faz.
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4:19 - 4:23Quando vemos essas pessoas,
dizemos que são extraordinárias. -
4:23 - 4:26Você vai ver alguém como Roberto
Benigni, e dizer: "Oh meu Deus!" -
4:26 - 4:29Eve Ensler, ela é maior
do que a própria vida, -
4:29 - 4:31o que sempre me faz sorrir
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4:31 - 4:34porque como você poderia
ser maior que a vida? -
4:35 - 4:36A vida é grande.
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4:37 - 4:41Mas a maioria de nós quase não ocupa
o espaço que o universo nos designou. -
4:41 - 4:44Ocupamos esse pequeno espaço
em volta dos nossos pés, -
4:44 - 4:47e é por isso que quando vemos alguém
no comando da sua humanidade, -
4:47 - 4:49é notável.
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4:49 - 4:51Eles são pelo menos um pé
maior em cada direção -
4:51 - 4:54do que os seres humanos normais,
e eles brilham, -
4:54 - 4:56eles cintilam,
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4:56 - 4:57eles irradiam.
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4:57 - 4:59É como se tivessem engolido a Lua.
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4:59 - 5:02E todo o trabalho que tenho
feito me levou a acreditar -
5:02 - 5:06que a individualidade é realmente
tudo que deveria ser. -
5:06 - 5:09De fato, as pessoas que têm
medo de ser elas mesmas -
5:09 - 5:11vão trabalhar para aquelas
que não têm medo. -
5:12 - 5:16Agora, o seu trabalho é não ser
nada como aquelas pessoas -
5:16 - 5:18que eu mostrei atrás de mim.
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5:18 - 5:22De fato, o seu trabalho é ser tão
diferente deles quanto possível. -
5:22 - 5:26O seu único trabalho enquanto
você estiver aqui no planeta -
5:26 - 5:29é ser tão bom em ser você
quanto eles são em serem eles. -
5:29 - 5:31Esse é o acordo.
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5:32 - 5:35Então eu quero começar hoje
perguntando para vocês -
5:35 - 5:37uma pergunta incrivelmente pessoal.
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5:37 - 5:39Não aquela que diz:
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5:39 - 5:43"Por que há tantas sílabas
na palavra 'monossilábica'?" Não! -
5:43 - 5:44Nem mesmo aquela que diz:
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5:44 - 5:48"Vocês sabiam que Britney Spears é
um anagrama para 'Presbyterians?'" Não. -
5:48 - 5:49(Risos)
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5:49 - 5:51Alguma coisa um pouco mais essencial.
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5:51 - 5:55De fato, essa é uma pergunta que vem
procurando por você por toda a sua vida. -
5:55 - 5:57É provavelmente a mais simples
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5:57 - 6:00e a mais complicada pergunta
que você vai perguntar. -
6:01 - 6:03Quantas vezes na sua vida
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6:03 - 6:05alguém te ofereceu um
conselho bem-intencionado -
6:05 - 6:07que você deveria apenas ser você mesmo?
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6:07 - 6:10Quantas vezes você disse
isso para outra pessoa? -
6:10 - 6:12Um dos seus filhos vem até você,
ou alguém da sua equipe, -
6:12 - 6:15e eles dizem que estão nervosos, com medo.
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6:15 - 6:18Eles têm que fazer alguma coisa
e não têm coragem -
6:18 - 6:20e você diz: "Querido,
apenas seja você mesmo, -
6:20 - 6:23porque quando você é você
mesmo, você é fabuloso". -
6:23 - 6:26Isso sempre faz efeito porque
é tudo que nós queremos fazer. -
6:26 - 6:30Se você disser para o John ser ele
mesmo, ele não quer ser a Mary. -
6:30 - 6:31Ele está feliz sendo ele mesmo,
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6:31 - 6:35mas é o uso da palavra "apenas"
que eu acho interessante -
6:35 - 6:37porque sugere duas coisas.
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6:37 - 6:39Número um, que aquilo
foi algo fácil de fazer. -
6:39 - 6:41Número dois, que era um conselho original.
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6:41 - 6:44O John nunca tinha pensado nisso sozinho.
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6:46 - 6:50Quando se trata de ser
você mesmo e estar no mundo, -
6:50 - 6:54no minuto que você apareceu,
que você encarnou, -
6:54 - 6:57você recebeu uma sentença de vida.
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6:57 - 6:59Você não sabe quanto tempo você tem.
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7:00 - 7:03Talvez você tenha 70 anos, e eu tenha 62.
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7:03 - 7:06Nós não temos ideia
de quanto tempo temos. -
7:06 - 7:08Apesar de que, onde você nasceu,
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7:08 - 7:10quando você nasceu, de quem você nasceu,
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7:10 - 7:14todas essas coisas têm certa influência
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7:14 - 7:16ou impacto em como você
se torna quem você é. -
7:16 - 7:17Se você nasceu na Suíça,
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7:17 - 7:20você deve ter bastante tempo
para descobrir como isso funciona. -
7:20 - 7:25Se você nasceu no Zimbábue,
ou em algumas partes de Glasgow, -
7:25 - 7:29e eu não estou brincando,
você tem bem menos tempo. -
7:29 - 7:33Então o que quero que você pense
não é sobre a sua expectativa de vida, -
7:33 - 7:35mas o que você espera da vida?
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7:35 - 7:37E o que a vida espera de você?
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7:37 - 7:39Essas são perguntas mais interessantes.
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7:40 - 7:45E os dois lugares na vida onde
você é ótimo em ser você mesmo, -
7:45 - 7:48você é fantástico em ser você mesmo,
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7:48 - 7:50um deles é quando você é uma criança.
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7:50 - 7:53Quando é criança, você é fantástico
em ser você mesmo -
7:53 - 7:57porque não sabe como disfarçar
as suas diferenças. -
7:57 - 8:01É por isso que você vê crianças
na praia, peladas, até os cinco anos, -
8:01 - 8:03e de repente com seis ou sete anos
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8:03 - 8:05elas querem uma roupa
de banho, um biquíni. -
8:05 - 8:09Alguém aqui tem um filho de quatro anos?
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8:09 - 8:11Eu aceito um de três anos.
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8:11 - 8:14Jose, você tem um filho de três anos.
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8:14 - 8:17Quero que você imagine que vou
até a sala de aula do Eduardo na escola, -
8:17 - 8:20e é uma turma de meninos
de três anos de idade, -
8:20 - 8:23e digo aos meninos: "Quem é
o menino mais forte da sala?" -
8:23 - 8:24O que vai acontecer?
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8:25 - 8:26Todas as mãos, certo?
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8:26 - 8:28Todas as mãos da sala vão se levantar.
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8:28 - 8:30Eles são competitivamente fortes.
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8:30 - 8:32Se eu for na mesma sala,
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8:32 - 8:36mas está cheia de meninos de sete anos,
e fizer a mesma pergunta, -
8:36 - 8:39eles vão falar: "Ele", porque
eles já sabem quando têm sete anos. -
8:40 - 8:41Ele é o forte,
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8:41 - 8:43ele é o corredor mais rápido,
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8:43 - 8:44ele é o engraçado,
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8:44 - 8:45ele é o brigão.
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8:45 - 8:49Os arquétipos da sociedade
emergem dos cinco aos oito anos. -
8:49 - 8:51Isso é o que os jesuítas dizem:
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8:51 - 8:54"Dê-me um menino até os sete anos
e eu te mostrarei o homem", -
8:54 - 8:56porque é o nascimento da consciência.
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8:56 - 8:59E a partir daí você se torna mais inibido
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8:59 - 9:02e, consequentemente,
pior em ser você mesmo. -
9:03 - 9:05O outro lugar em que você é
fantástico em ser você mesmo -
9:05 - 9:07é quando você é velho,
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9:07 - 9:09porque não pode ser incomodado.
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9:09 - 9:10Você chega naquele ponto da vida
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9:10 - 9:14em que percebe que há mais verões
às suas costas do que na sua frente, -
9:14 - 9:16e tudo se intensifica.
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9:16 - 9:19Você se torna mais honesto
e menos conciliador. -
9:19 - 9:21Então você vai dizer:
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9:21 - 9:24"Eu não quero o espinafre,
não vou comer isso, não gosto". -
9:24 - 9:27"E não gosto de jazz, então
você pode desligar esse barulho." -
9:27 - 9:29"E já que estamos falamos
disso, não gosto de você!" -
9:29 - 9:30(Risos)
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9:30 - 9:33Chamamos essas pessoas de "excêntricas".
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9:33 - 9:35Nós chamamos nossos
velhinhos de "excêntricos". -
9:35 - 9:38Na verdade, eles estão é sendo autênticos.
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9:38 - 9:39É como se fosse um efeito de ampulheta,
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9:39 - 9:42quando jovem, você é ótimo
em ser você mesmo; -
9:42 - 9:44quando é velho, você é ótimo
em ser você mesmo; -
9:44 - 9:47mas a parte do meio é algumas
vezes a mais problemática. -
9:47 - 9:52É quando você tem que socializar;
você tem que concordar e se adaptar. -
9:52 - 9:55Então eu desenvolvi o "Complexo do Eu".
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9:55 - 9:58O "Complexo do Eu" é um
modelo para ajudá-lo a descobrir -
9:58 - 10:01qual "eu" você quis dizer quando diz "eu".
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10:02 - 10:05Você está bem familiarizado
com o complexo de superioridade. -
10:05 - 10:10Se tem um complexo de superioridade, você
se acha a pessoa mais importante da sala. -
10:10 - 10:13Se você tem um complexo de inferioridade
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10:13 - 10:17você sofre de um amor-próprio
modesto demais. -
10:17 - 10:21Esses são ambos sinais de um ego frágil.
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10:21 - 10:25Um deles é sobre ilusões de grandeza,
e o outro ilusões de insignificância. -
10:25 - 10:30Existe um terceiro jeito de ser no mundo,
que chamo de "interioridade"; -
10:31 - 10:32essa é uma das palavras que inventei.
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10:32 - 10:35A palavra "interioridade" descreve
um temperamento específico, -
10:35 - 10:38e há dois motivos porque
pode ser útil para você. -
10:38 - 10:40Número um, é completamente sem comparação.
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10:40 - 10:44Se você tem um complexo
de superioridade ou de inferioridade, -
10:44 - 10:46você precisa de pessoas a sua volta.
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10:46 - 10:49No complexo de superioridade
você precisa que os outros sejam menores. -
10:49 - 10:53No complexo de inferioridade, você sofre
da síndrome de "eu-vou-ser-descoberto", -
10:53 - 10:55então alguém precisa te descobrir.
-
10:56 - 10:58Interioridade é inteiramente
sem relatividade, -
10:58 - 11:01então operar dessa
posição de interioridade, -
11:01 - 11:04é como um ponto de vantagem emocional.
-
11:04 - 11:05É uma sensibilidade.
-
11:05 - 11:07É uma orientação.
-
11:09 - 11:11E é o único lugar na sua vida,
-
11:11 - 11:13o único lugar na sua vida,
-
11:13 - 11:16em que você não tem competição.
-
11:16 - 11:21Tente achar uma comparação
para si mesmo, e não vai conseguir. -
11:21 - 11:25Eu poderia falar sobre interioridade
até que a minha língua sangre, -
11:25 - 11:27ou poderia simplesmente mostrar o que é.
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11:27 - 11:30Quero apresentar uma mulher
chamada Jill Scott. -
11:30 - 11:32Vocês podem tê-la
na sua playlist do iTunes, -
11:32 - 11:36Jill é uma cantora que está prestes
a subir no palco e se apresentar, -
11:36 - 11:40e caso você tenha perdido a pergunta,
tem um cineasta francês filmando-a. -
11:40 - 11:42Ela vai subir ao palco
depois da Erykah Badu, -
11:42 - 11:47e ele diz para ela: "Você está nervosa,
entrando depois da Erykah?" -
11:48 - 11:51E eu quero que vocês ouçam o que ela diz.
-
11:52 - 11:54(Vídeo) Jill Scott: Aquela moça ali
-
11:54 - 11:57definitivamente mostrou o caminho
para mim e muitas outras irmãs. -
11:57 - 11:59Estou agradecida.
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12:00 - 12:03Entrevistador: Você está nervosa
por se apresentar depois dela? -
12:03 - 12:05(Risos)
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12:08 - 12:10JS: Você já me viu me apresentando?
-
12:11 - 12:13Eu sou a senhorita Jill Scott.
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12:13 - 12:16Eu sou poeta, eu sou cantora,
-
12:16 - 12:18e muitas outras coisas.
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12:18 - 12:21Todos nós temos a nossa
própria coisa, essa é a mágica: -
12:21 - 12:25todos vem com seu próprio senso de força,
e seu próprio reinado. -
12:25 - 12:29O meu nunca poderia se comparar ao dela
e o dela nunca poderia se comparar ao meu. -
12:30 - 12:33Caroline McHugh: Veja, você nem sabia
que você tinha um reinado. -
12:33 - 12:35É assim que funciona.
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12:35 - 12:37Quando você descobre como ser você mesmo
-
12:37 - 12:40é um jeito incrivelmente libertador
de seguir pela vida. -
12:41 - 12:45Você não desenvolve uma identidade baseada
em uma personalidade feita de remendos. -
12:45 - 12:47Você não é um composto, um amálgama,
-
12:47 - 12:50de todas as suas experiências
e influências. -
12:50 - 12:54Você não é só o chefe ou mãe de alguém,
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12:54 - 12:56ou nada de ninguém.
-
12:56 - 12:58Você é você mesmo.
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12:58 - 13:01Porém, é possível que haja
ao menos quatro de você -
13:01 - 13:03sentados em cada uma daquelas cadeiras.
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13:03 - 13:05Então, deixe-me apresentá-los.
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13:06 - 13:09O "você" mais visível que você
representa para o mundo lá fora -
13:10 - 13:12é o que todo mundo pensa sobre você,
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13:12 - 13:15e existem tantas opiniões
sobre você quanto existem pessoas. -
13:15 - 13:18Eu quero que se imagine
como um grande pen drive -
13:18 - 13:20que você pluga no mundo.
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13:20 - 13:23Você aparece na área de trabalho do mundo.
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13:23 - 13:25Esse é o poder do contexto.
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13:25 - 13:29Se você não entende essa parte,
ser você mesmo pode ser perigoso. -
13:29 - 13:32É claro que é importante
que você entenda percepção. -
13:32 - 13:35Mas uma das coisas que notei,
em termos de gênero, -
13:35 - 13:38e sou terrivelmente, afortunadamente,
mulher, por sinal. -
13:38 - 13:41Eu não me considero tragicamente mulher.
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13:41 - 13:46Eu me descrevo como "mulherista"
ao invés de feminista, -
13:46 - 13:49mas também sou feminista de carteirinha.
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13:49 - 13:52Acho que existem poucas coisas
específicas de um gênero -
13:52 - 13:56mas uma delas é algo que chamo
de "vício de aprovação". -
13:56 - 13:59A necessidade de ser amada,
a necessidade de aprovação, -
13:59 - 14:03ou reconhecimento, ou de alguém
te dizer que vai ficar tudo bem. -
14:03 - 14:06Eu encontro mais mulheres
sofrendo disso do que homens, -
14:06 - 14:09e eu acho que é uma das debilitantes.
-
14:09 - 14:13Quando se trata de ser você mesmo,
precisar da aprovação de outra pessoa, -
14:13 - 14:16amar a opinião de outra pessoa,
e se iludir achando que é a sua, -
14:16 - 14:20é uma das piores coisas que você vai fazer
no caminho para ser você mesmo. -
14:20 - 14:24Você nunca deixará de ter percepção,
-
14:24 - 14:26mas é importante ser livre da percepção.
-
14:27 - 14:31Uma das coisas que vai te ajudar
a ser livre da percepção -
14:31 - 14:35é sintonizar no próximo
círculo do "Complexo do Eu". -
14:35 - 14:36Essa é a imagem que você deseja.
-
14:36 - 14:40Isso é o que você gostaria
que todos pensassem de você, -
14:40 - 14:44e não é sobre ser falso,
afetado ou fingir. -
14:44 - 14:49Tem a ver com movimento, possibilidade,
tem a ver com potencial e suposição. -
14:49 - 14:53Enquanto tem uma parte de você
que é como a sua espinha dorsal, -
14:53 - 14:55essa parte de você
é como o seu osso do desejo. -
14:55 - 14:59Essa é a sua personalidade
adaptativa, o seu eu construído, -
14:59 - 15:02e mesmo isso é único,
porque ninguém no mundo -
15:02 - 15:06teve as mesmas experiências
ou influências que você tem. -
15:06 - 15:09Mas esse é o seu "você"
que continua se movendo, -
15:09 - 15:11que continua mudando todo o tempo.
-
15:11 - 15:14E te ajuda a evitar ser
uma daquelas pessoas, -
15:14 - 15:17aquelas pessoas que te dizem
que têm 15 anos de experiência -
15:17 - 15:20quando elas querem dizer um ano, 15 vezes?
-
15:20 - 15:24Elas, literalmente, repetem
a si próprias, ano após ano. -
15:24 - 15:27O que eu quero que vocês pensem
é que, a cada ano que passa, -
15:27 - 15:32seu trabalho é ser cada vez melhor
em ser quem você já é. -
15:32 - 15:34Esse não é um exercício cosmético.
-
15:34 - 15:36Você já é diferente.
-
15:36 - 15:40O seu trabalho é descobrir como,
e daí ser mais daquilo. -
15:41 - 15:45Existem alguns momentos em sua vida
que se prestam a mudanças, -
15:46 - 15:48que fazem as mudanças
mais rápidas, mais profundas. -
15:50 - 15:53Eu os chamo de intervalos
de possibilidade. -
15:54 - 15:57Eles não estão sempre tão
bem sinalizados como este aqui, -
15:57 - 15:59mas sabe aqueles momentos na vida
-
15:59 - 16:02quando você chega
numa bifurcação no caminho, -
16:02 - 16:05e você sente que o potencial
para mudança é intensificado? -
16:05 - 16:08Você conhece um estranho num bar,
-
16:08 - 16:11você precisa decidir o que fazer.
-
16:11 - 16:13Seu chefe te oferece um novo emprego.
-
16:13 - 16:17Você quer continuar fazendo
a mesma coisa ou quer esse emprego? -
16:17 - 16:20E você sabe que, se fizer aquela mudança,
-
16:20 - 16:23a velocidade da sua vida vai mudar.
-
16:23 - 16:26Infelizmente, algumas dessas intervenções,
-
16:26 - 16:29alguns desses intervalos
de possibilidade, são catastróficos. -
16:29 - 16:31Na verdade, muitos são catastróficos
-
16:31 - 16:35porque a maioria de nós prefere
ser sonâmbulo até que algo nos acorde. -
16:35 - 16:40Mas pode acontecer que alguém
que você ama adoeça, ou mesmo você, -
16:40 - 16:42ou você vai ser demitido.
-
16:42 - 16:44Ou talvez seja algo impessoal.
-
16:44 - 16:48Talvez aconteça o 11 de setembro,
ou um tsunami, ou o terremoto Caxemira. -
16:48 - 16:53Mas algo acontece que vai te empurrar
de volta para o seu eu interior, -
16:53 - 16:56e fazer você se perguntar
o que perguntei no começo da palestra. -
16:56 - 16:59O problema é que quando
acontece algo catastrófico, -
16:59 - 17:02você está vulnerável, fraco.
-
17:03 - 17:05E a minha pergunta é:
-
17:05 - 17:09"Por que não se fazer essas perguntas
quando está forte, saudável, -
17:09 - 17:12quando você está empregado,
quando você é amado. -
17:12 - 17:15É nesses momentos que as perguntas
se tornam mais úteis. -
17:15 - 17:17Então a questão aqui é:
-
17:17 - 17:20"Se você pudesse ser a mulher
dos seus sonhos, quem você seria?" -
17:20 - 17:24E não estou sendo irônica
quando faço essa pergunta. -
17:24 - 17:27O que poderia te impedir
de ser a mulher dos seus sonhos -
17:27 - 17:30está no próximo círculo,
e é o que você pensa de você. -
17:30 - 17:32Você tem o que os outros pensam de você,
-
17:32 - 17:36o que você gostaria que eles pensassem,
e isso é o que você pensa de você. -
17:36 - 17:38E você tem dias bons e dias ruins, certo?
-
17:38 - 17:41Têm dias em que você acorda
e se sente maravilhosa. -
17:41 - 17:45E em outros dias, você acorda
e não consegue nem dizer seu nome. -
17:45 - 17:47Até mesmo o seu celular
parece muito pesado. -
17:47 - 17:50Nos dias em que você acorda
e se sente maravilhosa -
17:50 - 17:52não é como se você tivesse um motivo.
-
17:52 - 17:57É como uma energia fluindo pelo seu corpo
apenas procurando por um alvo. -
17:57 - 18:00E você sabe como se sente nesses dias.
[Som de chiado ao fogo] -
18:00 - 18:03Você só pensa: "Alguém me dê
um público, eu estou com tudo! -
18:03 - 18:05Rápido, aponte-me para algum lugar!"
-
18:06 - 18:11E o seu cabelo está fabuloso,
e tudo simplesmente funciona nesses dias. -
18:11 - 18:14Mas em outros dias nada funciona.
-
18:14 - 18:16Suas pernas não funcionam,
sua boca não funciona. -
18:16 - 18:20O ladrão de palavras vem
e rouba todo o seu vocabulário. -
18:20 - 18:22Esses são dois extremos do seu ego,
-
18:22 - 18:27e um deles é sobre autocongratulação,
e o outro é sobre autopunição. -
18:27 - 18:31Na sua vida toda, não me importa
quem você é ou a sua idade, -
18:31 - 18:35sua vida inteira, do nascimento até agora
-
18:35 - 18:39tem sido sobre construir
uma relação estável com o seu ego. -
18:39 - 18:42Você precisa de um ego para viver
no mundo capitalista ocidental. -
18:42 - 18:45Se você não tivesse um ego,
estaria em maus lençóis. -
18:46 - 18:49Mas o seu desafio é tirar o ego
da sua posição dominante -
18:49 - 18:53e colocá-lo no seu lugar,
para que esteja a seu serviço. -
18:53 - 18:56É aí que ele se torna útil,
e para fazer isso, -
18:56 - 19:00você tem que encontrar aquele ponto
bem no meio daqueles dois extremos. -
19:00 - 19:03É o que eu chamaria
de equanimidade ou equilíbrio, -
19:03 - 19:07é como um estado de espírito
que não pode ser perturbado, -
19:07 - 19:10por qualquer coisa
que aconteça fora de você. -
19:10 - 19:14Esse tipo de confiança que vem de lá
é como a confiança do céu. -
19:14 - 19:16Nesse instante está escuro lá fora,
-
19:16 - 19:20mas você sabe que se subisse
num avião, mesmo no dia mais chuvoso, -
19:20 - 19:23o céu brilharia azul através das nuvens.
-
19:24 - 19:28Quando você olha para o céu,
e vê um arco-íris, absolutamente lindo, -
19:28 - 19:31não há dúvidas que o céu
lá em cima está pensando: -
19:31 - 19:33"Você viu meu arco-íris?"
-
19:33 - 19:36Ou quando está um dia terrível,
sombrio, cinza, nublado, -
19:36 - 19:38que o céu vai pedir desculpas?
-
19:38 - 19:43Não, o céu simplesmente é,
pois ele vê a impermanência das nuvens, -
19:43 - 19:45e a impermanência do arco-íris,
-
19:45 - 19:48e você tem que desenvolver
um estado de espírito interior -
19:48 - 19:52que seja impermeável a todas as coisas
boas e ruins que acontecem com você -
19:52 - 19:54assim como o céu é para o clima.
-
19:55 - 19:58Nós também chamaríamos isso,
num contexto ocidental, -
19:58 - 20:00de um sentimento de humildade.
-
20:00 - 20:05E um dia na semana passada,
quando trabalhei com a UK Sport, -
20:05 - 20:09e particularmente, trabalhei
com técnicos incríveis, -
20:09 - 20:11que trabalharam com
atletas olímpicos incríveis, -
20:11 - 20:15que conseguiram todos aqueles resultados
incríveis nas Olimpíadas de Verão. -
20:15 - 20:18Foi incrível estar lá na mesma
sala que 400 dessas pessoas. -
20:19 - 20:22A mulher responsável pela UK Sport,
chamada Baronesa Campbell, -
20:22 - 20:26deu uma definição de humildade
tão boa quanto qualquer outra que já vi. -
20:26 - 20:30Ela disse: "Humildade não é
pensar menos de você mesmo, -
20:30 - 20:33humildade é pensar menos em você".
-
20:35 - 20:38E lembro de aprender essa lição
quando era criança -
20:38 - 20:40com provavelmente sete ou oito anos.
-
20:40 - 20:43Foi a mulher com a boca assimétrica
que me ensinou essa lição. -
20:43 - 20:47Minha mãe não tinha ideia do que estava
fazendo comigo enquanto eu crescia. -
20:47 - 20:49Mas eu cresci em Glasgow,
-
20:49 - 20:53particularmente na classe trabalhadora,
na indústria de aço de Glasgow. -
20:53 - 20:54Ninguém tinha dinheiro,
-
20:54 - 20:57então ninguém podia se dar
ao luxo de sair e se divertir. -
20:57 - 21:00A vida social das pessoas
acontecia em casa, -
21:00 - 21:03então nos finais de semana,
os idosos e as crianças -
21:03 - 21:06apareciam nas casas das pessoas,
e elas bebiam até cair e coisa assim. -
21:06 - 21:11Mas todo mundo, em algum momento,
tinha que se apresentar. -
21:11 - 21:14E era uma piada, porque eles eram
motoristas de ônibus, -
21:14 - 21:19soldadores, e carpinteiros durante
o dia, mas daí eles apareciam de noite -
21:19 - 21:23e vinham ser o Frank Sinatra,
e Dean Martin, e Sarah Vaughan, -
21:23 - 21:24e Billy Eckstine.
-
21:24 - 21:29E viver na minha casa era
como estar num palco cheio de estrelas. -
21:29 - 21:31E todas as crianças também
aprendiam a se apresentar. -
21:31 - 21:35Eu sou a mais velha de quatro garotas;
minha mãe tinha quatro filhas. -
21:35 - 21:37E curiosamente, meu pai também.
-
21:37 - 21:41Mas fomos criadas desde
qualquer idade para nos apresentarmos. -
21:41 - 21:43Éramos agrupadas nessas festas de família,
-
21:43 - 21:46eu com meu violão e minhas irmãs
em volta, e tínhamos que cantar. -
21:46 - 21:49Éramos literalmente posicionadas,
como os Von Trapps. -
21:49 - 21:52Você sabe, meu pai dizia:
"Beneda ali, Louise ali", -
21:52 - 21:54e daí nós cantávamos. E éramos horríveis!
-
21:54 - 21:56Nós éramos um lixo!
-
21:56 - 21:57(Risos)
-
21:57 - 22:01Uma noite minha mãe veio nos pegar
e estávamos lutando com travesseiros. -
22:01 - 22:04Ela apareceu e disse: "Certo,
meninas, todo mundo pronto. -
22:04 - 22:05Desçam e cantem para eles".
-
22:05 - 22:08E nessa noite eu estava
simplesmente exausta. -
22:08 - 22:10Eu disse: "Eu não quero cantar".
-
22:10 - 22:12Ela disse: "Por que você não quer cantar?"
-
22:13 - 22:14Eu disse: "Eu estou com vergonha".
-
22:14 - 22:17Ela disse: "Você está com vergonha de quê?
-
22:17 - 22:19Eu disse: "Bem, todo mundo
vai estar olhando pra mim". -
22:19 - 22:21E nunca me esquecerei da cara dela.
-
22:21 - 22:25Ela olhou para mim e disse: "Caroline,
não seja convencida, querida. -
22:25 - 22:26(Risos)
-
22:26 - 22:29Acha que alguém lá embaixo
está interessado em você? Não. -
22:29 - 22:32Seu trabalho é animá-los,
então vá e cante". -
22:32 - 22:35Então peguei o meu violão
e minhas irmãs e sabem o quê? -
22:36 - 22:39Esse conselho nunca me deixou.
-
22:39 - 22:41Mas isso me deixou
-
22:41 - 22:45com uma enorme indiferença sobre
onde minhas habilidades terminam, -
22:45 - 22:49e uma enorme indiferença
por ser o centro das atenções. -
22:49 - 22:53Na verdade, desde aquele dia,
nunca fui o centro das atenções. -
22:53 - 22:57Vocês são o centro da minha,
e esse é um sentimento muito diferente. -
22:57 - 23:00Então por último, seu último você,
-
23:00 - 23:02não menos importante,
-
23:02 - 23:05é o "você" sempre presente e imutável.
-
23:05 - 23:08Esse é o "você" que você
tem sido desde os sete anos, -
23:08 - 23:12e o que será aos 107, por favor, Deus.
-
23:12 - 23:15Eu passo muito tempo na Índia,
-
23:15 - 23:19e lá você é educado com esse sentimento
-
23:19 - 23:22de que é um ser espiritual
que por um acaso está em um corpo físico, -
23:22 - 23:26enquanto nós no Ocidente focamos
mais os nossos corpos físicos, -
23:26 - 23:30e se ficarmos velhos o suficiente,
nos interessamos no espírito. -
23:31 - 23:34Mas, se já esteve no museu de Gandhi,
em Nova Delhi você sabe -
23:34 - 23:36que essa é a frase acima da porta,
-
23:36 - 23:40e é, na verdade, uma resposta de Gandhi
para a pergunta de um jornalista. -
23:40 - 23:44Gandhi estava entrando num trem
quando o jornalista o chamou: -
23:44 - 23:48"Gandhiji, qual é a sua
mensagem para o mundo?" -
23:48 - 23:50E Gandhi se virou e disse:
-
23:50 - 23:52"Minha vida.
-
23:52 - 23:54Minha vida é a minha mensagem".
-
23:54 - 23:57E a sua vida é a sua mensagem, também.
-
23:57 - 24:00Pode não ser tão grande quanto
a de Gandhi; a minha certamente não é. -
24:00 - 24:05Mas sua vida tem que ser sua mensagem.
Senão, por que você está aqui? -
24:05 - 24:09Não é como se você tivesse uma de reserva.
-
24:09 - 24:11Então quando você pensa
sobre a sua identidade, -
24:11 - 24:14quando pensa sobre
o que significa estar vivo, -
24:14 - 24:17e por que merece existir,
-
24:17 - 24:22você não é os seus pensamentos,
porque você os pensa. -
24:22 - 24:27E não pode ser seus sentimentos, porque
senão, quem é o "você" que os sente? -
24:27 - 24:31Você não é o que você tem;
você não é o que você faz; -
24:31 - 24:34você não é nem quem você ama,
ou quem ama você. -
24:34 - 24:37Tem que haver alguma
coisa abaixo disso tudo. -
24:38 - 24:43Quando você olha para as pessoas
que conseguiram transcender -
24:43 - 24:46todos esses julgamentos
que impusemos a elas. -
24:46 - 24:51Esse homem aqui, ele não poderia
ser julgado como um homem, -
24:51 - 24:55ou um homem negro, ou jovem, ou velho,
ou democrata, ou republicano, -
24:55 - 24:56nem gay, nem hétero.
-
24:56 - 25:01Realmente não teria importado
porque ele sabia porque estava aqui. -
25:02 - 25:04"Sim, nós podemos."
-
25:04 - 25:07Então, você vê, ele parecia ser um verbo.
-
25:08 - 25:09Mesmo quando você nasce
-
25:09 - 25:13sem muitos dos atributos que alguns
dos seus colegas podem ter, -
25:13 - 25:17mesmo quando você nasce de um jeito
que pode te levar a se sentir impotente, -
25:17 - 25:24se você conseguir se conectar com aquela
voz interior sobre a qual tenho falado, -
25:24 - 25:26você poderia simplesmente acabar sendo,
-
25:26 - 25:29aos 12 anos de idade, a pessoa mais nova
-
25:29 - 25:33que já foi chamada para o time
nacional de natação campeão do mundo. -
25:33 - 25:37Você poderia até com 13 anos acabar sendo
-
25:37 - 25:41o mais jovem ganhador
de uma medalha de ouro olímpica. -
25:41 - 25:45Você poderia até ser, com 14 anos,
a pessoa mais jovem a conseguir um MBE. -
25:45 - 25:49Isso é o que acontece quando você
liga para o pronome pessoal. -
25:49 - 25:51Então se você puder fazer isso,
-
25:51 - 25:54não apenas a velocidade
da sua vida ficará mais rápida, -
25:54 - 25:58não apenas a essência
da sua vida ficará mais rica, -
25:58 - 26:02mas você nunca mais se sentirá
supérfluo novamente. -
26:02 - 26:05(Aplausos)
-
26:10 - 26:12Obrigada.
- Title:
- A arte de ser você mesmo |Caroline McHugh | TEDxMiltonKeynesWomen
- Description:
-
Nessa palestra inspiradora, Caroline McHugh explica que o nosso único trabalho nessa vida é ser tão bom quanto conseguirmos em sermos nós mesmos.
Caroline é fundadora e CEO do IDEOLOGIA, um movimento dedicado a ajudar indivíduos e organizações a serem completamente distribuídos, versões originais de si mesmos e autora de um livro chamado "Nunca Não uma Lua Adorável".
Essa palestra foi dada em um evento TEDx, usando o formato de conferências TED, mas organizado independentemente pela comunidade local. Aprenda mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 26:24