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Bernie Krause: A voz do mundo natural

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    (Sons da natureza)
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    Quando comecei a gravar paisagens sonoras selvagens,
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    45 anos atrás,
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    não tinha ideia de que formigas,
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    larvas de insetos, anêmonas-do-mar e vírus
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    criavam uma assinatura sonora.
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    Mas eles criam.
  • 0:21 - 0:25
    E assim faz cada hábitat selvagem no planeta,
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    como a floresta amazônica que estão ouvindo ao fundo.
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    Na verdade, florestas tropicais e temperadas
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    produzem uma vibrante orquestra animal,
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    com expressões instantâneas e organizadas
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    de insetos, répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos.
  • 0:43 - 0:46
    E cada paisagem sonora
    que salta de um hábitat selvagem
  • 0:46 - 0:49
    gera uma assinatura única,
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    que contém uma quantidade incrível de informação,
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    e é um pouco dessa informação
    que quero compartilhar com vocês hoje.
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    A paisagem sonora é feita de três fontes básicas.
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    A primeira é a geofonia,
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    ou os sons não biológicos que acontecem
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    em qualquer hábitat,
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    como o vento nas árvores, água em uma correnteza,
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    ondas nas praias, movimentos da Terra.
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    A segunda delas é a biofonia.
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    A biofonia é todo o som
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    que é gerado por organismos em um dado hábitat,
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    em um momento e em um lugar.
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    E a terceira são todos os sons
    que nós, humanos, geramos,
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    que são chamados antrofonia.
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    Alguns deles são controlados, como música ou teatro,
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    mas a maioria é caótica e incoerente,
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    algo a que alguns de nós se referem como barulho.
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    Houve um tempo em que considerei
    as paisagens sonoras selvagens
  • 1:46 - 1:48
    como um artefato sem valor.
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    Elas estavam lá, mas não tinham significação.
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    Bem, eu estava errado. O que aprendi destes encontros
  • 1:55 - 2:00
    foi que ouvir cuidadosamente nos dá
    ferramentas incrivelmente valiosas
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    com as quais avaliamos a saúde de um hábitat
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    através de todo um espectro de vida.
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    Quando comecei a gravar, no final da década de 60,
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    os métodos típicos de gravação eram limitados
  • 2:13 - 2:17
    à captura fragmentada de espécies individuais,
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    no início, a maioria era de pássaros,
  • 2:21 - 2:26
    mas, depois, animais como mamíferos e anfíbios.
  • 2:26 - 2:30
    Para mim, isso era um pouco como tentar entender
  • 2:30 - 2:33
    a magnificência da Quinta Sinfonia de Beethoven,
  • 2:33 - 2:36
    abstraindo o som de um único violinista
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    do contexto da orquestra
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    e ouvir apenas essa parte.
  • 2:41 - 2:44
    Felizmente, mais e mais instituições
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    estão implementando os modelos holísticos
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    que eu e alguns de meus colegas introduzimos
  • 2:49 - 2:53
    no campo da ecologia da paisagem sonora.
  • 2:53 - 2:58
    Quando comecei a gravar,
    mais de quatro décadas atrás,
  • 2:58 - 3:00
    podia gravar por 10 horas
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    e capturar uma hora de material aproveitável,
  • 3:02 - 3:05
    bom o bastante para um álbum,
    para uma trilha sonora de um filme
  • 3:05 - 3:08
    ou para uma apresentação em um museu.
  • 3:08 - 3:11
    Agora, por causa do aquecimento global,
  • 3:11 - 3:13
    da extração de recursos,
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    do barulho humano, entre outros fatores,
  • 3:16 - 3:18
    pode levar até 1.000 horas ou mais
  • 3:18 - 3:21
    para capturar a mesma coisa.
  • 3:21 - 3:24
    Em meus arquivos, 50% do material
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    vêm de hábitats tão radicalmente alterados
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    que estão completamente silenciosos
  • 3:30 - 3:35
    ou não mais podem ser ouvidos
    em quaisquer de suas formas originais.
  • 3:35 - 3:37
    Os métodos usuais de avaliação de um hábitat
  • 3:37 - 3:41
    têm sido feitos pela contagem
    visual do número de espécies
  • 3:41 - 3:45
    e o número de indivíduos
    dentro de cada espécie em uma dada área.
  • 3:45 - 3:48
    Entretanto, comparando dados que trazem juntas
  • 3:48 - 3:51
    tanto a densidade quanto
    a diversidade daquilo que ouvimos,
  • 3:51 - 3:57
    sou capaz de chegar a resultados
    ajustados muito mais precisos.
  • 3:57 - 3:59
    E quero lhes mostrar alguns exemplos
  • 3:59 - 4:01
    que tipificam as possibilidades abertas,
  • 4:01 - 4:04
    mergulhando neste universo.
  • 4:04 - 4:06
    Isto é Lincoln Meadow.
  • 4:06 - 4:08
    Lincoln Meadow fica a três horas e meia de carro,
  • 4:08 - 4:11
    a leste de São Francisco,
    nas montanhas de Sierra Nevada,
  • 4:11 - 4:13
    aproximadamente a 2.000 metros de altitude,
  • 4:13 - 4:16
    e tenho gravado lá por muitos anos.
  • 4:16 - 4:20
    Em 1988, uma madeireira
    convenceu os moradores locais
  • 4:20 - 4:23
    de que não haveria absolutamente
    nenhum impacto ambiental
  • 4:23 - 4:24
    em um novo método que eles estavam experimentando,
  • 4:24 - 4:26
    chamado "derrubada seletiva",
  • 4:26 - 4:28
    retirando uma árvore aqui e ali
  • 4:28 - 4:31
    em vez de cortar toda a área.
  • 4:31 - 4:33
    Com permissão para gravar
  • 4:33 - 4:35
    antes e depois da operação,
  • 4:35 - 4:39
    fixei meu equipamento e capturei
    um grande número de coros da madrugada
  • 4:39 - 4:43
    com protocolo bem restrito e gravações calibradas,
  • 4:43 - 4:45
    porque queria realmente uma boa linha de base.
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    Este é um exemplo de um espectrograma.
  • 4:47 - 4:50
    Um espectrograma é uma ilustração gráfica de som
  • 4:50 - 4:53
    com o tempo da esquerda para a direita na página --
  • 4:53 - 4:55
    neste caso estão representados 15 segundos --
  • 4:55 - 4:58
    e a frequência da base para o topo da página,
  • 4:58 - 5:00
    da mais baixa para a mais alta.
  • 5:00 - 5:03
    E você pode ver que a assinatura de uma correnteza
  • 5:03 - 5:07
    está representada aqui, da base
    até um terço ou metade da página,
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    enquanto que os pássaros que havia naquele campo
  • 5:11 - 5:14
    estão representados na assinatura que vai para o topo.
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    Havia muitos deles.
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    E aqui está Lincoln Meadow
    antes da derrubada seletiva.
  • 5:18 - 5:26
    (Sons da natureza)
  • 5:33 - 5:35
    Bem, um ano depois retornei,
  • 5:35 - 5:37
    usando os mesmos protocolos
  • 5:37 - 5:39
    e gravando sob as mesmas condições,
  • 5:39 - 5:42
    registrei um número de exemplos
  • 5:42 - 5:44
    dos mesmos coros da madrugada,
  • 5:44 - 5:46
    e isto é o que obtivemos.
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    Isto é depois da derrubada seletiva.
  • 5:47 - 5:49
    Você pode ver que a correnteza
    ainda está representada
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    no terço final da página,
  • 5:51 - 5:56
    mas observe o que falta nos dois terços superiores.
  • 5:56 - 6:01
    (Sons da natureza)
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    Este é o som de um pica-pau.
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    Bem, retornei a Lincoln Meadow 15 vezes
  • 6:13 - 6:15
    nos últimos 25 anos,
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    e posso dizer que a biofonia,
  • 6:18 - 6:21
    a densidade e a diversidade daquela biofonia,
  • 6:21 - 6:24
    não retornou ainda ao que era
  • 6:24 - 6:26
    antes da operação.
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    Mas, aqui está uma fotografia de Lincoln Meadow tirada depois,
  • 6:29 - 6:32
    e você pode ver que, da perspectiva da câmera
  • 6:32 - 6:34
    ou do olho humano,
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    nem uma árvore, nem um galho
    parecem estar fora de lugar,
  • 6:36 - 6:39
    o que confirma a argumentação da madeireira
  • 6:39 - 6:42
    de que não haveria impacto ambiental.
  • 6:42 - 6:48
    Entretanto, nossos ouvidos
    nos contam uma história diferente.
  • 6:48 - 6:50
    Estudantes sempre me perguntam
  • 6:50 - 6:52
    o que esses animais estão dizendo,
  • 6:52 - 6:56
    e realmente não tenho ideia.
  • 6:56 - 7:02
    Mas posso dizer que eles se expressam.
  • 7:02 - 7:05
    Se os entendemos ou não é outra história.
  • 7:05 - 7:07
    Estava caminhando ao longo da praia, no Alaska,
  • 7:07 - 7:09
    e topei com esta piscina
  • 7:09 - 7:12
    cheia de uma colônia de anêmonas-do-mar,
  • 7:12 - 7:15
    essas maravilhosas máquinas de comer,
  • 7:15 - 7:17
    parentes do coral e da água-viva.
  • 7:17 - 7:20
    Curioso para ver se alguma delas
    fazia qualquer barulho,
  • 7:20 - 7:21
    mergulhei um hidrofone,
  • 7:21 - 7:24
    um microfone para água, coberto de borracha,
  • 7:24 - 7:25
    até a parte de boca,
  • 7:25 - 7:27
    e a criatura imediatamente começou
  • 7:27 - 7:29
    a sorver o microfone para sua barriga,
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    e os tentáculos procuravam na superfície
  • 7:32 - 7:34
    por algo de valor nutricional.
  • 7:34 - 7:37
    Os sons semelhantes à estática são muito baixos,
  • 7:37 - 7:39
    e vocês vão ouvi-los agora.
  • 7:39 - 7:43
    (Sons de estática)
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    É, mas observem. Quando ela
    não encontrou nada para comer --
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    (Som de buzina)
  • 7:47 - 7:50
    (Risadas)
  • 7:50 - 7:52
    Acho que essa é uma expressão
    que pode ser entendida
  • 7:52 - 7:54
    em qualquer língua.
  • 7:54 - 7:57
    (Risadas)
  • 7:59 - 8:00
    No final de seu ciclo de alimentação,
  • 8:00 - 8:03
    o sapo Great Basin Spadefoot
  • 8:03 - 8:05
    se enterra mais ou menos um metro
  • 8:05 - 8:08
    sob o solo difícil de cavar
    do deserto do Oeste americano,
  • 8:08 - 8:10
    onde ele pode ficar por muitas estações
  • 8:10 - 8:13
    até que as condições estejam adequadas
    para que ele emerja novamente.
  • 8:13 - 8:15
    E quando há umidade suficiente no solo,
  • 8:15 - 8:18
    na primavera, os sapos cavam até a superfície
  • 8:18 - 8:22
    e se juntam ao redor destas enormes piscinas
  • 8:22 - 8:24
    em grande número.
  • 8:24 - 8:28
    E eles vocalizam em um coral
  • 8:28 - 8:31
    em que estão absolutamente
    sincronizados um com outro.
  • 8:31 - 8:32
    E fazem isso por duas razões.
  • 8:32 - 8:36
    A primeira é a competição,
    porque estão procurando por parceiras,
  • 8:36 - 8:37
    e a segunda é cooperação,
  • 8:37 - 8:40
    porque, se todos vocalizam juntos em sincronia,
  • 8:40 - 8:44
    isso torna difícil para predadores como coiotes,
  • 8:44 - 8:48
    raposas e corujas isolar
    qualquer indivíduo para uma refeição.
  • 8:48 - 8:51
    Este é um espectrograma
    de como parece o coral de sapos
  • 8:51 - 8:54
    quando está em um padrão bastante saudável.
  • 8:54 - 9:00
    (Sapos coaxando)
  • 9:04 - 9:08
    Mono Lake está a leste do Parque Nacional Yosemite,
  • 9:08 - 9:09
    na Califórnia,
  • 9:09 - 9:12
    e é o hábitat favorito desses sapos,
  • 9:12 - 9:15
    e também é usado pelos pilotos
    de jatos da Marinha dos E.U.A,
  • 9:15 - 9:18
    que treina seus combatentes voando a velocidades
  • 9:18 - 9:21
    que ultrapassam 1.100 quilômetros por hora
  • 9:21 - 9:23
    e a altitudes de apenas algumas centenas de metros
  • 9:23 - 9:26
    do nível do solo do Mono Basin,
  • 9:26 - 9:30
    muito rápido, muito lento, e tão alto
  • 9:30 - 9:33
    que a antrofonia, o barulho humano,
  • 9:33 - 9:34
    ainda que esteja a seis quilômetros e meio
  • 9:34 - 9:37
    da piscina onde estão os sapos
    que vocês ouviram um segundo atrás,
  • 9:37 - 9:41
    mascara o som do coral dos sapos.
  • 9:41 - 9:44
    Vocês podem ver, neste espectrograma,
    que toda a energia
  • 9:44 - 9:47
    que estava no primeiro espectrograma se foi
  • 9:47 - 9:49
    do topo do espectrograma,
  • 9:49 - 9:51
    e há intervalos no coral, de dois e meio,
  • 9:51 - 9:54
    quatro e meio e seis e meio segundos,
  • 9:54 - 9:57
    então o som do jato, a assinatura,
  • 9:57 - 9:59
    está em amarelo bem na base da página.
  • 9:59 - 10:06
    (Sapos coaxando)
  • 10:09 - 10:11
    Agora, no final do treinamento de voo,
  • 10:11 - 10:15
    os sapos levaram 45 minutos
  • 10:15 - 10:17
    para recuperar sua sincronia no coral,
  • 10:17 - 10:20
    durante esse tempo, sob uma lua cheia,
  • 10:20 - 10:23
    observamos quando dois coiotes e uma grande coruja
  • 10:23 - 10:26
    vieram pegar alguns dos membros.
  • 10:26 - 10:30
    A boa notícia é que,
    com um pouco de restauração do hábitat
  • 10:30 - 10:32
    e menos voos, as populações de sapos,
  • 10:32 - 10:36
    que diminuíam durante
    a década de 80 e início da de 90,
  • 10:36 - 10:40
    retornaram ao normal.
  • 10:40 - 10:43
    Quero terminar com uma história contada por um castor.
  • 10:43 - 10:44
    É uma história muito triste,
  • 10:44 - 10:48
    mas realmente ilustra como os animais
  • 10:48 - 10:50
    às vezes podem mostrar emoção,
  • 10:50 - 10:55
    um assunto bastante controverso
    entre biólogos mais velhos.
  • 10:55 - 10:58
    Um colega meu estava gravando
    no meio oeste americano,
  • 10:58 - 11:00
    perto desta piscina que tinha se formado,
  • 11:00 - 11:04
    talvez 16.000 anos atrás no fim da última idade do gelo.
  • 11:04 - 11:06
    Também era formada em parte por uma represa de castor,
  • 11:06 - 11:09
    em uma ponta que conservava unido
    todo um ecossistema,
  • 11:09 - 11:12
    em um equilíbrio muito delicado.
  • 11:12 - 11:16
    Uma tarde, enquanto ele estava gravando,
  • 11:16 - 11:20
    apareceu do nada, de repente,
  • 11:20 - 11:22
    uma dupla de guardas florestais,
  • 11:22 - 11:24
    que, sem razão aparente,
  • 11:24 - 11:25
    caminharam sobre a represa do castor,
  • 11:25 - 11:29
    colocaram uma banana de dinamite e a explodiram,
  • 11:29 - 11:33
    matando a fêmea e os filhotes.
  • 11:33 - 11:35
    Horrorizados, meus colegas ficaram ali,
  • 11:35 - 11:38
    juntando suas ideias,
  • 11:38 - 11:41
    gravando o que conseguissem no resto da tarde,
  • 11:41 - 11:46
    e, naquela noite, ele capturou
    um acontecimento extraordinário:
  • 11:46 - 11:50
    o solitário castor sobrevivente
    nadando em círculos lentos,
  • 11:50 - 11:56
    chorando inconsolavelmente
    pela sua companheira e filhotes.
  • 11:56 - 11:59
    Este é provavelmente o som mais triste
  • 11:59 - 12:02
    que já ouvi de um organismo,
  • 12:02 - 12:04
    humano ou não.
  • 12:06 - 12:13
    (Castor chorando)
  • 12:22 - 12:23
    É. Bem.
  • 12:23 - 12:26
    Há muitas facetas nas paisagens sonoras,
  • 12:26 - 12:29
    entre elas as formas através das quais
    os animais nos ensinam a dançar e a cantar,
  • 12:29 - 12:32
    que guardarei para outra vez.
  • 12:32 - 12:35
    Mas vocês ouviram como as biofonias
  • 12:35 - 12:39
    ajudam a esclarecer
    nosso entendimento do mundo natural.
  • 12:39 - 12:41
    Vocês ouviram o impacto da extração de recursos,
  • 12:41 - 12:44
    barulho humano e destruição do hábitat.
  • 12:44 - 12:46
    E onde as ciências ambientais tipicamente
  • 12:46 - 12:50
    tentaram entender o mundo a partir do que vemos,
  • 12:50 - 12:54
    uma compreensão muito mais completa
    pode ser obtida daquilo que ouvimos.
  • 12:54 - 12:58
    Biofonias e geofonias são as assinaturas sonoras
  • 12:58 - 13:00
    do mundo natural,
  • 13:00 - 13:01
    e enquanto nós as ouvirmos,
  • 13:01 - 13:04
    estaremos dotados com um senso de lugar,
  • 13:04 - 13:07
    a verdadeira história do mundo em que vivemos.
  • 13:07 - 13:09
    Em questão de segundos,
  • 13:09 - 13:12
    uma paisagem sonora revela muito mais informação
  • 13:12 - 13:14
    de muitas perspectivas,
  • 13:14 - 13:18
    de dados quantificáveis a inspiração cultural.
  • 13:18 - 13:21
    A captura visual implicitamente estrutura
  • 13:21 - 13:25
    uma perspectiva frontal limitada
    de um dado contexto espacial,
  • 13:25 - 13:27
    enquanto que as paisagens sonoras
    alargam esse âmbito
  • 13:27 - 13:33
    para 360 graus, envolvendo-nos completamente.
  • 13:33 - 13:36
    E enquanto uma fotografia vale por 1.000 palavras,
  • 13:36 - 13:41
    uma paisagem sonora vale por 1.000 fotografias.
  • 13:41 - 13:43
    E nossos ouvidos nos dizem
  • 13:43 - 13:47
    que o sussurro de cada folha e de cada criatura
  • 13:47 - 13:50
    fala às fontes naturais de nossas vidas,
  • 13:50 - 13:55
    que podem, de fato, manter os segredos
    do amor por todas as coisas,
  • 13:55 - 13:57
    especialmente nossa própria humanidade,
  • 13:57 - 14:03
    e a última palavra vai para o jaguar do Amazonas.
  • 14:03 - 14:09
    (Rugido)
  • 14:17 - 14:19
    Muito obrigado por ouvirem.
  • 14:19 - 14:25
    (Aplausos)
Title:
Bernie Krause: A voz do mundo natural
Speaker:
Bernie Krause
Description:

Bernie Krause tem gravado paisagens sonoras selvagens -- o vento nas árvores, o chilreio de pássaros, os sutis sons de larvas de insetos -- por 45 anos. Nesse tempo, ele viu muitos ambientes radicalmente alterados por humanos, algumas vezes inclusive por práticas consideradas seguras para o ambiente. Um olhar surpreendente sobre aquilo que podemos aprender através das sinfonias da natureza, do grunhido de uma anêmona-do-mar ao choro triste de um castor em luto.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:48
  • bom dia, veja se concorda com as pequenas mudanças que fiz.

  • Tente manter um balanço quando a linha tiver que ser quebrada em duas. Procure deixar mais ou menos o mesmo comprimento em cima e em baixo.

Portuguese, Brazilian subtitles

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