Como os grandes líderes inspiram à ação
-
0:01 - 0:03Como se explica o facto
-
0:03 - 0:05de as coisas não correrem
como presumimos? -
0:05 - 0:08Ou melhor, como se explica
-
0:08 - 0:10que haja outros
que conseguem realizar coisas -
0:10 - 0:12que desafiam todos os pressupostos?
-
0:12 - 0:14Por exemplo:
-
0:14 - 0:16Porque é que a Apple é tão inovadora?
-
0:16 - 0:18Ano após ano, após ano, após ano,
-
0:18 - 0:21a empresa é mais inovadora
do que toda a concorrência. -
0:21 - 0:24No entanto, é apenas
uma empresa de computadores. -
0:24 - 0:25É igual a todas as outras.
-
0:25 - 0:27Tem o mesmo acesso ao mesmo talento,
-
0:27 - 0:31às mesmas agências,
aos mesmos consultores, aos mesmos "media". -
0:31 - 0:34Então porque é que a empresa
parece possuir algo diferente? -
0:35 - 0:37Porque será que Martin Luther King
liderou o Movimento dos Direitos Civis? -
0:39 - 0:41Ele não foi o único homem
-
0:41 - 0:43a sofrer numa América
anterior aos direitos civis. -
0:43 - 0:46E não foi certamente o único
grande orador do seu tempo. -
0:46 - 0:47Porquê ele?
-
0:47 - 0:50E porque será que os irmãos Wright
-
0:50 - 0:53foram capazes de inventar
o voo tripulado controlado -
0:53 - 0:55quando havia certamente outras equipas
-
0:55 - 0:58mais bem qualificadas,
com melhor financiamento, -
0:58 - 1:01que não conseguiram inventar
o voo tripulado controlado, -
1:01 - 1:03tendo sido superadas pelos irmãos Wright.
-
1:03 - 1:06Há aqui mais qualquer coisa em jogo.
-
1:06 - 1:10Há cerca de três anos e meio,
fiz uma descoberta, -
1:10 - 1:13e essa descoberta alterou profundamente
-
1:13 - 1:16a minha visão sobre como eu achava
que o mundo funcionava -
1:16 - 1:18e até alterou profundamente o modo
como eu funciono no mundo. -
1:22 - 1:25Acontece que — é um padrão —
-
1:25 - 1:27acontece que todos os líderes
e organizações -
1:27 - 1:29mais importantes e inspiradores do mundo,
-
1:29 - 1:32seja a Apple, ou Martin Luther King
ou os irmãos Wright, -
1:32 - 1:34todos pensam, agem e comunicam
exatamente da mesma forma. -
1:37 - 1:40E é o oposto completo
para cada um deles. -
1:40 - 1:42Tudo o que eu fiz foi codificá-lo.
-
1:42 - 1:46E é provavelmente
a ideia mais simples do mundo. -
1:46 - 1:48Chamo-lhe o círculo dourado.
-
1:56 - 1:59Porquê? Como? O quê?
-
1:59 - 2:01Esta pequena ideia explica
-
2:01 - 2:03porque é que algumas organizações
e alguns líderes -
2:03 - 2:06são capazes de inspirar e outros não.
-
2:06 - 2:08Vou definir os termos muito rapidamente.
-
2:08 - 2:11Todos os indivíduos,
todas as organizações no planeta -
2:11 - 2:14sabem o que fazem,
a 100 por cento. -
2:14 - 2:16Alguns sabem como o fazem,
-
2:16 - 2:18chamem-lhe "proposta
de valor diferenciada" -
2:18 - 2:21ou "processo proprietário" ou "USP"
[ponto de venda único]. -
2:21 - 2:24Mas muito, muito poucas pessoas ou organizações
-
2:24 - 2:26sabem porque fazem o que fazem.
-
2:26 - 2:29Quando digo "porquê"
não quero dizer "para fazer lucro." -
2:29 - 2:31Isso é sempre um resultado.
-
2:31 - 2:33Ao dizer "porquê" quero dizer:
qual é o objetivo? -
2:33 - 2:35Qual é a vossa causa?
Em que é que acreditam? -
2:35 - 2:38Porque é que a vossa organização existe?
-
2:38 - 2:40O que vos faz sair da cama de manhã?
-
2:40 - 2:43E porque é que alguém se vai importar?
-
2:43 - 2:45Em consequência, a forma
como pensamos, como agimos, -
2:45 - 2:48a forma como comunicamos
é de fora para dentro. -
2:48 - 2:50É evidente. Partimos do mais claro
para o mais vago. -
2:50 - 2:54Mas os líderes inspirados
e as organizações inspiradas, -
2:54 - 2:57independentemente da sua dimensão
ou da sua indústria, -
2:57 - 3:00todos pensam, agem e comunicam
de dentro para fora. -
3:02 - 3:04Vou dar um exemplo.
-
3:04 - 3:07Eu uso a Apple porque é fácil
de perceber e todos entendem. -
3:07 - 3:10Se a Apple fosse como todos os outros,
-
3:10 - 3:13possivelmente usaria uma mensagem
publicitária do género: -
3:13 - 3:16"Nós fazemos excelentes computadores,
-
3:16 - 3:20"com um design elegante,
de utilização fácil e intuitiva. -
3:20 - 3:22"Deseja comprar um?"
-
3:22 - 3:23Nã.
-
3:24 - 3:26E é assim que a maioria
das pessoas comunica -
3:26 - 3:28que se faz a maior parte
do "marketing" e das vendas -
3:28 - 3:30e que nós comunicamos.
-
3:30 - 3:33Dizemos o que fazemos, qual a diferença
ou como somos melhores -
3:33 - 3:35e esperamos um certo tipo
de comportamento, -
3:35 - 3:36uma compra, um voto, algo assim.
-
3:36 - 3:38"Esta é a nossa sociedade de advogados.
-
3:38 - 3:41"Temos os melhores advogados,
os maiores clientes. -
3:41 - 3:42"Satisfazemos os nossos clientes".
-
3:43 - 3:44"Este é o nosso carro.
-
3:44 - 3:47"Tem baixo consumo e assentos de couro.
Compre o nosso carro." -
3:47 - 3:49Mas isto não é inspirador.
-
3:49 - 3:52Já a Apple comunica da seguinte maneira.
-
3:53 - 3:55"Tudo o que fazemos
-
3:55 - 3:58"acreditamos em desafiar o status quo.
-
3:58 - 4:01"Acreditamos em pensar de forma diferente.
-
4:01 - 4:03"Desafiamos o status quo
-
4:03 - 4:06"através de um design elegante,
-
4:06 - 4:08"de utilização fácil e intuitiva.
-
4:08 - 4:11"Por acaso fazemos
excelentes computadores. -
4:11 - 4:13"Deseja comprar um?"
-
4:13 - 4:16Totalmente diferente. Ficam dispostos
a comprar um computador. -
4:16 - 4:18Bastou inverter a ordem da informação.
-
4:18 - 4:21Isto prova que as pessoas
não compram o que fazemos, -
4:21 - 4:23compram a razão por que o fazemos.
-
4:23 - 4:26Não compram o que fazemos,
mas a razão por que o fazemos. -
4:26 - 4:28Isto explica porque é
que todas as pessoas nesta sala -
4:28 - 4:32se sentem perfeitamente à vontade
para comprar um computador da Apple. -
4:32 - 4:34Mas também nos sentimos
perfeitamente à vontade -
4:34 - 4:37para comprar um leitor de MP3 da Apple,
ou um telefone da Apple, -
4:37 - 4:39ou um DVR da Apple.
-
4:39 - 4:42Mas a Apple é apenas
uma empresa de computadores. -
4:42 - 4:44Não há nada que a distinga
estruturalmente -
4:44 - 4:45de qualquer das suas concorrentes.
-
4:45 - 4:49As concorrentes são qualificadas
para fazer todos estes produtos. -
4:49 - 4:50De facto, elas tentaram.
-
4:50 - 4:53Há uns anos, a Gateway
lançou televisões de ecrã plano. -
4:53 - 4:56A empresa é qualificada
para fazer televisões de ecrã plano. -
4:56 - 4:58Há anos que produzem
monitores de ecrã plano. -
4:59 - 5:00Ninguém os comprou.
-
5:05 - 5:08A Dell lançou leitores de MP3 e PDAs.
-
5:08 - 5:10Faz produtos de grande qualidade.
-
5:10 - 5:13Os seus produtos são
perfeitamente concebidos. -
5:13 - 5:15Ninguém os comprou.
-
5:15 - 5:17Nem sequer conseguimos imaginar-nos
-
5:17 - 5:19a comprar um leitor de MP3 da Dell.
-
5:19 - 5:22Porquê comprar um leitor de MP3
a uma empresa de computadores? -
5:22 - 5:23Mas fazêmo-lo todos os dias.
-
5:23 - 5:26As pessoas não compram o que fazemos,
mas a razão por que o fazemos. -
5:26 - 5:28O objetivo não é fazer negócio
-
5:28 - 5:31com todos aqueles que precisam
do que nós temos. -
5:31 - 5:33O objetivo é fazer negócio com as pessoas
-
5:33 - 5:35que acreditam no que nós acreditamos.
-
5:36 - 5:38E aqui vem a melhor parte.
-
5:38 - 5:40Nada do que estou a dizer
é a minha opinião. -
5:40 - 5:43Tudo isto se baseia
nos princípios fundamentais da biologia. -
5:43 - 5:45Não da psicologia, da biologia.
-
5:45 - 5:48Olhando de cima para baixo para uma secção
transversal do cérebro humano, -
5:48 - 5:52vemos que o cérebro humano está dividido
em três componentes principais -
5:52 - 5:55que correspondem perfeitamente
ao círculo dourado. -
5:55 - 5:58O nosso cérebro mais recente,
o nosso cérebro de homo sapiens -
5:58 - 6:00— o nosso neocórtex —
-
6:00 - 6:02corresponde ao nível do "quê".
-
6:02 - 6:06O neocórtex é responsável por todo
o nosso pensamento racional e analítico -
6:06 - 6:08e pela linguagem.
-
6:08 - 6:11As duas secções do meio constituem
o nosso cérebro límbico. -
6:11 - 6:14E o nosso cérebro límbico é responsável
por todos os nossos sentimentos, -
6:14 - 6:17como a confiança e a lealdade.
-
6:17 - 6:20Também é responsável
por todo o comportamento humano, -
6:20 - 6:22todo o processo de tomada de decisões,
-
6:22 - 6:24e não tem capacidade linguística.
-
6:24 - 6:27Por outras palavras, quando comunicamos
de fora para dentro, -
6:27 - 6:30as pessoas entendem grande
quantidade de informação complicada, -
6:30 - 6:32como características, benefícios,
factos e números. -
6:32 - 6:35Mas isso não serve de motivação
para o nosso comportamento. -
6:35 - 6:38Quando conseguimos comunicar
de dentro para fora, -
6:38 - 6:40estamos a falar para a parte do cérebro
-
6:40 - 6:41que controla o comportamento,
-
6:41 - 6:43permitindo depois
às pessoas racionalizá-lo -
6:43 - 6:46através das coisas tangíveis
que dizemos e fazemos. -
6:46 - 6:48É daqui que vêm as decisões intuitivas.
-
6:48 - 6:51Às vezes quando damos a alguém
todos os factos e números, -
6:51 - 6:54a pessoa diz: "Eu sei o que
todos os factos e detalhes dizem, -
6:54 - 6:56"mas mesmo assim
sinto que isto não está bem." -
6:56 - 6:58Porque usamos este verbo,
"sinto" que isto não está bem? -
6:58 - 7:01Porque a parte do cérebro que controla
a tomada de decisões -
7:01 - 7:02não controla a linguagem.
-
7:02 - 7:05E só nos lembramos de dizer:
"Sinto que isto não está bem." -
7:05 - 7:08Às vezes dizemos que estamos
a liderar com o coração ou com a alma. -
7:09 - 7:11Desculpem, mas essas
não são as partes do corpo -
7:11 - 7:13que controlam o nosso comportamento.
-
7:13 - 7:15Tudo acontece aqui no cérebro límbico,
-
7:15 - 7:18a parte do cérebro que controla
a tomada de decisões e não a linguagem. -
7:18 - 7:21Mas, se não sabemos
porque fazemos o que fazemos, -
7:21 - 7:24e as pessoas reagem à razão
pela qual o fazemos, -
7:24 - 7:27então como é que se consegue fazer
com que as pessoas -
7:27 - 7:29votem por nós, ou comprem algo nosso,
-
7:29 - 7:31ou, mais importante ainda,
que sejam leais -
7:31 - 7:34e que queiram fazer parte do que fazemos?
-
7:34 - 7:37O objetivo não é vender a pessoas
que precisem do que temos; -
7:37 - 7:40o objetivo é vender àqueles
que acreditam no que nós acreditamos. -
7:40 - 7:44O objetivo não é contratar pessoas
que precisam de um emprego; -
7:44 - 7:47é contratar pessoas que acreditam
no que nós acreditamos. -
7:47 - 7:49Eu digo sempre que,
-
7:49 - 7:52se as pessoas são contratadas
só porque sabem fazer um trabalho, -
7:52 - 7:55elas trabalharão por dinheiro,
-
7:55 - 7:57mas se for por acreditarem
no que acreditamos, -
7:57 - 7:59trabalharão com sangue, suor e lágrimas.
-
7:59 - 8:03Não há melhor exemplo disso
do que os irmãos Wright. -
8:03 - 8:06A maior parte das pessoas
não conhece Samuel Pierpont Langley. -
8:07 - 8:09No início do século XX,
-
8:09 - 8:12a corrida à invenção do voo tripulado
era como o "ponto com" da época. -
8:12 - 8:14Toda a gente andava a experimentar.
-
8:14 - 8:17Samuel Pierpont Langley tinha
o que nós presumimos -
8:17 - 8:19ser a receita para o sucesso.
-
8:20 - 8:22Mesmo agora,
quando se pergunta a alguém: -
8:22 - 8:25"Porque é que o seu produto
ou a sua empresa fracassaram?" -
8:25 - 8:27a resposta é sempre a mesma permuta
das mesmas três coisas: -
8:28 - 8:31falta de capital, as pessoas erradas,
más condições de mercado. -
8:31 - 8:34São sempre as mesmas três coisas,
portanto vamos explorar isso. -
8:34 - 8:36O Departamento de Guerra dos EUA
-
8:36 - 8:39deu 50 mil dólares
a Samuel Pierpont Langley -
8:39 - 8:41para desenvolver uma máquina de voar.
-
8:41 - 8:43O dinheiro não era problema.
-
8:43 - 8:45Ele tinha uma cátedra em Harvard,
-
8:45 - 8:48trabalhava para a Smithsonian
e estava muito bem relacionado. -
8:48 - 8:50Conhecia todas as grandes mentes da época.
-
8:50 - 8:54Contratava as melhores mentes
que o dinheiro podia comprar. -
8:54 - 8:56As condições de mercado eram fantásticas.
-
8:56 - 8:59O jornal "New York Times"
seguia-o para todo o lado. -
8:59 - 9:01Toda a gente torcia por Langley.
-
9:01 - 9:04Como se explica que nunca ouvimos falar
de Samuel Pierpont Langley? -
9:04 - 9:07A umas centenas de km de distância,
em Dayton, Ohio, -
9:07 - 9:11Orville e Wilbur Wright não tinham nada
daquilo que consideramos ser -
9:11 - 9:13ser a receita para o sucesso.
-
9:13 - 9:15Não tinham dinheiro.
-
9:15 - 9:18Pagavam pelo seu sonho
com as receitas da sua loja de bicicletas. -
9:18 - 9:20Nem uma só pessoa
da equipa dos irmãos Wright -
9:20 - 9:22tinha tido uma educação universitária,
-
9:22 - 9:24nem mesmo Orville ou Wilbur.
-
9:24 - 9:27E o "New York Times" não os seguia
para lado nenhum. -
9:27 - 9:31A diferença era que Orville e Wilbur
eram motivados por uma causa, -
9:31 - 9:33por um objetivo, por uma convicção.
-
9:33 - 9:35Eles acreditavam que,
se conseguissem descobrir -
9:35 - 9:37como funcionava esta máquina voadora,
-
9:37 - 9:39isso mudaria o rumo do mundo.
-
9:40 - 9:42Samuel Pierpont Langley era diferente.
-
9:42 - 9:45Ele queria ser rico e queria ser famoso.
-
9:45 - 9:48A sua demanda era por um resultado,
por riquezas. -
9:49 - 9:51E vejam o que aconteceu.
-
9:51 - 9:54Aqueles que acreditavam
no sonho dos irmãos Wright -
9:54 - 9:57trabalhavam com eles
com sangue, suor e lágrimas. -
9:57 - 9:59Os outros trabalhavam para um salário.
-
9:59 - 10:03Conta-se a história de que, quando
os irmãos Wright faziam as experiências, -
10:03 - 10:05tinham de levar cinco conjuntos de peças,
-
10:05 - 10:06porque eram as vezes que eles caíam
-
10:06 - 10:08antes de voltarem a casa para jantar.
-
10:09 - 10:12Por fim, a 17 de dezembro de 1903,
-
10:13 - 10:15os irmãos Wright levantaram voo,
-
10:15 - 10:18e ninguém estava lá
para partilhar da experiência. -
10:18 - 10:20Só se descobriu uns dias depois.
-
10:21 - 10:25Mais uma prova de que Langley
era motivado pela coisa errada: -
10:25 - 10:28no dia em que os irmãos Wright
levantaram voo, ele despediu-se. -
10:29 - 10:30Podia ter dito:
-
10:30 - 10:32"Isso é uma descoberta excecional.
-
10:32 - 10:35"Vou aperfeiçoar a vossa tecnologia",
mas não o fez. -
10:35 - 10:39Ele não foi o primeiro, não ficou rico
nem famoso, e como tal desistiu. -
10:39 - 10:42As pessoas não compram o que fazemos,
mas a razão por que o fazemos. -
10:42 - 10:44Se falarmos do que acreditamos,
-
10:44 - 10:47vamos atrair aqueles que acreditam
no que nós acreditamos. -
10:47 - 10:51Porque é importante atrair aqueles
que acreditam no que nós acreditamos? -
10:52 - 10:54É aquilo a que se chama
a lei da difusão de inovação. -
10:54 - 10:57Se não conhecem a lei, de certeza
que conhecem a terminologia. -
10:57 - 11:00Os primeiros 2,5% da população
-
11:00 - 11:02são os nossos inovadores.
-
11:02 - 11:05Os 13,5% seguintes da nossa população
-
11:05 - 11:07são os primeiros adotantes da vanguarda.
-
11:07 - 11:10Os 34% seguintes
são a maioria da vanguarda, -
11:10 - 11:12a maioria tardia e os retardatários.
-
11:12 - 11:15Estas pessoas só passaram
a usar telefones com teclado -
11:15 - 11:17porque deixou de haver telefones de disco.
-
11:17 - 11:19(Risos)
-
11:19 - 11:22Todos nós, em diferentes momentos,
nos situamos em vários pontos nesta escala, -
11:22 - 11:25mas o que a lei da difusão de inovação nos diz
-
11:25 - 11:28é que se se pretende alcançar um sucesso comercial em massa,
-
11:28 - 11:30ou a aceitação de uma ideia em massa,
-
11:30 - 11:32tal não será possível
-
11:32 - 11:34até que se atinja este ponto de viragem
-
11:34 - 11:37entre 15 e 18 por cento de penetração de mercado.
-
11:37 - 11:40Aí o sistema dá a volta.
-
11:40 - 11:43E eu adoro perguntar às empresas: "Qual é a vossa taxa de conversão em novos negócios?"
-
11:43 - 11:45E elas adoram dizer: "Oh, é cerca de 10 por cento," cheias de orgulho.
-
11:45 - 11:47Bem, 10 por cento de clientes podem induzir em erro.
-
11:47 - 11:49Todos temos cerca de 10 por cento de clientes que simplesmente "percebem o que fazemos."
-
11:49 - 11:51É assim que os descrevemos, não é?
-
11:51 - 11:53É como a tal sensação intuitiva: "Oh, eles simplesmente percebem."
-
11:53 - 11:56O problema é: Como é que se descobre aqueles que percebem
-
11:56 - 11:59antes de começar a fazer negócio com eles, em contraposição àqueles que não percebem?
-
11:59 - 12:01Portanto é isto aqui, este pequeno espaço,
-
12:01 - 12:03que é preciso fechar,
-
12:03 - 12:05como diria Jeffrey Moore, "atravessando o abismo."
-
12:05 - 12:07Porque, estão a ver, a maioria da vanguarda
-
12:07 - 12:09não vai experimentar nada
-
12:09 - 12:11até que alguém
-
12:11 - 12:13o experimente primeiro.
-
12:13 - 12:16E este pessoal, os inovadores e os adotantes da vanguarda
-
12:16 - 12:18sentem-se à vontade para tomar aquelas decisões intuitivas.
-
12:18 - 12:21Eles sentem-se mais à vontade para tomar aquelas decisões intuitivas
-
12:21 - 12:24que são motivadas por aquilo em que eles acreditam sobre o mundo
-
12:25 - 12:27e não apenas pelos produtos que estão disponíveis.
-
12:27 - 12:29Estas são as pessoas que ficaram na fila durante seis horas
-
12:29 - 12:31para comprar um iPhone quando este saiu,
-
12:31 - 12:33sendo que podiam ter simplesmente entrado com calma numa loja na semana seguinte
-
12:33 - 12:35e comprado um da prateleira.
-
12:35 - 12:37Estas são as pessoas que gastaram 40.000 dólares
-
12:37 - 12:40em televisões de ecrã plano quando estas saíram,
-
12:40 - 12:43apesar de a tecnologia não ser de grande qualidade.
-
12:43 - 12:45E a propósito, estas pessoas não o fizeram
-
12:45 - 12:47porque a tecnologia era excelente.
-
12:47 - 12:49Elas fizeram-no por si próprias.
-
12:49 - 12:51Porque queriam chegar primeiro.
-
12:51 - 12:53As pessoas não compram o que fazemos, mas sim a razão por que o fazemos.
-
12:53 - 12:55E o que fazemos simplesmente
-
12:55 - 12:57prova aquilo em que acreditamos.
-
12:57 - 12:59De facto, as pessoas fazem coisas
-
12:59 - 13:01que provam aquilo em que acreditam.
-
13:01 - 13:03A razão pela qual aquelas pessoas compraram um iPhone
-
13:03 - 13:06nas primeiras seis horas,
-
13:06 - 13:08ficaram na fila durante seis horas,
-
13:08 - 13:10foi por causa daquilo em que acreditam sobre o mundo
-
13:10 - 13:12e de como querem que toda a gente as veja.
-
13:12 - 13:14Elas chegaram primeiro.
-
13:14 - 13:16As pessoas não compram o que fazemos, mas sim a razão por que o fazemos.
-
13:16 - 13:18Vou dar-vos um exemplo célebre,
-
13:18 - 13:20um fracasso e um sucesso célebres
-
13:20 - 13:22da lei da difusão de inovação.
-
13:22 - 13:24Primeiro, o célebre fracasso.
-
13:24 - 13:26É um exemplo comercial.
-
13:26 - 13:28Tal como dissemos antes, há um segundo,
-
13:28 - 13:31a receita para o sucesso é ter dinheiro, as pessoas certas e as condições de mercado certas.
-
13:31 - 13:33Muito bem. Então o sucesso devia estar garantido.
-
13:33 - 13:35Vejam o caso do TiVo.
-
13:35 - 13:37Desde o momento em que o TiVo foi lançado, há oito ou nove anos,
-
13:37 - 13:39até aos dias de hoje,
-
13:39 - 13:42ele tem sido o produto com o mais alto nível de qualidade no mercado,
-
13:42 - 13:45rendamo-nos, não há discussão possível.
-
13:45 - 13:47A empresa era extremamente bem financiada.
-
13:47 - 13:49As condições de mercado eram fantásticas.
-
13:49 - 13:51Quer-se dizer, nós até usamos a palavra TiVo como verbo.
-
13:51 - 13:54Eu "TiVo" coisas a toda a hora no meu reles DVR da Time Warner.
-
13:57 - 13:59Mas o TiVo é um fracasso comercial.
-
13:59 - 14:01Nunca fizeram dinheiro.
-
14:01 - 14:03Quando recorreram a uma IPO (oferta pública inicial)
-
14:03 - 14:05as suas ações rondavam os 30 ou 40 dólares
-
14:05 - 14:07após o que baixaram drasticamente de valor, e desde aí nunca mais ultrapassaram os 10 dólares.
-
14:07 - 14:10De facto, nem creio que ultrapasse os seis,
-
14:10 - 14:12à exceção de alguns pequenos picos.
-
14:12 - 14:14Porque, estão a ver, quando a empresa lançou o TiVo,
-
14:14 - 14:17ela disse-nos o que tinha.
-
14:17 - 14:20Disse: "Nós temos um produto que faz pausa na TV em direto,
-
14:20 - 14:23exclui os anúncios publicitários, rebobina a TV em direto
-
14:23 - 14:25e memoriza os seus hábitos televisivos
-
14:25 - 14:28sem sequer ser necessário você pedir.
-
14:28 - 14:30E a cínica maioria disse:
-
14:30 - 14:32"Não acreditamos nisso.
-
14:32 - 14:34Não precisamos disso. Não gostamos disso.
-
14:34 - 14:36Isso assusta-nos."
-
14:36 - 14:38O que aconteceria se a empresa tivesse dito:
-
14:38 - 14:40"Se você é o tipo de pessoa
-
14:40 - 14:43que gosta de ter controlo total
-
14:43 - 14:46sobre todos os aspectos da sua vida,
-
14:46 - 14:49bem, nem imagina o produto que temos para si.
-
14:49 - 14:51Faz pausa na TV em direto, exclui os anúncios publicitários,
-
14:51 - 14:54memoriza os seus hábitos televisivos, etc, etc."
-
14:54 - 14:56As pessoas não compram o que fazemos, mas sim a razão por que o fazemos.
-
14:56 - 14:58E o que fazemos simplesmente
-
14:58 - 15:00prova aquilo em que acreditamos.
-
15:00 - 15:03Agora vou dar-vos um exemplo de sucesso
-
15:03 - 15:06da lei da difusão de inovação.
-
15:06 - 15:09No verão de 1963,
-
15:09 - 15:11250.000 pessoas apareceram
-
15:11 - 15:13no National Mall em Washington
-
15:13 - 15:15para ouvir o Dr. King discursar.
-
15:16 - 15:19Não foram enviados convites,
-
15:19 - 15:22e não havia nenhum website para verificar a data.
-
15:22 - 15:24Como é que se consegue tal feito?
-
15:24 - 15:26Bem, o Dr. King não era o único
-
15:26 - 15:28grande orador na América.
-
15:28 - 15:30Não era o único homem a sofrer
-
15:30 - 15:32numa América anterior aos direitos civis.
-
15:32 - 15:35De facto, algumas das suas ideias eram más.
-
15:35 - 15:37Mas ele tinha um talento.
-
15:37 - 15:40Ele não andava a apregoar sobre o que era preciso mudar na América.
-
15:40 - 15:42Ele dizia às pessoas aquilo em que acreditava.
-
15:42 - 15:44"Eu acredito. Eu acredito. Eu acredito."
-
15:44 - 15:46dizia ele às pessoas.
-
15:46 - 15:48E as pessoas que acreditavam no que ele acreditava
-
15:48 - 15:50pegaram na sua causa e fizeram dela uma causa própria,
-
15:50 - 15:52e transmitiram-na a outras pessoas.
-
15:52 - 15:54E algumas destas pessoas criaram estruturas
-
15:54 - 15:56para divulgar a causa e fazê-la chegar a mais pessoas ainda.
-
15:56 - 15:58E eis que --
-
15:58 - 16:00250.000 pessoas apareceram
-
16:00 - 16:03no dia certo, na hora certa,
-
16:03 - 16:05para ouvi-lo falar.
-
16:05 - 16:08Quantas pessoas apareceram por causa dele?
-
16:09 - 16:11Zero.
-
16:11 - 16:13Elas apareceram por si próprias.
-
16:13 - 16:15Foi aquilo em que elas acreditavam sobre a América
-
16:15 - 16:18que fez com que viajassem numa camioneta durante oito horas,
-
16:18 - 16:21para ficar de pé ao sol, em Washington, em pleno Agosto.
-
16:21 - 16:24Foi aquilo em que acreditavam, e não era simplesmente uma questão de pretos contra brancos.
-
16:24 - 16:2725 por cento da audiência era branca.
-
16:27 - 16:29O Dr. King acreditava que
-
16:29 - 16:31que havia dois tipos de leis neste mundo,
-
16:31 - 16:33aquelas que são feitas por uma alta autoridade
-
16:33 - 16:35e aquelas que são feitas pelo homem.
-
16:35 - 16:38E apenas quando as leis feitas pelo homem
-
16:38 - 16:40fossem consistentes com as leis feitas pela alta autoridade,
-
16:40 - 16:42é que nós viveríamos num mundo justo.
-
16:42 - 16:44Foi só por acaso que o Movimento dos Direitos Civis
-
16:44 - 16:47foi perfeito para ajudá-lo
-
16:47 - 16:49a dar vida à sua causa.
-
16:49 - 16:52Nós demos seguimento, não por ele, mas por nós próprios.
-
16:52 - 16:54E a propósito, o seu discurso intitulou-se "Eu tenho um sonho"
-
16:54 - 16:56e não "Eu tenho um plano."
-
16:56 - 17:00(Riso)
-
17:00 - 17:03Ouçam os políticos de hoje com os seus planos compreensivos de 12 pontos.
-
17:03 - 17:05Não inspiram ninguém.
-
17:05 - 17:08Isto porque há líderes, e há aqueles que lideram.
-
17:08 - 17:10Os líderes ocupam uma posição de poder
-
17:10 - 17:12ou autoridade.
-
17:12 - 17:15Mas aqueles que lideram inspiram-nos.
-
17:16 - 17:18Sejam indivíduos ou organizações,
-
17:18 - 17:20nós seguimos aqueles que lideram,
-
17:20 - 17:22não porque sejamos forçados,
-
17:22 - 17:25mas porque queremos.
-
17:25 - 17:28Nós seguimos aqueles que lideram, não por eles,
-
17:28 - 17:30mas por nós próprios.
-
17:30 - 17:33E são aqueles que começam com o "porquê"
-
17:33 - 17:35que têm a capacidade
-
17:35 - 17:37de inspirar aqueles que os rodeiam
-
17:37 - 17:40ou de encontrar outros que os inspirem.
-
17:40 - 17:42Muito obrigado.
-
17:42 - 17:44(Aplauso)
- Title:
- Como os grandes líderes inspiram à ação
- Speaker:
- Simon Sinek
- Description:
-
Simon Sinek possui um modelo simples mas potente de liderança inspiradora, partindo de um círculo dourado e da pergunta "Porquê?" Os seus exemplos incluem a Apple, Martin Luther King e os irmãos Wright — e, como contraponto, o sistema TiVo, o qual (até recentemente ter ganho um caso no tribunal que fez triplicar o valor das suas ações) parecia estar a passar por dificuldades.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:44
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How great leaders inspire action | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How great leaders inspire action | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How great leaders inspire action | ||
Sara Xiao Fei added a translation |