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Marcel Dzama: Filmar com Amy Sedaris & Amigos | Art21 "Extended Play"

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    Amy Sedaris:
    Quando há duplos numa cena,
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    os trajes deles não têm botões
    nem fechos de correr.
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    Parecem roupas de pobres.
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    E eu gosto mais delas
    do que as que eu uso.
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    Marcel Dzama: Como assim?
    Isto é uma relíquia de família.
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    Pelo menos,
    foi o que o meu pai me disse.
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    - Para não adoeceres.
    - Para não adoeceres.
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    MD: Tem cuidado, meu amigo.
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    AS: Tem cuidado, meu amigo. Ok.
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    [Marcel Dzama: Filmar
    com Amy Sedaris & Amigos]
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    MD: Ação!
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    AS: Na próxima, escolho eu o almoço.
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    Foi pena a enchilada estar tão gordurenta.
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    "Ciao" por agora.
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    MD: Filmar é uma desculpa
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    para juntar um grupo de pessoas
    e ter uma família durante um bocado.
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    Corta!
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    Está bom, Amy.
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    [Dzama apresenta]
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    Eu costumava fazer estes filmes
    com uma câmara Fisher-Price
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    que usava "cassetes".
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    Convidava amigos
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    e fazíamos estranhos filmes artísticos
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    ou vídeos de música
    e coisas como essas.
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    (Grunhidos e gritos)
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    Isto é o capítulo 3, neste filme
    que estou a fazer
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    com Amy Sedaris e com Raymond Pettibon.
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    Eles começam a jogar xadrez
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    e as peças de xadrez adquirem vida
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    e começam a dançar umas com as outras.
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    Não há muito diálogo
    por causa de toda a dança neste capítulo.
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    Quando faço um filme,
    faço estes desenhos
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    de como vai ser a sequência.
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    Com Amy, só preparo os cenários
    e depois, deixo-a.
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    O que lhe vier à cabeça, é o que ela diz.
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    "Permita-me que lhe apresente
    a minha melhor metade.
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    "Esta é a minha querida mulher,
    Mary Shelly Bellatrix".
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    AS: "Apresento-lhe
    a minha melhor metade.
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    "Esta é a minha mulher.
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    "a mãe da minha filha".
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    "Como se chama?"
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    "Shelly".
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    MD: Ação!
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    AS: Eu sou um vampiro. Certo?
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    MD: Isto é depois de ele sair.
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    Ok, Amy, podes ir embora.
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    Conheci Amy Sedaris
    na festa de aniversário do filho
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    de um nosso amigo comum.
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    AS: Acho que preciso de me barbear.
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    MD: Eu tinha feito este desenho
    para o aniversário do miúdo
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    e Amy gostou muito dele.
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    Ela disse que lhe lembrava
    um artista, Marcel Dzama.
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    AS: Ele dá-me muitos desenhos
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    mas são muito grandes
    e não os posso pendurar.
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    MD: Demo-nos logo bem.
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    AS: Adoro as cores,
    adoro os desenhos.
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    Adoro as figuras, os animais, os pontos.
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    MD: Eu sempre gostei
    do ritmo dela na comédia,
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    tem imensa energia.
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    AS: Isto é aquilo a que chamo
    a sala de meditação.
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    É aqui que eu como "cheesecake".
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    MD: Tudo o que ela diz de moto próprio,
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    que não é escrito por mim,
    é dez vezes melhor.
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    AS: Isto é uma série
    em que estou a trabalhar.
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    Chamo-lhe "Chamo-me Série Branca",
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    são tudo brancos indecisos.
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    MD: Falámos de fazer uma colaboração.
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    Acabou nesta ideia de um filme
    sobre uma partida de xadrez.
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    entre Raymond Pettibon e eu,
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    e foi Amy Sedaris a representar-me.
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    AS: Qual é a minha personagem?
    Não faço a mínima ideia.
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    Sou Marcel.
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    Penso que é melhor não fazer perguntas.
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    Raymond Pettibond:
    O visual conta melhor a história.
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    Quer dizer, eu não estaria vestido assim
    se pudesse interessar-lhe.
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    AS: Vem cá!
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    David Z, vem cá.
    Estás a aproximar-te.
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    É a isto que chamas dirigir?
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    Ele está preso num corpo
    de um rapaz de sete anos.
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    É isto que é divertido
    em trabalhar com ele.
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    Ele tem este sentido...
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    "Vamos vestir estes fatos
    e divertir-nos um bocado".
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    "Vamos divertir-nos.
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    Depois começa a editar e a ver o que tem.
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    Diverte-se muito. É infantil.
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    MD: Lá está ela, preciso do meu amor!
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    Por onde tens andado, minha vida!
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    AS: Corta! Corta! Corta!
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    Corta!
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    Qual é o problema com a iluminação?
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    Precisamos de mais luz!
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    O que é que se passa
    com todo este fumo?
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    Quase não vejo os tomates
    dos meus dançarinos.
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    Tu, aí no fim, Twinkles.
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    estás fora.
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    A filmar!
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    (Música)
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    MD: Depois, quando o projeto
    está terminado,
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    há uma espécie de triste despedida.
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    Mas, habitualmente,
    depois de filmar,
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    eu gosto de passar algum tempo sozinho
    e trabalhar nas peças.
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    AS: E isto é o fim do filme.
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    Corta!
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    Excelente!
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    Taxi!
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    Tradução de Margarida Ferreira
Title:
Marcel Dzama: Filmar com Amy Sedaris & Amigos | Art21 "Extended Play"
Description:

Episódio 267: Marcel Dzama dirige os seus amigos e colaboradores, Amy Sedaris e Raymond Pettibon, durante a filmagem do seu filme "Dance Floor Dracula, Prelude in C-Sharp Minor." Repetindo as suas anterioresexperiências na realização de curtas metragens e vídeos de música com os seus amigos artistas em Winnipeg, Dzama explica que "fazer filmes é uma desculpa para juntar um grupo de pessoas e ter esta família durante um bocado".
No seu estúdio de Brooklyn, Dzama mostra os desenhos que lhe servem de ponto de partida para o seu processo de filmagem. "For Dance Floor Dracula, Prelude in C-Sharp Minor", o artista descreve uma imaginária partida de xadrez entre ele mesmo, desempenhado por Amy Sedaris, e o artista Raymond Pettibon.
Marcel Dzama nasceu em 1974, em Winnipeg, no Canadá. Fantásticos e absurdos, os desenhos de Dzama representam um conjunto de seres humanos, animais e criaturas híbridas, feitas a lápis, a tinta, a aguarelas, e, por vezes, com xarope de cerveja. Dzama desenha com uma mistura de influências — desde os monstros da infância, como o Lobisomem e Drácula, até à obra de artistas como Marchel Duchamp, Francisco Goya, William Blake e Francis Picabia — para criar mundos únicos que são surrealistas e familiares, doces e violentos, caóticos e elegantes.

Saibam mais sobre o artista em:
https://art21.org/artist/marcel-dzama/
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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Extended Play" series
Duration:
05:32

Portuguese subtitles

Revisions

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