Amy Sedaris: Quando há duplos numa cena, os trajes deles não têm botões nem fechos de correr. Parecem roupas de pobres. E eu gosto mais delas do que as que eu uso. Marcel Dzama: Como assim? Isto é uma relíquia de família. Pelo menos, foi o que o meu pai me disse. - Para não adoeceres. - Para não adoeceres. MD: Tem cuidado, meu amigo. AS: Tem cuidado, meu amigo. Ok. [Marcel Dzama: Filmar com Amy Sedaris & Amigos] MD: Ação! AS: Na próxima, escolho eu o almoço. Foi pena a enchilada estar tão gordurenta. "Ciao" por agora. MD: Filmar é uma desculpa para juntar um grupo de pessoas e ter uma família durante um bocado. Corta! Está bom, Amy. [Dzama apresenta] Eu costumava fazer estes filmes com uma câmara Fisher-Price que usava "cassetes". Convidava amigos e fazíamos estranhos filmes artísticos ou vídeos de música e coisas como essas. (Grunhidos e gritos) Isto é o capítulo 3, neste filme que estou a fazer com Amy Sedaris e com Raymond Pettibon. Eles começam a jogar xadrez e as peças de xadrez adquirem vida e começam a dançar umas com as outras. Não há muito diálogo por causa de toda a dança neste capítulo. Quando faço um filme, faço estes desenhos de como vai ser a sequência. Com Amy, só preparo os cenários e depois, deixo-a. O que lhe vier à cabeça, é o que ela diz. "Permita-me que lhe apresente a minha melhor metade. "Esta é a minha querida mulher, Mary Shelly Bellatrix". AS: "Apresento-lhe a minha melhor metade. "Esta é a minha mulher. "a mãe da minha filha". "Como se chama?" "Shelly". MD: Ação! AS: Eu sou um vampiro. Certo? MD: Isto é depois de ele sair. Ok, Amy, podes ir embora. Conheci Amy Sedaris na festa de aniversário do filho de um nosso amigo comum. AS: Acho que preciso de me barbear. MD: Eu tinha feito este desenho para o aniversário do miúdo e Amy gostou muito dele. Ela disse que lhe lembrava um artista, Marcel Dzama. AS: Ele dá-me muitos desenhos mas são muito grandes e não os posso pendurar. MD: Demo-nos logo bem. AS: Adoro as cores, adoro os desenhos. Adoro as figuras, os animais, os pontos. MD: Eu sempre gostei do ritmo dela na comédia, tem imensa energia. AS: Isto é aquilo a que chamo a sala de meditação. É aqui que eu como "cheesecake". MD: Tudo o que ela diz de moto próprio, que não é escrito por mim, é dez vezes melhor. AS: Isto é uma série em que estou a trabalhar. Chamo-lhe "Chamo-me Série Branca", são tudo brancos indecisos. MD: Falámos de fazer uma colaboração. Acabou nesta ideia de um filme sobre uma partida de xadrez. entre Raymond Pettibon e eu, e foi Amy Sedaris a representar-me. AS: Qual é a minha personagem? Não faço a mínima ideia. Sou Marcel. Penso que é melhor não fazer perguntas. Raymond Pettibond: O visual conta melhor a história. Quer dizer, eu não estaria vestido assim se pudesse interessar-lhe. AS: Vem cá! David Z, vem cá. Estás a aproximar-te. É a isto que chamas dirigir? Ele está preso num corpo de um rapaz de sete anos. É isto que é divertido em trabalhar com ele. Ele tem este sentido... "Vamos vestir estes fatos e divertir-nos um bocado". "Vamos divertir-nos. Depois começa a editar e a ver o que tem. Diverte-se muito. É infantil. MD: Lá está ela, preciso do meu amor! Por onde tens andado, minha vida! AS: Corta! Corta! Corta! Corta! Qual é o problema com a iluminação? Precisamos de mais luz! O que é que se passa com todo este fumo? Quase não vejo os tomates dos meus dançarinos. Tu, aí no fim, Twinkles. estás fora. A filmar! (Música) MD: Depois, quando o projeto está terminado, há uma espécie de triste despedida. Mas, habitualmente, depois de filmar, eu gosto de passar algum tempo sozinho e trabalhar nas peças. AS: E isto é o fim do filme. Corta! Excelente! Taxi! Tradução de Margarida Ferreira