O argumento para deixar que as empresas resolvam problemas sociais
-
0:01 - 0:03Penso que todos temos consciência
-
0:03 - 0:05de que o mundo de hoje
está cheio de problemas. -
0:05 - 0:07Ouvimos falar deles,
-
0:07 - 0:11hoje, ontem e todos os dias,
desde há décadas. -
0:12 - 0:16Problemas graves, grandes problemas,
problemas urgentes. -
0:16 - 0:19Má alimentação, acesso à água,
-
0:19 - 0:22alteração climática, desflorestação,
-
0:22 - 0:25falta de competências,
insegurança, escassez alimentar, -
0:25 - 0:28falta de cuidados de saúde, poluição.
-
0:28 - 0:30Há problemas, uns atrás de outros.
-
0:30 - 0:33Eu penso que o que distingue
o momento atual -
0:33 - 0:37de todo o tempo de que me lembro,
desde que estou nesta Terra, -
0:37 - 0:39é a tomada de consciência
destes problemas. -
0:39 - 0:42Todos estamos
muito conscientes da situação. -
0:42 - 0:44Porque é que estamos a ter
tanta dificuldade -
0:44 - 0:46em lidar com estes problemas?
-
0:46 - 0:48Essa é a questão com que
me tenho vindo a debater, -
0:48 - 0:52partindo da minha perspetiva específica.
-
0:53 - 0:55Não sou especialista de problemas sociais.
-
0:56 - 0:59Sou uma pessoa que trabalha com empresas,
-
0:59 - 1:02que as ajuda a ganhar dinheiro.
-
1:02 - 1:04Que Deus nos valha!
-
1:04 - 1:05(Risos)
-
1:05 - 1:09Porque é que estamos a ter
tantos problemas -
1:09 - 1:11com estes problemas sociais?
-
1:11 - 1:13Existirá realmente um papel
para as empresas -
1:13 - 1:16e, se sim, qual é esse papel?
-
1:17 - 1:20Penso que, para abordar esta questão,
-
1:20 - 1:22temos que dar um passo atrás e pensar
-
1:24 - 1:28como temos percebido e ponderado
-
1:28 - 1:30os problemas e as suas soluções
-
1:30 - 1:33para estes enormes desafios sociais
com que nos deparamos. -
1:33 - 1:37Eu penso que muitos consideram
que o mundo dos negócios -
1:37 - 1:39é a causa ou, pelo menos, uma das causas
-
1:39 - 1:42de muitos dos desafios sociais
que encaramos. -
1:42 - 1:44Basta pensar na indústria
da comida processada, -
1:44 - 1:46na indústria farmacêutica, na banca.
-
1:46 - 1:48Isto é um ponto fraco
-
1:48 - 1:50no que se refere às empresas.
-
1:50 - 1:52As empresas não são vistas
como uma solução. -
1:52 - 1:56Hoje, a maior parte das pessoas
consideram-nas o problema. -
1:56 - 1:58E com razão, em muitos casos.
-
1:58 - 2:00Há muitos maus atores por aí
-
2:00 - 2:02que têm feito coisas erradas,
-
2:02 - 2:04que agravaram o problema.
-
2:04 - 2:07Deste modo, talvez se justifique
esta perspetiva. -
2:08 - 2:10Quais as soluções encontradas
-
2:10 - 2:12para estes problemas sociais,
-
2:12 - 2:16estes muitos problemas
que enfrentamos na sociedade? -
2:16 - 2:18Nós temos tido a tendência
para ver as soluções -
2:18 - 2:20em termos de ONGs,
-
2:20 - 2:21em termos de governo,
-
2:21 - 2:24em termos de filantropia.
-
2:24 - 2:27Com efeito, o tipo de entidade
organizativa desta época -
2:27 - 2:31é este enorme aumento das ONGs
-
2:31 - 2:33e das organizações sociais.
-
2:33 - 2:36Esta é uma forma de organização
única e original, -
2:36 - 2:38que temos visto crescer.
-
2:38 - 2:41Tem-se mobilizado uma inovação enorme,
-
2:41 - 2:43uma enorme energia, um enorme talento
-
2:43 - 2:46através desta estrutura
-
2:46 - 2:50para tentar lidar
com todos estes desafios. -
2:51 - 2:54Muitos de nós estamos
profundamente envolvidos nisso. -
2:55 - 2:56Eu sou professor de gestão
-
2:56 - 3:00mas, na verdade, fundei
quatro organizações sem fins lucrativos. -
3:00 - 3:04Sempre que me interessava
e tomava conhecimento -
3:04 - 3:06de um problema social, era o que eu fazia:
-
3:06 - 3:08formava uma organização
sem fins lucrativos. -
3:08 - 3:10Foi a maneira que arranjámos
-
3:10 - 3:13para lidar com estas questões.
-
3:13 - 3:16Até mesmo um professor de gestão
pensava dessa forma. -
3:17 - 3:19Mas acho que, neste momento,
-
3:19 - 3:21já estamos nisso há demasiado tempo.
-
3:21 - 3:24Já estamos cientes destes problemas
há décadas. -
3:24 - 3:28Temos décadas de experiência
com as nossas ONGs -
3:28 - 3:30e com as nossas entidades governamentais,
-
3:30 - 3:32mas há uma realidade embaraçosa.
-
3:32 - 3:35Essa realidade embaraçosa
é que não estamos a assistir -
3:35 - 3:37a um progresso suficientemente rápido.
-
3:37 - 3:39Nós não estamos a ganhar!
-
3:39 - 3:42Estes problemas continuam a ser
muito assustadores -
3:42 - 3:43e muito difíceis de tratar.
-
3:43 - 3:46Todas as soluções concebidas e atingidas
-
3:46 - 3:48são pequenas soluções.
-
3:48 - 3:50Estamos a fazer progressos graduais.
-
3:51 - 3:54Qual é o problema fundamental que temos
-
3:54 - 3:57quando lidamos
com estes problemas sociais? -
3:57 - 4:01Se ignorarmos toda a complexidade,
-
4:01 - 4:04temos o problema de escala.
-
4:04 - 4:07Não podemos passar à escala superior.
-
4:07 - 4:11Podemos fazer progressos.
Podemos mostrar benefícios. -
4:11 - 4:14Podemos mostrar resultados.
Podemos fazer as coisas melhor. -
4:14 - 4:18Estamos a ajudar.
Estamos a trabalhar melhor, a fazer bem. -
4:18 - 4:21Mas não conseguimos
passar à escala superior. -
4:21 - 4:25Não conseguimos um impacto
de larga escala sobre estes problemas. -
4:26 - 4:27Porquê?
-
4:27 - 4:30Porque não temos os recursos necessários.
-
4:31 - 4:33Isso agora está muito claro.
-
4:33 - 4:36É mais claro atualmente
do que foi há décadas. -
4:36 - 4:39Pura e simplesmente,
não há dinheiro suficiente -
4:39 - 4:42para fazer frente à dimensão
destes problemas. -
4:42 - 4:44usando o modelo atual.
-
4:45 - 4:48As receitas fiscais não chegam,
-
4:48 - 4:51as doações filantrópicas não chegam,
-
4:52 - 4:54para lidar com estes problemas
como lidamos agora. -
4:54 - 4:59Temos que enfrentar essa realidade.
-
4:59 - 5:02A escassez de recursos
-
5:02 - 5:06para lidar com estes problemas
vai aumentando, -
5:06 - 5:10no mundo desenvolvido de hoje em dia,
-
5:10 - 5:13com todos os problemas fiscais
que enfrentamos. -
5:14 - 5:19Portanto, se é fundamentalmente
um problema de recursos, -
5:19 - 5:22onde estão os recursos na sociedade?
-
5:23 - 5:25Como são criados esses recursos,
-
5:25 - 5:27os recursos de que vamos precisar
-
5:27 - 5:30para lidar com todos estes
desafios sociais? -
5:30 - 5:33Bem, acho que a resposta é muito clara:
-
5:34 - 5:36Estão nas empresas.
-
5:37 - 5:41Toda a riqueza é criada pelas empresas.
-
5:43 - 5:46As empresas criam riqueza
-
5:46 - 5:50quando satisfazem necessidades
em troca de lucros. -
5:51 - 5:53É assim que é criada toda a riqueza.
-
5:53 - 5:56É satisfazendo necessidades lucrativas
-
5:56 - 5:58que gera impostos
-
5:58 - 6:00e que gera receitas,
-
6:00 - 6:02o que conduz a doações de caridade.
-
6:02 - 6:04É de onde vêm todos os recursos.
-
6:06 - 6:07Só as empresas podem criar recursos.
-
6:07 - 6:09Outras instituições podem utilizá-los
-
6:09 - 6:11para fazer um trabalho importante,
-
6:11 - 6:14mas só as empresas podem criá-los.
-
6:14 - 6:15E as empresas criam-nos
-
6:15 - 6:20quando são capazes de satisfazer
uma necessidade lucrativamente. -
6:23 - 6:26Os recursos são esmagadoramente
-
6:26 - 6:28gerados pelos negócios.
-
6:28 - 6:34Então, a questão é,
como podemos aproveitar isto? -
6:34 - 6:36Como podemos aproveitar isto?
-
6:36 - 6:39As empresas geram esses recursos
-
6:39 - 6:41quando realizam lucros.
-
6:44 - 6:47Esses lucros são aquela pequena diferença
-
6:47 - 6:53entre o preço e o custo necessário
para produzir, -
6:53 - 6:55seja qual for a solução comercial,
-
6:55 - 6:58para qualquer problema
que eles estejam a tentar resolver. -
6:58 - 7:03Mas o lucro é a magia.
-
7:04 - 7:09Porquê? Porque esse lucro permite
que qualquer solução -
7:09 - 7:11por nós criada
-
7:11 - 7:14possa ser aumentada infinitamente.
-
7:15 - 7:18Porque, se nós podemos realizar lucros,
-
7:18 - 7:21podemos fazê-lo por 10, 100, 1 milhão,
-
7:21 - 7:25100 milhões, 1000 milhões.
-
7:25 - 7:27A solução torna-se autossustentável.
-
7:30 - 7:32É isso o que um negócio faz,
-
7:32 - 7:35quando realiza lucros.
-
7:36 - 7:38Mas o que é que tudo isto
-
7:38 - 7:41tem a ver com os problemas sociais?
-
7:42 - 7:44Uma forma de ver as coisas será:
-
7:44 - 7:50Vamos agarrar nesses lucros
e atribuí-los a problemas sociais. -
7:50 - 7:53As empresas devem contribuir mais,
devem ser mais responsáveis. -
7:53 - 7:57Esse tem sido o caminho
que temos seguido nas empresas. -
7:58 - 8:01Mas este caminho em que temos estado
-
8:01 - 8:03também não está a levar-nos
para onde precisamos de ir. -
8:05 - 8:07Eu comecei como professor de estratégia,
-
8:07 - 8:09e ainda sou professor de estratégia.
-
8:09 - 8:11Orgulho-me disso.
-
8:11 - 8:12Mas, ao longo dos anos,
-
8:12 - 8:15também trabalhei cada vez mais
em questões sociais. -
8:15 - 8:18Já trabalhei na área da saúde,
do ambiente, -
8:18 - 8:21do desenvolvimento económico,
da redução da pobreza. -
8:21 - 8:25À medida que eu trabalhava cada vez mais
no campo social, -
8:25 - 8:27comecei a ver uma coisa
-
8:27 - 8:30que teve um profundo impacto sobre mim
-
8:30 - 8:33e, de certa forma, em toda a minha vida.
-
8:34 - 8:38Historicamente, em economia,
a sabedoria convencional -
8:38 - 8:41e a visão de negócios tem sido
-
8:41 - 8:45de que há um compromisso
-
8:45 - 8:50entre desempenho social
e desempenho económico. -
8:50 - 8:52A ideia mais difundida
-
8:52 - 8:55considera que um negócio realiza lucros
-
8:55 - 8:57quando cria um problema social.
-
8:57 - 8:59O exemplo clássico é a poluição.
-
8:59 - 9:02Se a empresa polui, faz mais dinheiro
-
9:02 - 9:06do que se tentar reduzir a poluição.
-
9:06 - 9:08Reduzir a poluição sai caro,
-
9:08 - 9:13portanto, as empresas não o querem fazer.
-
9:14 - 9:17É lucrativo ter um ambiente
de trabalho inseguro. -
9:17 - 9:19É muito caro ter um ambiente
de trabalho seguro, -
9:19 - 9:21portanto, a empresa faz mais dinheiro
-
9:21 - 9:23se não tiver um ambiente
de trabalho seguro. -
9:23 - 9:26Isso é a ideia mais difundida.
-
9:26 - 9:29Muitas empresas têm sucumbido
a essa ideia mais difundida. -
9:29 - 9:32Resistiram à melhoria ambiental.
-
9:32 - 9:34Resistiram à melhoria
do ambiente de trabalho. -
9:38 - 9:40Acho que este pensamento levou
-
9:40 - 9:42a grande parte do comportamento
-
9:42 - 9:44que temos vindo a criticar nas empresas
-
9:44 - 9:47e que eu tenho vindo
a criticar nas empresas. -
9:47 - 9:50Mas, quanto mais profundamente me envolvi
em todas estas questões sociais, -
9:50 - 9:53umas após outras,
-
9:53 - 9:56quanto mais tentei abordá-las
-
9:56 - 9:58eu mesmo, pessoalmente, nalguns casos,
-
9:58 - 10:01nas organizações sem fins lucrativos
em que eu estava envolvido, -
10:01 - 10:03mais concluí que a realidade
-
10:03 - 10:05é o oposto.
-
10:06 - 10:07As empresas não fazem lucros
-
10:07 - 10:09por causarem problemas sociais,
-
10:09 - 10:12não, num sentido fundamental.
-
10:13 - 10:15Isso é uma visão muito simplista.
-
10:15 - 10:18Quanto mais fundo entramos
nestas questões, -
10:18 - 10:20melhor começamos a entender
-
10:20 - 10:24que as empresas lucram
ao resolverem problemas sociais. -
10:24 - 10:26É daí que vem o lucro real.
-
10:26 - 10:28Pensemos na poluição.
-
10:29 - 10:32Aprendemos hoje
-
10:32 - 10:36que reduzir a poluição
e as emissões de carbono -
10:36 - 10:37significa gerar lucros.
-
10:37 - 10:39Poupa dinheiro!
-
10:39 - 10:42As empresas tornam-se
mais produtivas e eficientes. -
10:42 - 10:43Não desperdiça recursos.
-
10:43 - 10:46Ter um ambiente de trabalho
mais seguro e evitar acidentes, -
10:46 - 10:48faz com que a empresa seja mais rentável,
-
10:48 - 10:51pois é um sinal de bons procedimentos.
-
10:51 - 10:55Os acidentes são caros e dispendiosos.
-
10:55 - 10:58Questão a questão, começamos a aprender
-
10:58 - 11:01que, na verdade,
não há nenhuma compensação -
11:01 - 11:04entre o progresso social
-
11:04 - 11:07e a eficiência económica
-
11:07 - 11:09num sentido fundamental.
-
11:09 - 11:11Outra questão é a saúde.
-
11:11 - 11:14Descobrimos que a saúde dos trabalhadores
-
11:14 - 11:17é uma coisa que uma empresa
deve acarinhar, -
11:17 - 11:19porque a saúde permite que os funcionários
-
11:19 - 11:23sejam mais produtivos,
não faltem ao trabalho, não metam baixa. -
11:23 - 11:27O trabalho mais profundo,
o novo trabalho, o novo pensamento -
11:27 - 11:30na interface entre as empresas
e os problemas sociais -
11:30 - 11:33está a mostrar que existe uma sinergia
-
11:33 - 11:35fundamental, e profunda,
-
11:35 - 11:39especialmente se não se pensar
a curto prazo. -
11:39 - 11:41A curto prazo, às vezes
-
11:41 - 11:43podemos enganar-nos a nós próprios
-
11:43 - 11:46ao pensar que existem objetivos opostos,
-
11:46 - 11:48mas a longo prazo, em última análise,
estamos a aprender, -
11:48 - 11:52área após área, que isso não é verdade.
-
11:52 - 11:56Então, como podemos aproveitar
-
11:56 - 11:58o poder dos negócios
-
11:58 - 12:01para resolver os problemas fundamentais
-
12:01 - 12:03que enfrentamos?
-
12:03 - 12:06Imaginem se pudéssemos fazer isso
porque, se conseguíssemos, -
12:06 - 12:08poderíamos passar à escala superior.
-
12:08 - 12:11Poderíamos aproveitar esta gigantesca
quantidade de recursos -
12:11 - 12:13e esta capacidade organizativa.
-
12:13 - 12:17E sabem que mais? Finalmente,
isso agora está a acontecer, -
12:19 - 12:22em parte por causa de pessoas como vocês
-
12:22 - 12:24que têm levantado estas questões,
-
12:24 - 12:27ano após ano e década após década.
-
12:27 - 12:30Vemos organizações como a Dow Chemical
-
12:30 - 12:32a liderar a revolução contra
as gorduras trans -
12:32 - 12:35e contra as gorduras saturadas,
com produtos inovadores. -
12:35 - 12:37Este é um exemplo da Jain Irrigation,
-
12:37 - 12:40uma empresa que levou
a tecnologia da irrigação gota-a-gota -
12:40 - 12:42a milhares e milhões de agricultores,
-
12:42 - 12:45reduzindo substancialmente
a utilização de água. -
12:45 - 12:49Vemos empresas como a companhia
de silvicultura brasileira Fibria -
12:49 - 12:50que descobriu como evitar
-
12:50 - 12:52a desflorestação de florestas antigas
-
12:52 - 12:54virando-se para o eucalipto
-
12:54 - 12:57que permite melhor rendimento
de pasta por hectare -
12:57 - 12:59e fazendo mais pasta de papel
-
12:59 - 13:01do que fariam com as árvores antigas.
-
13:01 - 13:03Vemos empresas como a Cisco,
que estão a treinar -
13:03 - 13:08até agora 4 milhões pessoas
em competências de T.I. -
13:08 - 13:10para serem responsáveis, é certo,
-
13:10 - 13:12mas também para ajudar
a expandir a oportunidade -
13:12 - 13:15de divulgar as tecnologias de informática
-
13:15 - 13:16e fazer crescer o negócio.
-
13:16 - 13:20Há hoje uma oportunidade
fundamental para as empresas -
13:20 - 13:24para resolver esses problemas sociais.
-
13:24 - 13:26Esta oportunidade
-
13:26 - 13:29é a maior oportunidade de negócio
-
13:29 - 13:32que vemos no mundo dos negócios.
-
13:33 - 13:35A pergunta é: como fazer negócios
-
13:35 - 13:38pensando na adaptação a esta questão
do valor compartilhado? -
13:38 - 13:40Eis aquilo a que chamo "valor partilhado":
-
13:40 - 13:44abordar uma questão social
com um modelo de negócio. -
13:44 - 13:46Este é o valor partilhado.
-
13:46 - 13:48Valor partilhado é capitalismo,
-
13:48 - 13:50Mas é um tipo mais elevado de capitalismo.
-
13:50 - 13:54É capitalismo, como era suposto ser,
em última análise -
13:54 - 13:57para satisfazer necessidades importantes,
-
13:57 - 14:00e não para uma concorrência permanente
-
14:00 - 14:03com diferenças triviais
nos atributos dos produtos -
14:03 - 14:05e para disputar quotas de mercado.
-
14:05 - 14:08Valor partilhado é quando
podemos criar simultaneamente -
14:08 - 14:09valor social e económico.
-
14:09 - 14:12É encontrar as oportunidades
-
14:12 - 14:15que vão desencadear
a maior possibilidade que temos -
14:15 - 14:17de abordar estes problemas sociais
-
14:17 - 14:19Porque podemos passar à escala superior.
-
14:19 - 14:23Podemos abordar o valor partilhado
a múltiplos níveis. -
14:23 - 14:26É real e está a acontecer.
-
14:26 - 14:29Mas, para que essa solução funcione,
-
14:29 - 14:32temos que mudar já a forma
como as empresas se veem a si mesmas. -
14:33 - 14:36Graças a Deus, isso já está a acontecer.
-
14:36 - 14:38As empresas ficaram presas
na ideia mais difundida -
14:38 - 14:42de que não se deveriam preocupar
com os problemas sociais, -
14:42 - 14:43que isso era uma coisa à parte,
-
14:43 - 14:45que havia outras pessoas a fazer isso.
-
14:45 - 14:47Hoje, já conhecemos empresas
-
14:47 - 14:49que estão a aderir a esta ideia.
-
14:49 - 14:52Mas também temos de reconhecer
-
14:52 - 14:54que as empresas não vão fazer isso
-
14:54 - 14:56tão eficazmente,
como se tivermos ONGs e governos -
14:56 - 14:59a trabalhar em parceria com as empresas.
-
14:59 - 15:02As novas ONGs
que estão a mudar a realidade -
15:02 - 15:05são as que encontraram essas parcerias,
-
15:05 - 15:07que encontraram
essas maneiras de colaborar. -
15:07 - 15:09Os governos que estão a fazer
mais progressos -
15:09 - 15:11são os governos
que têm encontrado formas -
15:11 - 15:14de possibilitar o valor partilhado
com empresas -
15:14 - 15:19em vez de ver o governo como o único
que toma as decisões. -
15:20 - 15:23O governo tem muitas maneiras
em que pode ter impacto -
15:23 - 15:25na vontade e na capacidade das empresas
-
15:25 - 15:27para competir desta forma.
-
15:27 - 15:30Acho que, se conseguirmos que as empresas
se encarem de modo diferente, -
15:30 - 15:33e que os outros vejam as empresas
de modo diferente, -
15:33 - 15:35podemos mudar o mundo.
-
15:35 - 15:38Eu sei. Estou a vê-lo.
-
15:38 - 15:40Estou a senti-lo.
-
15:40 - 15:42Acho que os jovens,
-
15:42 - 15:46os meus alunos da Harvard Business School,
estão a percebê-lo. -
15:46 - 15:49Se nós conseguirmos acabar
com este tipo de fosso, -
15:49 - 15:53com este mal-estar, com esta tensão,
-
15:53 - 15:57com este sentimento
de que não estamos a colaborar -
15:57 - 15:59na condução destes problemas sociais,
-
15:59 - 16:01podemos acabar com isso.
-
16:01 - 16:06E acho que podemos,
finalmente, encontrar soluções. -
16:06 - 16:08Obrigado.
-
16:08 - 16:11(Aplausos)
- Title:
- O argumento para deixar que as empresas resolvam problemas sociais
- Speaker:
- Michael Porter
- Description:
-
Porque é que nos voltamos para organizações sem fins lucrativos, para as ONGs e para os governos para resolver grandes problemas da sociedade?
Michael Porter reconhece que é parcial, por ser professor duma escola empresarial, mas quer que oiçamos o seu argumento para deixar que as empresas tentem resolver grandes problemas como a alteração climática e o acesso à água. Porquê? Porque, quando as empresas resolvem um problema, realizam lucros — o que permite que a solução se desenvolva. - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:28
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The case for letting business solve social problems | ||
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for The case for letting business solve social problems | ||
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The case for letting business solve social problems | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The case for letting business solve social problems |