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O argumento para deixar que as empresas resolvam problemas sociais

  • 0:01 - 0:03
    Penso que todos temos consciência
  • 0:03 - 0:05
    de que o mundo de hoje
    está cheio de problemas.
  • 0:05 - 0:07
    Ouvimos falar deles,
  • 0:07 - 0:11
    hoje, ontem e todos os dias,
    desde há décadas.
  • 0:12 - 0:16
    Problemas graves, grandes problemas,
    problemas urgentes.
  • 0:16 - 0:19
    Má alimentação, acesso à água,
  • 0:19 - 0:22
    alteração climática, desflorestação,
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    falta de competências,
    insegurança, escassez alimentar,
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    falta de cuidados de saúde, poluição.
  • 0:28 - 0:30
    Há problemas, uns atrás de outros.
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    Eu penso que o que distingue
    o momento atual
  • 0:33 - 0:37
    de todo o tempo de que me lembro,
    desde que estou nesta Terra,
  • 0:37 - 0:39
    é a tomada de consciência
    destes problemas.
  • 0:39 - 0:42
    Todos estamos
    muito conscientes da situação.
  • 0:42 - 0:44
    Porque é que estamos a ter
    tanta dificuldade
  • 0:44 - 0:46
    em lidar com estes problemas?
  • 0:46 - 0:48
    Essa é a questão com que
    me tenho vindo a debater,
  • 0:48 - 0:52
    partindo da minha perspetiva específica.
  • 0:53 - 0:55
    Não sou especialista de problemas sociais.
  • 0:56 - 0:59
    Sou uma pessoa que trabalha com empresas,
  • 0:59 - 1:02
    que as ajuda a ganhar dinheiro.
  • 1:02 - 1:04
    Que Deus nos valha!
  • 1:04 - 1:05
    (Risos)
  • 1:05 - 1:09
    Porque é que estamos a ter
    tantos problemas
  • 1:09 - 1:11
    com estes problemas sociais?
  • 1:11 - 1:13
    Existirá realmente um papel
    para as empresas
  • 1:13 - 1:16
    e, se sim, qual é esse papel?
  • 1:17 - 1:20
    Penso que, para abordar esta questão,
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    temos que dar um passo atrás e pensar
  • 1:24 - 1:28
    como temos percebido e ponderado
  • 1:28 - 1:30
    os problemas e as suas soluções
  • 1:30 - 1:33
    para estes enormes desafios sociais
    com que nos deparamos.
  • 1:33 - 1:37
    Eu penso que muitos consideram
    que o mundo dos negócios
  • 1:37 - 1:39
    é a causa ou, pelo menos, uma das causas
  • 1:39 - 1:42
    de muitos dos desafios sociais
    que encaramos.
  • 1:42 - 1:44
    Basta pensar na indústria
    da comida processada,
  • 1:44 - 1:46
    na indústria farmacêutica, na banca.
  • 1:46 - 1:48
    Isto é um ponto fraco
  • 1:48 - 1:50
    no que se refere às empresas.
  • 1:50 - 1:52
    As empresas não são vistas
    como uma solução.
  • 1:52 - 1:56
    Hoje, a maior parte das pessoas
    consideram-nas o problema.
  • 1:56 - 1:58
    E com razão, em muitos casos.
  • 1:58 - 2:00
    Há muitos maus atores por aí
  • 2:00 - 2:02
    que têm feito coisas erradas,
  • 2:02 - 2:04
    que agravaram o problema.
  • 2:04 - 2:07
    Deste modo, talvez se justifique
    esta perspetiva.
  • 2:08 - 2:10
    Quais as soluções encontradas
  • 2:10 - 2:12
    para estes problemas sociais,
  • 2:12 - 2:16
    estes muitos problemas
    que enfrentamos na sociedade?
  • 2:16 - 2:18
    Nós temos tido a tendência
    para ver as soluções
  • 2:18 - 2:20
    em termos de ONGs,
  • 2:20 - 2:21
    em termos de governo,
  • 2:21 - 2:24
    em termos de filantropia.
  • 2:24 - 2:27
    Com efeito, o tipo de entidade
    organizativa desta época
  • 2:27 - 2:31
    é este enorme aumento das ONGs
  • 2:31 - 2:33
    e das organizações sociais.
  • 2:33 - 2:36
    Esta é uma forma de organização
    única e original,
  • 2:36 - 2:38
    que temos visto crescer.
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    Tem-se mobilizado uma inovação enorme,
  • 2:41 - 2:43
    uma enorme energia, um enorme talento
  • 2:43 - 2:46
    através desta estrutura
  • 2:46 - 2:50
    para tentar lidar
    com todos estes desafios.
  • 2:51 - 2:54
    Muitos de nós estamos
    profundamente envolvidos nisso.
  • 2:55 - 2:56
    Eu sou professor de gestão
  • 2:56 - 3:00
    mas, na verdade, fundei
    quatro organizações sem fins lucrativos.
  • 3:00 - 3:04
    Sempre que me interessava
    e tomava conhecimento
  • 3:04 - 3:06
    de um problema social, era o que eu fazia:
  • 3:06 - 3:08
    formava uma organização
    sem fins lucrativos.
  • 3:08 - 3:10
    Foi a maneira que arranjámos
  • 3:10 - 3:13
    para lidar com estas questões.
  • 3:13 - 3:16
    Até mesmo um professor de gestão
    pensava dessa forma.
  • 3:17 - 3:19
    Mas acho que, neste momento,
  • 3:19 - 3:21
    já estamos nisso há demasiado tempo.
  • 3:21 - 3:24
    Já estamos cientes destes problemas
    há décadas.
  • 3:24 - 3:28
    Temos décadas de experiência
    com as nossas ONGs
  • 3:28 - 3:30
    e com as nossas entidades governamentais,
  • 3:30 - 3:32
    mas há uma realidade embaraçosa.
  • 3:32 - 3:35
    Essa realidade embaraçosa
    é que não estamos a assistir
  • 3:35 - 3:37
    a um progresso suficientemente rápido.
  • 3:37 - 3:39
    Nós não estamos a ganhar!
  • 3:39 - 3:42
    Estes problemas continuam a ser
    muito assustadores
  • 3:42 - 3:43
    e muito difíceis de tratar.
  • 3:43 - 3:46
    Todas as soluções concebidas e atingidas
  • 3:46 - 3:48
    são pequenas soluções.
  • 3:48 - 3:50
    Estamos a fazer progressos graduais.
  • 3:51 - 3:54
    Qual é o problema fundamental que temos
  • 3:54 - 3:57
    quando lidamos
    com estes problemas sociais?
  • 3:57 - 4:01
    Se ignorarmos toda a complexidade,
  • 4:01 - 4:04
    temos o problema de escala.
  • 4:04 - 4:07
    Não podemos passar à escala superior.
  • 4:07 - 4:11
    Podemos fazer progressos.
    Podemos mostrar benefícios.
  • 4:11 - 4:14
    Podemos mostrar resultados.
    Podemos fazer as coisas melhor.
  • 4:14 - 4:18
    Estamos a ajudar.
    Estamos a trabalhar melhor, a fazer bem.
  • 4:18 - 4:21
    Mas não conseguimos
    passar à escala superior.
  • 4:21 - 4:25
    Não conseguimos um impacto
    de larga escala sobre estes problemas.
  • 4:26 - 4:27
    Porquê?
  • 4:27 - 4:30
    Porque não temos os recursos necessários.
  • 4:31 - 4:33
    Isso agora está muito claro.
  • 4:33 - 4:36
    É mais claro atualmente
    do que foi há décadas.
  • 4:36 - 4:39
    Pura e simplesmente,
    não há dinheiro suficiente
  • 4:39 - 4:42
    para fazer frente à dimensão
    destes problemas.
  • 4:42 - 4:44
    usando o modelo atual.
  • 4:45 - 4:48
    As receitas fiscais não chegam,
  • 4:48 - 4:51
    as doações filantrópicas não chegam,
  • 4:52 - 4:54
    para lidar com estes problemas
    como lidamos agora.
  • 4:54 - 4:59
    Temos que enfrentar essa realidade.
  • 4:59 - 5:02
    A escassez de recursos
  • 5:02 - 5:06
    para lidar com estes problemas
    vai aumentando,
  • 5:06 - 5:10
    no mundo desenvolvido de hoje em dia,
  • 5:10 - 5:13
    com todos os problemas fiscais
    que enfrentamos.
  • 5:14 - 5:19
    Portanto, se é fundamentalmente
    um problema de recursos,
  • 5:19 - 5:22
    onde estão os recursos na sociedade?
  • 5:23 - 5:25
    Como são criados esses recursos,
  • 5:25 - 5:27
    os recursos de que vamos precisar
  • 5:27 - 5:30
    para lidar com todos estes
    desafios sociais?
  • 5:30 - 5:33
    Bem, acho que a resposta é muito clara:
  • 5:34 - 5:36
    Estão nas empresas.
  • 5:37 - 5:41
    Toda a riqueza é criada pelas empresas.
  • 5:43 - 5:46
    As empresas criam riqueza
  • 5:46 - 5:50
    quando satisfazem necessidades
    em troca de lucros.
  • 5:51 - 5:53
    É assim que é criada toda a riqueza.
  • 5:53 - 5:56
    É satisfazendo necessidades lucrativas
  • 5:56 - 5:58
    que gera impostos
  • 5:58 - 6:00
    e que gera receitas,
  • 6:00 - 6:02
    o que conduz a doações de caridade.
  • 6:02 - 6:04
    É de onde vêm todos os recursos.
  • 6:06 - 6:07
    Só as empresas podem criar recursos.
  • 6:07 - 6:09
    Outras instituições podem utilizá-los
  • 6:09 - 6:11
    para fazer um trabalho importante,
  • 6:11 - 6:14
    mas só as empresas podem criá-los.
  • 6:14 - 6:15
    E as empresas criam-nos
  • 6:15 - 6:20
    quando são capazes de satisfazer
    uma necessidade lucrativamente.
  • 6:23 - 6:26
    Os recursos são esmagadoramente
  • 6:26 - 6:28
    gerados pelos negócios.
  • 6:28 - 6:34
    Então, a questão é,
    como podemos aproveitar isto?
  • 6:34 - 6:36
    Como podemos aproveitar isto?
  • 6:36 - 6:39
    As empresas geram esses recursos
  • 6:39 - 6:41
    quando realizam lucros.
  • 6:44 - 6:47
    Esses lucros são aquela pequena diferença
  • 6:47 - 6:53
    entre o preço e o custo necessário
    para produzir,
  • 6:53 - 6:55
    seja qual for a solução comercial,
  • 6:55 - 6:58
    para qualquer problema
    que eles estejam a tentar resolver.
  • 6:58 - 7:03
    Mas o lucro é a magia.
  • 7:04 - 7:09
    Porquê? Porque esse lucro permite
    que qualquer solução
  • 7:09 - 7:11
    por nós criada
  • 7:11 - 7:14
    possa ser aumentada infinitamente.
  • 7:15 - 7:18
    Porque, se nós podemos realizar lucros,
  • 7:18 - 7:21
    podemos fazê-lo por 10, 100, 1 milhão,
  • 7:21 - 7:25
    100 milhões, 1000 milhões.
  • 7:25 - 7:27
    A solução torna-se autossustentável.
  • 7:30 - 7:32
    É isso o que um negócio faz,
  • 7:32 - 7:35
    quando realiza lucros.
  • 7:36 - 7:38
    Mas o que é que tudo isto
  • 7:38 - 7:41
    tem a ver com os problemas sociais?
  • 7:42 - 7:44
    Uma forma de ver as coisas será:
  • 7:44 - 7:50
    Vamos agarrar nesses lucros
    e atribuí-los a problemas sociais.
  • 7:50 - 7:53
    As empresas devem contribuir mais,
    devem ser mais responsáveis.
  • 7:53 - 7:57
    Esse tem sido o caminho
    que temos seguido nas empresas.
  • 7:58 - 8:01
    Mas este caminho em que temos estado
  • 8:01 - 8:03
    também não está a levar-nos
    para onde precisamos de ir.
  • 8:05 - 8:07
    Eu comecei como professor de estratégia,
  • 8:07 - 8:09
    e ainda sou professor de estratégia.
  • 8:09 - 8:11
    Orgulho-me disso.
  • 8:11 - 8:12
    Mas, ao longo dos anos,
  • 8:12 - 8:15
    também trabalhei cada vez mais
    em questões sociais.
  • 8:15 - 8:18
    Já trabalhei na área da saúde,
    do ambiente,
  • 8:18 - 8:21
    do desenvolvimento económico,
    da redução da pobreza.
  • 8:21 - 8:25
    À medida que eu trabalhava cada vez mais
    no campo social,
  • 8:25 - 8:27
    comecei a ver uma coisa
  • 8:27 - 8:30
    que teve um profundo impacto sobre mim
  • 8:30 - 8:33
    e, de certa forma, em toda a minha vida.
  • 8:34 - 8:38
    Historicamente, em economia,
    a sabedoria convencional
  • 8:38 - 8:41
    e a visão de negócios tem sido
  • 8:41 - 8:45
    de que há um compromisso
  • 8:45 - 8:50
    entre desempenho social
    e desempenho económico.
  • 8:50 - 8:52
    A ideia mais difundida
  • 8:52 - 8:55
    considera que um negócio realiza lucros
  • 8:55 - 8:57
    quando cria um problema social.
  • 8:57 - 8:59
    O exemplo clássico é a poluição.
  • 8:59 - 9:02
    Se a empresa polui, faz mais dinheiro
  • 9:02 - 9:06
    do que se tentar reduzir a poluição.
  • 9:06 - 9:08
    Reduzir a poluição sai caro,
  • 9:08 - 9:13
    portanto, as empresas não o querem fazer.
  • 9:14 - 9:17
    É lucrativo ter um ambiente
    de trabalho inseguro.
  • 9:17 - 9:19
    É muito caro ter um ambiente
    de trabalho seguro,
  • 9:19 - 9:21
    portanto, a empresa faz mais dinheiro
  • 9:21 - 9:23
    se não tiver um ambiente
    de trabalho seguro.
  • 9:23 - 9:26
    Isso é a ideia mais difundida.
  • 9:26 - 9:29
    Muitas empresas têm sucumbido
    a essa ideia mais difundida.
  • 9:29 - 9:32
    Resistiram à melhoria ambiental.
  • 9:32 - 9:34
    Resistiram à melhoria
    do ambiente de trabalho.
  • 9:38 - 9:40
    Acho que este pensamento levou
  • 9:40 - 9:42
    a grande parte do comportamento
  • 9:42 - 9:44
    que temos vindo a criticar nas empresas
  • 9:44 - 9:47
    e que eu tenho vindo
    a criticar nas empresas.
  • 9:47 - 9:50
    Mas, quanto mais profundamente me envolvi
    em todas estas questões sociais,
  • 9:50 - 9:53
    umas após outras,
  • 9:53 - 9:56
    quanto mais tentei abordá-las
  • 9:56 - 9:58
    eu mesmo, pessoalmente, nalguns casos,
  • 9:58 - 10:01
    nas organizações sem fins lucrativos
    em que eu estava envolvido,
  • 10:01 - 10:03
    mais concluí que a realidade
  • 10:03 - 10:05
    é o oposto.
  • 10:06 - 10:07
    As empresas não fazem lucros
  • 10:07 - 10:09
    por causarem problemas sociais,
  • 10:09 - 10:12
    não, num sentido fundamental.
  • 10:13 - 10:15
    Isso é uma visão muito simplista.
  • 10:15 - 10:18
    Quanto mais fundo entramos
    nestas questões,
  • 10:18 - 10:20
    melhor começamos a entender
  • 10:20 - 10:24
    que as empresas lucram
    ao resolverem problemas sociais.
  • 10:24 - 10:26
    É daí que vem o lucro real.
  • 10:26 - 10:28
    Pensemos na poluição.
  • 10:29 - 10:32
    Aprendemos hoje
  • 10:32 - 10:36
    que reduzir a poluição
    e as emissões de carbono
  • 10:36 - 10:37
    significa gerar lucros.
  • 10:37 - 10:39
    Poupa dinheiro!
  • 10:39 - 10:42
    As empresas tornam-se
    mais produtivas e eficientes.
  • 10:42 - 10:43
    Não desperdiça recursos.
  • 10:43 - 10:46
    Ter um ambiente de trabalho
    mais seguro e evitar acidentes,
  • 10:46 - 10:48
    faz com que a empresa seja mais rentável,
  • 10:48 - 10:51
    pois é um sinal de bons procedimentos.
  • 10:51 - 10:55
    Os acidentes são caros e dispendiosos.
  • 10:55 - 10:58
    Questão a questão, começamos a aprender
  • 10:58 - 11:01
    que, na verdade,
    não há nenhuma compensação
  • 11:01 - 11:04
    entre o progresso social
  • 11:04 - 11:07
    e a eficiência económica
  • 11:07 - 11:09
    num sentido fundamental.
  • 11:09 - 11:11
    Outra questão é a saúde.
  • 11:11 - 11:14
    Descobrimos que a saúde dos trabalhadores
  • 11:14 - 11:17
    é uma coisa que uma empresa
    deve acarinhar,
  • 11:17 - 11:19
    porque a saúde permite que os funcionários
  • 11:19 - 11:23
    sejam mais produtivos,
    não faltem ao trabalho, não metam baixa.
  • 11:23 - 11:27
    O trabalho mais profundo,
    o novo trabalho, o novo pensamento
  • 11:27 - 11:30
    na interface entre as empresas
    e os problemas sociais
  • 11:30 - 11:33
    está a mostrar que existe uma sinergia
  • 11:33 - 11:35
    fundamental, e profunda,
  • 11:35 - 11:39
    especialmente se não se pensar
    a curto prazo.
  • 11:39 - 11:41
    A curto prazo, às vezes
  • 11:41 - 11:43
    podemos enganar-nos a nós próprios
  • 11:43 - 11:46
    ao pensar que existem objetivos opostos,
  • 11:46 - 11:48
    mas a longo prazo, em última análise,
    estamos a aprender,
  • 11:48 - 11:52
    área após área, que isso não é verdade.
  • 11:52 - 11:56
    Então, como podemos aproveitar
  • 11:56 - 11:58
    o poder dos negócios
  • 11:58 - 12:01
    para resolver os problemas fundamentais
  • 12:01 - 12:03
    que enfrentamos?
  • 12:03 - 12:06
    Imaginem se pudéssemos fazer isso
    porque, se conseguíssemos,
  • 12:06 - 12:08
    poderíamos passar à escala superior.
  • 12:08 - 12:11
    Poderíamos aproveitar esta gigantesca
    quantidade de recursos
  • 12:11 - 12:13
    e esta capacidade organizativa.
  • 12:13 - 12:17
    E sabem que mais? Finalmente,
    isso agora está a acontecer,
  • 12:19 - 12:22
    em parte por causa de pessoas como vocês
  • 12:22 - 12:24
    que têm levantado estas questões,
  • 12:24 - 12:27
    ano após ano e década após década.
  • 12:27 - 12:30
    Vemos organizações como a Dow Chemical
  • 12:30 - 12:32
    a liderar a revolução contra
    as gorduras trans
  • 12:32 - 12:35
    e contra as gorduras saturadas,
    com produtos inovadores.
  • 12:35 - 12:37
    Este é um exemplo da Jain Irrigation,
  • 12:37 - 12:40
    uma empresa que levou
    a tecnologia da irrigação gota-a-gota
  • 12:40 - 12:42
    a milhares e milhões de agricultores,
  • 12:42 - 12:45
    reduzindo substancialmente
    a utilização de água.
  • 12:45 - 12:49
    Vemos empresas como a companhia
    de silvicultura brasileira Fibria
  • 12:49 - 12:50
    que descobriu como evitar
  • 12:50 - 12:52
    a desflorestação de florestas antigas
  • 12:52 - 12:54
    virando-se para o eucalipto
  • 12:54 - 12:57
    que permite melhor rendimento
    de pasta por hectare
  • 12:57 - 12:59
    e fazendo mais pasta de papel
  • 12:59 - 13:01
    do que fariam com as árvores antigas.
  • 13:01 - 13:03
    Vemos empresas como a Cisco,
    que estão a treinar
  • 13:03 - 13:08
    até agora 4 milhões pessoas
    em competências de T.I.
  • 13:08 - 13:10
    para serem responsáveis, é certo,
  • 13:10 - 13:12
    mas também para ajudar
    a expandir a oportunidade
  • 13:12 - 13:15
    de divulgar as tecnologias de informática
  • 13:15 - 13:16
    e fazer crescer o negócio.
  • 13:16 - 13:20
    Há hoje uma oportunidade
    fundamental para as empresas
  • 13:20 - 13:24
    para resolver esses problemas sociais.
  • 13:24 - 13:26
    Esta oportunidade
  • 13:26 - 13:29
    é a maior oportunidade de negócio
  • 13:29 - 13:32
    que vemos no mundo dos negócios.
  • 13:33 - 13:35
    A pergunta é: como fazer negócios
  • 13:35 - 13:38
    pensando na adaptação a esta questão
    do valor compartilhado?
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    Eis aquilo a que chamo "valor partilhado":
  • 13:40 - 13:44
    abordar uma questão social
    com um modelo de negócio.
  • 13:44 - 13:46
    Este é o valor partilhado.
  • 13:46 - 13:48
    Valor partilhado é capitalismo,
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    Mas é um tipo mais elevado de capitalismo.
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    É capitalismo, como era suposto ser,
    em última análise
  • 13:54 - 13:57
    para satisfazer necessidades importantes,
  • 13:57 - 14:00
    e não para uma concorrência permanente
  • 14:00 - 14:03
    com diferenças triviais
    nos atributos dos produtos
  • 14:03 - 14:05
    e para disputar quotas de mercado.
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    Valor partilhado é quando
    podemos criar simultaneamente
  • 14:08 - 14:09
    valor social e económico.
  • 14:09 - 14:12
    É encontrar as oportunidades
  • 14:12 - 14:15
    que vão desencadear
    a maior possibilidade que temos
  • 14:15 - 14:17
    de abordar estes problemas sociais
  • 14:17 - 14:19
    Porque podemos passar à escala superior.
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    Podemos abordar o valor partilhado
    a múltiplos níveis.
  • 14:23 - 14:26
    É real e está a acontecer.
  • 14:26 - 14:29
    Mas, para que essa solução funcione,
  • 14:29 - 14:32
    temos que mudar já a forma
    como as empresas se veem a si mesmas.
  • 14:33 - 14:36
    Graças a Deus, isso já está a acontecer.
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    As empresas ficaram presas
    na ideia mais difundida
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    de que não se deveriam preocupar
    com os problemas sociais,
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    que isso era uma coisa à parte,
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    que havia outras pessoas a fazer isso.
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    Hoje, já conhecemos empresas
  • 14:47 - 14:49
    que estão a aderir a esta ideia.
  • 14:49 - 14:52
    Mas também temos de reconhecer
  • 14:52 - 14:54
    que as empresas não vão fazer isso
  • 14:54 - 14:56
    tão eficazmente,
    como se tivermos ONGs e governos
  • 14:56 - 14:59
    a trabalhar em parceria com as empresas.
  • 14:59 - 15:02
    As novas ONGs
    que estão a mudar a realidade
  • 15:02 - 15:05
    são as que encontraram essas parcerias,
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    que encontraram
    essas maneiras de colaborar.
  • 15:07 - 15:09
    Os governos que estão a fazer
    mais progressos
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    são os governos
    que têm encontrado formas
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    de possibilitar o valor partilhado
    com empresas
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    em vez de ver o governo como o único
    que toma as decisões.
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    O governo tem muitas maneiras
    em que pode ter impacto
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    na vontade e na capacidade das empresas
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    para competir desta forma.
  • 15:27 - 15:30
    Acho que, se conseguirmos que as empresas
    se encarem de modo diferente,
  • 15:30 - 15:33
    e que os outros vejam as empresas
    de modo diferente,
  • 15:33 - 15:35
    podemos mudar o mundo.
  • 15:35 - 15:38
    Eu sei. Estou a vê-lo.
  • 15:38 - 15:40
    Estou a senti-lo.
  • 15:40 - 15:42
    Acho que os jovens,
  • 15:42 - 15:46
    os meus alunos da Harvard Business School,
    estão a percebê-lo.
  • 15:46 - 15:49
    Se nós conseguirmos acabar
    com este tipo de fosso,
  • 15:49 - 15:53
    com este mal-estar, com esta tensão,
  • 15:53 - 15:57
    com este sentimento
    de que não estamos a colaborar
  • 15:57 - 15:59
    na condução destes problemas sociais,
  • 15:59 - 16:01
    podemos acabar com isso.
  • 16:01 - 16:06
    E acho que podemos,
    finalmente, encontrar soluções.
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    Obrigado.
  • 16:08 - 16:11
    (Aplausos)
Title:
O argumento para deixar que as empresas resolvam problemas sociais
Speaker:
Michael Porter
Description:

Porque é que nos voltamos para organizações sem fins lucrativos, para as ONGs e para os governos para resolver grandes problemas da sociedade?
Michael Porter reconhece que é parcial, por ser professor duma escola empresarial, mas quer que oiçamos o seu argumento para deixar que as empresas tentem resolver grandes problemas como a alteração climática e o acesso à água. Porquê? Porque, quando as empresas resolvem um problema, realizam lucros — o que permite que a solução se desenvolva.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:28

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