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Um guia para a liderança colaborativa

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    Era um fato novo cor-de-rosa fantástico,
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    com botões grandes e chumaços nos ombros.
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    Estávamos em 1997,
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    e eu era a nova chefe da Griffin's Foods,
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    uma empresa emblemática
    de biscoitos e lanches na Nova Zelândia.
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    Era a primeira vez como
    chefe de uma empresa,
  • 0:21 - 0:23
    e eu estava em palco para proferir
    um grande discurso
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    sobre os nossos objetivos ambiciosos.
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    Eu sabia exatamente
    qual era o meu plano de ação:
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    "Uma em cada quatro vezes,
    que um Kiwi comer um lanche,"
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    "será um dos nossos".
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    Eu sublinhei que sabíamos
    como medir os nossos resultados
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    e que o nosso futuro
    estava sob o nosso controlo.
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    De modo constrangedor,
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    acabei dizendo:
    "Se não for assim, o que será, ?"
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    "Se não formos nós, quem será,?"
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    e "Se não for agora, quando será, ?"
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    Recebi imensos aplausos
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    e senti-me bastante agradada
    comigo mesma.
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    Queria muito ser uma boa líder.
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    Eu queria ser seguida
    por uma equipa dedicada,
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    queria estar certa.
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    Resumindo, queria ser uma heroína!
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    Uma heroína de fato cor-de-rosa,
    a vender batatas fritas e biscoitos.
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    (Risos)
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    O que aconteceu depois desse discurso?
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    Nada.
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    Todos aqueles aplausos
    não levaram à ação.
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    Nada mudou.
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    Não porque não gostassem de mim
    ou da minha mensagem.
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    O problema foi que ninguém sabia
    o que é que se esperava deles.
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    E mais importante,
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    eles não sabiam que eu precisava deles.
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    Poderão pensar que este
    é um discurso heroico clássico,
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    e que vos vou contar como consegui
    superar este obstáculo e triunfar.
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    Na verdade, o que vos vou contar
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    é que num mundo
    tão complexo e interligado
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    como este em que vivemos,
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    a ideia de que apenas uma pessoa
    tem a resposta é ridícula.
  • 1:55 - 1:58
    Não só é ineficaz, como é perigosa,
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    pois leva-nos a acreditar
    que foi resolvida por esse herói,
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    e que nós não tivemos qualquer papel.
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    Nós não precisamos de heróis.
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    Nós precisamos
    de interdependência radical,
  • 2:10 - 2:13
    o que é apenas outra forma de dizer
    que precisamos uns dos outros.
  • 2:13 - 2:16
    Mesmo que haja pessoas com quem,
    às vezes, seja difícil lidar.
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    Eu levei décadas a encontrar
    uma forma de ser uma boa líder.
  • 2:22 - 2:25
    Já vivi em sete países
    e em cinco continentes.
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    E nos últimos anos,
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    passei bastante tempo
    com uma comunidade "B corp",
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    inicialmente como uma
    participante empresarial
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    e, recentemente, como embaixadora.
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    "B Corps" são um grupo de empresas
  • 2:37 - 2:40
    que acreditam nos negócios
    como uma força para o bem.
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    Há uma certificação difícil
    com cerca de 250 perguntas
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    sobre o seu desempenho
    social e ambiental.
  • 2:48 - 2:52
    Devem declarar legalmente
    a sua intenção de servir a comunidade,
  • 2:52 - 2:54
    tal como os seus acionistas
  • 2:54 - 2:58
    e têm de assinar a declaração
    de interdependência.
  • 2:58 - 3:01
    Uma das coisas que mais me inspira
  • 3:01 - 3:03
    sobre as empresas, neste movimento,
  • 3:03 - 3:06
    é que eles se veem
    como parte integrante de um sistema.
  • 3:07 - 3:13
    É como se se imaginassem na corrente
    de um grande rio de atividade,
  • 3:13 - 3:17
    onde, se forem, por exemplo,
    fabricantes de refrigerantes,
  • 3:17 - 3:20
    entendem que, a montante,
  • 3:20 - 3:23
    existe água e açúcar,
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    e agricultores que cultivam esse açúcar,
  • 3:26 - 3:29
    e plástico, metal e vidro,
  • 3:29 - 3:32
    todos eles flutuando nessa "coisa"
  • 3:32 - 3:35
    a que chamamos empresa
    e que tem resultados financeiros.
  • 3:35 - 3:39
    E esta corrente continua
    com consequências.
  • 3:39 - 3:41
    Algumas intencionais,
  • 3:41 - 3:44
    como o refresco e a hidratação,
  • 3:44 - 3:46
    e outras, não intencionais,
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    como o desperdício e a obesidade.
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    Passar tempo com líderes neste meio
  • 3:52 - 3:56
    levou-me a ver que é possível
    uma verdadeira colaboração,
  • 3:56 - 3:58
    mas é subtil e complexa.
  • 3:58 - 4:02
    E os líderes nesta área
    estão a fazer algumas coisas diferentes
  • 4:02 - 4:05
    daquelas feitas pelos líderes
    heroicos tradicionais.
  • 4:05 - 4:07
    Eles estabelecem objetivos
    de forma diferente,
  • 4:07 - 4:10
    anunciam esses mesmos objetivos
    de forma distinta
  • 4:10 - 4:13
    e têm uma relação muito diferente
    com as outras pessoas.
  • 4:14 - 4:16
    Vamos começar pela primeira diferença.
  • 4:17 - 4:21
    Um herói estabelece um objetivo
    que pode ser atingido individualmente
  • 4:21 - 4:23
    e medido de forma clara.
  • 4:24 - 4:26
    Podemos reconhecer um objetivo heroico
  • 4:26 - 4:29
    — usam-se termos como
    "receita" e "quota de mercado"
  • 4:29 - 4:31
    e, normalmente, são competitivos.
  • 4:31 - 4:34
    Quero dizer, lembram-se do dia
    do fato cor-de-rosa?
  • 4:34 - 4:36
    Por outro lado,
    os líderes interdependentes
  • 4:37 - 4:39
    começam por um objetivo muito importante,
  • 4:39 - 4:44
    mas que é impossível de atingir
    por uma só empresa ou por uma só pessoa.
  • 4:45 - 4:48
    Quero dar-vos um exemplo
    da indústria de vestuário,
  • 4:48 - 4:52
    que produz 92 milhões de toneladas
    de desperdícios, por ano.
  • 4:53 - 4:57
    A Patagonia e a Eileen Fisher
    são produtores de vestuário,
  • 4:57 - 4:59
    ambas são empresas "B Corps",
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    ambas profundamente comprometidas
    em reduzir o desperdício.
  • 5:03 - 5:06
    Não pensam
    que a responsabilidade delas acaba
  • 5:06 - 5:09
    quando um cliente compra as roupas deles.
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    A Patagonia encoraja-nos
    a não lhes comprar novas roupas,
  • 5:13 - 5:16
    e reparam de graça
    as nossas roupas velhas.
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    A Eileen Fisher paga-nos
    quando devolvemos as nossas roupas,
  • 5:20 - 5:23
    e vendem-nas ou
    transformam-nas noutras roupas.
  • 5:24 - 5:28
    Enquanto estas duas empresas
    são competitivas em determinadas formas,
  • 5:28 - 5:30
    elas trabalham juntas
    e com outras empresas da indústria
  • 5:30 - 5:33
    para resolverem problemas em comum.
  • 5:33 - 5:37
    Elas também assumem a responsabilidade
    por coisas que acontecem a montante.
  • 5:37 - 5:39
    Em todo o mundo,
  • 5:39 - 5:43
    há cerca de 300 milhões de pessoas
    que trabalham em casa nesta indústria,
  • 5:43 - 5:45
    a maioria são mulheres,
  • 5:45 - 5:48
    muitas delas
    em circunstâncias muito difíceis
  • 5:48 - 5:49
    com má iluminação,
  • 5:49 - 5:53
    cosendo botões
    e fazendo costuras detalhadas.
  • 5:53 - 5:58
    Até 2014, não havia qualquer proteção
    para estes trabalhadores.
  • 5:58 - 6:02
    Um grupo de empresas juntou-se à Nest,
    uma empresa sem-fins-lucrativos,
  • 6:02 - 6:04
    para criarem um conjunto de normas
  • 6:04 - 6:07
    que estão agora a ser adotadas
    por toda a indústria.
  • 6:08 - 6:11
    Depois de vermos problemas como este,
    não é possível ignorá-los,
  • 6:11 - 6:15
    por isso precisamos de pedir aos outros
    que nos ajudem a resolvê-los.
  • 6:15 - 6:18
    Essa gente considera a interdependência
    como um dado adquirido, e disse-me:
  • 6:19 - 6:21
    "Não competimos nos direitos humanos."
  • 6:22 - 6:25
    A segunda grande diferença
    para os colaboradores
  • 6:25 - 6:29
    é a sua capacidade para declarar
    os seus objetivos antes de terem um plano.
  • 6:30 - 6:34
    O herói só revela o seu objetivo
    cuidadosamente elaborado
  • 6:35 - 6:37
    quando o caminho para o atingir é claro.
  • 6:37 - 6:42
    Na verdade, o papel do anúncio do herói
    é preparar o palco para a grande vitória.
  • 6:42 - 6:45
    Os anúncios dos heróis
    estão cheios de triunfo.
  • 6:46 - 6:49
    Por outro lado,
    os líderes interdependentes,
  • 6:49 - 6:51
    querem que as outras pessoas os ajudem,
  • 6:51 - 6:53
    portanto os seus anúncios
    são, muitas vezes,
  • 6:53 - 6:56
    um convite para uma criação em conjunto
  • 6:56 - 6:59
    e, às vezes, são um pedido de ajuda.
  • 7:00 - 7:03
    Na divisão norte-americana
    da empresa de comida francesa Danone,
  • 7:03 - 7:07
    eu anunciei que queríamos
    ser uma "B Corp".
  • 7:07 - 7:09
    E, ao contrário do dia
    do fato cor-de-rosa,
  • 7:09 - 7:11
    eu não tinha qualquer plano
    para lá chegar.
  • 7:12 - 7:15
    Lembro-me muito bem desse dia.
  • 7:15 - 7:17
    Toda a gente na sala
    suspendeu a respiração
  • 7:17 - 7:20
    porque eles sabiam
    que nós não tínhamos um plano.
  • 7:20 - 7:25
    Mas também sabiam que
    tínhamos visto o nosso papel
  • 7:25 - 7:28
    no rio que é o sistema da comida,
  • 7:28 - 7:30
    e nós queríamos fazer uma mudança.
  • 7:31 - 7:34
    Fazer essa declaração sem um plano
  • 7:34 - 7:36
    significou que muitos jovens
    na nossa empresa
  • 7:36 - 7:38
    se prontificaram a ajudar-nos
  • 7:38 - 7:42
    e todas as "B Corps"
    se reuniram à nossa volta.
  • 7:42 - 7:45
    O dia em que nos tornámos
    uma "B Corp"
  • 7:45 - 7:49
    não foi apenas um momento de auto-
    -congratulação de uma empresa heroica,
  • 7:49 - 7:52
    foi mais como uma festa da comunidade.
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    Quando anunciamos objetivos
    que não conseguimos alcançar sozinhos,
  • 7:57 - 8:00
    e os revelamos a toda a gente,
  • 8:00 - 8:04
    acabaremos, inevitavelmente,
    na terceira grande diferença,
  • 8:04 - 8:06
    que é como vemos as outras pessoas,
  • 8:06 - 8:09
    dentro e fora da empresa.
  • 8:11 - 8:16
    Os heróis veem toda a gente
    como competidores ou seguidores.
  • 8:17 - 8:19
    Os heróis não querem opiniões,
  • 8:19 - 8:22
    porque querem controlar tudo,
    porque querem os créditos.
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    Podemos ver isso
    num típico encontro de heróis.
  • 8:27 - 8:29
    Os heróis gostam de fazer discursos.
  • 8:30 - 8:33
    As pessoas encostam-se nas suas cadeiras,
  • 8:33 - 8:36
    talvez impressionadas, mas não envolvidas.
  • 8:37 - 8:39
    Por outro lado,
    os líderes interdependentes,
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    entendem que precisam das outras pessoas.
  • 8:42 - 8:45
    Sabem que os encontros não existem
    apenas para preencher os calendários.
  • 8:46 - 8:48
    Estas são as coisas
    mais preciosas que temos.
  • 8:48 - 8:50
    É onde as pessoas colaboram e comunicam
  • 8:50 - 8:52
    e onde partilham ideias.
  • 8:52 - 8:55
    Nestes encontros
    as pessoas participam,
  • 8:55 - 8:58
    querendo saber onde se enquadram.
  • 9:00 - 9:03
    Quando eu estava em Xangai, na China,
  • 9:03 - 9:06
    onde vivi durante seis anos,
    a gerir a empresa Kraft Foods,
  • 9:06 - 9:09
    a vender, entre outras coisas,
    bolachas Oreo,
  • 9:10 - 9:12
    nós tínhamos um problema
    com a cultura do herói.
  • 9:13 - 9:16
    Continuávamos a lançar novos produtos
    que eram um falhanço.
  • 9:16 - 9:18
    E acabámos por descobrir
  • 9:18 - 9:20
    que todos na empresa
    sabiam que eles iam ser um falhanço,
  • 9:21 - 9:23
    só que não se sentiam à vontade
    para nos dizer isso.
  • 9:23 - 9:27
    Então, mudámos o modo como geríamos
    as reuniões de inovação e planeamento
  • 9:27 - 9:28
    de duas formas importantes.
  • 9:28 - 9:31
    Primeiro, a língua voltou a ser o chinês.
  • 9:31 - 9:34
    Porque, embora toda a gente
    falasse um bom inglês,
  • 9:34 - 9:37
    quando eu estava presente
    e a reunião era em inglês,
  • 9:37 - 9:38
    eles concentravam-se em mim.
  • 9:38 - 9:40
    E eu era a estrangeira, e era a chefe.
  • 9:40 - 9:44
    Aparentemente, eu tinha
    aquele ar intimidativo de herói.
  • 9:44 - 9:46
    Em segundo lugar,
  • 9:46 - 9:50
    perguntámos a opinião a cada um
    dos que estavam na reunião.
  • 9:51 - 9:54
    E a nossa compreensão
    das subtilezas das diferenças
  • 9:54 - 9:58
    entre o gosto americano
    e, neste caso, o gosto chinês,
  • 9:58 - 9:59
    melhorou bastante,
  • 9:59 - 10:02
    e a taxa de sucesso do novo produto
    mudou radicalmente
  • 10:02 - 10:05
    e lançámos imensos
    produtos vencedores,
  • 10:05 - 10:09
    incluindo as Oreos com sabor a chá verde
    que hoje são famosas.
  • 10:10 - 10:13
    A cultura do herói
    infiltra-se em qualquer lado.
  • 10:13 - 10:16
    Na Danone, as coisas
    corriam muito bem
  • 10:16 - 10:18
    numa parte do mundo,
  • 10:18 - 10:21
    e nós queríamos alargar isso
    a outra parte do mundo.
  • 10:21 - 10:24
    Mas quando se coloca uma pessoa
    no mundo dos negócios
  • 10:24 - 10:27
    em frente de um grupo de pessoas
    com um PowerPoint,
  • 10:27 - 10:30
    ela sente o grande desejo
    de se tornar num herói
  • 10:31 - 10:33
    e faz tudo parecer muito fascinante
  • 10:33 - 10:34
    e não diz a verdade.
  • 10:34 - 10:38
    E não é convincente,
    nem sequer interessante.
  • 10:38 - 10:40
    Portanto, nós mudámos isso
  • 10:40 - 10:43
    e criámos estas feiras de um dia,
  • 10:43 - 10:45
    como se fossem grandes bazares.
  • 10:45 - 10:47
    Toda a gente estava disfarçada
  • 10:47 - 10:50
    algumas pessoas mais, outras menos.
  • 10:50 - 10:52
    Os vendedores tiveram
    de equipar as suas bancas
  • 10:52 - 10:55
    e vender as suas ideias
    o mais persuasivamente possível,
  • 10:55 - 10:59
    e os que ficaram convencidos
    compraram-nas com cheques falsos.
  • 10:59 - 11:01
    Criando um pouco de brincadeira
    com o ambiente
  • 11:01 - 11:03
    e com um chapéu ou um lenço
  • 11:03 - 11:08
    baixa-se a guarda das pessoas e
    as ideias espalham-se como um incêndio.
  • 11:08 - 11:10
    Não há aqui uma receita,
  • 11:10 - 11:16
    mas o tempo passado em conjunto
    tem de ser organizado e criado com cuidado
  • 11:16 - 11:21
    para as pessoas saberem
    que o seu tempo é valioso e importante,
  • 11:21 - 11:24
    e que podem levar
    o seu melhor para a mesa.
  • 11:25 - 11:28
    A cultura do herói
    está presente aqui mesmo na TED.
  • 11:29 - 11:33
    Todo este processo faz parecer
    que eu acho que sou uma heroína.
  • 11:34 - 11:39
    Portanto, caso haja dúvidas
    sobre a conclusão a que eu quero chegar,
  • 11:39 - 11:41
    eu quero aplicar estas ideias
  • 11:41 - 11:44
    numa área em que
    eu tenha "credibilidade zero"
  • 11:44 - 11:46
    e "experiência zero".
  • 11:46 - 11:48
    Eu sou sul-africana de origem,
  • 11:48 - 11:51
    e sou muito apaixonada
    pela conservação da vida selvagem,
  • 11:51 - 11:54
    particularmente de rinocerontes,
  • 11:54 - 11:57
    essas criaturas majestosas
    com grandes cornos.
  • 11:58 - 12:01
    Matam-se três rinocerontes por dia,
  • 12:01 - 12:04
    porque há pessoas que pensam
    que os cornos são valiosos,
  • 12:05 - 12:07
    embora eles sejam feitos
    da mesma matéria
  • 12:07 - 12:09
    que o cabelo e as unhas.
  • 12:10 - 12:12
    Parte-me o coração.
  • 12:13 - 12:16
    Tal como todos os bons
    heróis em recuperação,
  • 12:16 - 12:20
    eu fiz tudo o que pude
    para reduzir este objetivo
  • 12:20 - 12:23
    a qualquer coisa
    que eu conseguisse fazer sozinha.
  • 12:23 - 12:28
    Mas impedir a caça dos rinocerontes
    é um objetivo demasiado grande para mim.
  • 12:29 - 12:32
    Portanto, eu estou imediatamente
    na terra da interdependência.
  • 12:33 - 12:36
    Estou a declarar
    o meu objetivo neste palco.
  • 12:36 - 12:39
    Encontrei outras pessoas
    tão apaixonadas como eu
  • 12:39 - 12:41
    e perguntei se me podia juntar a elas.
  • 12:41 - 12:44
    E depois de hoje, talvez haja mais.
  • 12:44 - 12:47
    E estamos agora no processo
    complexo mas inspirador
  • 12:47 - 12:49
    de aprender a trabalhar em conjunto.
  • 12:49 - 12:52
    O meu sonho é que um dia
    alguém venha a este palco
  • 12:52 - 12:57
    e conte como a interdependência radical
    salvou os meus queridos rinocerontes.
  • 12:58 - 13:01
    Porque que é que
    a cultura do herói persiste,
  • 13:01 - 13:04
    e porque é que não trabalhamos
    juntos mais vezes?
  • 13:04 - 13:06
    Bem, eu não sei
    porque é que toda a gente o faz,
  • 13:06 - 13:08
    mas posso-vos dizer porque é que eu o fiz.
  • 13:08 - 13:12
    A interdependência é muito mais difícil
    do que ser um herói.
  • 13:13 - 13:17
    Requer que sejamos abertos,
    transparentes e vulneráveis,
  • 13:17 - 13:21
    e não é assim que os heróis tradicionais
    têm sido treinados para fazer.
  • 13:21 - 13:24
    Eu pensei que ser um herói
    me manteria a salvo.
  • 13:25 - 13:28
    Pensei que na elevação e separação
  • 13:28 - 13:31
    que acompanha a liderança heroica,
  • 13:31 - 13:33
    eu seria intocável.
  • 13:34 - 13:36
    Isso é uma ilusão.
  • 13:37 - 13:41
    A alegria e o sucesso que vêm
    da interdependência e da vulnerabilidade
  • 13:41 - 13:44
    valem o esforço e o risco.
  • 13:44 - 13:48
    E se vamos resolver os desafios
    que o mundo encara hoje em dia,
  • 13:48 - 13:50
    não temos alternativa,
  • 13:50 - 13:53
    portanto é melhor começarmos
    a tornarmo-nos bons nisso.
  • 13:54 - 13:55
    Obrigada.
  • 13:55 - 13:59
    (Aplausos)
Title:
Um guia para a liderança colaborativa
Speaker:
Lorna Davis
Description:

Qual é a diferença entre heróis e líderes? Nesta palestra perspicaz, Lorna Davis explica como é que a nossa idolatria por heróis nos impede de resolver grandes problemas — e mostra porque é que nós precisamos de "interdependência radical" para conseguirmos fazer a diferença.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:12

Portuguese subtitles

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